vinizambianco 27/04/2024
Sobre metáforas e metamorfoses]
Nem só de Jovens Adultos e Chiclist vive minhas leituras, e depois de um tempinho resolvi ler “A Metamorfose” do Kafka, o livro, se pode ser chamado assim, porque ele é bem curtinho (menos de cem páginas), creio que ele possa ser encaixado mais especificamente em Novela, e conta a história de Gregor Samsa que certa manhã ao acordar de sonhos inquietantes percebe ter se transformado em um gigantesco inseto.
Apesar de ser uma história que possa ser taxada como simples ou até mesmo boba, é nessa simplicidade que se encontra a riqueza da história, em nenhum momento fica claro qual bicho/animal/inseto o protagonista se transformou, o que faz com que os leitores criem em suas cabeças qual o bicho mais asqueroso que conseguem imaginar, mas mais que isso essa “metamorfose” é usada de metáfora para a desumanização que pessoas que não se encaixam nos padrões pré-estabelecidos pela sociedade. Depois de sua transformação Gregor deixa de ser visto como uma pessoa normal, mesmo que antes fosse um modelo perfeito disso.
Outro ponto que vale a pena ser destacado são as alegorias que o escritor faz de modo implícito, há muitas teorias sobre o que significa o processo de metamorfose, teorias essas que vão desde a adolescência com o fim da inocência até a mais comum que retrata um quadro clinico de depressão e repressão sexual, fora os conceitos que podem ser enxergados no que diz respeito a identidade sexual e outros mais malabarismos que quem lê consegue enxergar.
Seja qual for a opinião que o leitor tiver, “A Metamorfose” será uma história que o seguirá por um tempo, seja pela sua história fantástica, pelos seus personagens relacionáveis ou pelo modo como ela faz com que nos sintamos. Ao final, o que Kafka pede é o que qualquer escritor pede, que a história nos mude, nos transforme, nos remodelo, nos metamorfose.