Infiel

Infiel Ayaan Hirsi Ali




Resenhas - Infiel


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Alê 23/09/2009

Exemplo de vida.
Impressionante a história dessa mulher. Uma lição de vida. O livro é bem escrito e prende a atenção.
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uyara 18/10/2011

Todos deveriam ler
Um retrato da situação civil/religiosa de alguns países da Africa e o contraste com a Holanda e outros países com leis de liberdade e igualdade. O livro é uma auto biografia tocante, marcante e esclarecedora sobre a intolerância, desigualdade e perseverança.
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Paulinha 10/11/2009

O livro é ótimo. A vida de Ayaan causa revolta, já logo no começo do livro, com casamentos forçados, mutilações dos órgãos sexuais, mães que descontam nos filhos as frustações de sua vida e de seu casamento sem amor.

Ayaan desafiou a religião que acha que as mulheres são propriedades do marido e a eles cabem decidir a vida ou morte das mesmas. Esta mulher é um ótimo exemplo de mulher forte, inteligente e bem resolvida.
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Renata Evaristo 28/12/2009

Exemplo de vida que foge do convencional
Achei esse livro sensacional !!

Apresenta um exemplo de vida que difere totalmente do que normalmente vemos no Ocidente. Ela tem uma presença de espírito muito forte e consegue, lutanto contra todas as adversidades, mudar completamente de vida. Depois de ler, dá até vergonha de reclamar da vida, das dificuldades do dia a dia que passam a parecer tão banais...

Eu passei até mesmo a contribuir com a Fundação AHA FOUNDATION (http://www.theahafoundation.org/).

Faz pensar sobre o Islã, sobre as controvérsias entre religião X direitos humanos, principalmente direitos das mulheres. E em como pode ser perigoso o fazer respeitar uma religião ou filosofia de vida apenas por ser "politicamente correto" - não sabia o que está acontecendo com a Holanda por causa disso...

Gostaria de saber se a nossa Constituição nos permite fugir da armadilha que os holandeses estão - queria saber se estamos protegidos. Sei que em nosso país há liberdade religiosa (o que acho ótima), e sei também que há os crimes hediondos. Mas será que a liberdade religiosa é a qualquer custo? Quero dizer no caso de uma religião que castiga as mulheres ou onde há crime de honra (um pai que mata sua filha por não seguir as regras da religião), esse pai seria condenado? Ou o fato de ser um crime religioso atenuaria o ato cometido?

Espero que gostem muito !!
Renata
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Ladyce 16/07/2010

Uma leitura obrigatória para se entender o Islã
Há livros dos quais não consigo fazer uma resenha logo após sua leitura porque seu impacto é tão grande que não me sinto com a distância necessária para escrever de maneira mais ou menos lúcida, sem muita rapsódia, sobre o texto em questão. Esta foi a minha experiência com o livro Infiel: a história de uma mulher que desafiou o Islã, de Ayaan Hirsi Ali [São Paulo, Cia das Letras: 2007, 496 páginas]. Há seis meses li esta biografia. Fiquei muitíssimo impressionada e emocionada com sua leitura. Passei o livro adiante para algumas amigas, cujas reações apesar de positivas não se igualaram às minhas. O volume retornou à minha casa na semana passada e agora, neste fim de semana prolongado, tive a oportunidade de reler dezenas de passagens destas quase 500 páginas só para voltar a considerá-lo uma das grandes leituras que fiz nos últimos cinco anos.

Talvez seu impacto venha também influenciado por 3 fatores de grande importância: 1) Não é ficção. É uma auto-biografia. Memórias autobiográficas. 2) Morei num país islâmico e reconheço neste livro muitos dos atos bárbaros contra mulheres que presenciei por lá. 3) Este livro, como outros que surgiram nas últimas décadas, mostra uma mulher corajosa, que tomou as rédeas de sua própria vida e liderou um movimento, uma revolta. Faltaram tais exemplos nos meus anos formativos.

