Corações Feridos

Corações Feridos Louisa Reid




Resenhas - Corações Feridos


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Vanessa Sueroz 11/10/2013

Neste livro iremos conhecer Rebecca e Hephzi, duas irmãs gêmeas um pouco diferentes, inocentes, e batalhadoras, que definitivamente não tem uma vida fácil. Seus pais – Roderick e Maria – são muito religiosos, na verdade seu pai é pastor, e com isso as meninas sempre viveram neste mundo onde a religião domina a vida das pessoas. Rebecca tem um problema de nascença no rosto e tem mais dificuldade ainda de se enturmar.
É triste ver que as gêmeas nunca tiveram amigos e sempre tiveram castigos muito severos por pequenas bobagens. Estudar em escola? Jamais, estudos só dentro de casa e brincar nem pensar. Tudo isso colabora para uma vida bem complicada onde as missas de domingo são um pesadelo.

Depois de muito insistir por anos a fio as meninas convencem o pai de deixa-las cursar o ensino médio em uma escola normal, o que o pastor não tinha percebido é que isso poderia abrir os olhos das filhas, um mundo novo cheio de liberdade e sonhos estava entrando.

O problema de Rebecca influencia sua vida de tal forma que ela não aproveita muito bem essa nova liberdade e tem muita dificuldade em fazer novos amigos, afinal o pessoal do colégio não perdoa uma, e Rebecca passa a sofrer bulling. Por outro lado sua irmã Hepzi acha a melhor coisa do mundo a nova escola e logo está rodeada de amigos, mas nem tudo dá certo.

Resenha completa:

site: http://blog.vanessasueroz.com.br/coracoes-feridos/
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Leitora Viciada 15/10/2013

A história das gêmeas Hephzibah e Rebecca me tocou de tal forma que estou ciente de ser incapaz de tecer uma boa resenha. Como conseguir transmitir tudo que pensei e senti com este livro? Ele não é apenas comovente e emocionante, mas sufocante e melancólico! Por vezes, um tanto chocante.
Como posso me livrar das personagens, dos acontecimentos? Como parar de imaginar as inúmeras probabilidades de como a vida em Corações Feridos prosseguiram? Mesmo com o final do livro vislumbro diversos futuros...
É tão difícil um livro provocar em mim não apenas reações psicológicas, mas também físicas... E Corações Feridos é um desses livros poderosos. Senti meu coração tão ferido, dolorido, dilacerado quanto os das personagens e não me deixam em paz. As páginas se transportaram para as paredes de minha mente e choram...
Então esta é uma tentativa racional de avaliar um livro que muito me comoveu.

A capa mostra uma cena triste, sombria: Uma moça de costas em frente a um túmulo. No entanto o que mais segura minha visão é o título branco combinando com os desenhos de galhos logo acima. Pois nessa história, uma velha árvore é presença marcante. A cada início de capítulo temos ramos ao vento, como garras ou a representação de algo ininterrupto. Cada leitor interpreta à sua maneira.
Um dos melhores pontos do livro certamente é a estrutura. É dividido em duas partes: "Parte Um - Rebecca e Hephzibah"; e "Parte Dois - Rebecca". A primeira parte é quase a totalidade do livro e possui capítulos com narradoras e linhas temporais alternadas. Sempre em primeira pessoa, lemos a história contada por Rebecca em um capítulo e no próximo é a vez de Hephzibah contar. Pontos de vistas diferentes, o mesmo sofrimento. O mais tocante é que os capítulos de Rebecca sempre possui a observação "Depois" e os de Hephzibah, "Antes".

Porque Hephzibah faleceu e seus capítulos são relatos de quando estava viva e flertava com sonhos de uma adolescente comum e... enfrentava pesadelos de uma prisioneira e sofredora. Analisando a menina é impossível descobrir o que mais crescia nela: A vontade de soltar as amarras, o medo de arrebentar essas correntes ou não conseguir parar de imaginar uma vida diferente, linda e comum. Fugir do assombro que é o lar dela e da irmã. A chance de estar pela primeira vez na escola, com adolescentes normais, lidando com gente normal, faz a moça entrar em êxtase e desejar mais felicidade.
É triste ler sua narrativa, logo que desde a sinopse sabemos que ela morreu. Então desfrutamos dos breves momentos normais que ela consegue ter como se fossem nossos únicos também. É quase insuportável ler e saber que talvez tenha sido sua primeira e última vez de cada ação. E pior ainda ler e ir imaginando como ela morreu. Tão jovem, sonhadora e com o peso de um coração que nunca pode bater no ritmo de uma vida saudável e decente.

Quando é Rebecca quem conta a história, o leitor é jogado ao presente. Iniciando em seu luto desesperado pela falta da irmã, nota-se claramente que existem muito mais dor e morte escondidas das paredes daquele quarto antes dividido pelas gêmeas, agora um calabouço solitário da deformada e desesperada Rebecca.
Interessante que mesmo sendo a narração no presente do livro, o leitor é transportado ao passado através de inteligentes e discretas viagens de Rebecca. Ela permanece com a irmã em seu coração também dilacerado. Agora ela carrega as dores das duas - e de outros. Fisicamente ela sofre da Síndrome de Treacher Collins (por isso ela está de costas na capa do livro) e nunca recebeu tratamento médico, seja físico ou psicológico. Nem carinho ou apoio moral. (Pesquisei sobre pessoas que vivem com essa síndrome e me emocionei mais ainda.)
Ela também anseia por ter uma vida normal, mas não é bonita como a irmã. Na verdade ela se sente uma monstruosidade e prefere não arriscar a desbravar o mundo que aparece a elas através da brecha de frequentar as aulas em uma escola de verdade; ela prefere os livros da biblioteca - que jamais podem ser levados para as sombras de casa.

O mais admirável no relacionamento entre elas é que podem se desentender, brigar e até mesmo ficarem sem se falar. Porém além do amor fraternal incondicional, elas são cúmplice dos horrores que apenas elas conhecem; somente elas sabem a dor, a claustrofobia e a impossibilidade palpável de ter o mínimo de felicidade dentro daquela casa. Unidas literalmente pelo sangue, não apenas a expressão de serem irãs (e gêmeas), mas de terem o sangue derrabado inúmeras vezes dentro daquele lugar que deveria ser um lar.
Embora Hephzibah às vezes enfrente a Mãe e engane o Pai, é Rebecca quem me surpreendeu, por de forma inteligente e discreta (perante os Pais) defender a irmã - e sofrer no lugar dela. Rebecca sofre muito mais e conforme os mistérios são apresentados ao leitor de forma dramática, é compreensível o motivo. Por que Rebecca defende tanto Hephzibah?
E não apenas isso, mas as grandes questões do livro: Como e por que Hephzibah morreu? Por que os Pais agem assim? Por que parece que ninguém nota, ninguém desconfia, ninguém interfere?
Mesmo sendo um livro melancólico, é uma história de mistérios. Muitos!

Devido a tantos plágios sofridos a resenha completa encontra-se no blogue, pois lá o script é protegido. Peço por favor sua compreensão. Leia a resenha completa no seguinte link:


site: http://www.leitoraviciada.com/2013/10/coracoes-feridos-louisa-reid-grupo.html
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Luh Figueiredos 11/10/2013

Livro IMPRESSIONANTE!
Resenha…

Neste livro temos a história de Hephzibah e Rebecca, irmãs gêmeas, mas que são muito diferentes. Rebecca nasceu com a Síndrome de Treacher Collins, que deformou sua face. E Hephzi era perfeita e linda.

Mas a história delas, não é algo bonito, e sim muito sofrido e cheia de crueldade da parte dos Pais delas. Este livro me impressionou e me deixou chocada, não sei se é pelo motivo de eu ser mãe e não compreender uma situação assim, mas fiquei muito comovida com este livro.

