Grande Irmão

Grande Irmão Lionel Shriver




Resenhas - Grande Irmão


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Nana 19/04/2014

Não se compara aos outros títulos de Lionel Shriver
A curiosidade me fez ler o livro rapidamente e acabar em menos de 48hs, mas nem por isso vou dizer que foi uma leitura super agradável. Sou fã desta autora devido ao realismo e a intensidade de suas histórias e neste livro não foi diferente. Ela sempre usa temas polêmicos e escreve de uma forma que aproxima muito o leitor da realidade.
O problema foram os personagens que não tem nenhuma simpatia, são todos muito grosseiros, arrogantes e em algumas partes o enredo até se tornou um pouco nojento. Ficou difícil me encantar com qualquer um deles e isso me afastou um pouco da trama. Além disso o final também não me agradou. Continuo admirando a autora e aguardando novos títulos, mas este com certeza não está entre os meus preferidos dela.
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Claudia Cordeiro 25/05/2014

Livro detalhista como é típico da escritora, de leitura fluida e final surpreendente.
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Dressa Oficial 10/06/2014

Resenha Grande Irmão
Olá, tudo bem com você?

Hoje trago para vocês o primeiro livro da Lionel Shriver que eu leio e dou nota máxima:)

Todos os livros dela são bem descritivos ela narra todos os detalhes possíveis e imagináveis e tem costume de demorar muito para chegar ao tema central do livro, mas nesse ela foi bem direta ao assunto e por isso li em pouquissimos dias.

Nele conhecemos Pandora uma mulher casada, bem sucedida em sua carreira profissional e fica sabendo que seu irmão Edison está passando por uma situação bem complicada, ele está sem trabalho e passando necessidades não tem nem onde morar, então ela comenta com seu marido a possibilidade de ele morar por um tempo com eles.

Fletcher o marido de Pandora não aceita muito bem a idéia de seu cunhado morar com eles, Fletcher é viciado em exercicios físicos e só se alimenta com comidas saudáveis, não come doces nem sob tortura.

Pandora quando vai buscar seu irmão no aeroporto encontra uma pessoa totalmente diferente da qual ela conhecia e não via a mais de quatro anos, Edison está com mais de 170 kg e é trazido por uma cadeira de rodas.

Pandora logo pensa no que seu marido irá achar, pois além do mesmo não ter ficado nenhum pouco feliz com a vinda dele para a casa dos dois, ele vai encher o saco de Edison por estar tão gordo, já que o mesmo é viciado em manter a boa forma.

Passado alguns meses que Edison está na casa deles, a rotina de todos mudou pois todos passaram a comer mais já que Edison adora cozinhar, mas ao sentar em uma cadeira de Fletcher que é marceneiro ele quebra a cadeira sem querer e isso vira vários motivos de briga entre toda família.

Página 113
- Sabe - comentei, baixinho - teria sido menos perturbador interromper você cheirando cocaína.

O preconceito que Edison passa não só dentro de casa mas também com todos que já o conheceram é de cortar o coração, até que Edison acaba discutindo com Fletcher pois já está bem cansado de só ser xingado de gordo e todos o olharem com aquele desprezo.

Página 124
- Escute, cara, sei que sou gordo - Falou Edison, enfim dirigindo-se diretamente a Flitcher. - Mas do jeito que você fala, é como se eu fosse um lixo. Não é uma descrição, mas um veredicto. Como se eu fosse uma abominação, a fonte de todo o mal e toda a podridão do universo. Eu como demais, mas não matei ninguém. Não sou pedófilo. Nem roubei e sua carteira.


Pandora deseja ajudar seu irmão a sair dessa situação tão humilhante e propõe alugar um apartamento para eles ficarem morando juntos por um ano e os dois resolvem emagrecer.

No começo é tudo bem difícil e Pandora acaba encontrando seu irmão escondendo uma embalagem de pizza no meio do regime que ela também tem se esforçado a fazer.

O regime que eles começam a fazer é bem radical pois ficam três meses em uma dieta só liquída, é um livro que trata sobre os problemas com comida, sobre o apoio familiar ou a falta de, sobre como a obesidade morbida pode matar e os todos riscos que ela traz, não só o vicio em comida mas também o vício em fazer exercicios físicos e comer de forma totalmente saudável sendo bem radical.

O livro foi inspirado no próprio irmão da autora porém na vida real teve um outro final e ela resolveu escrever um livro para mudar a vida real.

Não é um livro feliz, mas também não é um livro que te deixa com depressão, mas faz pensar em muitas coisas principalmente como levamos a vida, e como é nossa situação com a comida em todos os sentidos.