Ayaan Hirsi Ali nasceu numa família islâmica, na Somália, em 1969. Teria sido simplesmente mais uma mulher a sofrer a exclusão, a violência com que mulheres são tratadas pelos rituais islâmicos e tribais, incluindo a raspagem de seu clitóris, mais comumente conhecido como circuncisão feminina, não fosse também filha de um opositor da ditadura de Siad Barré, na Somália. Seu pai, um antropólogo que havia estudado na Universidade de Columbia, nos EUA, foi preso em 1972. Por causa disso, Ayaan tem uma vida de exilada e nômade mesmo dentro de seu próprio país. Apesar de abastada, a família, por causa das atividades políticas, estava em perpétua fuga e permanecia, portanto, excluída da norma nacional, vivendo sempre amedrontada por possíveis denúncias ou perseguições. Aqui está um exemplo das preocupações familiares assim que a família deixa Mogadíscio para Matabaan. Mahad é um ano mais velho que Ayaan nascido em 1968 e Haweya é dois anos mais nova, nascida em 1971. Estes eventos acontecem antes de Mahad entrar para a escola primária.

“As mulheres lavavam roupa no lago, e os meninos nadavam lá. Mamãe tinha muito medo de que os garotos hawiye afogassem Mahad, que não sabia nadar. Livre para ir aonde quisesse por ser menino, o nosso irmão não parava em casa. Haweya e eu éramos proibidas de andar à solta. Além do mais Mahad não nos levaria com ele; não queria que os amigos soubessem que ele brincava com as irmãs.

Mahad estava cada vez mais consciente de sua honra de macho. Vovó o estimulava: tinha o hábito de dizer que ele era o homem da casa. Mahad nunca pedia autorização para sair; às vezes voltava muito depois do anoitecer e mamãe se zangava tanto que fechava a cerca. Ele se sentava lá perto, chorando, e ela gritava com frieza: Pense na sua honra. Homem não chora.” [p.50]

Mais tarde, aos dez anos de idade, Ayaan acompanha a família no exílio. A Arábia Saudita foi o primeiro pouso. Lá ela descobre um mundo ainda mais rígido contra as mulheres. E mesmo em Meca a vida muda bastante, entre outras mudanças estava a de mulheres não poderem sair às ruas sem a companhia de um homem…

“As coisas não iam bem em casa. O vínculo outrora forte entre meus pais estava se rompendo. Cada qual tinha expectativas diferentes na vida. Mamãe sentia que papai não dava atenção à família. Geralmente cabia a ela nos levar `a escola e buscar – escolas diferentes porque Mahad era menino – e voltar sozinha. Minha mãe detestava sair sem homem, detestava ser insultada na rua, encarada com insolência. Todas as somalis contavam casos de mulheres que haviam sido agredidas na rua, levadas sabe-se lá para onde, e então, horas depois, apareciam jogadas no acostamento de uma estrada, ou simplesmente nunca mais voltavam. Ser uma mulher sozinha já era horrível. Ser estrangeira, e além disso, negra, significava quase não ser humana, estar totalmente desamparada: um bode expiatório.

Quando mamãe ia fazer compras sem motorista ou marido que bancasse o guarda-costas, os comerciantes se recusavam a atendê-la. Mesmo na companhia de Mahad, alguns balconistas não lhe dirigiam a palavra. Restava-lhe pegar os tomates, as frutas e os temperos e perguntar em voz alta: “Quanto é?” Quando recebia resposta , jogava o dinheiro no balcão e dizia: “ É pegar ou largar”, e ia embora. No dia seguinte era obrigada a voltar à mesma mercearia . Mahad assistia a tudo sem poder auxiliá-la, tinha apenas dez anos” [pp. 80-81].

A Etiópia, o país seguinte de refúgio da família, mostra à Ayaan, pela primeira vez, o cristianismo. Um cristianismo monofisista, diferente do que conhecemos que foi considerada também uma heresia para os segmentos majoritários do cristianismo. Conhecido no ocidente como a Igreja copta, esse ramo do cristianismo, formulado no século V, se ancorou principalmente na Palestina, Síria, Egito e Etiópia.

