Infiel

Infiel Ayaan Hirsi Ali




Resenhas - Infiel


120 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8


Marie 16/07/2009

Te instiga a ler da primeira a última palavra. A história dessa mulher não é mole. Além do mais, ser de exilada a deputada em oito anos não é para qualquer um.
comentários(0)comente



Cris Lasaitis 27/12/2010

http://cristinalasaitis.wordpress.com

Ayaan Hirsi Ali, hoje uma cidadã holandesa de 41 anos radicada nos EUA, tem o que se pode chamar de uma história de vida de arrepiar.

Nascida na Somália, aos 5 ela sofreu a mutilação genital, como acontece a praticamente todas as meninas na cultura somali. Esse procedimento é feito por cortadeiras que, como as tradicionais parteiras, são mulheres do povo convocadas pelas famílias, e o trabalho é feito sem anestesia, sem instrumentos apropriados, sem ambiente esterilizado e em geral, em situações precárias. A menina precisa ser segurada enquanto o clitóris e os pequenos lábios da vagina são extirpados, os grandes lábios são seccionados e suturados com espinho de acácia, deixando um buraquinho minúsculo para o escoamento da urina e da menstruação – no período de cicatrização esse buraco é mantido aberto por um palito de fósforo, e as pernas precisam ficar amarradas durante semanas. A vulva desaparece e no seu lugar fica uma cicatriz rígida e, por vezes, apertada e dolorida. Quando a mulher se casa, na noite de núpcias a cicatriz é aberta a faca pelo marido. Quando vai dar à luz o primeiro filho, é necessário aumentar o corte. E algumas vezes, após cada parto, a mulher é novamente suturada. As meninas que não são cortadas são estigmatizadas na sociedade somali, então praticamente todas o são (não sei se o costume perdura até hoje). Muitas morrem de infecção após a mutilação genital, muitas outras morrem de complicações decorrentes do procedimento: e todas sofrem com o trauma e as dores resultantes.

Essa experiência é só o ponto de partida da biografia de Ayaan. Em Infiel, ela faz um retrato da sociedade somali: seus clãs, sua cultura, a religiosidade… Nascida e criada dentro da religião muçulmana, e tendo morado inclusive na cidade de Meca, Ayaan narra a sua vida e a das mulheres com quem conviveu sob a opressão e a brutalidade do Islã. Ela chegou a ser espancada pelo imã que lhe lecionava o corão e quase foi morta de pancada pela própria mãe. Ayaan chegou a conhecer o fundamentalismo e combater o ocidente. A virada na sua vida se deu quando, contra a sua vontade, o pai arranjou-lhe casamento com um somaliano que morava no Canadá. No momento em que Ayaan pegou o avião para ir viver com o marido, aproveitou-se de uma escala na Europa para fugir e pedir refúgio na Holanda. Na Europa ela teve o seu primeiro choque com os valores do ocidente: via as mulheres livres, impressionava-se com as pessoas que lhe ajudavam e eram simpáticas sem querer nada em troca. Como refugiada na Holanda Ayaan recomeçou sua vida: trabalhou e conseguiu a cidadania, aprendeu a língua holandesa e conseguiu se matricular em ciência política na Universidade de Leiden. Estudando o trabalho dos filósofos, especialmente após a leitura do Manifesto Ateísta, Ayaan passou por um enorme cisma com suas crenças, sofreu o abalo de considerar que toda a estrutura ideológica do mundo em que vivera, pautado na retórica do Corão, era ficção, e nem o inferno que ela tanto temia e nem Alá existiam. Como resultado, em 2002 Ayaan afirmou-se ateísta – e o rompimento com a religião foi inevitavelmente um rompimento com a sua família. Depois de formada entrou para a política na Holanda, onde foi deputada de 2003 a 2006. Escreveu a sua biografia, virou crítica do Islã e ativista para a liberação das mulheres muçulmanas, como resultado, recebeu inúmeras ameaças de morte. Em 2004, em parceria com o cineasta Theo van Gogh, idealizou o curta-metragem Submission, sobre a realidade da mulher no Islã. As ameaças contra a vida de Ayaan explodiram, e ela contou com a proteção da polícia holandesa, mas Theo van Gogh foi assassinado na rua a facadas, e sobre o corpo dele foi deixada uma carta dizendo que a próxima vítima seria Ayaan. Atualmente ela mora nos EUA e continua com o seu ativismo, vivendo cercada de seguranças.