Página 280
- Você acha que estes seis meses foram a parte a mais díficil? Pode tirar o cavalinho da chuva. Não comer nada é fácil. Comer alguma coisa, mas não muito, é uma aporrinhação permanente. Você tem razão, ainda não acabou, não chegou ao seu peso-alvo. Mas adivinhe só: não vai acabar nunca. Você pensa que é uma questão de chegar nos 74kg, e ai vai poder relaxar. Grande surpresa, maninho. Você não poderá relaxar nunca. Terá de reapreender a comer. E sabe qual é a má notícia? Depois de ter metido os pés pelas mãos do jeito que fez e de ter transformado a comida numa armadilha pessoal, e em seguida numa fonte gigantesca de angústia, e de passar por toda essa comoção obsessiva dos envelopinhos, bem... Comer nunca mais será a mesma coisa. Sempre o deixará nervoso e jamais será uma grande diversão.


Adorei ter lido esse livro, ele traz uma questão muito forte para se pensar, recomendo muito a leitura e acabo de ler esse livro com saudades do Edison irmão de Pandora.



Beijos

Até mais...


site: http://www.livrosechocolatequente.com.br/2014/03/resenha-grande-irmao.html
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gleicepcouto 11/06/2014

Escrever resenha de um livro da Lionel Shriver é sempre um desafio. Não só porque essa norte-americana é considerada uma das melhores escritoras da atualidade. Nem mesmo porque seus livros sempre são sucesso de público e crítica. Ou porque seu livro Precisamos Falar Sobre O Kevin teve uma adaptação ótima (e premiada) no cinema. Não, nada disso. Escrever a resenha de uma história dessa escritora é difícil pois mexe com a gente, alcançando alguns lugares que você preferia que ficassem intocados. É praticamente impossível terminar a leitura de uma obra dela e se considerar a mesma pessoa de quando antes de começar. Esse é o efeito Shriver.

E ela não faz isso de modo invasivo, como se te deixasse de castigo em um banco no canto da sala e dissesse: "Ok, vamos falar sobre algo que te incomoda." É algo tão natural a ela, que é como se chamasse para uma conversa na hora do café, sabe? E ali, naquele momento informal, abrisse a mesa de discussões, uma mais polêmica que a outra. Ela vê a sujeira debaixo do tapete e, não satisfeita de apenas mostrá-la aos outros, a tira de lá e assopra, espalhando para tudo quanto é lugar.

Por isso que não tenho receio de soar repetitiva quando digo que Lionel é diva e conseguiu, mais uma vez, acertar. Grande Irmão (Intrínseca) é um livraço. Nem vou perder tempo em análise técnica, pois Shriver, após tantos anos de experiência e demonstrando um talento nato para contar uma história, está acima disso. Não preciso dizer que as personagens são bem desenvolvidas, que a estrutura da narrativa é impecável, muito menos que o enredo é sólido. Isso tudo já é implícito no pacote Shriver: compre um livro e leve um "acorde!" para casa (até porque a autora é bem direta e não poupa a realidade crua). Então, vou me ater às impressões, debates internos e emoções que afloraram em mim durante a leitura. Já aviso que não foram poucas.

O assunto da vez é obesidade. Em um mundo onde, segundo pesquisa recente da ONU (Organização das Nações Unidas), 500 milhões de pessoas são obesas e aproximadamente 1,4 bilhão sofre com excesso de peso, nada mais propício para se falar sobre. Ela, porém, não se atém somente a uma questão de ser gordo, de saúde e afins. Trata, antes de tudo, da questão da imagem. Percebemos isso até mesmo no negócio que a protagonista, Pandora, tem: uma empresa que fabrica bonecos personalizados que reproduzem falas escolhidas pelos seus clientes. A questão é que essas falas geralmente evidenciam um lado não muito bacana da pessoa, como se jogasse na cara dela um defeito. Exemplo: imagina dar um boneco parecido com o seu amigo pessimista, e esse brinquedo repetisse frases dele como "Óh, vida, óh azar." e outras que evidenciassem seu pessimismo? Isso realmente seria uma brinquedo agradável? Ou apenas um modo de dizer nada corajoso de que aquela característica da pessoas lhe incomoda?

Um outro ponto que ela faz questão de frisar é o quanto as pessoas se sentem ofendidas por outra pessoa ser gorda. É um problema íntimo e pessoal, que passou a ser social. De repente, todos se preocupam com o que os outros comem, de um modo que faz parecer que a pessoa obesa está fazendo alguma coisa contra terceiros. Quando, na verdade, no máximo, pode estar fazendo algo contra a sua própria saúde. Qual o limite para metermos o bedelho no prato alheio? Claro que, com isso, ela não está levantando a bandeira de "Uhul, 'bora comer loucamente!". Soa mais como um aviso: "Ops, tem que ter um bom-senso aí, gente. Vamos defender a saúde e combater o desperdício, mas sem ultrapassar a linha limite da vida privada de cada um."