“Abeh nos matriculou numa escola; as aulas eram dadas em amárico. Como só sabíamos falar somali e árabe, tudo voltou a ser estrangeiro durante algum tempo. Só quando aprendi a me comunicar foi que descobri uma coisa assombrosa: minhas colegas não eram muçulmanas. Diziam-se kiristaan, cristãs, coisa que na Arábia Saudita, seria um feio insulto: significava impuras. Confusa, consultei mamãe, que o confirmou. Os etíopes eram kufr, palavra quase obscena. Bebiam álcool e não se lavavam direito. Uma gente desprezível.

A diferença era visível na rua. As etíopes usavam saia na altura dos joelhos e até mesmo calça comprida. Fumavam e riam em público, encaravam os homens sem o menor pudor. As crianças podiam ir aonde quisessem”. [pp: 90-91]

Mais tarde vão todos parar no Quênia, onde religiões, línguas e culturas diversas se misturam. Com estas experiências Ayaan se expõe a muitas maneiras diferentes de encarar a vida e o mundo.

“Embora o meu novo colégio se chamasse Meninas Muçulmanas, muitas alunas professavam outras religiões. Quase a metade da turma era queniana, a maioria cristã, embora os quicuios também tivessem outro deus pagão. Os quenianos se dividiam em tribos que nada tinham a ver com os clãs da Somália. As tribos eram diferentes entre si no aspecto físico, falavam línguas distintas, tinham crenças próprias, ao passo que todos os clãs somalis falavam o mesmo idioma e acreditavam no islã.” [p.106]

Logo depois, influenciada por uma irmã maometana e com a necessidade adolescente de se descobrir, de descobrir sua própria identidade e talvez também por uma necessidade de direção, de limites para se sentir segura, para ter algo consistente em sua vida Ayaan se dedica ao fundamentalismo islâmico. Mais tarde, já como jovem mulher, irá rejeitá-lo.

“Pedi dinheiro à minha mãe para que a costureira da irmã Aziza me fizesse um enorme manto preto com apenas três faixas apertadas nos pulsos e no pescoço e um zíper comprido. Chagava até os pés. Comecei a ir ao colégio com aquela roupa por cima do uniforme, que me cobria o corpo magro, um véu preto na cabeça e nos ombros.
Eu vibrava com aquilo: um sentimento voluptuoso. Sentia-me poderosa: por baixo daquele tecido se ocultava uma feminilidade até então insuspeitada, mas potencialmente letal. Eu era única: pouquíssima gente andava assim na Nairóbi daquele tempo. Curiosamente, a roupa fazia com que eu me sentisse um indivíduo. Transmitia uma mensagem de superioridade; eu era a única muçulmana verdadeira. Todas as demais garotas, de pequeninos véus brancos na cabeça, não passavam de crianças, de hipócritas. Eu era uma estrela de Deus. Quando abria os braços sentia-me capaz de voar”. [pp:131-2]

NOTA: A título de curiosidade, vale lembrar neste momento, que esconder atributos femininos tais como cabelo, boca, pescoço, pernas, braços e demais partes do corpo consideradas por demais atraentes para poderem ser vistas por olhos masculinos sem que um estupro seja eminente não é uma característica única do maometismo – os judeus ortodoxos, por exemplo, tampouco permitem suas mulheres de mostrarem seus cabelos, assim como têm também outras restrições a vestimentas. As restrições muçulmanas seguem diferentes regras através do mundo islâmico, um exemplo que vem à mente é a cobertura da boca das mulheres com um véu, nos países do norte da África enquanto que o rosto aparece todo descoberto em outros países assim como no Irã.

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Wesley 10/05/2012

História Fantástica!!!
Poucos livros me prenderam do início ao fim. Esse foi um deles...