É difícil resenhar um livro tão profundo em tão poucas linhas e conseguir comunicar a dimensão dessa história. Há uma certa semelhança entre a biografia de Ayaan e a de Waris Dirie, a Flor do Deserto – com o detalhe de que a história da “infiel” tem menos glamour, mais violência e o fator “sorte” deu lugar a uma força de vontade invejável.

A trajetória de Ayaan Hirsi Ali é impressionante; uma mulher que escapou por uma porta inacreditável e teve coragem de vir a público enfrentar a truculência terrorista pedindo pelo fim de uma era de barbárie.

Infiel é um livro que recomendo a todos, sobretudo às mulheres. E o filme Submission, que levou ao assassinato de Theo van Gogh é este que você pode assistir no link: http://www.youtube.com/watch?v=22-E9OODECA&feature=player_embedded
comentários(0)comente



Nádia 08/01/2011

Comentário
Bem... não vou escrever uma resenha... mas fazer uma apreciação do livro. Esse livro me impressionou profundamente por trazer a descrição de uma cultura simultânea a nossa, ou seja, uma história que acontece hoje ainda, do outro lado do mundo. Ayaan nasceu no mesmo ano da minha irmã do meio, então ao ler a história de sua vida naõ pude deixar de traçar paralelos entre os dois mundos, tão distintos, em que vivemos e de que como a coragem dessa mulher transformou a sua vida. Recomendo a leitura... é fascinante.
comentários(0)comente



Luc1l 19/04/2024

Dificílimo e cruel
A história da Ayaan é brutal - desde sua infância conturbada até sua própria atuação no parlamento.
Me dilacerou em muitos pedaços conhecer a fundo sua vida, seus sofrimentos e próprios desafios. Me dilacerou. Fiquei semanas estagnada na mesma parte pensando em todos os significados que a situação dela agrega e mais do que isso, ao impacto da mulher na sociedade e seu posicionamento ferrenho.

Não é um livro de muitas alegrias. Pra mim houveram inúmeros gatilhos. Precisei de paciência para enfrentar cada um e mais ainda pesquisa para entender o contexto da sociedade e o significado da religião (bem como a represália, a vestimenta, o árduo código de ética e até a própria divindade em si).
Ainda levarei anos para absorver isso, mas por hora me sinto minimamente aliviada que Ayaan conseguiu alcançar um pedaço seguro e saudável de felicidade e estabilidade, sendo dona do próprio destino e estabelecendo as próprias possibilidades e expectativas de sua vida.
Mas é uma história que dói.
Dói.
Dói.
Ainda mais sendo mulher.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Edualef 17/02/2012

Um livro para se ler com cuidado
O livro é forte, muito forte. Seja pela história de vida de Ayaan, seja por suas opiniões políticas.

Citado com gosto por sites islamofóbicos e pela direita européia o seu discurso é anti-multiculturalista. Lendo o seu livro, no entanto, percebo que há um imenso abismo entre o pensamento de Ayaan e as ideologias xenófobas européias.

Ayaan parte do ateísmo militante, conquistado a partir de uma dura auto-reflexão e de uma trajetória de vida que a levou da Fraternidade Muçulmana da Somália para um curso de ciência política na Universidade de Leiden, na Holanda. Seu discurso é forte, politicamente incorreto e direto, mas o seu objetivo está longe de ser uma sociedade culturalmente homogênea ou etnicamente pura.

Ayaan vai de encontro à encruzilhada do multiculturalismo europeu, tece a sua crítica e propõe o fim da tolerância a comportamentos religiosos que possam por em risco os valores humanistas dentro da Europa. Ataca ferozmente o islamismo e o alcorão, com o potencial destrutivo de quem já foi devota. É polêmica, mas em nenhum momento, mesmo no mais forte, seu pensamento é um discurso de ódio, ou fascista.

De quebra, desconstrói visões simplistas e esteriotipadas da sociedade somali, da política européia e holandesa.

