Sargento Getúlio

Sargento Getúlio João Ubaldo Ribeiro




Resenhas - Sargento Getúlio


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Ana Seerig 18/07/2020

Outro sotaque brasileiro
"Como é que eu posso sumir, se primeiro eu sou eu e fico aí me vendo sempre, não posso sumir de mim e eu estando aí sempre estou, nunca que eu posso sumir." (p. 84)

São passagens como essa que fazem a gente se aproximar de Getúlio Santos Bezerra, um sargento que nada mais quer que cumprir a missão que lhe foi dada. Alheio à política, o que lhe importa é manter sua palavra, nada além. Ele prometeu levar o prisioneiro até Aracaju e é isso que pretende cumprir, mesmo quando lhe dizem que a missão foi cancelada.

É um livro curto, mas a leitura não é fácil. Toda a narrativa é em primeira pessoa, com a inconstância de um monólogo e o sotaque sergipano da época (Ubaldo cresceu em Sergipe). O próprio autor traduziu pro inglês - o que serviu de referência para edições em outros idiomas -, mas eu imagino que metade da história se perdeu no caminho. Como se traduz a fala regional?

A escrita difere tanto de "O sorriso do lagarto" que é inevitável constatar que João Ubaldo Ribeiro foi um grande escritor. Me pergunto como foi possível passar tanto tempo consumindo literatura nacional (não-obrigatória) sem ouvir menção a seus livros.

"Sargento Getúlio" é uma história brasileira demais, com um personagem que encanta pela inocência de quem acreditou que o destino da vida é "ser macho", sem pensar em política ou almejar bens materiais. Em meio à poeira do Nordeste, passar fome é detalhe, o importante é cumprir com a palavra, sem medo. Adianta viver bastante e acomodado? Por isso que Getúlio retrata bem o Brasil. Diferentes gerações de brasileiros, de norte a sul, foram movidos pela teima, estivessem certos ou não.

É o tipo de livro que volta e meia vai ressurgir na cabeça, do nada, e a gente tenta lembrar quem contou tal história - provavelmente vou demorar pra lembrar que foi Getúlio.

site: https://www.instagram.com/anaseerig/
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Andre 19/05/2020

Incomum, com seus parágrafos longuíssimos, exige concentração e atenção, mas a maneira que é escrito e a linguagem usada tornam essa tarefa relativamente fácil depois que você se acostuma. É uma história de violência, onde tudo é violento, a política, a terra, o clima e as pessoas.
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Catarine Heiter 30/04/2020

Um romance regionalista, que narra os caminhos (e os percalços) percorridos por um sargento durante o transporte de um prisioneiro político. Uma rica aventura se desenrola em cada momento desta breve jornada, mas não é logo de cara que o leitor consegue compreender (e se afeiçoar) o que está acontecendo. A narrativa é bastante peculiar na sua forma de se apresentar e na forma como explora um vocabulário agreste/sertanejo. Foi fabuloso adentrar este ‘causo’ e me sentir sendo o interlocutor do protagonista. Adoro obras que exploram esta experiência do vocabulário regional e peculiar, o que para muitos leitores pode ser justamente a fonte de muito martírio. Eu recomendo!
Esta leitura foi motivada pelo desafio DLL 2020, na categoria Clássico da Literatura
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Biblioteca Álvaro Guerra 20/12/2018

Uma tragédia grega transposta para o sertão nordestino.
Sargento Getúlio, de 1971, é inspirado num episódio real: um homem conhecido como sargento Cavalcanti, gravemente ferido a tiros num atentado em Paulo Afonso, foi resgatado pelo pai de João Ubaldo, que então chefiava a polícia de Sergipe, e trazido com vida para Aracaju. Não podemos esquecer que estava no auge a ditadura militar, contra a qual João Ubaldo exprimia seu protesto, empregando uma inovadora forma literária.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/
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Filipe 11/12/2023

O mais interessante deste livro certamente é observar como o autor tipografou o linguajar do interior rural brasileiro, onde junção de pedaços de fragmentos palavras formam uma palavra só. Como mineiro, reconheci muitos dos exemplos apresentados, mas confesso que, no início, dificultou um pouco a leitura ao me causar estranhamento com muitas outras palavras desconhecidas.

Não é uma história grandiosa mas, na cabeça do narrador-personagem, é. Sargento Getúlio narra os delírios de uma vida em que flutuou entre combater e cometer crimes, no conhecido estilo do detentor da lei no extremo interior brasileiro. Acredito ser um retrato fidedigno de muitas figuras da nossa história.
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Deco 14/11/2022

Regionalismo confuso
Essa foi a primeira obra de Ubaldo Ribeiro que li. Conta a historia do Sgt Getúlio, que recebeu a missão de transportar um preso de PAULO AFONSO/BA até ARACAJU/SE.

