Sargento Getúlio

Sargento Getúlio João Ubaldo Ribeiro




Resenhas - Sargento Getúlio


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Erika 08/11/2015

Viagem demorada!
"Eu sumir, eu sumir? Como que eu posso sumir, se primeiro eu sou eu e fico aí me vendo sempre, não posso sumir de mim e eu estando aí sempre estou, nunca que eu posso sumir. Quem some é os outros, a gente nunca. (...)"
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Amanda3913 03/04/2022

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A leitura é confusa por conta do estilo de escrita, João Ubaldo utilizou do fluxo de consciência para deixar os leitores imersos na cabeça do Sargento Getúlio. Além dos regionalismos e palavras pouco usuais.
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Paulo Sousa 28/07/2018

Sargento Getúlio
Lista #1001livrosparalerantesdemorrer
Livro lido 3°/Jul//36°/2018
Título: Sargento Getúlio
Autor: João Ubaldo Ribeiro (BRA)
Editora: @edifora_alfaguara
Ano de lançamento: 1971
Ano desta edição: 2015
Páginas: 163
Classificação: ??????
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"Eu ia ser o maior cangaceiro do Brasil, o maior piloto de jagunço do Brasil e ia ter a maior tropa. E não me chamasse de sargento, me chamasse de capitão. Ou me chamasse de major" (Pág. 126).
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A tarefa era simples: levar um cruel e influente prisioneiro político udenista de Paulo Afonso até Barra dos Coqueiros, município conurbado com Aracaju. Mas, no meio do caminho, uma reconfiguração nas alianças de poder leva o mandante da prisão a ordenar ao sargento Getúlio Santos Bezerra abandonar a empreitada e liberar o prisioneiro.
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Homem bruto do sertão, talhado nas mortes e experiente em tirar sangue, Getúlio se recusa a obedecer as ordens -- carregadas por terceiros -- e, desconfiando dos mensageiros armados, reitera que levará o prisioneiro até o Coronel Acrísio. "[...] vou levar esse traste arrastado ou espetado, naquele hudso até Aracaju, e chegando lá apresento ele". Seus únicos companheiros de viagem são o motorista Amaro e um velho Hudson.
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É claro que a empáfia do sargento não sai barato: à medida em que avança em direção à capital e a vegetação seca dá lugar aos mangezais, mais se envolve em brigas e conflitos armados. Com uma noção de honra própria de um vassalo e a valentia de um guerreiro, não aceita desaforo nem afrouxa seu sistema de valores particular. A preparação psicológica e a experiência em combate, por outro lado, fazem do sargento um homem que vale por vinte!
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João Ubaldo Ribeiro se inspirou nas histórias reais narradas por seu pai, Manoel Ribeiro, que fora chefe da Polícia Militar de Sergipe, para escrever Sargento Getúlio, publicado em 1971. A narrativa se passa em torno da segunda metade do século 20, quando metralhadoras eram uma raridade no arsenal da Polícia Militar -- principalmente no interior nordestino. A primeira ideia que vem à mente quando o leitor se depara com o título e a capa da nova edição -- um muro velho crivado de balas -- é violência. Mas o autor trata de mostrar a humanidade que existe debaixo de toda a camada de brutalidade e revela sentimentos ainda menos compreensíveis: rancor e medo.
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O livro é narrado em primeira pessoa -- na verdade é um monólogo -- e o discurso é sempre indireto, embora entrecortado com alguns poucos diálogos. O domínio do tempo na narrativa é extremamente complexo -- não é à toa que rendeu um Prêmio Jabuti ao autor na categoria "Revelação. Em alguns momentos, o personagem descreve eventos que se passaram muitos anos antes que tiveram muito ou pouco impacto em seu caráter. Em outros, narra um tiroteio no qual se envolveu há poucos dias com riqueza e precisão de detalhes.
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O monólogo é calcado no linguajar típico do interior nordestino, coloquial, quase um dialeto. Ubaldo resgata e ressignifica termos que jamais seriam ouvidos em uma conversa de esquina atualmente. Tudo na linguagem remete à cultura popular que, como o leitor haverá de descobrir, é riquíssima e complexa. Esse aspecto mostra um lado do coronelismo que ninguém se importa muito de conhecer: o dos matadores, jagunços, dos cabras simples e ignorantes que, a mando do político ou coronel, agem sem piedade. Numa tremenda inversão, o autor traz o desumano violento para a ribalta e coloca os graúdos mandatários na periferia, criando uma denúncia contundente contra uma estrutura de poder que desafia leis e estabelece seu próprio comando. De repente os bandidos não são tão simplórios, eles têm uma história, têm desejos, cultura, alegrias e gostam de viver. Alguém tirou isso deles.
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A trajetória é concluída quando Getúlio se vê diante da 'força', um destacamento de soldados. "Aquele homem que o senhor mandou nessa condição, no hudso preto com Amaro, que nem estava lá na hora e estava dormindo na Chefatura ou olhando os crentes na Rua Duque de Caxia, que ele apreciava os cantos dos crentes, eu acho, pois então, aquele homem que o senhor mandou não é mais aquele. Eu era ele, agora eu sou eu". A viagem transforma o sargento, muda seu pensamento, dá uma nova perspectiva. Vale, e muito!
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Pedro Nabuco 15/08/2015