O livro é separado pelo “Antes” e o “Depois”, antes da morte de Hephzi e antes do acontecido. E a cada capitulo é alternado entre Rebecca que conta o agora e sofre muito mais com a ausência da irmã, e no antes que é contado pela visão da Hephzi antes de sua morte.

A vida delas é totalmente controlada pelo Pai, o santificado e respeitadíssimo pastor do bairro, mas em casa, ele era um mostro, um alcoólatra, fanático e doente mental. Ele não permitia que elas saíssem de casa para praticamente nada, a não ser para fazer os serviços na igreja, que era ao lado da casa paroquial. Assim elas estudavam em casa com a Mãe, que era uma pessoa tão má quanto o Pai, que não fazia nada para melhorar a vida das meninas, e sim conseguia piorar bastante.

Quando elas chegaram a idade de 16 anos, conseguiram ir para a escola comum, e era tudo que elas desejavam, sair da casa paroquial, do alcance dos olhos vigilantes do Pai, e poderem respirar ar puro.

Hephzi queria ser uma garota normal, então tentava ao máximo se enturmar na escola e parecer uma pessoa normal, e não uma que viveu quase toda a vida pressa por seus pais. Mas com isso ela se afastou de Rebecca, que por sua aparência não era aceita tão facilmente que Hephzi.

Rebecca tentava ao máximo passar despercebida por todos, ela sabia que não era agradável ficar olhando para o seu rosto deformado, então tentava ser invisível, tentava aprender ao máximo e aproveitava para ler e aprender mais e mais.

Enquanto Hephzi via a chance de sair de vez da casa paroquial, e inocente como era, achava que se arranjasse um namorado que a amasse ele a tiraria de lá para sempre, mesmo que precisasse deixar Rebecca sozinha. Pensava que ela deveria fazer seus próprios planos para sair daquele inferno.

Rebecca amava a irmã mais que tudo, e sempre acobertava as suas saídas para se enturmar na escola, ou para se encontrar com o namorado. Ela não consiguia falar nao para a irmã, mesmo sabendo que as consequencias do que ela estava fazendo poderia ser muito graves, afinal o Pai poderia descobrir e aí teria o castigo.

Depois da morte de Hephzi, Rebecca ficou sozinha, e ela sabia que se não saísse daquela casa logo, ela seria a próxima na lista de mortes do Pai, pois as mortes que aconteceu na casa e na família, o grande culpado e até causador era o Pai. Rebecca sabia o quanto ele poderia ser cruel e violento, afinal seu maior ódio era destinado a ela, e sempre que podia defendia a irmã deixando ela segura no andar de cima, enquanto ela sofria nas mãos do Pai no andar de baixo.

Essa história toda é difícil de se absorver, e o modo de escrita da autora nos absorve facilmente, e nos deparamos com muito sofrimento gratuito e, no decorrer da história, onde vamos conhecendo os segredos que as paredes da casa escondem, ficamos cada vez mais envolvidos e revoltados com todo o sofrimento que elas passam.

Eu sei que é uma historia que nunca vou esquecer… E só de pensar que acontece coisas semelhantes na vida real é de dar enjoo da raça humana.

Este livro deveria virar filme, seria um modo de mostrar que existe essa violência domestica em tantos lugares, mas que pode ser vencida e que só é preciso um pouco de coragem e ajuda.

Recomendo este livro para que vocês conheçam essa história chocante e impressionante.

Vou ficando por aqui, pois se não vou contar demais…

Beijinhos e me fui!

Luh Figueiredos
Para conhecer mais visite meu blog: Biblioteca da Luh

site: Biblioteca da Luh - http://wp.me/p1Tiwj-26a
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PorEssasPáginas 11/10/2013

Resenha Corações Feridos - Por Essas Páginas
Quando vi a lista de livros de setembro da Novo Conceito, assim que bati os olhos em Corações Feridos, sabia que precisava lê-lo. É uma das melhores capas da editora: com detalhes em relevo, bem caprichada, soturna, melancólica e sombria. Além disso, a sinopse é bastante instigante. Talvez eu esperasse muito desse livro. O fato é que, apesar de ter gostado dele e tê-lo devorado em dois dias, ele ainda poderia ser melhor. Ficou faltando alguma coisa.

O livro é dividido em duas partes: na parte 1, temos a narração de Rebecca e Hephzi, ambas em primeira pessoa. A narração de Hephzi é marcada como antes, enquanto a narração de Rebecca é marcada como depois. Já na segunda parte do livro a narração é apenas de Rebecca.

Gostei bastante desse antes e depois. Não é spoiler o que vou contar, pois está até na sinopse: o fato que mudou a vida dessas duas irmãs e criou esse marco em suas vidas foi a trágica morte de Hephzi. Apenas Rebecca sabe exatamente o que aconteceu e, bem, isso só é revelado ao leitor bem no final do livro. Enquanto isso não acontece, acompanhamos as irmãs narrando sua terrível e triste história, antes e depois da tragédia.

Elas são irmãs gêmeas, mas bastante diferentes. Enquanto Hephzi chama a atenção das pessoas por sua beleza, Rebecca tem Síndrome de Treacher Collins, um problema genético de mau formação ainda no ventre materno, que causa uma série de deformações faciais. Devido a esse problema, Rebecca passa por várias de rejeições em sua vida, mas a pior está dentro de casa. As duas irmãs guardam um terrível segredo: quando seu pai, um fanático religioso, fecha as portas de casa, o lugar é dominado pelo horror. Desde violência física e verbal até uma série de humilhações, Rebecca e Hephzi viveram uma infância de sofrimento. A mãe das meninas nada faz para ajudá-la. Seus tios se afastaram, os vizinhos engolem o teatro dos Pais e a única que as ajudava, sua avó, faleceu em circunstâncias suspeitas.

Nós começamos a história em dois pontos diferentes: na narração de Rebecca, encontramos a garota fragilizada por dentro e com uma carapuça de dor ao seu redor logo após a morte da irmã. Do lado de Hephzi, encontramos as meninas começando a ir para a escola, que elas jamais frequentaram antes. Enquanto Rebecca sofre para acompanhar as matérias que o pai escolheu e ela não tem afinidade, além de conviver com o preconceito dos colegas, Hephzi tenta desesperadamente ser uma garota normal, criar amizades, conquistar um namorado e até ser popular.

“A única coisa que ela não sabia a meu respeito era que minha vida era uma droga, assim como a dela. Que eu achava tudo tão difícil quanto ela. (…) Eu via as pessoas rindo dela (de Rebecca) o tempo todo; eu tive de ver isso a minha vida toda e por muito tempo achei que isso fazia mais mal a mim do que a ela.” Página 65.

O que me incomodou no livro foi mais o começo dele. A autora parece que demorou para encontrar seu ritmo e sua voz. As primeiras páginas têm uma narração um pouco superficial e é difícil sentir empatia pelas irmãs, especialmente por Hephzi, que no início é extremamente fútil. Acho que a ideia que a autora queria passar era que a garota estava desesperada para ser normal, mas no começo ela só passou uma impressão de ser arrogante e superficial. É só ao decorrer do livro que entendemos um pouco melhor as atitudes de Hephzi e até começamos a simpatizar com ela; a garota, afinal, apenas estava confusa e desesperada, mas tem um bom coração e, principalmente, ama a irmã.

Do lado de Rebecca, temos sua tentativa desesperada de sobreviver. Depois que a irmã se foi, as atenções do pai abusivo e controlador focaram nela. Hephzi era a favorita do pai, por ser bela e decidida, enquanto que Rebecca sofria mais os abusos e a violência por ser deformada. No começo temos a falsa impressão de que Rebecca é frágil e tentava se esconder atrás de Hephzi, mas aos poucos percebemos que é exatamente o contrário. Rebecca se mostra uma personagem ferida em vários níveis, mas com uma força reprimida que vai surgindo à medida que as páginas avançam. É ela que mais se destaca na história e são suas narrações as mais interessantes e profundas. É Rebecca a responsável por nos fazer devorar páginas e querer descobrir o que realmente acontece do lado de dentro das paredes da casa paroquial.