Discordo de muitos pontos das suas ideias, mas é impossível ser indiferente aos seus argumentos. É um livro para refletir sobre antigas certezas e novas ideias.
comentários(0)comente



Katia 26/02/2012

A luta da autora para conseguir sobreviver e fazer valer a sua vida é emocionante. No entanto, o excesso de descrição deixou, para mim, um texto pesado que consegui vencer pela minha curiosidade.
comentários(0)comente



CooltureNews 09/03/2012

Publicada no www.CooltureNews.com.br
Por: Aryane Campideli

Pedi dinheiro à minha mãe para que a costureira da irmã Aziza me fizesse um enorme manto preto com apenas três faixas apertadas nos pulsos e no pescoço e um zíper comprido. Chagava até os pés. Comecei a ir ao colégio com aquela roupa por cima do uniforme, que me cobria o corpo magro, um véu preto na cabeça e nos ombros.Eu vibrava com aquilo: um sentimento voluptuoso. Sentia-me poderosa: por baixo daquele tecido se ocultava uma feminilidade até então insuspeitada, mas potencialmente letal. Eu era única: pouquíssima gente andava assim na Nairóbi daquele tempo. Curiosamente, a roupa fazia com que eu me sentisse um indivíduo. Transmitia uma mensagem de superioridade; eu era a única muçulmana verdadeira. Todas as demais garotas, de pequeninos véus brancos na cabeça, não passavam de crianças, de hipócritas. Eu era uma estrela de Deus. Quando abria os braços sentia-me capaz de voar”.

Não há como escrever esta resenha sem falar demais, por isso, optei por algo curto, mas que possa fazer nascer em qualquer um o espírito de luta. Como hoje é dia das mulheres resolvi que queria uma resenha um pouco diferente, queria um livro que me mostrasse a luta feminina, algo que me fizesse compreender a importância da mulher, os seus feitos e as suas dores. Bem, se você, assim como eu, quer ler algo emocionante e que te faça pensar, seja bem vindo e entre nas paginas de "Infiel, a História de uma Mulher que Desafiou o Islã."

A auto-biografia de Ayaan Hirsi Ali é dividida em duas partes sensacionais, “Minha infância” e “Minha liberdade”, e é muito bem escrita. Agora que tal começarmos a contar a história deste maravilhoso livro que me deixou sem fôlego do começo ao fim?

Uma mulher nascida em um país pobre, sem praticamente nenhum direito, negra. Tudo isso poderia contribuir para que ela fosse apenas mais uma, dentre tantas, cujos direitos são roubados pela violência do dia-a-dia. Abandonada ao fugir de um casamento arranjado pelo seu pai, Ayaan Hirsi Ali não se deixou abater, trabalhou duro e fez mestrado em ciência política, vencendo mais uma vez tudo que estava contra ela. Mas nada nesta vida é perfeito.

Ayaan Hirsi Ali e Theo van Gogh foram responsáveis pela produção de um filme que mostra a situação das mulheres muçulmanas. Seu parceiro foi assassinado e, em seu peito, o assassino deixou uma carta que anunciava sua próxima vítima: Ayaan Hirsi Ali. Por conta das várias ameaças contra sua vida, Ayaan teve de novo, que se exilar - desta vez nos Estados Unidos - porém nunca parou de lutar e sua biografia nos mostra isto.

Leia Infiel, a História de uma Mulher que Desafiou o Islã e pense que, se ela venceu, apesar de todas as adversidades, você também pode.

Uma leitura indispensável, não importa a raça, religião ou cultura, afinal, como lembra Ayaan Hirsi Ali, somos todos iguais em uma luta justa, fica a dica.

Dizem-lhe sinceramente que, se essa
submissão seguir causando-lhes tanta miséria, elas serão capazes de deixar de
se submeter.”
comentários(0)comente



Wesley 10/05/2012

História Fantástica!!!
Poucos livros me prenderam do início ao fim. Esse foi um deles...

A história de uma mulher sem expectativa nenhuma, que chega a um lugar de destaque na sociedade, é no mínimo empolgante! A luta travada, muitas vezes contra ela mesma, mostra o lado cruel da religião islâmica, que muita gente tenta ignorar. Uma religião que não dá liberdade de expressão às pessoas e, principalmente, às mulheres não podem existir em pleno século XXI. A evolução deve ser natural, e esse termo parece que não existe entre os muçulmanos.
Recomendo a todas essa leitura para que possamos refletir sobra a influência da religião nas nossas vidas, que deveria ser de forma positiva para construir um sociedade cada vez mais justa!!!
comentários(0)comente



Luciana Sabbag 19/11/2012

Coragem e determinação
"A decisão de escrever este livro não foi fácil para mim. Para que expor ao mundo estas memórias tão particulares? Não quero que meus argumentos sejam considerados sacrossantos pelo fato de eu ter tido experiências horríveis (...).
"Tampouco desejo que meu raciocínio seja desdenhado como o discurso bombástico e bizarro de uma mulher que, prejudicada por suas experiências, resolveu pôr a boca no mundo (...).
"A mutilação não me afetou a capacidade intelectual; e quero ser julgada pela legitimidade dos meus argumentos, não como uma vítima".