Na verdade, a autora dá a entender que há um vazio em todos nós. Concordo muito com isso. Há uma fome, que tentamos, desesperadamente, saciar. Algumas pessoas tentam eliminá-la com a comida, outras, com bebida, milhares com drogas ou esportes (sim, sim!) ou o que for. Todos buscamos algo que preencha esse buraco que há na alma humana. A questão é que não entendemos essa fome de viver, de realizar nossos sonhos, e ficamos batendo cabeça, tentando resolver o problema. No livro, por exemplo, Edison estava em um ciclo vicioso: comia porque estava triste e estava triste porque comia. Como interromper essa rotina?

Ao longo das páginas, somos bombardeados por situações que nos fazem refletir, expandindo a discussão que Shriver propõe. Temos Fletcher, o natureba, viciado em comidas naturais e exercício físico; o enteado é um garoto deslumbrado que se acha genial, quando não sabe nada da vida e nem é tão excepcional assim (olha a questão da Geração Y aí!); o pai de Pandora e Edison, roteirista de tv famoso, que fez fama com um seriado onde escancarava a vida da família, mas hoje é apenas uma pessoa esquecida pela indústria do entretenimento; e, claro, a relação em si dos irmãos Pandora e Edison.

Perto do final, o livro vai se enveredando para um caminho pouco usual da autora, mas de repente, vemos a verdadeira Lionel Shriver. Pena que não posso contar, senão seria um baita spoiler. Só posso dizer que, quando pensei que iria me decepcionar com a escritora, eis que ela me surpreende.

Com coragem, Lionel Shriver fala mais do que obesidade em Grande Irmão. Fala sobre o excesso em nossas vidas, na gorduras que cultivamos aqui e ali e que nem sempre têm relação com a forma física: são apenas resultado de subterfúgios para tentar camuflar uma insatisfação que não conseguimos enfrentar, nem nomear.

site: http://murmuriospessoais.com/resenha-grande-irmao-lionel-shriver-intrinseca/
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Lili 16/06/2014

Precisamos falar sobre a Lionel Shriver
Lionel Shriver é uma daquelas autoras que têm estilo único. Depois de ler mesmo que apenas um livro dela você já pode dizer que gostou da AUTORA, e não somente daquele livro em específico. Claro que você pode não gostar dela também, mas eu definitivamente pertenço ao primeiro grupo.
Em mais um brilhante romance, Lionel nos conta a história de Pandora e Edison, dois irmãos um pouco distantes, mas que se amam muito. Mais especificamente Pandora venera seu irmão mais velho e o enxerga como um verdadeiro popstar - ou jazz-star, para ser mais fiel à narrativa. Após um período de quatro anos sem vê-lo, qual não é a surpresa de Pandora ao se deparar com um obeso mórbido beirando os duzentos quilos, no lugar de seu adorado irmão mais velho, o "arrasa-corações" pretensioso e arrogante, que se orgulhava de ter tocado com lendas do jazz e ter fama internacional. A partir daí, Lionel nos brinda com sua narrativa crua, direta e sem rodeios, sem nenhuma preocupação em camuflar o preconceito que todos temos contra os obesos. Em segundo plano, ela põe em discussão a importância e os limites existentes (ou não) nas relações entre irmãos, e de que maneira isso pode afetar toda a vida de uma pessoa.
Recomendo este livro e todos os outros desta autora, para qualquer pessoa que goste de refletir sobre os mais diversos temas por ela propostos. Genial.
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Rafa 19/01/2015

Arrastando as Alpargatas
O tema principal do livro é a obesidade, mas não de uma maneira fofinha como em My Mad Fat Diary, nele a obesidade é tratada de uma maneira mais "séria", do ponto de vista de como ela afeta a vida do obeso e dos ao seu redor.

Afinal, Edison não é gordinho, ele é obeso mesmo. Depois de passar quatro anos sem ver sua irmã, ela não o reconhece. Passou da fase do gordinho fofo e tornou-se problema grave. Desde locomoção, até quebrar cadeiras ao sentar, comer descontroladamente, ao ponto de Pandora e sua família terem de mudar os móveis de lugar para que o Edison pudesse passar.

