Grande Irmão

Grande Irmão Lionel Shriver




Resenhas - Grande Irmão


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Debora_ribarski 18/12/2013

Eu nunca tinha lido nada da Lionel Shriver, mas, pelo que sei de outro título seu, "Precisamos falar sobre o Kevin", imaginei que esse livro também teria um tema polêmico e seria um tanto "pesado".

No início, fiquei chocada com o preconceito. Fiquei tentando imaginar como seria se estivesse no lugar de Pandora, de Edison, com todo esse desconforto, com todas as implicações que uma mudança dessas traz.
Depois, fui mergulhando na leitura de uma maneira fantástica. Adorei a narrativa e o estilo de Lionel: direta, polêmica, observadora, franca e criativa.

Certas passagens me soaram um tanto estranhas o que se encaixou perfeitamente no final do livro que é surpreendente.

É um livro triste, enfim. Foi o que ficou pra mim depois de tudo.
Me senti um tanto enganada nas últimas páginas, cheguei a ficar chateada. Depois, me senti triste. É um livro sobre o que poderia ter sido, sobre o que não foi, sobre o que geralmente, deixamos pra lá.

A leitura é intensa e há trechos muito muito bons (o livro ficou cheio de marcações).
Não é só uma polemica com a obesidade: a relação entre irmãos no livro é muito discutida. Irmãos, pais, fama, vaidade.

Uma leitura que valeu muito a pena e que me fez ir atrás de outros títulos da autora. Recomendadíssimo!
Jonathas 01/01/2014minha estante
Tem como não gostar da Lionel Shriver? Não! :D


Bruno 28/01/2014minha estante
Comentário bacana. Estou quase na metade, e, gostando.

Sem falar de Precisamos Falar Sobre o Kevin, que é genial, recomendo O Mundo Pós-Aniversário. O universo particular de Irina e como narrador dos dois universos paralelos vai nos trazendo é também genial.


Déia 21/03/2014minha estante
Hehe que legal te ver aqui!! Estou lendo esse livro, por acaso... Beijos!


Ed 11/11/2016minha estante
Bem no finalzinho ele parece rir da nossa cara, mais eu amei assim como amo todos sos outros dela que eu tenho.




Marina 04/04/2020

Quando vi que média da nota desse livro não era muito alta, dei uma estranhada, pois já li outros livros dessa autora e eles costumam ser muito bons.
No decorrer do livro, achei que tivesse entendido o motivo de muita gente não ter gostado tanto: a autora, ao falar do problema de obesidade mórbida do irmão da protagonista, não poupa em nos detalhar situações extremamente incômodas, e outros comentários bastante degradantes vindo de outros personagens. Apesar de isso não ser um problema pra mim (pois acho que a Lionel Shriver escreve seus livros de maneira bastante realista, com personagens muito bem construídos, e desenvolve temas bem provocativos e muitas vezes perturbadores), sei que muitas pessoas poderiam ficar incomodadas ou ofendidas com o teor da história.
No entanto, foi só no final mesmo que entendi o desgosto de tantos leitores. Me junto ao coro dos que não ficaram nem um pouco felizes com o final (não irei comentar para não dar spoilers), mas a sensação é de bastante insatisfação! Por causa disso, abaixei bastante a nota que daria para o livro, pois até então, estava curtindo bastante a leitura.
Jon O'Brien 08/04/2020minha estante
É, o final é meio que um jogo sujo, do tipo ame ou odeie. Eu particularmente gostei, mas entendo perfeitamente quem pensa diferente.


Marina 16/04/2020minha estante
é verdade, Jon! também senti isso! infelizmente pra mim o final nao funcionou bem! =( e até chegar lá eu tava gostando bastante! Mas enfim, não foi uma leitura perdida! No geral eu gostei!


Jon O'Brien 16/04/2020minha estante
Que bom que gostou no geral. Talvez se a autora tivesse colocado dicas para o leitor desvendar sozinho ficasse melhor.