Por todo o livro senti falta de conhecer mais os Pais, suas motivações, suas justificativas. Eles eram descritos muitas vezes com uma certa distância, ironia e reverência pelas garotas, e nós não tínhamos muitos diálogos entre a família. Na realidade, senti um pouco a falta de diálogos no livro: as partes com maiores diálogos foram as de Hephzi, e nem sempre eles acrescentavam, pois muitos se tratavam da sua vida na escola, com o namorado etc. Do lado de Rebecca, era tudo muito silencioso, principalmente por ela ser tímida e retraída. As maiores interações foram mesmo entre as duas irmãs. Mas acho que eu gostaria de mais cenas sobre a história da família que realmente acontecessem e não fossem apenas narradas por Rebecca e Hephzi. Senti falta de acompanhar em tempo real esses acontecimentos. Na maioria do tempo, nós apenas descobrimos o que aconteceu como se Rebecca estivesse contando uma história, não narrando acontecimentos. Não sei se essa era a ideia mesmo da autora, mas eu prefiro a segunda maneira, que causa no leitor um maior impacto emocional e nos coloca no centro dos acontecimentos.

“Ainda assim, ele me amaria daquele modo – apaixonadamente, como se pudesse morrer por mim se preciso fosse. Talvez fôssemos mais como Elizabeth Bennet e o Sr. Darcy. Ele tinha de me ajudar a fugir, e foi isso que Darcy fez, ele resgatou Elizabeth de sua terrível família, e Craig poderia fazer o mesmo (…)” Página 112.

Há algumas citações a vários livros clássicos, pois Rebecca é uma ávida leitora (escondida do Pai que a proibia, claro) e contava as histórias para sua irmã. Fiquei dividida entre gostar ou não dessas citações. Há uma ótima referência a Frankenstein, de Mary Shelley, mas a autora pecou na citação a Orgulho e Preconceito, de Jane Austen; achei que foi uma interpretação bastante rasa do livro. É aquele negócio, interpretação é algo bem pessoal, mas… não acho mesmo que Lizzie tinha uma “terrível família” e que Darcy a resgatou. Ela era muito independente para isso. E eles não morreriam um pelo outro, certamente. Orgulho e Preconceito está muito longe de ser esse tipo de romance.

A edição da Novo Conceito está bastante caprichada. Ultimamente todos os seus livros estão vindo com detalhes nas páginas e dessa vez é a imagem sombria e silenciosa de galhos de uma árvore no início dos capítulos. No entanto, encontrei alguns erros desagradáveis de revisão, especialmente um erro imperdoável na página 225:

“Entretanto, sentar com ele e comer juntos, à vontade um com o outro, me deixou-me feliz demais para perceber isso.”

O final foi um pouco apressado, na minha opinião. Não digo a parte de Rebecca, que foi ótima, mas sim quando descobrimos o que realmente aconteceu com Hephzi e a história e o desfecho dos Pais. Por todo o livro quis entendê-los, mas no final a explicação foi muito rápida, apesar de satisfatória, e eu não consegui me conectar emocionalmente. Em um livro tão profundo, complexo e chocante, a autora não conseguiu me emocionar. Não derramei sequer uma lágrima e senti falta disso. Talvez seja isso que falte nesse livro: uma conexão, um sentimento, uma empatia. Falta o leitor sentir a história e emocionar-se com ela. Mesmo assim, ainda é uma leitura válida e uma boa história.

site: http://poressaspaginas.com/resenha-coracoes-feridos
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Irene Moreira 11/10/2013

Duas irmãs gêmeas. Uma linda, a outra desfigurada. Divididas por um terrível segredo...
Corações Feridos já tinha me chamado atenção pela sinopse e acabei sendo motivada a iniciar a leitura no anseio de ganhar uma sombrinha. Mas nada disso passou a ter importância depois que fui absorvida por essa história de Rebecca e Hephzibah, irmãs gêmeas, que partiram meu coração e me chocaram de tal forma que não tive como deixar de ser envolvida e esquecer tudo que estava a minha volta.

Filhas de um pai religioso fanático – Pastor Roderick – que não permitia que fossem a escola, de lerem livros, de terem qualquer contato com o mundo externo. Suas roupas eram restos das doações feitas. Cresciam alheias as mudanças que surgem nas fases da vida de uma menina para adolescente, dos cuidados que devem ter com seu corpo, com os perigos que a inocência levaria a tristes consequências. Uma mãe que nada fazia para ajudar as filhas por medo do marido e nem quando eram marcadas pela crueldade de um pai fanático e bêbado. Quantos segredos não estariam por trás disso tudo?
“Você está tomando pílula, né? Indagou ele. Eu não fazia ideia do que aquilo significava, então concordei com a cabeça. O rosto dele brilhou instantaneamente. – Deve ser vírus então. – E concordei outra vez.” Página 181

A história é em primeira pessoa com capítulos alternados de Rebecca que narra o Depois e Hephzi contando o Antes.

“Hoje tentaram me fazer ir ao funeral de minha irmã... Ela sempre foi maior. Nasceu primeiro, mais forte, mais bonita, a gêmea popular. Eu vivi à sombra dela por 16 anos e gostei do frio e da escuridão; era um lugar seguro para esconder-me... Era o primeiro dia do ano-novo, e minha irmã estava morta havia uma semana.” Página 11

Hephzi era a irmã bonita e mais decidida. Depois de ameaçar a mãe e esta convencer ao pai finalmente conseguiram ingressar no segundo grau. Para Hephzi era o começo da liberdade que tanto sonhava em alcançar. Logo foi se enturmando ,fazendo amizades e arranjando um namorado Craig.

Rebecca por ter seu rosto deformado em virtude de sofrer da Síndrome de Treacher Collins, estava sempre escondida. Apesar disso ela era mais atenta, mais cuidadosa e sempre procurava ajudar a irmã fazendo as suas tarefas escolares, dando cobertura quando esta saia às escondidas para as festas e para namorar. Quantas vezes não foi castigada pelo pai para proteger a irmã. Como qualquer irmã tinham suas briguinhas mas se amavam, eram amigas e confidentes.

Gostavam de relembrar os momentos felizes que passaram com sua avó quando menores. Ela vinha buscá-las para passear, comprava livros que liam em sua casa, tomavam sorvete, passeavam nas lojas, ganhavam roupas novas. Era um momento de felicidade única , mas seu pai a odiava e um dia a proibiu de ver as netas. Brigaram, ela caiu da escada e depois acabou morrendo de tristeza.

Estar na biblioteca da escola era o que mais gostava e se pudesse leria todos os livros que estavam nas prateleiras.
“Quando eu era transportada para o Morro dos Ventos Uivantes ou para o centro de Los Angeles, ficava feliz, meu mundo recuava e, por 40 minutos, a realidade ficava suspensa em algum lugar acima da escola, como uma bexiga preta esperando o sinal de estourar.” Página 31

As saídas de Hephzi passaram a ser mais constantes indo a festas e seu namorado Craig a levava a passear de Moto por vários lugares. Estava apaixonada, amava Craig e o que mais sonhava era poder fugir para ir morar com ele. Passou a frequentar a sua casa, tinha o carinho de Pam – a mãe dele – tudo era felicidade. O eu não esperava era que Craig e sua mãe fossem na Paróquia ao culto de Natal o que deixou seu pai sem ação, nervoso e muito desconfiado. Isso custou a Hephzi um trágico fim.

“O Pai me odiava porque a coisa de que ele gostava de cuidar, como um abutre ganancioso, partira, e eles agora precisavam tomar cuidado, ser mais vigilantes , caso outras perguntas fossem feitas. Mas eu me culpo também. Eu deveria tê-la salvado. Era o meu dever.”