As experiências de Ayaan são chocantes e nos fazem refletir sobre o mundo em que vivemos. Suas ideias nos despertam indagações e nos motivam a querer fazer algo pela paz, mesmo sabendo o quão difícil isso possa parecer.
Fiquei realmente impressionada com a coragem e determinação dessa mulher que poderia não ter tido sequer uma voz, devido a repressão de sua cultura.
Um dos melhores livros que já li!
comentários(0)comente



Hester1 12/09/2012

O livro estava há mais de três anos na fila para ser lido. Sempre o deixava para depois. Até que ele me venceu...
Por que nao o li antes???? É simplesmente, maravilhoso.
Acho que tudo tem seu momento... Mas ele é ótimo para qualquer momento.
comentários(0)comente



Eduardo 03/01/2013

É a história de vida de Ayaan Hirsi Ali, intensa, cheia do imperialismo machista existente ainda nos dias de hoje nos países da África, onde a visão do ser humano, principalmente das mulheres e crianças continua embotada... despresívelmente agredidas. Uma mulher de coragem ao desfraldar a defesa das mulheres e das crianças, viajando por muito países com essa bandeira. Uma mulher sem igual... efetivamente exclamativa! Leiam e vão se admirar! Excelente leitura!
comentários(0)comente



Jarbas Campos 06/03/2010

Conta a história de Ayaan, uma somali muçulmana, inconformada com a sua situação de submissão.

Após "condenada" a casar-se com um muçulmano residente no Canadá, agarra com vontade a oportunidade de pedir asilo na holanda.

Vencendo seus próprios preconceitos candidata-se ao parlamento e transforma a visão do país sobre a questão da mulher muçulmana.

Um livro sensacional que "te prende do começo ao fim" e que mereçe cada uma das 5 estrelas.
comentários(0)comente



18/03/2013

Submissão - Uma mulher na sua busca incessante pela liberdade
“INFIEL” – Ayaan Hirsi Ali


Quando terminei o livro, fiquei totalmente emocionada pensando como falar de uma mulher tão forte que nasceu em Mogadíscio na Somália, um dos países mais miseráveis e dilacerados da África, onde a língua falada era muitas vezes um dialeto e que essa mulher, driblando todas as dificuldades existentes, chegou a ter um conhecimento aprimorado da língua holandesa e inglesa, tornando-se parlamentar no cenário político da Holanda. Como resumir a história de uma pessoa que abriu tanto sua intimidade para que leitores como eu a conhecesse tão intimamente. Para mim era demais encontrar palavras para definir, uma mulher tão inteligente, tão forte e que redigiu magistralmente sua autobiografia.
Quando comecei a ler “Infiel” imaginei que um livro extenso de 504pags me cansaria logo, pois era muito rico em detalhes, datas, fatos, mas no decorrer da narração me vi acompanhando cada passo dado por Ayaan na sua busca incessante pela liberdade, torcendo e às vezes chorando com seus impressionantes relatos.
O livro como já disse é autobiográfico, conta a história de Ayaan Hirsi Ali, uma mulher que fez da vida uma luta contra a submissão islâmica. Ela nasceu na Somália e também morou no Quênia e Arábia Saudita. Sua história é marcada desde que ela tinha mais ou menos uns cinco anos de idade quando sofreu uma circuncisão feminina, surras brutais da mãe, espancamento ocasionando um traumatismo craniano por um pregador do Alcorão, até sua fase adulta aos 37 anos como parlamentar na Holanda. Ela consegue relembrar, descrever e analisar com honestidade o estado preciso de seus sentimentos em cada estágio da sua vida. Mostra não só o crescimento físico, mas todo o amadurecimento religioso, suas descobertas, descrenças na religião mulçumana, na qual mulheres e crianças nasceram para obedecer sem nenhum questionamento às leis do Alcorão, tendo como o significado literal da palavra islã: submissão.
O livro tem uma narração forte, densa, encantadora, AYaan nos presenteia com descrições primorosas, como se o leitor participasse intensivamente da sua jornada na dura busca pela liberdade.
comentários(0)comente



120 encontrados | exibindo 46 a 61
1 | 2 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR