Mapplehead 03/07/2023
Essa não é nem de longe uma resenha crítica sobre o livro, na verdade, é apenas meus comentários curtos e singelos sobre isso, porque acho difícil julgar uma autobiografia ? principalmente quando é sobre sobreviver um genocídio, sobreviver ao holocausto. Como posso julgar o que é verdade e o que é mentira? O que é exagerado ou pouco descritivo?
Eva trouxe, para mim, um sentimento de angústia que não sentia há muitos anos, desde que parei de ler livros sobre o holocausto. A angústia que só sinto quando leio livros escritos por sobreviventes, não historiadores. Uma experiência pessoal e íntima, não dados factuais.
A verdade é que Eva trouxe sua história, a de Heiz (seu irmão), Pappy (seu pai), Mutti (sua mãe) e de outros milhares de judeus, gays, ciganos e negros, todas aquelas minorias e de religiões desprezados pelos nazistas. Ela traz a história de Otto, o pai de Anne Frank, após a guerra, e que é possível, apesar das dificuldades, não apenas sobreviver após isso, mas VIVER.
Eva traz questionamentos e novas perspectivas sobre a vida, e por isso, apesar de já ter lido uma cota de livros bibliográficos escritos por judeus, Eva ainda pode me ensinar mais. Espero que aprendam com ela também.
" Há alguns meses, quando terminei meu discurso em uma determinada ocasião, olhei para a sala repleta de alunos
Uma garota de olhos escuros levantou a mão, hesitante, e perguntou:
?Você acha que isso pode voltar a acontecer?
Não posso responder isso, mas talvez você possa. Será que pode voltar a acontecer? Eu espero que não."