A história de uma mulher sem expectativa nenhuma, que chega a um lugar de destaque na sociedade, é no mínimo empolgante! A luta travada, muitas vezes contra ela mesma, mostra o lado cruel da religião islâmica, que muita gente tenta ignorar. Uma religião que não dá liberdade de expressão às pessoas e, principalmente, às mulheres não podem existir em pleno século XXI. A evolução deve ser natural, e esse termo parece que não existe entre os muçulmanos.
Recomendo a todas essa leitura para que possamos refletir sobra a influência da religião nas nossas vidas, que deveria ser de forma positiva para construir um sociedade cada vez mais justa!!!
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Drika 10/01/2011

Esse é um livro que quando se começa a ler não se quer mais parar.
Ayann, além de relatar sua vida cercada de muita opressão e sofrimento dentro de um sistema politico-religioso - o Islamismo, também nos apresenta suas idéias que, baseadas nos valores do iluminismo, são criticas lúcidas, coerentes e ferozes contra o Islã, principalmente contra a opressão às mulheres, apontando o caminho para a superação do atraso medieval. Seus argumentos podem ser aplicados a qualquer sociedade e a qualquer religião.
Apesar de tudo a escritora não se tornou uma mulher amargurada, cheia de problemas e traumas, pelo contrário, pude assitir a algumas entrevistas dela e o que vemos é uma mulher doce, serena, muito ciente de seu papel na sociedade.
É uma pessoa iluminada que acredito veio com essa missão, denunciar, criticar e, se não mudar, ao menos iniciar a mudança de mentalidade não só dos que estão dentro desse sistema, mas dos que estão do lado de fora.
O curta-metragem chamado "Submission", cujo roteiro foi escrito por ela e pelo cineasta Theo Van Gogh (assassinado por causa desse filme), pode ser assitido no youtube no seguinte endereço: http://www.youtube.com/watch?v=22-E9OODECA
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Danilo Barbosa Escritor 23/04/2010

Um relato heróico
Diante de um sistema massacrante, feito de costumes e leis rígidos, uma mulher resolveu erguer os olhos e encarar o mundo em vez de abaixar a cabeça. Em um texto ora comovente, ora chocante, Ayaan nos brinda com a sua história.
Em cada palavra a verdade sobre a vontade de uma mulher que começou mudando seu coração e acabou mudando todo o mundo a sua volta. Que usou a força que a massacrava ao seu favor, para o próprio crescimento e de menina subserviente do Islã, presa em uma gaiola de conhecimentos arcaicos, se tornou uma das 100 pessoas mais influentes do mundo atual pela revista Times. As vezes com vitórias magníficas ou com perdas irreparáveis, Ayaan tece nos fios do seu destino a sua história e prende a nossa atenção como moscas no mel.
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CrisBauer 16/07/2010

Infiel não é um livro que chora as mágoas de pessoas que sofreram nas mãos do Islã, não é a história trágica de uma vítima que sobreviveu, não é uma peça de acusação nem uma desculpa. É simplesmente a história pessoal de alguém que soube inquirir, que aprendeu a pensar por si só, que seguiu suas convicções e que fez algo para mostrar ao mundo o que ela achava que era errado.

Essa pessoa poderia ser uma pessoa qualquer, poderia ser eu ou você, desde que tivéssemos a coragem de sair desse comodismo inerte em que vivemos, que conseguíssemos pensar e debater consigo mesmo para formar uma opinião consistente e que, principalmente, nos permitíssemos mudar de opinião sempre que víssemos o erro.

Essa pessoa “qualquer” se chama Ayaan Hirsi Ali, autora de Infiel. Um livro com tantas informações que me deixou com vergonha, com a sensação de estar simplesmente parada vendo o mundo rodar. Um livro que precisarei ler de novo para apreender a idéia, aprender a história e tirar minha próprias conclusões.
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Cris Lasaitis 27/12/2010

http://cristinalasaitis.wordpress.com

Ayaan Hirsi Ali, hoje uma cidadã holandesa de 41 anos radicada nos EUA, tem o que se pode chamar de uma história de vida de arrepiar.

