Resenhas - Holocausto Brasileiro

Thais.PantaleAo 24/05/2024

Ler para não esquecer
Pesadíssimo, estarrecedor. Principalmente por ser um conteúdo jornalístico, real.
Aqui a realidade fantástica passa longe, apesar de ser difícil acreditar que os relatos aconteceram a tão pouco tempo.
Aprender com o passado para encarar o presente e repensar o futuro, isso é tudo no que eu consigo pensar.
Como são as condições atuais dos internados por questões psiquiátricas no Brasil? Em especial os internados em hospitais públicos.
Esperamos que melhor? mas esperar, nessas 200 e poucas páginas, se mostra bastante ineficaz, é preciso mais. O quão mais estamos dispostos a doar e nos envolver enquanto sociedade?

Bia @bialopes_p 24/05/2024

Tem que muito estômago pra ler!
Holocausto Brasileiro é um livro-reportagem da jornalista Daniela Arbex, lançado em 2013, que denuncia os maus-tratos ocorridos no Hospital Colônia de Barbacena a partir de depoimentos de sobreviventes, ex-funcionários e pessoas diretamente envolvidas na rotina do maior hospício do Brasil.

Carolina.Serbai 23/05/2024

? Este lugar é a antecâmara da morte.
Dor.
Dor.
Dor.
Do início ao fim, isso é a maior parte do que vemos. Um ou outro resquício quase apagado de esperança, mas a tristeza e o assombro prevalecem. Chorei tanto lendo esse livro, a cada página virada era um novo gatilho de angústia... Em nenhum momento você esquece que aquilo é real (e nem se deve esquecer), que pessoas sofreram aquilo por anos sem qualquer perspectiva de mudança ou de um horizonte diferente.
Eu, estudante de História, poderia dizer que já me acostumei a ver todo tipo de desgraça nos meus estudos do passado... Mas a verdade é que jamais conseguirei ficar neutra perante os horrores que o ser humanos é capaz de realizar.

robertinhaoc 20/05/2024

Nossa história
Primeira vez que tenho contato com a autora e to intrigada e obcecada. Muito se dá pelo toque jornalista de não deixar passar nenhum detalhe, mas nessa obra, Daniela Arbex consegue nos levar para dentro do trágico hospital com nome de Colônia e faz com que queiramos lutar para tirar todas aquelas vítimas dali! Incrível!

Gabrielle517 20/05/2024

Obra extremamente importante para se entender o por que da luta antimanicomial.
As atrocidades vividas por homens, mulheres e crianças não devem ser esquecidas, devem ser motivo de luta para que não se repita.
Infelizmente, ainda existem locais assim,e por isso devemos lutar contra eles.

Livia963 20/05/2024

Uma leitura obrigatória para todos os brasileiros. O livro aponta e mostra as vertentes da nossa sociedade, revelando o maior horror da história da psiquiatria em nosso país. O livro retrata o preconceito e intolerância da sociedade e a falta de assistência a fim de assistir pessoas com doenças mentais e deficientes, estigmas que persistem até a atualidade no meio social. A narrativa da história explica com detalhes, o início, meio e fim de um acontecimento que marcou a sociedade brasileira drasticamente, em número de mortes, atrocidades e descaso governamental em relação aos marginalizados. A colônia, como era chamado o hospício de Barbacena MG foi um local de desumanização e fragmentação da sociedade. Em que pessoas foram isoladas e maltratadas, tendo seus direitos básicos feridos. Um genocídio de âmbito nacional, a qual a cultura da opressão e a descriminação são os vilões principais da história. Uma narrativa de percas e reencontros, a história traz o ponto de vista de diversas pessoas, poucos deles são vítimas vivas, poucas que sobreviveram a tal homicídio. A luta antimanicomial é necessária, a fim de garantir a humanidade de uma sociedade desigual e preconceituosa.

Juma55 19/05/2024

Esse assunto devia ser mostrado nas salas de aula
Esse livro é muito impactante, não só as imagens que transmite o horror que era o local, mas também os relatos de cada ser que pode ter a chance de contar sobre sua história. O que me deixou mais enojada ao ler foi o modo que os políticos tinham o cinismo de achar que aquele local era perfeito e tinham a capacidade de fazer aquele local ser algo escondido para muitos. Este livro deveria ser uma leitura obrigatória nas escolas, como meio de mostrar que uma barbaridade dessas já aconteceu no nosso país.