Rebecca recebeu na biblioteca um panfleto sobre um curso de verão para “estudantes talentosos e superdotados” e além de ter um custo sabia que seria impossível o pai concordar com sua ida. Acabou tendo a oportunidade de ganhar 10 Libras por semana distribuindo folhetos. Avisou aos pais que teria aulas extras de matemática e nesse período trabalhava. Acabou sendo descoberta, castigada, ficando sem o dinheiro e mais tarde o pai a tirou da escola.

Ficava o tempo todo dentro de casa, ajudando a mãe na cozinha, limpando a Paróquia até que Srª. Sparks – amiga de seu pai – disse que já que não estudava tinha que encontrar um emprego pois era “um fardo para seus pais ter que sustenta-la”. Foi então que foi trabalhar na Casa de Repouso que ficava ao lado de sua casa. Vai aprender muitas coisas, conhecer pessoas que vão vê-la com outros olhos, mas mesmo assim ao fim de cada dia volta para seu quarto onde se esconde e mantém viva as marcas por tudo que já passou. Não consegue ter a coragem da irmã para tentar fugir, tem medo, escuta vozes de Hephzi a encorajando, mas não se atreve. Qual será o destino dessa jovem? Será que conseguirá a sua liberdade?

“Qual seria o motivo de tamanho ódio? A quem Roderick pretendia enganar ao se passar por cuidadoso provedor de uma família que estava, claramente, escapando entre seus dedos? Que mistérios e segredos torpes davam ritmo para a vida daquelas quatro pessoas?”

A autora Louisa Reid nos envolve nesse drama fazendo sentir revolta, ódio e fico imaginando quantos fanáticos devem existir neste nosso mundo real praticando atitudes cruelmente insanas.

A capa é tem tudo a ver com a história. Quanto à apresentação, encadernação, acabamento, as folhas, os detalhes das fontes que facilitam a leitura como mostram sempre a qualidade das obras da Editora Novo Conceito.
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Saleitura 11/10/2013

Duas irmãs gêmeas. Uma linda, a outra desfigurada. Divididas por um terrível segredo...
Corações Feridos já tinha me chamado atenção pela sinopse e acabei sendo motivada a iniciar a leitura no anseio de ganhar uma sombrinha. Mas nada disso passou a ter importância depois que fui absorvida por essa história de Rebecca e Hephzibah, irmãs gêmeas, que partiram meu coração e me chocaram de tal forma que não tive como deixar de ser envolvida e esquecer tudo que estava a minha volta.

Filhas de um pai religioso fanático – Pastor Roderick – que não permitia que fossem a escola, de lerem livros, de terem qualquer contato com o mundo externo. Suas roupas eram restos das doações feitas. Cresciam alheias as mudanças que surgem nas fases da vida de uma menina para adolescente, dos cuidados que devem ter com seu corpo, com os perigos que a inocência levaria a tristes consequências. Uma mãe que nada fazia para ajudar as filhas por medo do marido e nem quando eram marcadas pela crueldade de um pai fanático e bêbado. Quantos segredos não estariam por trás disso tudo?
“Você está tomando pílula, né? Indagou ele. Eu não fazia ideia do que aquilo significava, então concordei com a cabeça. O rosto dele brilhou instantaneamente. – Deve ser vírus então. – E concordei outra vez.” Página 181

A história é em primeira pessoa com capítulos alternados de Rebecca que narra o Depois e Hephzi contando o Antes.

“Hoje tentaram me fazer ir ao funeral de minha irmã... Ela sempre foi maior. Nasceu primeiro, mais forte, mais bonita, a gêmea popular. Eu vivi à sombra dela por 16 anos e gostei do frio e da escuridão; era um lugar seguro para esconder-me... Era o primeiro dia do ano-novo, e minha irmã estava morta havia uma semana.” Página 11

Hephzi era a irmã bonita e mais decidida. Depois de ameaçar a mãe e esta convencer ao pai finalmente conseguiram ingressar no segundo grau. Para Hephzi era o começo da liberdade que tanto sonhava em alcançar. Logo foi se enturmando ,fazendo amizades e arranjando um namorado Craig.

Rebecca por ter seu rosto deformado em virtude de sofrer da Síndrome de Treacher Collins, estava sempre escondida. Apesar disso ela era mais atenta, mais cuidadosa e sempre procurava ajudar a irmã fazendo as suas tarefas escolares, dando cobertura quando esta saia às escondidas para as festas e para namorar. Quantas vezes não foi castigada pelo pai para proteger a irmã. Como qualquer irmã tinham suas briguinhas mas se amavam, eram amigas e confidentes.

Gostavam de relembrar os momentos felizes que passaram com sua avó quando menores. Ela vinha buscá-las para passear, comprava livros que liam em sua casa, tomavam sorvete, passeavam nas lojas, ganhavam roupas novas. Era um momento de felicidade única , mas seu pai a odiava e um dia a proibiu de ver as netas. Brigaram, ela caiu da escada e depois acabou morrendo de tristeza.

Estar na biblioteca da escola era o que mais gostava e se pudesse leria todos os livros que estavam nas prateleiras.
“Quando eu era transportada para o Morro dos Ventos Uivantes ou para o centro de Los Angeles, ficava feliz, meu mundo recuava e, por 40 minutos, a realidade ficava suspensa em algum lugar acima da escola, como uma bexiga preta esperando o sinal de estourar.” Página 31

As saídas de Hephzi passaram a ser mais constantes indo a festas e seu namorado Craig a levava a passear de Moto por vários lugares. Estava apaixonada, amava Craig e o que mais sonhava era poder fugir para ir morar com ele. Passou a frequentar a sua casa, tinha o carinho de Pam – a mãe dele – tudo era felicidade. O que não esperava era que Craig e sua mãe fossem na Paróquia ao culto de Natal o que deixou seu pai sem ação, nervoso e muito desconfiado. Isso custou a Hephzi um trágico fim.

“O Pai me odiava porque a coisa de que ele gostava de cuidar, como um abutre ganancioso, partira, e eles agora precisavam tomar cuidado, ser mais vigilantes , caso outras perguntas fossem feitas. Mas eu me culpo também. Eu deveria tê-la salvado. Era o meu dever.”

Rebecca recebeu na biblioteca um panfleto sobre um curso de verão para “estudantes talentosos e superdotados” e além de ter um custo sabia que seria impossível o pai concordar com sua ida. Acabou tendo a oportunidade de ganhar 10 Libras por semana distribuindo folhetos. Avisou aos pais que teria aulas extras de matemática e nesse período trabalhava. Acabou sendo descoberta, castigada, ficando sem o dinheiro e mais tarde o pai a tirou da escola.

Ficava o tempo todo dentro de casa, ajudando a mãe na cozinha, limpando a Paróquia até que Srª. Sparks – amiga de seu pai – disse que já que não estudava tinha que encontrar um emprego pois era “um fardo para seus pais ter que sustenta-la”. Foi então que foi trabalhar na Casa de Repouso que ficava ao lado de sua casa. Vai aprender muitas coisas, conhecer pessoas que vão vê-la com outros olhos, mas mesmo assim ao fim de cada dia volta para seu quarto onde se esconde e mantém viva as marcas por tudo que já passou. Não consegue ter a coragem da irmã para tentar fugir, tem medo, escuta vozes de Hephzi a encorajando, mas não se atreve. Qual será o destino dessa jovem? Será que conseguirá a sua liberdade?

“Qual seria o motivo de tamanho ódio? A quem Roderick pretendia enganar ao se passar por cuidadoso provedor de uma família que estava, claramente, escapando entre seus dedos? Que mistérios e segredos torpes davam ritmo para a vida daquelas quatro pessoas?”

A autora Louisa Reid nos envolve nesse drama fazendo sentir revolta, ódio e fico imaginando quantos fanáticos devem existir neste nosso mundo real praticando atitudes cruelmente insanas.

A capa é tem tudo a ver com a história. Quanto à apresentação, encadernação, acabamento, as folhas, os detalhes das fontes que facilitam a leitura como mostram sempre a qualidade das obras da Editora Novo Conceito.

