Sô 25/05/2015Depois da morte da mãe e de um divórcio, a autora resolve fazer a Pacific Crest Trail, uma rota complicada feita através de florestas e montanhas que se inicia na fronteira dos EUA com o México e segue até lá em cima com o Canadá.
A narrativa é entrelaçada entre as longas caminhadas, as lembranças de sua mãe, seu ex-marido, sua infância, seu pai ausente e suas sessões de terapia, ajudando a entender melhor a personalidade da autora e quebrando um pouco aquela monotonia de ler sobre paisagens e sobre nada acontecendo.
O que achei espantoso é ela ter decidido fazer essa trilha sem ao menos ter uma noção básica do que iria encarar. Ela nem ao menos chega a testar o peso da mochila ou lê o guia antes da partida. Ela comete vários erros (o que não é para menos), mas também umas coisas absurdas, tipo deitar num tronco de madeira enorme que estava caído no meio do caminho e ser atacada por formigas (poxa, dava para ser evitado, não?). Mas ao mesmo tempo você entende o desespero dela em fazer algo para mudar sua vida, não importa o que.
Ela encontra algumas pessoas pelo caminho fazendo a trilha também, umas incríveis e outras nem tanto, mas em sua maioria generosas e prontas a ajuda-la, o que faz com que ganhe o apelido “Rainha do PCT”.
É uma história de transformação física e mental de uma pessoa que precisava sair de sua própria vida, que estava completamente perdida e a caminhada acabou sendo a forma que ela escolheu para se encontrar.