Obra prima
Sargento Getúlio é uma pequena e diferente epopeia. Um sargento da polícia que tem uma missão e vai cumpri-la de qualquer modo.
A história é narrada em primeira pessoa, e nos é apresentada por um protagonista marcante. João Ubaldo consegue criar um "cabra macho sertanejo" da mais alta estirpe e desenrolar nele até mesmo questões existencialistas.
Este livro é facilmente uma das melhores coisas que já li.
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Gustavo.Romero 12/12/2018

Uma fábula sobre sobre ser brasileiro
Sargento Getúlio não é un livro que se apresenta simpático ao leitor: até seu terceiro capítulo, João Ubaldo exagera na tonalidade do regionalismo e transforma o texto, paradoxalmente, em prolixo. Porém, a partir dessa altura (quando o protagonista se dá conta que sua "missão" fora abortada por ordens superiores) a força do livro finalmente se impõe. João Ubaldo suprime qualquer distinção formal entre o ambiente externo e a mente do protagonista, e desse emaranhamento entre ação e pensamento forja o caráter de um tipo ideal sertanejo, que reflete a nossa própria formação como brasileiros, aquele tipo que Sérgio Buarque chamaria de "homem cordial ": o indivíduo de moral ambígua, insensível à constante banalização do mal, crente apenas em seu próprio discernimento, capaz igualmente de amar e odiar no mesmo ato, vilão e vítima do processo de endogeinizaçao da violência estrutural e da corrupção do "governo" e da "legalidade". Getúlio é o brasileiro típico, marginal por definição, que ao final do dia tem que se virar sempre por conta própria.
O brilhante desfecho do livro descreve a falta de perspectiva de nossa realização individual enquanto cidadão e nossa covardia e medo sufocados sob os rótulos da (pseudo) valentia - quanto mais próximo de sua morte, mais Getúlio se envolve na ilusão do "cabra macho". Observe-se que o fluxo narrativo entre a descrição e ilusão se torna definitivamente indistinto logo após Getúlio se recordar do farto almoço servido na casa de um "udenista" - supostamente adversário da "nação", mas amigo pessoal do "chefe" de Getúlio. Essa é a imagem mais impactante do livro: a suposta "oposição política" nacional nada mais faz do que se empanturrar com a fome de intelecto do populacho, cuja capacidade cognitiva fragmentada pelo processo permanente de violação apresenta como resposta à opressão apenas o esconderijo da ilusão e negação. Em suma, Getúlio é a síntese de nossa complexidade enquanto indivíduos negativos, nunca capazes de ações verdadeiramente afrimativas.
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ÃLINHO 21/03/2012

Confesso que fiquei um tando decepicionado com o livro, pois acabo de ler "O SORRISO DO LAGARTO",que achei muito bom, bom não, ótimo e me despertou para conhecer melhor a obra do João Ubaldo. Já estou com um novo no forno para ler, "VIVA O POVO BRASILEIRO", que vou começar e assim tiro minhas conclusões.
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Juliane4 02/12/2023

O livro descreve a jornada de Getúlio através do sertão, explorando sua psicologia, dilemas morais e as complexidades sociais da região. Sargento Getúlio é notável por sua linguagem rica, estilo literário único e pela maneira como aborda questões culturais e políticas. A obra é uma reflexão profunda sobre a condição humana, o poder, a justiça e os conflitos regionais.
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Paulo.Balbe 13/02/2024

Esperava mais
Difícil criticar algo tão incensado por grandes autores da literatura brasileira. Todavia, o livro não me causou uma boa impressão.
Uma narrativa violenta, repleta de regionalismos e linguagem regional arcaica.
A impressão que se tem é de estar assistindo uma novela de época sobre o cangaço (mas é posterior, possivelmente nos anos 40 ou 50). Texto corrido, sem parágrafos ou vírgulas.
Eu diria que talvez a narrativa impressione quem tem origens no nordeste brasileiro.
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