Resenhado por Irene Moreira
http://www.skoob.com.br/estante/resenha/32602371


site: http://saletadeleitura.blogspot.com.br/2013/10/resenha-do-livro-coracoes-feridos-de.html
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Poly 11/10/2013

Esse é um tipo de livro intenso. Desses que a gente lê e fica várias horas pensando a respeito. O clima do livro é bem melancólico e triste, mas a história é bonita.
Os capítulos revezam entre antes e depois da morte de Hephzi para contar a história. Os capítulos antes da morte são contados por Hephzi e os depois por Rebecca.
Juntas elas vão contando a história da vida delas. Hephzibah e Rebecca são irmãs gêmeas e filhas do pastor fanático. Elas vivem trancadas dentro da casa paroquial e não podem sair ou ter amigas.

"OK. Minha família é maluca. Completamente estranha. Um dia eu vou cair fora daqui, não há dúvida quanto a isso, mesmo que isso signifique deixar minha irmã para trás.
P. 15"

Durante toda a infância elas estudaram em casa, com a mãe, mas Hephzi conseguiu convencê-la a ir para a escola normal durante o Ensino Médio para que elas pudessem ter chance de entrar em alguma universidade.
O choque cultural que elas sofreram no início foi enorme, mas elas eram bastante observadoras e conseguiram se adaptar bem, na medida do possível.
Claro que Hephzi, por causa de sua beleza e simpatia, conseguiu se entrosar bem e fazer amigos rapidamente. Mas Rebecca continuava no canto dela, quieta e longe dos olhos das pessoas. Além de tímida, ela tinha medo das pessoas rirem dela e a criticarem por causa de sua aparência (ela nasceu com a Síndrome de Treacher Collins e por isso tem a face deformada).
Como toda adolescente normal, Hephzi quer fazer parte do grupo e para isso, começa a mentir e a sair de casa escondida. Rebecca não tem as mesmas ambições, mas acoberta a irmã nas suas saídas.
Aos poucos, o livro começa a mostrar a terrível realidade em que as irmãs vivem. Elas não tiveram acesso a qualquer tipo de conhecimento que não fosse o bíblico. Não podiam ler ou assistir TV. Não comiam guloseimas ou ganhavam roupas novas. Só tinham poucas mudas de roupas e simples. Não tinham sequer acesso a itens básicos de higiene como shampoo ou absorventes. Elas tinham uma Avó carinhosa e uma tia (Tia Melissa), mas o pai proibiu a visita de parentes.

"Foi apenas da Vovó que recebemos presentes; dela eram o único beijo, o único sorriso, a única risada.
P. 95"

O tempo todo elas eram humilhadas e chamadas de pecadoras, além de receberem sérios castigos corporais.

"Ele nunca pede desculpas. Apenas faz de conta que nunca aconteceu nada. Nós nunca ousamos revidar seus golpes, ainda não. Sei o que aconteceria se fizéssemos isso.
P. 84"

As meninas eram tão inocentes que mesmo com 17 anos, elas não sabiam de onde viam os bebês. E por muito tempo elas acreditavam que menstruação era coisa do diabo e um lembrete de que as mulheres são pecadoras.

"Antes de começarmos a ir à escola, eu costumava ficar deitada na cama quando estava naqueles dias. Minha mãe não comprava absorvente, então eu enchia minha calcinha de papel higiênico barato, que dava coceira e ficava deitada até me sentir melhor. Tudo voltaria ao normal em poucos dias.
P. 78"

Acho que o mais incrível da história é o fato de como a violência doméstica é tão presente e tão óbvia e ninguém faz nada em defesa das meninas. Várias pessoas sabiam ou desconfiavam, mas ninguém se metia no relacionamento familiar ou ligava para polícia para denunciar.
O triste é que essa é a realidade de várias pessoas e crianças e os vizinhos e parentes preferem se omitir a “desmoronar” uma família (que obviamente já está desmoronada).
Uma coisa que eu reparei foi que as meninas sempre se referem aos adultos (pais e parentes) com letra maiúscula. Acho que representou um sinal de respeito em relação a eles. E quem sabe, temor (se formos pensar no pai).

"Aos poucos eu estava ajeitando as coisas. Aos poucos estava me preparando. Eu realmente estava partindo. Estava saindo das trevas procurando uma vida. Aquela que esperou por mim todo esse tempo.
P. 233"

A capa do livro é linda e reflete perfeitamente a cena do funeral de Hephzi. O título é em alto relevo e achei que a fonte combinou bastante.
A formatação interna é simples, mas gostei. No início de cada capítulo, que tem o nome de cada narradora (Hephzi ou Rebecca), tem uns pequenos ramos. Achei bem singelo.
Apesar da intensidade da história, o livro é fininho e dá para ser lido rapidamente. A narrativa é em primeira pessoa, alternando entre Rebecca e Hephzi. Gostei da alternância, pois assim conheci melhor as personagens e soube o que uma achava da outra e o sentimento em relação à família.
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Moonlight Books 12/10/2013

Leia esta e outras resenhas no blog Moonlight Books, www.moonlightbooks.net
Não se pode esconder veneno para sempre, ele tem que escoar para fora em algum momento.

Eu confesso! Foi primeiro pela capa! Não vou mentir, logo que vi a Editora Novo Conceito anunciando o lançamento deste livro, meus olhos brilharam com a arte da capa. Esta garota no cemitério dá um ar todo sinistro ao livro e ao mesmo tempo triste, que de uma forma ou de outra desperta a curiosidade. Eu gosto de tramas assim, com aquele clima mórbido e misterioso e a frase, “Duas irmãs gêmeas. Uma linda, a outra desfigurada. Divididas por um terrível segredo...”, completou o cenário. Assim este livro entrou na lista de leituras prioritárias.

Temos aqui duas irmãs gêmeas, porém totalmente diferentes, não só pela aparência, mas também na personalidade. Criadas em um lar extremamente religioso e educadas em casa pela mãe, ambas sempre sofreram com a presença do pai, um fanático religioso, abusivo e alcoólatra. Hephzibah e Rebecca cresceram privadas de liberdade, a de ir e vir e a de se expressar, além disso amor, carinho e conforto também nunca estiveram presentes em suas vidas. Ao chegarem na idade de cursar o ensino médio, Heph viu a grande oportunidade de sair para o mundo, e após insistir muito, conseguiu a permissão dos pais para ela e a irmã estudarem em uma escola normal.

As meninas sempre forma unidas, não por pensarem igual, mas pela questão de sobreviver ao caos de suas vidas, mas enquanto Heph é uma beldade, Rebecca sofria com a deformação de seu rosto, causada pela Síndrome de Treacher Collins, assim na escola, enquanto a primeira fazia amizades facilmente e arranjava um namorado, a segunda ficou mais solitária do que nunca. Mas Reb amava a irmã, e acobertou esta nova vida dela, com passeios em pubs, escapadas no meio da noite e longos passeios na garupa da moto do namorado. Mas elas eram vigiadas e logo o pai descobriu a verdade, pondo fim ao sonho de liberdade das filhas. Heph morre e Reb não sabe se é pior estar viva, ou no lugar da irmã.

Narrado em primeira pessoa pela voz das duas irmãs, Corações Feridos não é um livro que se revela logo de cara. Vamos formando uma ideia da vidas das meninas conforme avançamos cada capítulo, Rebecca é o presente, e começa a contar sua história no dia do enterro da irmã; Heph é o antes de sua morte, quando tudo o que ela mais queria era apenas ser livre.

É fato consumado que Heph não morreu de forma normal, algo de muito ruim ocorreu naquela casa e isso fica mais evidente a cada vez que Reb aparece e mostra seu tormento por não ter coragem de contar uma verdade. Este mistério move o leitor, eu me vi devorando o livro em busca da solução, e tinha uma certeza, havia sido algo muito deplorável. A razão? Conforme vamos conhecendo o mundo das jovens, não fica difícil entender, basta descobri então como.