Aline Stechitti 12/12/2018

Obesidade e covardia
Esse é o terceiro livro que leio da Lionel Shriver e talvez seja cedo para dizer que é minha autora viva favorita.
Jamais havia lido uma história em que o foco fosse a obesidade mórbida, me mostrando a relação nada saudável que muitos de nós temos com a comida. Parafraseando a personagem principal: E daí se há tantas descobertas e evoluções? A gente não sabe comer!
Assim como em "Precisamos falar sobre Kevin" e "Tempo é dinheiro" a autora aborda a vida real, os problemas que estão em alta e que milhões estão vivendo hoje, agora mesmo! Ela cria personagens com sérios conflitos internos dentro de situações familiares e cotidianas aparentemente comuns.
O título em inglês "Big brother", ou seja, "Irmão mais velho", é um trocadilho interessante na tradução literal de irmão GRANDE. Pandora, a personagem principal e narradora reencontra o irmão mais velho depois de dois anos e ele está com, pelo menos, 100 kg a mais. Ela compra briga com o marido para ajudar o irmão a emagrecer, o que se torna uma jornada de perda de peso nada saudável.
O desenrolar dos fatos estava me decepcionando do meio para o fim, pois não me parecia o estilo da autora tanta coisa dando certo, como se fosse um conto de fadas. Sem perceber eu tinha caído na armadilha dela. O final é um belo plot twist, tive de ler duas vezes para acreditar.
Os personagens são bem chatos e eu detestei o jeito de falar do Edison, terminando cada frase com "cara". Fiquei imaginando um quarentão folgado e obeso gingando de lado e outro se gabando como se fosse o sol e o resto ao seu redor apenas os planetinhas. A irmã dele é uma pessoa sem opinião própria, condescendente e idiota. O marido é um rabugento viciado em vida saudável, o filho adolescente Tanner é o playboy rebelde que olha os adultos com tédio e se acha fodão, enquanto a caçula Cody a típica menina tímida que quer ver todo mundo feliz e por isso vive intermediando as relações.
Para mim o livro inteiro se resume em remorso. Não se tornou o meu favorito dela, mas vale a pena. Me fez pensar muito na indústria do emagrecimento e nas relações familiares. Mas principalmente me fez parar várias vezes entre uma garfada e outra e pensar: O que está acontecendo?

Siga no instagram: alinestechitti
paula 23/01/2019minha estante
Também detestei os personagens e, apesar de achar que o livro não estava me prendendo, a leitura fluiu.. mas tá longe de ser o meu preferido dela.


Karla de Souza 11/05/2019minha estante
Resenha que traduziu perfeitamente o que pensei sobre esse livro.




Jon O'Brien 25/09/2017

Final arriscado
Grande Irmão é o segundo livro que leio da Lionel Shriver. Eu conheci sua escrita, como acho que a maior parte das pessoas conheceu, a partir do livro Precisamos Falar Sobre o Kevin. Eu o li ano passado, mas não escrevi uma resenha na época — não tinha blog e não era familiarizado em escrever esse tipo de texto —, e fica difícil escrever agora, devido a memória fraca. Amei Precisamos Falar Sobre o Kevin, e amei — de uma forma completamente diferente — Grande Irmão. Quer saber por quê? Acompanhe a resenha!

Grande Irmão é um livro de peso escrito com maestria por uma autora que gosta de alfinetar o modo como as pessoas dos Estados Unidos tratam as próprias pessoas dos Estados Unidos. A capa, apesar de ser simples, já deixa claro sobre o tema que será abordado — a obesidade mórbida. Acredito que pelo fato de apenas mostrar a silhueta do personagem, o que deixa a capa ainda mais simples, enaltece o fato de que é nisso que as pessoas costumam reparar em primeiro lugar ao ver alguém bem cheiinho: na silhueta.

O livro conta a história de Pandora Halfdanarson, uma mulher de meia-idade que mora com o marido, Fletcher, e os enteados, Tanner, um rapaz de dezessete anos, e Cody, uma menina de treze. Ela trata os enteados como seus próprios filhos, e sua vida é aparentemente boa. Ela é dona de uma empresa chamada Baby Monotonous, que faz bonecos personalizados caríssimos. Por ser uma mulher bem-sucedida, dá a entender que ela vive uma vida desgastante, mas ainda assim boa. A parte do “desgastante” é totalmente verdade.

Um dia, Pandora recebe a ligação de um amigo do irmão dela, dizendo que Edison não tem onde morar. Ele, antigamente sendo um concertista em ascensão, agora aparentemente está no fundo do poço, e precisa recorrer à irmã porque não tem mais ninguém. Contrariando Fletcher, Pandora envia uma passagem de avião para Iowa, e se surpreende ao encontrá-lo no aeroporto, aparentemente com mais de 100kg acima do peso! Em casa, Fletcher se irrita com o comportamento devasso de Edison, e depois de algum tempo Fletcher dá um ultimato: ou Pandora escolhe a ele ou escolhe ao Edison. Pandora escolhe o irmão, fazendo um proposta para ajudá-lo a emagrecer. O livro fala sobre a comida e o uso que fazemos dela para preencher vazios emocionais. Esteja preparado para refletir.