Esse retrato é real. E falo isso com conhecimento de causa, já fui obesa. A maldade das pessoas com a pessoa gorda é cruel mesmo, afinal, obesidade não é doença, é desleixo! Para emagrecer é só fechar a boca! Uhum, vai nessas... É claro que como o personagem sofre de obesidade mórbida, o preconceito é elevado ao máximo, porém, ele inicia bem antes.

A história vai tomando seu rumo a partir da obesidade do Edison. Mas o interessante de acompanhar é o desenvolvimento dos outros personagens também. Pandora, que é a narradora, tem uma empresa que fabrica bonequinhos que dizem as frases chavões de cada pessoa, até hoje noto minhas frases-referência e atento para o que o meu bonequinho diria.

O marido da Pandora, Fletcher, é um dos personagens mais chatos que eu já li. Não que ele seja mal escrito, o que quero dizer é que ele é um cara chato, ele é daqueles maníacos por comida saudável e foi quem mais expressou seu desprezo pela obesidade do Edison. Não bastasse, ele tem ciúmes do irmão -.- eu pediria o divórcio.

O final desse livro - gente - não tem como esquecer. Claro que não vou contar, mas foi cruel com o meu coração também, além de ser indignante. Como a Lionel pode fazer isso?

O livro fica atrás de Precisamos Falar sobre o Kevin, mas ainda assim, gostei bastante. O relato que ela faz da obesidade ficou muito próximo da realidade, o que me cativou.


site: http://www.arrastandoasalpargatas.com
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@aangeladani 20/07/2016

Surpreendentemente realista.
Sabe aquela máxima: você só pode ajudar quem aceita ajuda? Pois essa é uma verdade inquestionável. E é meio que o norte dessa história, assim como também o seguinte questionamento: a pessoa engorda por estar deprimida, ou fica deprimida por estar gorda? Ou as duas coisas?

Escrita em primeira pessoa, a narrativa levanta várias discussões sobre o papel que a comida representa e, principalmente, sobre o lugar de destaque que ela ocupa em nosso cotidiano. Tudo envolve comida. E quando o simples ato de comer foge do controle e vira uma compulsão? Uma auto-agressão, que pode ter sérias consequências para a própria pessoa e também para quem está ao redor.
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Mais uma vez Shriver não coloca enfeites nem panos quentes para abordar um assunto bastante sério e que só vem crescendo: a obesidade. Mas ela ainda vai além ao nos fazer ficar cara a cara com um problema que muitos não admitem ter: o preconceito com a pessoa acima do peso. Preconceito esse que, muitas vezes, delimita valor para o obeso, como se o simples fato de se estar gordo(a) diminuísse as qualidades que a pessoa possui, visto que os estereótipos e as aparências comandam a sociedade, formam opiniões e julgam comportamentos. Infelizmente, o peso acaba sendo uma espécie de veredito sobre o nosso caráter.
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Não bastasse todo esse pano de fundo que tanto me interessa e que eu também me identifico muito (porque já passei por uma obesidade mórbida), Shriver ainda fez com que o final fosse daqueles impactantes, surpreendentes, que me chocou um pouco sim mas que, ao mesmo tempo, me fez entender que não poderia mesmo ter sido de outro jeito. A capacidade da autora em abordar tudo de forma crua, realista e até incômoda, me cativou mais uma vez. Genial!

Melhor quote (foi difícil escolher entre tantos que anotei, rs):

[...] Fiquei desolada ao perceber que o tamanho do meu irmão parecia ser tudo o que as pessoas enxergavam. Tive vontade de objetar: mas a cabeça dele não é gorda, a alma não é gorda, o passado não é gordo, e o piano que ele toca também não é gordo.

Nota: 5/5 (excelente e favorito)
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Karina 24/02/2015

O livro é muito descritivo mas a história é muito boa.
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Camila 01/03/2015