Eu imaginava um livro que ficaria focado em um mistério adolescente, e fiquei surpresa com a abordagem do tema religião ao extremos, ou melhor dizendo, o fanatismo religioso, acompanhado de violência doméstica e abuso sexual. É chocante gente! Louisa Reid conseguiu fazer de uma trama que parecia simples, algo funesto e que mexe com qualquer pessoa, mostrando em cada palavra deste livro um mundo doentio e que me deu nojo. A parte que trata da doença de Rebecca é interessante, eu nunca tinha ouvido sobre a Síndrome de Treacher Collins, fiquei querendo ver imagens de pessoas afetadas pela doença, mas ainda não criei coragem.

É uma narrativa que flui bem e deixa você em grande conflito. É complicado formar uma opinião sobre as irmãs no começo, eu cheguei a criar certa antipatia por ambas a cada novo capítulo, pois conforme uma falava da outra eu ia mudando de ideia. Mas posso dizer que ao final foi Heph minha preferida, embora muitas vezes egoísta, ela foi a que mais teve coragem para lutar, não que Reb seja fraca, mas muitas vezes sua omissão me irritou, ela demorou para lutar, mas quando fez não desistiu, embora para isso tenha visto a irmã morrer e quase seguir o mesmo caminho.

A autora soube ser sutil ao mostrar cenas mais fortes, por meias palavras amenizou cenas que me deixariam ainda mais perplexa e enojada, mas nem por isso deixou de revelar o que de fato havia acontecido. Em certo momento você acha que sabe o que vai vir, mas não mesmo, a vida das meninas alcançou um nível de crueldade e loucura além da imaginação.

Os personagens foram bem construídos, e você acredita em suas emoções, mas por mais chocante que esta leitura tenha sido, desta vez eu não chorei, fiquei chocada e certamente revoltada, então minha vontade era mais de bater nos pais das meninas, do que chorar por elas. Um livro que mostra o valor da família, e como um lar onde a violência supera o amor é triste e perigoso. Uma leitura que recomendo, e que vai tirar você na zona de conforto. É belo, mas também trágico.

site: www.moonlightbooks.net
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Nita 12/10/2013

Totalmente chocante!
‘’Hoje eles tentaram me fazer ir ao funeral de minha irmã... Ela sempre foi maior. Nasceu primeiro, mais forte, mais bonita, a gêmea popular. Eu vivi à sobra dela por 16 anos e gostei do frio e da escuridão; era um lugar seguro para esconder-me... Era o primeiro dia do ano-novo, e minha irmã estava morta havia uma semana.’’

Olá galera!

Hoje vou falar sobre um livro com muito drama, daquele tipo que você lê, e precisa de um tempo para se refazer, do tipo que você fica refletindo, tentando absorver tudo. Se despedir dos personagens? Tipo missão impossível.

Nessa história conhecemos a vida de duas irmãs gêmeas. Hephzibah e Rebecca, porém as duas não poderiam ser mais diferentes. Haphzi é uma garoa muito bonita, cheia de vida, alegre na medida do possível. Ela sabe se socializar e fingir ter uma vida normal. No entanto Rebecca sofre de uma síndrome que a faz ter o rosto deformado, além de ser muito magrinha e totalmente anti social. Enquanto Haphzi tenta se misturar, Rebecca é muito feliz na sobra da irmã, seu desejo é não ser vista não ser lembrada.

A história se inicia com o enterro de Haphzi, com a profunda tristeza e melancolia de Rebecca ao ser obrigado a ir ao enterro da irmã, ver o fingido sofrimento dos pais, ver os vizinhos e ‘’amigos’’ que simplesmente nada fizeram pelas duas nos momentos em que elas tanto precisavam. Ter de encarar a difícil realidade de agora ser notada.

Narrado pelas duas irmãs de forma intercalada. O livro é dividido os capítulos em ‘’Antes’’ e ‘’Depois’’.
O antes é narrado por Haphzi, enquanto ela estava viva nos contanto tudo que viveu, suas pequenas alegrias, seus grandes sofrimentos, sua relação com a irmã, seu pequeno e intenso romance com Craig. E sua triste vida com os pais até o momento terrível de sua morte.
O depois é narrado por Rebecca, sua difícil vida como a filha mais odiada, seus problemas na escola, na encobertas para salvar a pele da irmã que ela tanto ama. As doces lembranças da sua vó. E o desespero para fugir dessa família antes de acabar tento o mesmo triste fim de sua irmã.

"Você não tem ideia do que é ter uma
aberração como irmã. Quero dizer,
estou acostumada com isso."

As meninas são filha de um pastor fanático e uma mãe relapsa. Seu pai tem muitos segredos e maltrata muito as meninas, na verdade dizer que ele maltrata é pouco. As coisas que as garotas sofrem são de chocar, dignas de um caso de policia dos mais sérios.
Sua mãe é como um fantasma no livro, quase não fala, praticamente ignora as filhas. Parece uma mulher com problemas psicológicos, simplesmente não da a minima para as filhas.
Ambas vivem reclusas dentro de casa, só saem para ir à igreja do pai assistirem seus sermões e limpar o lugar. Até que devido ao falatório da vizinhança elas acabam tendo de ir à escola. Se não é fácil esse mundo para garotas normais imaginem para duas adolescentes que não conhecem nada da vida? Elas são tão inocentes que nem sabem como se faz um filho.
Haphzi tenta se misturar da melhor forma possível, enquanto Rebecca acoberta as loucuras da irmã e tenta ser esquecida. Pois sabemos bem como os adolescentes podem ser maldosos com a diferença não é?


"É claro que ele se livrou de toda a
história sem muitos problemas. As
pessoas são tão crédulas e,
sempre que ele lhes conta que é
pastor, é como se dissesse que
é Jesus ou algo assim."


A narrativa é muito envolvente, nem temos tantos diálogos, no entanto as memórias das meninas, a forma como elas nos contam sua vida deixa tudo incrível e nada monótono.Ver todo aquele sofrimento pelos olhos delas é algo muito marcante. Eu estava na página 35 e com os olhos já lacrimejando. Em diversos momentos quis entrar no livro e gritar ‘’alguém pelo amor de Deus ajuda elas!’’
É totalmente dinâmico, cheio de momentos tensos, do tipo eletrizante. Você não quer perder um minuto, quer ler rápido. A cada virar de páginas algo mais revoltante acontece a elas. Ficamos desesperados para descobrir como Haphzi morreu, e qual o grande segredo, o que vai ser de Rebecca.

Haphzi estar morta desde o começo do livro é algo novo para mim, muito interessante, pois vamos nos apaixonando por ela, torcendo para ela conseguir ser livre ao mesmo tempo em que sabemos que ela não conseguiu. Saber que por culpa de seus loucos pais uma garota tão nova, cheia de sonhos e vidas não tem mais chances, é bem perturbador.


"Mais que tudo, Hephzi queria vingança. Ainda não me atrevi a revelar seu segredo, mas, talvez um dia, se minha alma encontrar um lugar para respirar, eu o faça."