Assim como a Gillian Flynn tem o estilo de pesar cada palavra nos nossos ombros, nos obrigando a sentir a dor que o personagem sente, Lionel Shriver também faz isso, mas de uma forma mais indireta. Em Precisamos Falar Sobre o Kevin, nos deparamos com um livro pesado, e em Grande Irmão não é diferente. A narração da Pandora é tão brutal e honesta que nos faz pensar que aquilo está acontecendo na nossa frente, mas que não podemos fazer nada em relação a isso. No início, fiquei chocado com o tamanho do preconceito contra Edison, e fiquei ainda mais chocado quando percebi o quanto seu sofrimento era grave.

Lionel Shriver mostra de forma sincera como a obesidade afeta toda uma família, e nos faz questionar se realmente somos capazes de proteger aqueles que amamos deles mesmos. A narrativa pode parecer, em alguns momentos, enfadonha, mas se você for fã de se sentir no ambiente onde se passa a história e estiver disposto a encarar uma história pesada, esse é o livro para você. Lionel Shriver ambienta sua história em um espaço e tempo realmente existentes, onde é até citado catástrofes naturais que realmente existiram. Isso apenas faz com que a história pareça ainda mais bruta e honesta e perturbadora e tudo mais de chocante que você pode imaginar.

Eu pude perceber que os livros da Lionel são difíceis de serem engolidos, mas num sentido que não estamos acostumados a ver. Justamente pelo fato de a escrita da Shriver ser pesada, você não se sente confortável para ler vários livros dela, um seguido do outro. Cada leitura precisa de um preparo mental antes do início, e precisa também de um momento de calmaria para só depois partir para algo do gênero.

Foi o final que muitas pessoas não aprovaram, e eu até mesmo entendo o argumento delas. A reviravolta que a autora vez foi absurdamente arriscada, tão arriscada a ponto de eu pensar que é daqueles livros que ou você ama ou você odeia. Depois de terminar a obra, fiquei me perguntando se tinha realmente gostado, porque eu não conseguia dizer exatamente o que senti em relação àquele final. Entretanto, depois de pensar por algum tempo, deduzi que o livro foi inteiramente honesto e tanto o começo, como o meio e como o final fizeram sentido.

Recomendo a leitura para quem quer refletir sobre um problema tão social, mas ao mesmo tempo tão pessoal.

CITAÇÕES

“A indústria da dieta é o único negócio lucrativo do mundo com um índice de insucesso de 98%.”

“[…] e, quando alguém não confia na sua autoridade, na verdade não a tem.”

“Talvez o maior favor que um cônjuge possa fazer ao outro seja fechar os olhos para o que o parceiro não consegue relevar.”

“[…] querendo ou não, somos um o quê para as outras pessoas. Você pode não reconhecer suas coxas grossas ou seus olhos de centáurea azul, mas elas reconhecem, e a interação competente com o resto do mundo envolve a manipulação dessa imagem irrelevante e arbitrária do não eu até o limite máximo.”

“E a verdadeira dificuldade não é algo que a gente procure e ache, mas uma coisa ou alguém que nos encontra. Não a escolhemos. Isso é parte do que a torna difícil.”

“Grande parte do ato de comer é a expectativa. Repetição e memorização. Em tese, a pessoa deveria poder comer quase inteiramente na cabeça.”

“O fracasso permite a libertação.”

“Mas não acho que o fundo do poço seja terapêutico porque finalmente se chega ao ponto em que as coisas não podem piorar. As coisas sempre podem piorar.”

“Ficava pensando em por que as pessoas tentavam realizar fosse o que fosse, já que a consecução de qualquer objetivo trazia implícito um desolado Bem, e então? O que vem agora?”

“Talvez seja impossível habitarmos nossas próprias realizações, por nos prendermos à busca em si, a seu ímpeto, a sua viciadora carga de anfetamina e a seu potente senso de propósito, de modo que o cumprimento de qualquer missão traz uma sensação de perda, na qual toda essa energia e direção são substituídas por uma calma em cujo halo os esforços logo se inquietam.”

“Quando reverenciamos alguém, fechamos os olhos para as informações mais complexas ou desanimadoras que o fazem baixar um pouquinho de nível, mas que também o transformam numa pessoa real.”

“Por mais incômoda que seja uma deficiência, a saciação é pior.”

“É impossível medir o que devemos às pessoas. A qualquer uma, é claro, mas sobretudo aos parentes consanguíneos, porque, tão logo começamos a calcular quanto somos obrigados a dar, tão logo começamos a fazer o monitoramento, a fracionar a benevolência distribuída, estamos fritos.”

site: https://redipeblog.wordpress.com/2017/09/25/resenha-grande-irmao-lionel-shriver/
Esdras 26/09/2017minha estante
Ótima resenha! Parabéns!
A escrita da Lionel é maravilhosa. Ela sabe como "incomodar" o leitor de várias maneiras diferentes. Amo esse tipo de escrita. haha.


Jon O'Brien 26/09/2017minha estante
Exato! Estou apaixonado pela escrita dela!