Nascida na Somália, aos 5 ela sofreu a mutilação genital, como acontece a praticamente todas as meninas na cultura somali. Esse procedimento é feito por cortadeiras que, como as tradicionais parteiras, são mulheres do povo convocadas pelas famílias, e o trabalho é feito sem anestesia, sem instrumentos apropriados, sem ambiente esterilizado e em geral, em situações precárias. A menina precisa ser segurada enquanto o clitóris e os pequenos lábios da vagina são extirpados, os grandes lábios são seccionados e suturados com espinho de acácia, deixando um buraquinho minúsculo para o escoamento da urina e da menstruação – no período de cicatrização esse buraco é mantido aberto por um palito de fósforo, e as pernas precisam ficar amarradas durante semanas. A vulva desaparece e no seu lugar fica uma cicatriz rígida e, por vezes, apertada e dolorida. Quando a mulher se casa, na noite de núpcias a cicatriz é aberta a faca pelo marido. Quando vai dar à luz o primeiro filho, é necessário aumentar o corte. E algumas vezes, após cada parto, a mulher é novamente suturada. As meninas que não são cortadas são estigmatizadas na sociedade somali, então praticamente todas o são (não sei se o costume perdura até hoje). Muitas morrem de infecção após a mutilação genital, muitas outras morrem de complicações decorrentes do procedimento: e todas sofrem com o trauma e as dores resultantes.

Essa experiência é só o ponto de partida da biografia de Ayaan. Em Infiel, ela faz um retrato da sociedade somali: seus clãs, sua cultura, a religiosidade… Nascida e criada dentro da religião muçulmana, e tendo morado inclusive na cidade de Meca, Ayaan narra a sua vida e a das mulheres com quem conviveu sob a opressão e a brutalidade do Islã. Ela chegou a ser espancada pelo imã que lhe lecionava o corão e quase foi morta de pancada pela própria mãe. Ayaan chegou a conhecer o fundamentalismo e combater o ocidente. A virada na sua vida se deu quando, contra a sua vontade, o pai arranjou-lhe casamento com um somaliano que morava no Canadá. No momento em que Ayaan pegou o avião para ir viver com o marido, aproveitou-se de uma escala na Europa para fugir e pedir refúgio na Holanda. Na Europa ela teve o seu primeiro choque com os valores do ocidente: via as mulheres livres, impressionava-se com as pessoas que lhe ajudavam e eram simpáticas sem querer nada em troca. Como refugiada na Holanda Ayaan recomeçou sua vida: trabalhou e conseguiu a cidadania, aprendeu a língua holandesa e conseguiu se matricular em ciência política na Universidade de Leiden. Estudando o trabalho dos filósofos, especialmente após a leitura do Manifesto Ateísta, Ayaan passou por um enorme cisma com suas crenças, sofreu o abalo de considerar que toda a estrutura ideológica do mundo em que vivera, pautado na retórica do Corão, era ficção, e nem o inferno que ela tanto temia e nem Alá existiam. Como resultado, em 2002 Ayaan afirmou-se ateísta – e o rompimento com a religião foi inevitavelmente um rompimento com a sua família. Depois de formada entrou para a política na Holanda, onde foi deputada de 2003 a 2006. Escreveu a sua biografia, virou crítica do Islã e ativista para a liberação das mulheres muçulmanas, como resultado, recebeu inúmeras ameaças de morte. Em 2004, em parceria com o cineasta Theo van Gogh, idealizou o curta-metragem Submission, sobre a realidade da mulher no Islã. As ameaças contra a vida de Ayaan explodiram, e ela contou com a proteção da polícia holandesa, mas Theo van Gogh foi assassinado na rua a facadas, e sobre o corpo dele foi deixada uma carta dizendo que a próxima vítima seria Ayaan. Atualmente ela mora nos EUA e continua com o seu ativismo, vivendo cercada de seguranças.