A diagramação é como sempre impecável, as folhas são amareladas, letras de bom tamanho, a capa com Rebecca no tumulo da irmã é uma jogada de mestre. Eu compraria apenas pela capa e título sem nem ler a sinopse. A Novo Conceito é a editora dos detalhes, tudo sempre de forma bela. Recomendo esse livro para todas as pessoas, jovens, adultos, crianças... Todos temos algo a aprender com as irmãs. O livro vai ser tocante em qualquer momento da vida que o leitor se encontre.
Minha única reclamação é o livro ser fino, acredito que a história poderia render muito mais folhas, gostaria de ver um ‘’anos depois’’ e ter algumas cenas, como a do acerto de contas, mais extensas. Na verdade acho que isso é apenas eu sendo uma leitora egoísta, querendo que o autor não para mais de escrever para meu livro amado não acabar kkkk.


site: http://paposobrelivros.blogspot.com.br/2013/10/resenha-coracoes-feridos-duas-irmas.html
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Poesia na Alma 12/10/2013

Resenha – Corações feridos

Sabe, uma coisa me deixa deveras intrigada: por que popularizaram mulheres em imagens usando guarda-chuva sem chuva? Continuo intrigada! Mas essa é a capa do livro Corações feridos, Novo conceito, Louisa Reid, 252 páginas.
O ar de sofrimento, já descrito nas primeiras linhas, casa perfeitamente com a estética da capa. “ Olhe para dentro, retire a pele, a carne e os ossos e encontrará uma biblioteca de sofrimentos.”
As primeiras páginas já me deram vontade de chorar muito. O sofrimento de Rebecca narrando o velório da irmã Hephzi comovem! Não se sabe ao certo a causa da morte de Hephzi; tudo o que fica bem claro, era a necessidade de liberdade que essas irmãs almejavam. Com pais opressores e religiosos fanáticos, as irmãs são privadas da própria ‘vida’.
Rebecca era tímida e introvertida, além de ter uma síndrome; já Hephzi era linda e esperta, além de proteger a irmã. A autora começa a fazer um flashback, contando a história de Hephzi antes de morrer e de como Rebecca passa a viver após a morte da querida irmã.
A inocência das irmãs nos faz torcer por elas; mesmo sabendo o trágico fim de Hephzi. ela acreditava que se encontrasse alguém que a amasse de verdade, poderia sair de casa e mudar toda aquela realidade, também incentivava Rebecca a olhar para o mundo com outros olhos: o olhar da esperança! Agora imaginem, essas duas com um pais louco, severo e controlador: namorando? MORTE!
no caso do namoro, só se estendeu a Hephzi, que pagou com a própria vida. Mas o que restou para Rebecca depois da morte da irmã?
Não é uma leitura simples, a autora nos faz sentir cada dor e sofrimento vividos pelas irmãs; nos mostra cruelmente a tortura que elas passam nas mãos de um pai severo e doente. Eu chorei; fiquei indignada; transtornada, mas não pude deixar de ler até o final! Confesso que não esperava que fosse algo tão tenso; e, infelizmente, por trabalhar com educação, eu já vi algo do tipo e coisas bem piores.

http://lilianpoesiablogs.blogspot.com.br/
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Rafaela Regis 13/10/2013

Corações Feridos - Louisa Reid
Corações Feridos da autora Louisa Reid é um livro tocante e emocionante que faz o leitor entrar de cabeça na história e desvendar os mistérios que a rodeiam. Nele conhecemos as gêmeas Rebecca e Hephzibah (ou simplesmente Hephzi) uma linda e uma desfigurada, por causa de uma síndrome.

Rebecca e Hephzi vivem de maneira incomum, pois não frequentam a escola, consequentemente não possuem amigos, tudo isso por causa da proibição de ses Pais. Ambas são filhas de um pastor e juntamente com sua mãe ajudam nos afazeres da igreja. E como se isso já não fosse o bastante tem de conviver com os "humores" do pai que hoje está tranquilo mas que pode mudar a qualquer minuto.

Por intervenção de uma das mulheres que frequentam a igreja as meninas conseguem ir a escola e lá todo um mundo de possibilidades se abre, fazendo com que elas vejam como as jovens normais vivem e consigam coisas que elas nunca imaginaram ter como amigos e acesso a informações.

Um livro já se inicia de forma bastante dramática, mas não foi ruim para falar a verdade gostei bastante porque deixa o leitor na expectativa do que vai acontecer. Outra coisa que me agradou bastante foi que os capítulos tinham a narração intercalada entre as irmãs, sendo a Hephzi o antes e a Rebecca o depois.

Não conhecia ainda o trabalho da Louisa, mas adorei a escrita dela e a forma que ela passa as informações e até a descrição da síndrome de Treacher Collins, que muitas pessoas não conhecem e nem imaginam como seja. As diferenças entre as irmãs são enormes, como qualquer casal de gêmeos, mas mesmo com todas as dificuldades elas conseguem se entender muito bem e se ajudam.

A história é dividida em duas partes o que me deixou feliz, porque a cada página eu ficava angustiada e minha torcida aumentava, porque estava querendo saber o que iria acontecer, e posso dizer que me surpreendeu completamente.

Tive várias impressões durante a leitura do livro, pois ele não é um livro tão leve e tem passagens pra lá de impressionantes e até mesmo chocantes, tanto que eu o descreveria como: tocante, surpreendente, chocante e comovente. Sim, isso tudo e muito mais.

Com uma capa belíssima e diagramação super caprichada, para complementar esse trabalho magnífico, Corações Feridos é um livro maravilhoso que deixa várias marcas e impressões no leitor e está super recomendado!
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Meus Livros, Meu Mundo 13/10/2013

Uma historia triste e chocante!
Hephzi e Rebecca são irmãs gêmeas e filhas do Pastor do Vilarejo onde moram.

Aos olhos de todos do local são a família perfeita e feliz, exceto pela deformidade no rosto de Rebecca, a jovem tem uma síndrome chamada Treacher Collins, que é a impossibilidade dos ossos de se formarem por completo enquanto a criança ainda está na barriga da mãe. Sendo assim, Rebecca nasceu com o rosto deformado, enquanto Hephzi nasceu linda e perfeita.

Rebecca vivia á sombra da irmã, que é impetuosa e impulsiva, cheia de vida e bela.

Porém, o que ninguém imagina é que elas guardam um terrível segredo, um segredo capaz de nos chocar até o último fio de cabelo.

O pai das meninas e pastor da localidade, não é exatamente o homem santo que aparenta ser, ele tem outra personalidade que todos desconhecem...

As meninas passam por momentos de puro terror e medo, que eu senti na pele como vivesse cada segundo com elas. As atrocidades cometida por ambos – pai e mãe – me assustaram e me deixaram tão triste, por saber que isso de fato deve acontecer com algumas crianças.

Vibrei com cada dose de coragem que as meninas demonstravam, me emocionei com o amor e a cumplicidade que elas tinham uma com a outra. Embora ás vezes achasse a Hephzi um tanto egoísta, por diversas vezes ela só pensava em si, e acabava sobrando pra Rebecca, senti raiva dela em muitos momentos.

Mas toda a raiva ficou focada mesmo nos pais monstruosos que elas tinham, ninguém merece sofrer o que elas sofreram.

Depois da morte de Hephzi, Rebecca se vê sozinha e a mercê de seu algoz do qual ela não via como escapar. É de partir o coração, vê a maneira como ela sofre sozinha, além da falta da irmã, o medo sufocante que ela agora não tem mais com quem dividir.

Mas é nesse momento, de puro desespero que Rebecca começa a se lembrar das coisas que a irmã dizia e a perceber que, talvez ela tivesse razão quando dizia que ela precisava ter coragem e fugir para bem longe dali. Mas ela se perguntava, como? Eram tantos os contras, ela se via sem saída e sem ninguém que a pudesse ajudar. Eu fiquei angustiada tentando também arrumar uma luz que pudesse ajudar Rebecca.

A história é repleta de suspense e terror. A narrativa é feita em primeira pessoa pelas protagonistas, as duas irmãs. Cada capítulo é narrado por uma delas, uma - Hephzi - narra no passado antes de sua morte e a outra - Rebecca - no presente, depois da morte da irmã. Quando percebi isso fiquei com medo de me perder na historia e não conseguir entender, mas a narrativa é simples e ágil e torna bem fácil acompanhar o andamento dos fatos.

Conforme a história vai evoluindo e sendo contada, tive momentos de forte emoção, e também me senti terrivelmente triste e angustiada, assim como as protagonistas. Senti-me amedrontada e aterrorizada em alguns momentos, sofri juntos com elas e vivi seus momentos de desespero.

A historia é tão profunda, tão bem contada, que nos arrasta pra dentro das páginas e nos faz vive-la intensamente.

