Queria Estar Lendo 08/06/2015
Resenha: A Queda do Governador - Parte 1
Ai ai... Esse livro odioso. Esse Governador desprezível. Essa história que pegou minhas emoções e jogou num moedor de carne enquanto eu era obrigada a assistir. Se eu pudesse jogar um só personagem nos nove círculos do inferno, em pedacinhos, eu escolheria o Governador sem pensar duas vezes.
Retomando de onde parou, com uma pequena passagem de tempo, A Queda do Governador alterna diversos pontos de vista. Os principais são do Governador, lógico, e da Lilly Caul - sim, a menina medrosa do outro livro? Pois é, a personagem cresceu, amadureceu e virou uma desgraça na minha vida. Porque não, não gosto de quem apoia o Governador. Não gosto de quem não vê o DEMÔNIO que é o homem que governa Woodbury, que não enxerga as crueldades por trás da "defesa" dele, que não entende que satanás às vezes passa dos limites.
Eu só queria que ela parasse de apoiar ele cinco minutos e pensasse em como tudo parece suspeito ali. SÓ CALE A BOCA E ESCUTE A VOZ DA RAZÃO, LÍLIAN!
A história toma rumos quando um avião cai perto dali. Entre tretas a respeito dos corpos dos tripulantes e do Governador sumindo com os corpos dos mortos para levar ao seu apartamento - porque ai ai, lembra da Penny? Se você assistiu a série ou leu os quadrinhos, sabe porque eu perguntei isso - acontece de três sobreviventes chegarem a Woodbury. Um moço coreano, uma mulher negra com rastafaris e dona de uma katana e um homem branco de cabelos claros - que em algum momento de sua vida foi um xerife. Pois é, Glenn, Michonne e Rick, nossos queridos companheiros de série.
Lá em Woodbury, no entanto, eles são desconhecidos; e a Lilly, aquela jamanta, acredita na história do Governador sobre as 'ameaças' a cidade que são os três - mesmo que o Rick tenha perdido a mão e o Governador nunca mostre o que está fazendo com a Michonne e o Glenn (NESSAS HORAS EU GRITO AOS VENTOS O QUANTO AMO O GOVERNADOR DA SÉRIE!). A partir dai acho que é muito spoiler contar o que vai rolando conforme acompanhamos a tensão crescer em cima desses prisioneiros e do que será feito deles - e também com a pergunta "de onde eles vieram?", "onde é o ninho de sobrevivência deles?". Sim, se você pensou na prisão, parabéns.
"Estão se desapegando do luto, do medo do passado. Têm um futuro agora."
Eu não quero falar sobre o nojo que senti do Governador durante esse livro. Principalmente a respeito da Michonne. A narrativa é bem mais pesada, as descrições são perturbadoras, e depois de ler eu só queria o Philip queimando numa fogueira com um espeto enfiado naquele lugar. O GOVERNADOR NÃO É HUMANO, ELE É SÓ... UM MONSTRO. SÓ ISSO.
Lilly foi outra insuportável. Não a ponto de ser asquerosa igual o Governador, mas por ser tão cega. Tão cega pela segurança recém-conquistada que não vê as atrocidades feitas pelo homem para garantir aquilo; tão cega pela possibilidade de proteger Woodbury dos invasores que não percebe que Rick e cia não são ameaça porcaria nenhuma, mas que o Governador é! Tão bobona pela felicidade que encontrou em Austin, um rapaz charmoso e adorável, que quer vivê-la sem se importar com as consequências. Isso me irritou MUITO! Eu odiei a Lilly do momento em que ela mostrou apoio ao Governador até o fim da série.
Fora isso, graças, temos alívios queridos no médico da cidade, que é a parte "racional" daquela joça sem sentido que é Woodbury. Alice, a enfermeira, que aparece pouco mas aparece lindamente, e Michonne, toda poderosa e rainha da minha vida, que mesmo sofrendo pacas não cai. Nunca. ESSA MULHER É MINHA HEROÍNA!
"- Furadeira elétrica. - diz Michonne. - Deve tê-la carregado recentemente... A bateria está cheia.
Ela caminha na direção do Governador apertando o gatilho da furadeira, iniciando o motor. O ruído lembra o rilhar de um instrumento dentário.- Acho que começaremos com ela."
Foi o livro mais psicologicamente perturbador da quadrilogia, na minha opinião, mas continua sendo uma boa leitura. O Jay continua arrasando na narração e nessa incrível capacidade de prender sua atenção do início ao fim! 4 estrelas merecidas (sim, eu tirei uma estrela por causa do Governador e da Lilly, me processe).