Allana206 18/05/2024

Emocionante
Um belo livro que faz você pensar sobre as reviravolta da vida e como a ignorância tratou as doenças mentais de forma totalmente errônea

Lessandra2 17/05/2024

Só para quem tem culhão
Sim, esse livro é um soco no estômago, é um tapa na cara e é um grito sufocado por anos. O título já diz por si só o que foi esse momento tenebroso na história do nosso país... OBS: é chocante saber que os acontecimentos de Barbacena ainda não são difundidos na população brasileira e que tem pessoas que nunca nem ouviram falar desse fato.
É um livro-reportagem que denuncia um genocídio no Hospital Colônia, o maior hospital psiquiátrico da época. É repleto de fotografias e relatos que irão ecoar por muito tempo na tua memória. Se prepare, mas não deixe de ler.

jeunelily 16/05/2024

[...]representa a vergonha da omissão coletiva[...]"
Livro importantíssimo para nós lermos e não deixarmos cair no esquecimento a história de vergonha do nosso país e de seus governantes da época, e o sofrimento de pessoas inocentes.
acham um absurdo tratar como "holocausto", mas é impossível não ver o Colônia como um campo de concentração brasileiro.
dou 5 estrelas na resenha para não diminuir a nota de um livro que é muito importante para a história do Brasil, entretanto confesso que não gostei da ordem que a autora decidiu escrever e depois dos 60% ficou muito cansativo.

"quem aqui [Hospital Colônia] entrou perdeu toda a esperança."

maeloalencar 15/05/2024

Uma triste realidade
Esse livro é muito necessário para todas as pessoas entender a importância de tratarmos dos deficientes mentais.
Eu tenho irmão autista de 14 anos, fiquei abalada com os relatos e penso como alguém seria capaz deixa essas pessoas nas piores condições possíveis.

ari 14/05/2024

Holocausto Brasileiro
O trabalho da hotline foi incrível, transmite a dor de cada história contada e das que não tiveram a chance, passa o sentindo de revolta com algo tão absurdo acontecendo a relativamente pouco tempo atrás bem aqui no nosso país, coisas as quais quando vemos parece ser ficção de tão triste e absurdo.
As histórias foram muito bem contatas e descritas, as imagens somaram com os fatos e intensificou os sentimentos de quem esta ali lendo, acho uma leitura NECESSÁRIA não só para conhecermos melhor sobre o nosso pais, mas sobre a humanidade também.

MariLê 13/05/2024

Leitura obrigatória
Acredito que o livro seja uma leitura melhor após ter visto o documentário. Segui essa ordem e acredito que agregou mais. O livro é pesado, quase me deu uma ressaca literária, mas é importantíssimo de ser lido. Dito isso, deixo um trecho que marquei.

"Ontem foram os judeus e os loucos, hoje os indesejáveis são os pobres, os negros, os dependentes químicos, e, com eles, temos o retorno das internações compulsórias temporárias. Será a reedição dos abusos sob a forma de política de saúde pública?" - pág 269.

"Afinal, a literatura é um dos caminhos para o reencontro com nossa humanidade." - pág 277

Júlia 10/05/2024

O retrato necessário de um genocídio
Um livro pra chorar, não acreditar, se emocionar, voltar a acreditar. Um livro para ver os comportamentos injustos determinados por uma estrutura injusta. Para perder e reencontrar a fé nos seres humanos. Um livro que contempla o paradoxo: a sensibilidade e a delicadeza humana, pois somos seres que podemos guardar um ferimento ou cicatriz na alma por décadas, e a resiliência humana, a força que mantém mesmo os mais feridos em pé.
“Tive que” ler esse livro como tarefa de uma bolsa na Universidade. Com resistência, ingressei no universo do Colônia, enorme hospício que começou suas atividades no início do século XX, na cidade de Barbacena. Desde o primeiro capítulo, os horrores são retratados de forma crua, não poupam o leitor de tudo que sustenta a certeza da escritora de que se tratou de um genocídio. Convicção essa que Franco Basaglia, ícone da reforma psiquiátrica no mundo, não precisou de mais do que uma visita ao Colônia para também possuir.
É difícil suportar saber e ler o que os sobreviventes suportaram viver e contar a Daniela Arbex, autora do livro. A ojeriza social aos que não cumprem as regras, aos que não se adaptam a uma sociedade conservadora, aos negros, aos com deficiências e dificuldades, despacha a muitos no “trem dos loucos”. Quando chegam ao Colônia, se tornam propriedade do Estado brasileiro e do seu projeto de extermínio. Aliás, as fotos que compõem o livro não deixam que as palavras sejam exageros. São o retrato do abandono, de pessoas fragilizadas relegadas às moscas e à sujeira.
Depois de conhecermos a esses personagens principais, esses que tiveram suas histórias e condições de vida no hospício apagadas, podemos nos conectar com histórias mais leves. Alguns capítulos depois da metade do livro contam a história do fotógrafo que, em 1961, registrou o que lá acontecia, e as visitas de Foucault e Basaglia ao Brasil. Retratam as causas e condições para que a exposição do horror rompesse com a indiferença, e o cenário da saúde mental em Minas Gerais e no país começasse a mudar.
Termina nos falando que o Colônia não é passado. Continua necessário o cuidado para que a lógica do manicômio, que fragiliza ainda mais e apaga histórias e sonhos de pessoas em sofrimento mental, seja percebida e superada.

Lyohany 09/05/2024

4/5
"Nada se perdia, exceto a vida".

Leitura dolorosa e esclarecedora. A narrativa se torna um pouco repetitiva nos últimos capítulos, mas nada que tire o crédito do trabalho excepcional da jornalista.