A capa é linda e mostra muito bem um resumo do que se é contado. As páginas são amareladas e a fonte num tamanho perfeito, deixando a leitura confortável. Encontrei alguns errinhos de revisão, mas nada que afete o entendimento ou o andamento da leitura.

É uma historia cativante, triste e melancólica. Mas com uma lição de vida e coragem, sensacional. Nos mostra que devemos lutar sempre, encarar nossos medos e nunca, jamais desistir!

site: http://www.meulivromeumundo.com/
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tiagoodesouza 14/10/2013

Corações feridos | @blogocapitulo
Olá, pessoal! A resenha de hoje é sobre um livro forte. Muito, muito forte. Se alguém disser que é um livro bonito, no mínimo essa pessoa gosta de ver o sofrimento alheio. Porque neste livro, ele está presente em vários momentos. Na verdade, a única coisa bela que ocorre no livro não tem como contar sem estragar a surpresa de quem for ler.

"Meus pais tinham sua definição particular do que era o bem e o mal. Na Igreja, nosso Pai é um homem de Deus; na cidade, ele é um modelo de virtude; e, na casa paroquial, eu era o mal, porque fora marcada. Foi o que me disseram assim que eu tive idade suficiente para entender."
Página 92.

Corações feridos conta a história de duas irmãs gêmeas que vivem sob o extremo domínio de um pai rigoroso. Hephzibah e Rebecca, apesar de gêmeas, são diferentes tanto na personalidade quanto na aparência. Hephzi é linda e com um espírito livre, enquanto Rebecca possuiu uma deformação facial chamada Treacher Collins. Se vocês leram Extraordinário (Intrínseca, 2013), devem lembrar que o August possuiu uma deformação facial também. A de Rebecca é por aí. Eu não aconselho a ninguém pesquisar sobre ela. Imagens bem impactantes podem surgir, embora eu precisei pesquisar para conseguir ter uma ideia melhor da aparência de Rebecca.

Voltando à história. Praticamente durante todo a sua vida, as irmãs foram educadas em casa sob os princípios religiosos de dois pais fanáticos. Apesar de ser um livro contemporâneo, as meninas pareciam viver numa época anacrônica. Elas conhecem computador a partir do momento em que passam a frequentar a escola comum. Começam a mudar, bem levemente, alguns preconceitos instigados por sua criação e Hephzibah começa a namorar às escondidas. E é por conta desse namoro que a história do livro ganha combustível e se desenvolve.

A narrativa é em primeira pessoa pelo ponto de vista das duas irmãs. Os capítulos são intercalados em presente e passado. No presente, Rebecca nos mostra o que acontece agora que a irmã morreu e sua luta solitária para viver dia após dia. No passado, Hephzi nos mostra essa transição do enclausuramento forçado em que viviam para o mundo super normal da vida de um adolescente comum até o momento em que ela não tem mais nada o que nos contar.

Eu me surpreendi bastante. Confesso que o que mais me atraiu, a princípio, foi a capa. Gosto de capas com cores fortes e um quê mais sombrio. Acredito que teria ficado mais bonita ainda se tivessem colocado textura soft touch. A diagramação é a padrão da editora Novo Conceito, com um pequeno detalhe no formato de galhos no começo de cada capítulo.

Louisa não mede palavras para descrever as cenas violentas. Motivo este para que eu dissesse no começo da resenha que não tem como ver beleza quando as personagens passam por esses momentos terríveis. Já não bastasse sofrer pelas mãos do pai, elas têm de seguir firme sem o apoio de uma mãe fria. Durante todo o livro, a autora nos deixa a entender que algo mais aconteceu com aquelas meninas. E esse algo, na minha opinião, ficou em aberto.

É uma leitura muito recomendada. Não vai ser fácil. Vocês vão se sentir bastante incomodados. Acredito que o título reflete bem o que esperar da história. Afinal, aqueles que feriram o coração das meninas são os que deveriam proteger e dar amor incondicionais.

"- As pessoas não se preocupam, eles querem uma vida sossegada.
- Bem, eles deveriam ter vergonha de si mesmos.
Talvez sim. A raiva exigira muita energia de mim, e eu precisava de todas as forças que me restavam para enfrentar o resto da minha vida."
Página 208.

site: http://www.ocapitulodolivro.blogspot.com.br/2013/10/resenha-coracoes-feridos.html
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Fun's Hunter 14/10/2013

Corações Feridos | Novo Conceito
A capa utilizada pela Novo Conceito foi o que despertou o meu interesse por esse livro! Quando vi uma divulgação do lançamento de Black Heart Blue no exterior, os comentários foram bastante entusiasmados em relação à história, fiquei indeciso se iria ler ou não por se tratar de um gênero que não sou acostumado. O livro superou as minhas expectativas e me deixou revoltado com o que lia em determinadas páginas.
Hephzibah e Rebecca são gêmeas, mas bem diferentes visualmente. Hephzi é linda e muito querida (Será?). Reb é feia, como ela mesma diz, um monstro aos olhos de seu pai; ela nasceu com a Síndrome de Treacher Collins, causando uma má formação dos ossos da face.
Reb sempre viveu como uma sombra de sua irmã, mas tudo muda quando as duas finalmente começam a estudar em uma escola e deixam o ensino em casa para trás. A jovem não gosta nada quando Hephzi começa a ficar mais com seus novos amigos e se esquece da única irmã, da única pessoa que a ajudava.
As duas irmãs escondem um terrível segredo, algo que somente elas sabem!

Bem, se Deus era amor, ele morrera com minha avó.
Página 36

A autora Louisa Reid nos presenteia com um excelente livro! A história é dividida entre o ponto de vista das duas irmãs, e foi a primeira vez que isso não me desagradou.
Hephzi narra tudo o que aconteceu com as irmãs antes de sua morte (sim, a linda e perfeita acaba morrendo), Reb nos conta o que aconteceu após a morte da irmã.
A explosão de sentimentos que o livro provoca é inexplicável! Roderick e Maria, pais das gêmeas, são muito religiosos e acabam levando tudo ao extremo, tudo mesmo! As meninas acabam sendo mal informadas sobre o que deveria ser tão simples. Ninguém merece ter os pais como os das garotas!

No decorrer da história, conhecemos outros personagens. Gostei de alguns e de outros, nem tanto. Craig se torna namorado de Hephzi após os dois se conhecerem, tudo guardado a sete chaves pela garota, seus pais não podem nem desconfiar. O jovem, mesmo não tendo se relacionado com Rebecca na época, acaba encontrando uma grande amiga depois.
Daisy te odiei tanto... você nem imagina!
Danny foi um anjo na vida de Rebecca. Fiquei tão feliz quando ele apareceu e, tudo o que eu já havia imaginado, começou a mudar para melhor.
Mas nem tudo foi como eu esperei!

Quando ele terminou, rastejei até as escadas. Ele me batera em todos os lugares nos quais hematomas podem ser facilmente escondidos... E ele sabia que eu não gritaria.
Página 58

O final , apesar de ter sido um pouco rápido, ficou dentro do esperado. A autora não criou nada tão extraordinário. Foi simples, mas repleto de sentimentos!
A editora caprichou na capa desse livro, gostei mais dessa do que as outras duas que postei acima (o que acharam das capas?). O espaçamento utilizado entre as linhas e o tamanho da fonte escolhida deixaram a leitura mais confortável, não gosto de livros com letras minúsculas e tudo grudado (como já aconteceu em livros da editora), me perco facilmente.
Resta a dúvida... Ler ou não ler? Eu gostei do livro, fugiu um pouco do que sou acostumado a ler, mas não me decepcionei com essa escolha. Forte, inquietante e triste... mas que passa uma mensagem linda!

Alguns livros ficam com a gente por muito tempo depois de terminarmos sua leitura. Esta estreia de Reid é um deles. É uma história comovente, emocionante.
The Sun


site: http://www.funshunter.com/2013/10/ResenhaCoracoesFeridos.html
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