Psychobooks 21/07/2014

Classificado com 2,5 estrelas

Resenha Dupla

Alba: Livro da Lionel é sempre irrecusável. Quando a Mari disse que receberia "Grande Irmão", logo comprei minha cópia, porque resenha dupla da Shriver é amor em dobro. Mas todos autores têm seus tropeços, né?

Mari: Assim que fiquei sabendo do lançamento desse livro pela Editora Intrínseca, já comecei a desejá-lo e corri avisar a Alba implorando por uma leitura/resenha dupla. Minhas expectativas estavam BEM altas para a leitura de Grande Irmão.

- Enredo e apresentação da história

Alba: O livro conta a história da Pandora, uma mulher de 43 anos superbem-sucedida com um negócio próprio. Ela é casada com Fletcher há 7 anos e tem dois enteados Tanner de 17 anos e Cody de 14. Meio perdida em seus papéis de empresária, mãe e esposa, Pandora terá que lidar com outro papel: irmã. Seu irmão Edison está vindo passar dois meses com ela, pois está tendo por dificuldades financeiras. Eles não se veem há 4 anos e ela quase não o reconhece quando vai buscá-lo no aeroporto; seu irmão está 100kg acima do peso.
O enredo tem sua base na comida e as relação dos personagens com ela. É isso que Shriver destrinchará durante a narrativa.

Mari: Pandora está num período de 'calmaria' em sua vida. A empresa de bonecos artesanais foi um sucesso inesperado, agora com a visita do irmão, ela percebe que pode fazer uma nova empreitada e enfrentar o desafio de ajudar seu irmão a perder o excesso de peso e ter sua saúde de volta.

- Narrativa e desenrolar da história (aka: Muita calma com Shriver)

Alba: Já li três livros da Shriver e aconselho ao leitor incauto: muita calma com o começo de sua narrativa. Antes de começar sua história, a autora pauta sua personagem principal, nos dando uma prévia do seu passado com os personagens que interagirá. Esse começo demora a engrenar por conta desse preparação, e quando digo demora, é demora mesmo: pelo menos umas 80 páginas. Muita gente larga os livros da Shriver por conta disso. Minha dica é: perseverem! Essa construção é essencial para o entendimento das motivações de suas personagens.

Mari: Eu gosto quando o autor toma cuidado para criar e embasar seus personagens, isso deixa a leitura mais lenta no começo, mas o leitor consegue entender perfeitamente as atitudes de todos os personagens e tomadas de decisões. Em momento algum fiquei me perguntando o motivo da personagem ter tomado aquela decisão.

Alba: A narrativa corre em primeira pessoa e o livro é dividido em 3 partes: I Mais; II Menos e III Fora.
Mesmo antes de Edison chegar à casa de Pandora, Shriver já monta a relação conturbada que todos têm com comida. Fletcher, marido de Pandora, é obcecado por calorias e comidas saudáveis. Aficionado por exercícios, não se permite sair da linha. Numa linha passivo-agressiva, Pandora está acima do peso.
I Mais
Nessa primeira parte do livro conhecemos Edison com seus 100kg a mais. A relação abusiva dele com a comida na mesma casa em que Fletcher leva uma relação de privação é um paradoxo superinteressante para pensarmos em nossos hábitos. Tudo gira em torno de comida. A autora o tempo todo volta a isso.
II Menos
Após a construção e apresentação de Edison, Shriver dá o próximo passo e começa a nos apresentar relação irmão/ irmã. É bem interessante como Edison e Pandora se relacionam por conta da infância meio diferente, já que o pai deles era astro de um seriado americano.
III Fora (aka: como tranformar um livro 4,5 estrelas em um livro 2 estrelas e meia)
E... Shriver perde a mão. Fazia tempo que não passava tanta raiva com a construção de um livro. A impressão que tive foi que sem saber o que fazer, Lionel resolveu as coisas de qualquer jeito.

Mari: Por que essa terceira parte existe? Vocês não imaginam o quanto eu fiquei frustrada e FURIOSA com esse final! Eu entendo que foi uma ousadia da autora e que pode ter muita gente que vai gostar e achar genial, mas eu não gostei. Nem um pouco. O livro estava encaminhando para 5 estrelas e de repente.... POW... na minha cara! Nunca mais faça isso, Shriver, nunca mais!!!

