Natalia.Eiras 16/12/2013Resenha produzida para o blog Perdidas na BibliotecaKyla é uma Reiniciada, ou seja, ela teve suas memórias apagadas e foi entregue a uma nova família que deveria cuidar dela até os 21 anos, quando teria a sua liberdade de volta com a retirada de seu Nivo, uma pulseira metálica ligada a um chip em seu cérebro que controla suas emoções, não deixando que ela seja violenta com ela mesma ou com outras pessoas, além de garantir que ela se mantenha sempre com os níveis de felicidade estáveis.
Mas ela é diferente, e começa a lembrar de coisas de quando era uma terrorista que lutava contra os Lordeiros pela libertação do Reino Unido. Por que isso acontece? Bem... digamos que ela tem uma espécie de "dupla personalidade".
O treinamento dela para se tornar uma guerrilheira não teve apenas manejo de armas e táticas de camuflagem; ela foi submetida a tortura intensa, de forma a criar um trauma tão grande que a única maneira da sua mente lidar com o que aconteceu foi se separando. Dessa forma, ora ela era Lucy, uma menina doce, que ela descobre mais tarde, já como Kyla, que tem sua foto exibida em um site que procura pessoas desaparecidas; ora era Chuva, uma menina pronta para qualquer desafio em nome da luta contra os Lordeiros.
Mas hoje, ela é Kyla... a menina com vários fragmentos de várias memórias.
No primeiro livro, temos uma Kyla aprendendo a viver novamente, a conviver com as pessoas e tentando entender o estranho mundo que a cerca. No primeiro livro ela tem a ajuda de Ben, seu pseudo namorado (pseudo porque namoros não são muito bons para deixar seus níveis de felicidade constantes, logo, como uma Reiniciada, ela deveria se manter longe desse tipo de coisa) para ajuda-la, porém, quando Ben decide se livrar do Nivo dele e é levado pelos Loirdeiros, o mundo dela volta a desmoronar.
Afinal, onde esta Ben agora? Será que os Lordeiros o mataram? E o por que ela tem tantas memórias fragmentadas? Como os Lordeiros a capturaram e a reiniciaram? Será que ela deveria estar ao lado dos terroristas agora lutando contra os Lordeiros? Ou será que ela deveria tentar descobrir mais sobre quem era Lucy e quem deu queixa de desaparecimento no site? Podem ser os pais biológicos dela!
Pois é... muitas perguntas, né? Mas não se preocupem, pois neste livro nós teremos muitas respostas.
Vemos o amadurecimento de Kyla, passando de uma Reiniciada surpresa e assustada com tudo para uma verdadeira guerreira. Ela esta muito mais determinada a descobrir o que aconteceu com ela e o passado negro dos Lordeiros.
O livro é um suspense psicológico, logo, você fica todo o tempo se fazendo as mesmas perguntas que a personagem (que são as peguntas que lhe fiz acima), mas se você imagina que terá muita ação neste volume... esqueça. O negócio é um quebra cabeça que você precisa montar, mas como todos são seus inimigos, ela não pode agir precipitadamente.
A narrativa te prende, pois você quer descobrir o que aconteceu com Kyla, mas eu acho que tem uma falha séria na escrita desta autora: o final.
Não. O final não é ruim; ele só termina sem deixar um "desejo" enlouquecido pelo próximo livro. Você sabe que ainda tem mais história, mas o final não termina com um climax, alguma revelação bombástica que lhe instigue a ficar desesperado pelo próximo livro. Na minha opinião, isso é uma coisa que a autora deve aperfeiçoar nos próximos livros, mas... essa é apenas a minha opinião.
Como já havia dito na resenha de Reiniciados, esta é uma distopia muito complexa e assustadora, pois trata-se de um cenário que pode vir a se tornar real algum dia. Afinal, o que impede que com o avanço da medicina, eles peguem, por exemplo, todos os menores infratores da antiga FEBEM (hoje Fundação Casa), apague as memórias deles e tentem fazer com que eles se reajustem a sociedade como uma segunda chance?
A autora criou uma distopia completamente possível, e isso é assustador...
Se você gosta de distopias e de suspense psicológico, esse livro é perfeito para você!
site:
http://perdidasnabiblioteca.blogspot.com.br