Caio
19/11/2021Alguns dizem que esse é um dos livros mais fracos do King. Provavelmente eu também seria uma dessas pessoas se não fosse por um simples detalhe. Foi o primeiro livro do King que eu li. Até então eu só tinha lido Machado de Assis, José de Alencar e Euclides da Cunha. Tudo por “indicação” da professora de português, cobrando um resumo para tirar nota. Não estou aqui dizendo que esses autores são ruins, eu não conseguia ler nenhum deles sem um dicionário do lado, isso tornava a leitura sofrível e arrastada na época e só evidenciava a minha ignorância. Um dia ela nos passou a tarefa: Leiam Memórias póstumas de Brás Cubas e façam um resumo de tantas páginas para entregar valendo nota. Chegando na biblioteca da escola fui informado que todas as cópias do Machado de Assis estavam emprestadas. Eu já ia saindo dando graças a Deus por não ter que ler nada no fim de semana. A moça da biblioteca que também era professora de português me falou: Por que você não escolhe um outro livro?
Na época eu não questionava as ordens dos professores. Hoje sei que foi uma sugestão, mas entendi como uma tarefa. Passeie pela pequena sala da biblioteca e vi: O pistoleiro. Peguei o livro porque gostei da capa. Chegando em casa, eu larguei o livro pra lá. Joguei bola, brinquei na rua (na minha época era normal). Quando chegou a noite resolvi começar a ler. Sentei na cama, abri o livro, tomei um gole de café (Hoje isso é um ritual pra mim) e comecei a ler. Bem, como já aconteceu com a grande maioria dos leitores aqui... Olhei pela janela e o dia já amanhecia. Não percebi a passagem do tempo. Descobri ali que um livro era uma máquina do tempo, a cura contra o tédio, o contador de história que estava no meu lar ao meu dispor com um simples abrir de páginas.
Essa resenha está virando uma história... Enfim. Terminei o livro achando que era a melhor coisa que tinha lido na vida. Ainda continuo com essa sensação, mesmo depois de anos passados e de muitos livros lidos. Por isso esse livro é 5 estrelas. Mas se pudesse dar 10 assim seria. O King e o livro O pistoleiro tornaram-se muito importantes na minha vida.