Toda a história é narrada pelo próprio Sgt Getúlio, como se estivesse contando para um amigo, ou ainda, refletindo consigo mesmo, com todos os regionalismos e expressões da época.

O livro é um pouco confuso pela linguagem e pelo estilo de narrativa, mas aos poucos me acostumei e fluiu melhor.

Acredito que o foco da obra seria a propria psique de Getúlio e a sua violencia contida (ou incontida) contra o prisioneiro comunista.

Apesar do renome do autor, não me agradou tanto.
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Adriana Scarpin 14/09/2015

É um western passado em Sergipe, o uso da linguagem que Ubaldo faz é extraordinário.
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Claudio 19/05/2024

Grande sertão à João Ubaldo
João Ubaldo é dos maiores escritores do Brasil e seu romance de estreia é uma das provas disso. Eu já tinha lido outros dele e, como nos outros caso, esse aqui me arrebatou.
Com muita oralidade, cheio de neologismos e com uma história atravessando um Brasil parado no tempo, dá pra dizer que Ubaldo bebeu na fonte de Guimarães Rosa e aplicou seu estilo e seu humor.
O nosso personagem título é um oficial/jagunço violento e seguidor de ordens, que tem a missão de levar um preso até Aracaju. A missão é repleta de desafios que nos são contados pelo Sargento Getúlio, relatos sempre acompanhados de suas opiniões.
Um clássico que precisa ser muito mais lido e discutido.
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Carla.Parreira 15/10/2023

Sargento Getúlio
?
A história tem uma oralidade nordestina, com uma linguagem caracteristicamente arcaica, barroca e lírica. Retirei um pequeno trecho apenas para exemplificar o realismo telúrico da época e definir o ?cabra-macho? do personagem principal:
?...O senhor já ouviu falar de meu nome, Getúlio Santos Bezerra, sou eu mesmo e quando eu dou risada pode todo mundo tremer e quando eu franzo a testa pode todo mundo tremer e se eu bater o pé no chão pode todo mundo correr e se eu assoprar na cara de um pode se encomendar. Sou curado de cobra e passo fome, passo frio e passo qualquer coisa e não pio e se me cortarem eu não pio. Durmo no chão, durmo em cama de vara, durmo em cama de couro, ou então não durmo e quem primeiro aparecer, primeiro quem atira sou eu e quando atiro não atiro nas pernas, atiro na cara ou atiro nos peitos e os buracos que eu faço às vezes é um em cima do outro e tem uma coisa: em Sergipe todo não tem melhor do que eu e se eu lhe digo que não tem um melhor do que eu em Sergipe, não vejo esse bom, estou lhe dizendo que não tem melhor no mundo, porque essa é uma terra macha e eu sou o macho dessa terra...?
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Andrea 25/04/2011

Na mente do personagem
O romance de João Ubaldo Ribeiro concentra toda a narrativa na mente e voz do personagem Getúlio Santos Bezerra, um sargento que recebe a missão de capturar em Paulo Afonso um prisioneiro político e leva-lo até Aracaju.

Quando terceiros informam que a missão foi abortada e o homem deve ser solto, Getúlio não aceita e resolve levar o prisioneiro até o seu chefe de qualquer jeito, sem se importar com o preço.

Entre momentos de megalomania, referências a Lampião, críticas políticas, o livro leva o leitor a rir da forma pitoresca do personagem falar. Assim como suas contradições, pois se em um momento ele quer ter vários filhos machos, em outro condena os moradores da beira do rio por não pararem de ter filhos. Entre degolas e motivos pelo qual ele poderia ser deputado, acompanha-se a sua teimosia suicida e a presença de outros personagens.

Resenha completa em: http://literamandoliteraturando.blogspot.com/
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Danielle 30/10/2009

No inicio, quase pirei com a forma como a narrativa é contruída, sem pontuações e se passando totalmente na cabeça do personagem principal. Quase abandonei a leitura.Precisei ler sublinhando, para não me perder. Mas depois peguei o ritmo e entrei totalmente no universo proposto pelo autor, chegando a simpatizar com a obra. Mas está longe de ser um dos meus livros favoritos.
almeidarenato91 22/07/2011minha estante
Também quase desisti pela escrita carregada de regionalismo. Mas mesmo com dificuldade de entender os pormenores, você se sente grudado à trama.


Baixando 16/04/2013minha estante
Baixar o Filme - Sargento Getúlio - Adaptação do romance de João Ubaldo Ribeiro - http://mcaf.ee/k4i8a




João Luiz 12/05/2017

Sargento Getúlio é um policial que recebe uma última missão antes de sua aposentadoria. Deve levar um preso político de Paulo Afonso até Aracaju, durante a viagem ao lado de seu colega e motorista Amaro, irão passar por várias dificuldades e reviver velhas lembranças. Um livro muito interessante, com uma linguagem bem regional que poder ser uma dificuldade para algumas pessoas, mas nada tão difícil. Uma excelente história que enaltece nossa cultura!
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