Mell Bento 20/03/2013A mulher que usou de senso crítico com o IslãInfiel é uma autobiografia de Ayaan Hirsi Ali , uma somali, que vê sua vida transformada ao descobrir o senso crítico. No Islã, nada é questionável, fazer isso é afrontar Alá e se igualar a ele.
Na Somalia, ela vive uma vida miserável junto com sua família, enfadada ao sofrimento, empirismo, e conformismo com a miséria “ quisera Alá que fosse assim. Filha de um pai que protestava o governo somali, que logo passa a ser um refugiado político, e de uma mãe totalmente fechada, rigorosa e violenta, Ayaan cresce no islamismo com uma fé inquestionável, fadada apenas a aceitar suas mazelas .
Ela irá morar no Quenia , Arábia Saudita e Etiópia. Verá muito choque de cultura dentro mesmo desses países onde o islã é professado.
Aos cinco anos ela sofrerá uma clitorectomia , uma absurdo para nós ocidentais, mas tão comuns na Somália: é uma forma de manter a pureza, quem não fizesse tão procedimento era considerada impura, desvalorizada pela sociedade.
Ela sofreu violência física e psicológica durante toda sua infância e adolescência, chegou a ter traumatismo craniano por um “professor” de islamismo.
Ayaan é uma pessoa que começa a questionar o Islã, ela tinha muitas dúvidas dentro de si, como é que se Deus dizia que todos eram iguais, porque os homens valiam mais do que as mulheres? Porque o testemunho de uma mulher não era válido?
Por que é que elas tinham que se cobrir todas para não despertar desejo sexual aos homens, sendo que também por que os homens não deveriam se cobrir também para o mesmo sentindo?
Por que deviam se catequizar a força o islamismo aos infiéis se Deus era bondoso como dizia as leis?
Ao questionar tudo isso, e muito mais Ayaan entra em conflito consigo mesma.
Seu pai arranja lhe um casamento contra sua vontade. E ela foge.
Irá para a Holanda, onde conseguirá asilo e se tornará uma cidadã holandesa.
Na Holanda, ela começa a perceber que é possível viver com organização e progresso sem o Islã no governo, aqueles “ infiéis” tinham uma vida muito digna sem todas aquelas regras do Islã. E ela se questiona: se os ocidentais, os infiéis vivem com uma boa qualidade de vida e organização, por que é que isso não funcionaria se os mulçumanos estavam do lado da “verdade”?. E chega um momento, que ela se apostata da sua fé.
Irá estudar, se formará em ciências políticas, entrará para o parlamento.
Irá expor toda a violência contra as mulheres que existe dentro do Islamismo, lá dentro na Holanda com as imigrações que haviam de mulçumanos.
O que ela deseja, é que as pessoas abram os olhos para este tipo de comportamento, não seja conivente com a violência, a mulher ser espancada até morrer, a ser infeliz, a ser estuprada pelo marido ou parentes e nunca questionar, nunca debater e apenas aceitar....
E irá fazer um filme que custará a vida de Theo van Gogh o, cineasta que produziria o filme, o que chamaria a atenção e a revolta de milhares de mulçumanos.
Ao ler este livro, confesso que o que mais deixa a pensar é que são fatos reais. Isso aconteceu e continua acontecendo. Ayaan é uma guerreira, inteligentíssima, mesmo quando achava que não teria forças para lutar, chegou aonde chegou através de muitos esforços e estudos.
"Uma baarri era uma espécie de escrava devotadíssima. Honrava a família do marido e a alimentava sem questionar nem se queixar. Nunca chorava nem fazia nenhum tipo de exigência. Era forte no serviço, mas sempre de cabeça baixa. Se o marido fosse cruel, se a estuprasse e ainda zombasse dela por isso, se resolvesse tomar outra esposa ou se a espancasse, ela baixava os olhos e ocultava as lágrimas." Pág 24
O islamismo era submissão. Sujeitar-se na terra para merecer um lugar no céu. ( pág 171)"
""Quando pediram a minha opinião, expliquei que o islã era uma espécie de gaiola mental. No começo, quando a gente abria a porta, o passarinho não saía: ficava com medo. Já havia interiorizado a prisão. Demorava a fugir, mesmo com a porta aberta."" 362
Quando procurei Theo para que me ajudasse a fazer Submissão,eu queria transmitir três mensagens: primeiro, os homens e até as mulheres podem erguer os olhos e falar com Alá; os crentes têm a possibilidade de dialogar com Deus e de olhar para Ele de perto.
Segundo, no islã de hoje, a interpretação rígida do Alcorão condena as
mulheres a uma miséria intolerável. Mediante a globalização, cada vez
mais homens com tais idéias se instalam na Europa com mulheres que eles possuem e brutalizam, e os europeus e demais ocidentais já não
podem continuar fingindo que as graves violações dos direitos humanos
só ocorrem em lugares remotos, muito remotos. A terceira mensagem é a frase final do filme: "Nunca mais me submeterei". É possível libertar-se — adaptar a fé, examiná-la criticamente e verificar até que ponto ela está na raiz da opressão.
Já me disseram que Submission é um filme por demais agressivo. Aparentemente, a sua crítica ao islã é muito dolorosa para que um muçulmano a suporte. Diga, não é muito mais doloroso ser uma mulher presa naquela gaiola? Pág 441