- Personagens

Mari: Pandora vai fazer qualquer coisa para ajudar o irmão, inclusive enfrentar seu marido. Edison é um adulto desagradável, que gosta de contar vantagem sobre o quanto sua vida como pianista de jazz é excitante e importante. Por outro lado, Fletcher é perfeccionista em tudo o que faz. Os dois entram em conflito a todo instante e muitas vezes, os dois têm razão sobre o que estão argumentando.
Não consegui 'escolher' um lado para dizer quem estava errado. Fletcher diz que Edison só quer se aproveitar da bondade da irmã e pegar seu dinheiro, mas ele não diz nada sobre a casa que eles moram ter sido comprada por ela, isso sem contar que todo o dinheiro que entra vem da empresa dela, já que sua marcenaria de alto padrão não vende muitas peças. Edison é um tanto egoísta e manipula Pandora emocionalmente, mas ele realmente está precisando de ajuda.
Deu para entender o grande drama em que essa mulher se encontra?

Vale a pena, meninas?

Alba: Se você quer conhecer a autora, não. A escrita é ótima, mas o desenvolvimento deixa muito a desejar. Sua composição dos personagens é perfeita, mas ela perdeu completamente a mão na finalização. Não recomendo.

Mari: Se eu fingir que a última parte não existiu, sim, eu recomendo o livro, mas esse final ACABOU comigo e com todo o encanto que eu estava sentindo. Como eu sei que muitas pessoas irão gostar da decisão da autora, eu recomendo que você leia, mas não venha me dizer que eu não avisei sobre esse final.

"Pior, eu via que ele estava levando Fletcher á loucura. A raiva do meu marido era tão palpável para mim que eu tinha pavor de que meu irmão também pudesse captar seu silvo agudo de apito de cachorro. Mas, enquanto Edison sugava todo o ar de conversa que houvesse no ambiente, Fletcher só fazia ficar mais austero e silencioso. (...)"
Página 103


site: www.psychobooks.com.br
Tayna 07/03/2015minha estante
Achei a parte três super necessária e dolorosamente real. Quantas pessoas você conhece, fariam o que a Pandora fez na parte II? É por isso que a parte III incomoda mas ela é real. Sem falar que o livro foi baseado em experiências reais da Lionel e isso fica claro no ultimo paragrafo do livro. Esse é o meu terceiro livro da Shriver e pra mim ela não decepcionou.


Jonathas 17/03/2015minha estante
Ótima resenha! Gostei dessa inovação de "resenha dupla". Depois de ler esse livro, o leitor jamais pensará em obesidade da mesma forma. A única parte que discordo de vocês é da parte três, que pra mim traz coesão ao livro todo. Pandora me incomodou durante a leitura, pois por conhecer o estilo de Shriver, sabia que ela costuma criar protagonistas memoráveis e mais reais e raramente agradáveis (breves exemplos: Eva e Kevin de Precisamos falar sobre o Kevin, Willy de Dupla Falta, Glynis de Tempo é dinheiro e Corlis de A perfectly good family) e alguma coisa em Pandora a tornava muito perfeita, esse altruísmo dela, e a terceira parte serve exatamente pra isso, pra mostrar o quão grave é o problema da obesidade e o quão egoísta somos para não nos sacrificarmos pelo bem de alguém que precisa de nossa ajuda. E assim como a Tayna comentou as experiências da autora tornam o livro quase biográfico, embora a autora negue.




Helder 09/09/2015

Um livro menor
Depois de Kevin, virei fã de Lionel Shriver. Acho incrível o poder que ela tem em criar tipos horríveis, mas completamente reais. E já escrevi em outras resenhas que acho que ela é uma pessoa ruim, e que nem tudo ali é criatividade, mas sim alguns pensamentos e experiências pessoais da mesma, trazidas para seus romances.
Exatamente por isso esperava mais deste romance. Acho que faltou um pouco de coragem para Lionel se aprofundar nos diversos temas que tenta abordar no livro. Ao meu ver temos ali dois temas principais: A obesidade americana e o culto das celebridades.
O livro, como tudo que ela escreve é bom. Dentre os temas, acho que ela se saiu um pouco melhor no culto a celebridade. A relação que ela cria entre a vida real dos irmãos e a vida do seriado Guarda Compartilhada protagonizado pelo pai dos dois é muito interessante. E, como sempre, temos ali os personagens com suas características mais mesquinhas afloradas. Como gostar daquele pai que parece mesmo ser um babaca? E não terão Pandora e Edison se tornado dois babacas cada um à sua maneira também??O quanto é bom ou necessário ser famoso. Shriver nos apresenta Pandora e Edison, irmãos que foram muito amigos na juventude e sempre se sentiram deixados em segundo plano pelo pai, que vivia fora da realidade em um seriado americano onde era protagonista. Agora existe o enteado de Pandora, que acredita que o caminho do sucesso é ser redator de seriados de TV americana, como se este fosse um mundo fácil de entrar.
Desta vez a personagem principal não é uma megera cheia de iniciativas. Na verdade, o sonho de Pandora parece ser desaparecer, porém por um golpe do destino ela vira uma grande empresária e capa de várias revistas. Já Edison, sempre buscou o sucesso como musico e até o encontrou, mas seu ego era tão grande que foi se queimando e hoje está numa queda vertiginosa, que culmina na sua obesidade mórbida, a qual ele, a princípio, não assume. E aí chegamos ao segundo tema do livro, que poderia ter sido melhor desenvolvido.
Será mesmo que Pandora, gostando tanto do irmão iria mesmo fingir que nada tinha mudado com ele? E será que ela precisaria escolher entre seu irmão e seu casamento realmente? Já é difícil acreditar na demora dela em propor ajuda ao irmão, e quando chegamos ao final, Lionel quis nos surpreender, mas acabou caindo em seu próprio ritual, mostrando mais uma vez uma mulher mesquinha.
Desta vez eu preferia um final feliz ao invés de um com o “Amargor a La Lionel Shriver”, mas acho que sua descrença na humanidade a impede de criar finais felizes.
O personagem asqueroso da vez deveria ser Edison, mas Pandora não fica muito longe não.
Se for fã de Lionel, deixe este para o fim da fila.
Jonathas 17/06/2016minha estante
Tenho tentado ler todos os livros da Shriver. Dentre os que já li Checker and The Derailleurs é o único livro da autora com final feliz, levando em consideração que este foi o segundo livro publicado dela, acho que não veremos mais finais felizes em suas obras.


