Cris 27/12/2018Forte!“Como é possível presumir que a maioria das pessoas luta justamente com essa estupenda desconexão entre quem elas são para si e o que são para os outros, é inexplicável que ainda sejamos tão completamente obcecados com a aparência.” Págs. 132-133
Pandora vive uma vida confortável com o marido e os enteados em uma cidadezinha em Iowa. Ela é uma empresária de sucesso, e a maior parte da renda da família vem dela.
Seu irmão mais velho, Edison, é um músico de Nova York que está passando por um momento difícil. Ele está sem emprego, falido e sem lugar para morar.
Tomada por compaixão, Pandora resolve acolher o irmão em sua casa por um tempo, até que as coisas melhorem para ele. Porém, faz muitos anos desde que se viram pessoalmente pela última vez, e Pandora não fazia ideia dos reais problemas pelos quais seu irmão estava passando. E qual não foi a sua surpresa, ao reencontrar Edison, e constatar que ele se tornou obeso, com mais de cem quilos acima de seu peso habitual.
Eu fiquei muito curiosa quando vi a sinopse deste livro, porque obesidade mórbida não é um tipo de doença comumente abordada em livros, mas eu não tinha nem ideia da carga dramática que a história teria.
Primeiro, eu preciso dizer que a escrita da autora é um pouco cansativa em alguns momentos. A família da Pandora é bem problemática, começando por sua relação com o pai, que é um ex-ator de uma antiga série televisiva de sucesso. Eu achei as partes em que a autora usa para falar sobre essa série e os personagens muito chata.
Fora isso, eu achei a narrativa incrível. A autora aborda o tema da obesidade de uma forma muito real. Acredito que todas as pessoas que já precisaram passar por algum tipo de dieta alimentar vão se identificar com muitas cenas que são retratadas no livro.
Eu gostei muito das reflexões da autora sobre o assunto, acredito que ela tenha feito uma pesquisa bem detalhada sobre vários pontos de vista. Ela nos apresenta com detalhes o perfil psicológico da pessoa doente, assim como da família e das pessoas que convivem com ela.
A história passa por uma reviravolta na parte final que me deixou ao mesmo tempo impressionada, revoltada e triste, mas acho que a autora quis chocar mesmo com este livro.
Fiquei bem curiosa pra ler outros livros da autora, porque sei que ela sempre aborda temas polêmicos e difíceis.
“Exercer o controle não é o mesmo que estar no controle. É o contrário. Quando você controla de verdade, só faz aquilo que quer. Não há dois de você.” Pág. 295
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