É difícil resenhar um livro tão profundo em tão poucas linhas e conseguir comunicar a dimensão dessa história. Há uma certa semelhança entre a biografia de Ayaan e a de Waris Dirie, a Flor do Deserto – com o detalhe de que a história da “infiel” tem menos glamour, mais violência e o fator “sorte” deu lugar a uma força de vontade invejável.

A trajetória de Ayaan Hirsi Ali é impressionante; uma mulher que escapou por uma porta inacreditável e teve coragem de vir a público enfrentar a truculência terrorista pedindo pelo fim de uma era de barbárie.

Infiel é um livro que recomendo a todos, sobretudo às mulheres. E o filme Submission, que levou ao assassinato de Theo van Gogh é este que você pode assistir no link: http://www.youtube.com/watch?v=22-E9OODECA&feature=player_embedded
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Nádia 08/01/2011

Comentário
Bem... não vou escrever uma resenha... mas fazer uma apreciação do livro. Esse livro me impressionou profundamente por trazer a descrição de uma cultura simultânea a nossa, ou seja, uma história que acontece hoje ainda, do outro lado do mundo. Ayaan nasceu no mesmo ano da minha irmã do meio, então ao ler a história de sua vida naõ pude deixar de traçar paralelos entre os dois mundos, tão distintos, em que vivemos e de que como a coragem dessa mulher transformou a sua vida. Recomendo a leitura... é fascinante.
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Beta 21/01/2011

Em novembro de 2004, o cineasta Theo van Gogh foi morto a tiros em Amsterdã por um marroquino, que em seguida o degolou e lhe cravou no peito uma carta em que anunciava sua próxima vítima - Ayaan Hirsi Ali, que fizera ao lado de Theo o filme 'Submissão', sobre a situação da mulher muçulmana. E assim essa jovem exilada somali, eleita deputada do Parlamento holandês e conhecida na Holanda por sua luta pelos direitos da mulher muçulmana e suas críticas ao fundamentalismo islâmico, tornou-se famosa mundialmente. No ano seguinte, a revista Time a incluiu entre as cem pessoas mais influentes do mundo. Como foi possível para uma mulher nascida em um dos países mais miseráveis e dilacerados da África chegar a essa notoriedade no Ocidente? Em 'Infiel', sua autobiografia precoce, Ayaan narra a impressionante trajetória de sua vida, desde a infância tradicional muçulmana na Somália até o despertar intelectual na Holanda e a existência cercada de guarda-costas no Ocidente. É uma vida de horrores, marcada pela circuncisão feminina aos cinco anos de idade, surras freqüentes e brutais da mãe, e um espancamento por um pregador do Alcorão que lhe causou uma fratura no crânio. É também uma vida de exílios, pois seu pai, quase sempre ausente, era um importante opositor da ditadura de Siad Barré - a família fugiu para a Arábia Saudita, depois para a Etiópia, e finalmente se fixou no Quênia. Obrigada a freqüentar escolas em muitos idiomas diferentes e conviver com costumes que iam do rigor muçulmano da Arábia à mistura cultural do Quênia, a adolescente Ayaan chegou a aderir ao fundamentalismo islâmico como forma de manter sua identidade. Mas a guerra fratricida entre os clãs da Somália e a perspectiva de ser obrigada a se casar com um desconhecido escolhido por seu pai, conforme uma tradição que ela questionava, mudaram sua vida, e ela acabou fugindo e se exilando na Holanda. Ela descobre então os valores ocidentais iluministas de liberdade, igualdade e democracia liberal, e passa a adotar uma visão cada vez mais crítica do islamismo ortodoxo, concentrando-se especialmente na situação de opressão e violência contra a mulher na sociedade muçulmana.
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Katia 26/02/2012

A luta da autora para conseguir sobreviver e fazer valer a sua vida é emocionante. No entanto, o excesso de descrição deixou, para mim, um texto pesado que consegui vencer pela minha curiosidade.
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