hassdc 27/10/2016minha estante
Que bom que deu a dica, seria o próximo dela que eu leria.
Você leu Tempo é dinheiro? Tenho um pouco de preconceito para iniciá-lo.




jo 20/02/2014

Li todos os livros dessa autora e espero ansiosamente pelo próximo.Nada é parecido com o que ela escreve,sempre original e perturbadora.Simplesmente fantástica!!
Bruno 24/07/2014minha estante
Notícias de um novo livro?
Fico buscando, mas as últimas informações são todas sobre o Grande Irmão.




Alécio Faria 24/04/2014

Passa tempo
Num final de semana, enquanto esperava o ônibus para São Roque na estaçao Barra Funda, resolvi comprar esse livro para matar o tempo. E de fato, matei o tempo com ele...( Pena que paguei 30 reais )

Estória comum...Sem muita emoção e honestamente pouco verossímil . Pense num cara com 175 kg que resolve visitar a irmã mais nova. Que até então só o conhecia com 100kg a menos. Ela resolve o ajudar, indo contra a própria família. Largando tudo e todos...Agora pensa como deveria ser a vida desse cara ? como ele vive, anda, come, caga ( desculpe-me a expressão, mas lendo vc vai entender ). Ela tentou pegar a estória de vida do irmão e transforma-la em algo factivel para sua imaginação...De como o irmão deveria ter emagrecido e com ela o ajudando..mas de forma blasé...Honestamente vc acha que um cara de 175 kg vai passar 6 meses tomando pó de proteina ? E o final ? Sem médico, sem acompanhamento clínico...etc ..Como eu disse...Bom p/ passar o tempo..Não me deu um soco no estômago... Precisamos falar de Kevin , SIM !!! Personagens mal construidas...

Agora leia o livro e tome suas próprias conclusões
AIDYL MYRELLA PADILHA 03/02/2015minha estante
Discordo de suas frias e descabíeis palavras. Ainda não li o livro quero ler e estou lendo lendo as resenhas por enquanto. Bem a forma como você se refere ao irmão de pandora me assusta uma vez que esse irmão é o irmão obeso da autora. O livro é baseado nele talvez se você conhecer a história real da autora você mude de opinião. E quando você for obeso ou tiver pessoas obesas na família você verá que o livro passa sim muitas emoções e reflexões sobre o assunto.




MandsCacto 27/02/2021

Escrita sensacional, surpreendente, me envolveu
Eu devorei essa leitura! Eu comprei há anos pois estava super barato para um livro da Intrínseca (10 reais) e também pela fama do nome da autora. Eu vi o nome dele na estante e lembrei de 1984 que quero reler, então puxei ele dali e fiquei intrigada.

Assisti uma resenha no YouTube elogiando bastante e decidi me empenhar na leitura... E a autora escreve de uma forma que facilita muito esse processo! A construção mental de cada personagem, com sua personalidade peculiar é muito incrível. A Pandora ela tem uma visão objetiva, simplificada, por vezes até irritantemente simples, mas eu me identifiquei de certa forma, até pelo gosto e satisfação do trabalho (deve ser capricorniana, como eu).

