Pris 24/07/2009
Nunca tinha lido um livro do Mario Prata Antes, adorei o jeito dele de contar histórias. Sem contar que a idéia dele, nesse livro, foi genial. Mas sabe, quando eu era criança, eu tinha uma 'frase preferida do mundo todo': Quem conta um conto aumenta um ponto. É isso. Achei algumas partes um pouco forçadas, algumas desnecessárias, algumas extremamente brilhantes. Simples e profundas.
A minha preferida, talvez:
Aninha de Francesco, criança (Jundiaí, 1986)
Tinha dois anos e meio, cabelos cacheados loiros, olhos azuis. Olavo Bilac diria que era uma boneca. Foi quando a Cíntia, a mãe, (...) resolveu cortar um pouco daquele cabelo. Pegou uma enorme tesoura que apavorou a indefesa criança.
A Aninha, aterrorizada, sai correndo pela casa e a mãe atrás, com a tesoura. Depois, com muito jeito, foi explicando.
- Não dói, filhinha. São só dois dedinhos, prometo.
A menina, chorando, abre as mãozinhas trêmulas, olha para os dedinhos:
-Quais?