Todo o livro é bem doido! E é um assunto que eu nunca vi ser retratado na literatura antes, não é o tipo de livro mais comentado e que as pessoas mais se lembrem... Eu gostei bastante, e se "Precisamos Falar Sobre Kevin" consegue ser ainda melhor na opinião dos leitores, então mal posso esperar para fazer essa leitura, e talvez ler outros livros dela!
MandsCacto 27/02/2021minha estante
A nova visão que a Pandora desenvolve sobre a comida, as suas considerações, a visão que ela sempre teve em relação a fama e o seu jeito de tentar sempre segurar as pontas e mediar todo mundo... Em alguns níveis me identifiquei muito com a maneira dela pensar e isso me surpreendeu. E o final fechou tudo, fiquei chocadíssima. Eu pensei "nossa eu não esperava, que raiva... amei!"




Pâmela. 04/06/2017

O livro é tão múltiplo em seus assuntos e personagens que é difícil sair ileso. O tópico principal, o da comida, é indiscutivelmente unânime. Todos serão atingidos. Sejam os gordos, caminhando para a morte sem reflexão; sejam os magros, contando as calorias e perdendo o contato real com a comida.
Não li nenhum livro dela até o momento que me faça terminar feliz. Ao me sentir bem e com um sorriso, só fiquei imaginando a que horas levaria uma rasteira. Dito e feito. Rasteira. O livro é uma dor para quem tem irmãos com problemas, já que de alguma forma o livro tanto te chama para a responsabilidade quanto te faz encarar a inutilidade de qualquer ação. As pessoas são autônomas e estão presas a laços insolúveis de solidariedade e compartilhamento, e o livro torna claro o quanto essas afirmações não são contraditórias.
Pandora está tragicamente determinada a ser infeliz desde o instante em que seu irmão decidiu ser gordo. Ela será infeliz se ele permanecer gordo e ela não tentar reverter o processo. Ela será infeliz caso ela decida ajudá-lo. Ela será infeliz porque o laço insolúvel da fraternidade a puxará pesadamente para o fundo do poço, e seu irmão é autônomo o suficiente para não sair do poço caso não o queira.
A vida miserável de fartura e fama na infância é apenas um exagero de qualquer infância, um estereótipo agressivo e paspalhão do tipo de história que todos enfrentamos: nenhuma infância é perfeita. Os irmãos seguem a todo tempo respondendo aos momentos de formação. Estamos todos vivendo para superar a vida que tivemos até a idade adulta. Todos falharemos.
Alguns falham se tornando suicidamente gordos. Outros falham se prendendo a relações disfuncionais, tentando desesperadamente se desculpar por qualquer sucesso.
Perdemos a habilidade de comer. Isso é uma afirmação que cala fundo como sociedade. Magros e gordos, não sabemos mais a diferença entre um prato de comida e uma lista de calorias e vitaminas.
Somos sempre fadados a compartilhar a infelicidade daqueles que nos cercam, e nada do que façamos diminuirá esse aperto, seja ajudar, seja permitir. Essa afirmação atinge em cheio qualquer um que possua vínculos familiares ou de amizade.


E não tem nenhuma lição depois disso. Para aqueles que buscam esperança: afastem-se desse livro, afastem-se dessa autora.

Por outro lado, ela continua a me oferecer espelhos e reflexões necessários. Eu me sinto profundamente atingida.

Venha disposto a levar um soco no estômago, venha experimentar a carnificina das relações familiares e esteja preparado para a falta de apetite inevitável ao final desse livro que, apesar do amargor, é um deleite indiscutível para quem gosta de boa literatura.
Patricia Dias 30/06/2017minha estante
Amei sua resenha!




Ana Caroline 31/01/2024

Esse livro me deixou pensando sobre a obesidade e as consequências dela e para todos a sua volta. Pandora é uma mulher que tem uma empresa de sucesso mas se sente não merecedora. Em uma visita de seu irmão Édson que está com 100 KG a mais da última vez que se viram, após uma visita de dois meses em sua casa, Pandora resolve ajudar Edson a emagrecer? de um jeito totalmente irresponsável. Essa empreitada destrói seu casamento e quase destrói sua saúde.
O personagem de Edson é extremamente arrogante é intragável, colocando a culpa de seus quilos a mais nos outros, não se responsabilizando pelas suas escolhas.

O final é confuso, destrói a imagem de Pandora que fomos construindo. Ficou estranho.
Rafael1829 10/05/2024minha estante
Achei o final bem decepcionante




Marcela.Hideu 03/10/2016

Big brother
Quando comecei a ler esse livro da shriver já imaginei que fosse ser outro livro arrasador, porque talvez essa seja a palavra pra descrever os livros dela, construído com a inteligência e a força impactante de Lionel Shriver, Grande irmão é um livro sobre um assunto ao mesmo tempo social e dolorosamente íntimo. Shriver mostra, sem rodeios, como a obesidade grave pode atingir uma família de modo devastador e nos faz questionar se é possível proteger as pessoas que amamos delas mesmas. Todos que já leram alguma obra da autora sabe que ela não perdoa ninguém, nada passa batido por ela, cada pagina é um tapa na cara, fiquei muito chocada com o final desse livro. Essa mulher é sensacional.
"EU GOSTARIA QUE ELE HOUVESSE PRETENDIDO DIZER QUE NÃO QUERIA CONTINUAR A SE MATAR DE TANTO COMER. MAS A INTERPRETAÇÃO ALTERNATIVA ERA MAIS PROVÁVEL: A DE QUE O CONSUMO EXAGERADO E SISTEMÁTICO FOSSE PROPOSITAL ? UM SUICÍDIO EM CÂMERA LENTA, POR MEIO DE DOCES"
Ed 09/11/2016minha estante
Eu amo a Shriver




Literatura 28/01/2014

Dissecando a relação
Tem escritores que dedicam os seus dias a criar textos que nos incomodam. Eles tomam a nossa cerne, doem, magoam, mas não conseguimos parar de ler. Folheamos as páginas em um masoquismo fremente, vendo cada palavra desejando fechar os olhos, ressaltando o que nos choca, naquilo que, na verdade, nos reconhecemos.

Lionel Shriver é uma mestra quando tece suas tramas capaz de nos prender. Seja para falar de uma mãe diante do filho assassino, do marido que não deseja gastar dinheiro com a esposa doente ou até mesmo com Pandora, personagem central de Grande Irmão.

Ela é uma empresária bem-sucedida, tem um casamento de sucesso com Fletcher e dois enteados que ama. Até que seu irmão retorna à sua vida, mas de um modo diferente: Edison, o ex-grande músico de jazz, agora falido, está 100 kilos acima do seu peso. Diante de um irreconhecível irmão, Pandora tenta reestruturar sua vida com aquele que é sangue do seu sangue.

Mas aos poucos, a presença de Edison – e seu peso – deixam a situação insustentável. Principalmente no relacionamento de Pandora com o marido, que mostra o quanto podemos ser preconceituosos. Diante de diferentes laços – os do casamento e da fraternidade – a mulher fará sua escolha, salvando o que parece mais importante e, porque não, esquecendo de si mesma.

Falando sobre a obesidade mórbida como gancho principal, a autora disseca os relacionamentos entre as pessoas, mostrando o que temos de melhor – e pior – escondidos em nosso coração. Mergulhamos no cerne dos personagens, compartilhamos o lixo e a luz de seus pensamentos e temos a cada reviravolta da trama que estes personagens querem ser lembrados. Não como lindos e puros, mas da forma mais crua possível.

Veja resenha completa no site:

site: http://www.literaturadecabeca.com.br/resenhas/resenha-grande-irmao-dissecando-a-relacao/#.UuhENxBTvIU
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Cheile.Silva 07/04/2024

Tema real
Uma história familiar que envolve preconceitos, esteriótipos com pessoas obesas, ciúmes e problemas familiares. É o primeiro livro que leio da autora (apenas vi o filme de Precisamos falar sobre o Kevin).
A leitura é muito fluida, mas acho que não foi uma tema que me fez entrar tanto na história. Acho que por não me identificar com nenhum dos personagens, isso não iria mesmo acontecer.
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Lili 16/06/2014

Precisamos falar sobre a Lionel Shriver
Lionel Shriver é uma daquelas autoras que têm estilo único. Depois de ler mesmo que apenas um livro dela você já pode dizer que gostou da AUTORA, e não somente daquele livro em específico. Claro que você pode não gostar dela também, mas eu definitivamente pertenço ao primeiro grupo.
Em mais um brilhante romance, Lionel nos conta a história de Pandora e Edison, dois irmãos um pouco distantes, mas que se amam muito. Mais especificamente Pandora venera seu irmão mais velho e o enxerga como um verdadeiro popstar - ou jazz-star, para ser mais fiel à narrativa. Após um período de quatro anos sem vê-lo, qual não é a surpresa de Pandora ao se deparar com um obeso mórbido beirando os duzentos quilos, no lugar de seu adorado irmão mais velho, o "arrasa-corações" pretensioso e arrogante, que se orgulhava de ter tocado com lendas do jazz e ter fama internacional. A partir daí, Lionel nos brinda com sua narrativa crua, direta e sem rodeios, sem nenhuma preocupação em camuflar o preconceito que todos temos contra os obesos. Em segundo plano, ela põe em discussão a importância e os limites existentes (ou não) nas relações entre irmãos, e de que maneira isso pode afetar toda a vida de uma pessoa.
Recomendo este livro e todos os outros desta autora, para qualquer pessoa que goste de refletir sobre os mais diversos temas por ela propostos. Genial.
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