Desconcertantemente real
Pandora é uma empresária que carrega o sucesso como um fardo; com um certo excesso de modéstia, ela refuta todos os elogios que recebe, acha que chegou onde chegou por mero acaso. Tentando se anular para que o irmão não se sinta diminuído. O irmão que tanto admira. Ele sim, pra ela, é um cara de sucesso. E é por causa de toda essa admiração que tem por ele, que ela decide partir na empreitada abnegada de ajudar o irmão com obesidade mórbida a voltar a ser quem ele era antes dos mais de cem quilos extras.
O livro trata a obesidade mórbida da forma mais dolorosamente real que podemos imaginar. Os constrangimentos pelo qual o obeso passa e os constrangimentos que ele inflige a sua família. Mostra, também, os bastidores da obesidade, porque ele começou a comer assim descontroladamente.
Grande Irmão parece ser um livro sobre isso, mas é muito mais. Lionel Shriver escreve de forma profunda sobre as angústias do ser humano, do ser parte de uma família, e disseca os sentimentos mais verdadeiros, aqueles que só nós sabemos que sentimos, em relação aos que amamos.
"Quando reverenciamos alguém, fechamos os olhos para as informações mais complexas ou desanimadoras que o fazem baixar um pouquinho de nível, mas que também o transformam numa pessoa real. (...) De perto, muitas vezes ele era cansativo, e eu preferia sua companhia em doses homeopáticas."
Para quem ainda não leu Shriver, não desista por motivo algum, vá até o fim do livro e se surpreenda. Assim como aconteceu comigo. O final é impagável. Você vai lendo e de repente acontece. A reviravolta que a autora faz é de deixar você embasbacado. Você tem que parar um pouco, seus olhos vão e voltam pela linha que está lendo, seus pensamentos se reorganizam, e você sorri e pensa; puta que pariu!
Você achava que ela já tinha escrito com perfeição sobre todos esses sentimentos envolvidos numa história como essa, e é aí que ela tira a carta da manga. Simplesmente sensacional.
Selecionei algumas frases de grande impacto, aí vão duas delas:
"...essa é uma arte afetiva delicada - extinguir a arrogância oca sem apagar por completo a chama do peito..."
"- Ponha isso na minha lápide (...) - Nem tudo foi uma bosta completa e absoluta."

site: http://blogeuleio.blogspot.com.br/
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Rúbia 11/03/2015

Resenha # 03 - Um livro grandioso
No primeiro contato com a sinopse desse livro já fiquei muito ansiosa para lê-lo, some-se a isso o fato dele ter sido escrito por uma autora que estava sendo super aclamada pelo best seller “Precisamos falar sobre Kevin” (minha atual leitura), pronto: era um livro no qual coloquei expectativas mil.

E não me decepcionei, Grande Irmão da Lionel Shriver é realmente uma leitura grandiosa.

A premissa da história é bem simples: Pandora, uma bem sucedida empresária tem uma ligação muito forte com o irmão Edison que é músico, mas há quatro anos não se veem pessoalmente, até que ele resolve passar uma temporada entre turnês na casa da irmã.

Quando chega ao aeroporto, Pandora se depara com o irmão pesando pelo menos 100 kg a mais do que pesava no último encontro.

E, a partir daí, é a genialidade de Shriver que faz a diferença. Ela vai fazer uma crítica severa e também nos trazer a reflexão sobre a forma como lidamos com a comida, seja no quesito comer demais, seja no quesito comer de menos. Seja o acesso rápido das comidas industrializadas, seja o excesso de zelo e restrição alimentar.

Permeando a questão da obesidade (como a sociedade encara essa situação) ela constrói também uma história sobre relações humanas: os vínculos afetivos construídos da infância, as dificuldades de lidar com um passado assombroso e muito marcante, o desgaste de um relacionamento, as decisões individuais que afetam o coletivo.

Temas secundários também permeiam a trama: a empresa de Pandora que faz bonecos de corda que imitam pessoas reais (extrapolando um pouco e passando de diversão a bullying), a carreira de musicista e as várias referências ao jazz americano.

Tudo isso regado a uma escrita incrível. Lionel é o tipo de autor que sabe usar todos os recursos estilísticos a seu favor; que talvez não seja do tipo que se pode grifar frases para usar nas redes sociais, mas que vai construir suas ideias (e que ideias!) a cada parágrafo longo que apresenta; que a cada final de capítulo vai te dar aquela chacoalhada.

O final do livro é muito surpreendente e, para algumas pessoas fez com que a leitura perdesse a graça e interesse, pra mim, só veio para reafirmar a genialidade da autora.


site: http://rubiagabriele.wix.com/memundodeleituras1
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Manu 23/06/2015

Big Brother - uma vigilância ao que comemos e como vivemos
Estamos diante de uma grande pensadora contemporânea. Digo, além da Valesca Popozuda.

Quando li Precisamos falar sobre o Kevin, um dos melhores da vida, vi que Lionel Shriver era uma escritora única. Meu pensamento constante ao passar de páginas era "essa viada arrasa". Além de escrever estrogonoficamente bem, Shriver é extremamente honesta, inteligente e crítica, nos entregando uma história densa, feita para incomodar, cuja crueza revela personagens muito plausíveis.

Em "Grande irmão", a história é narrada em primeira pessoa pela protagonista Pandora, uma bem sucedida empreendedora que recebe o irmão mais velho Edison em casa, antes um conhecido pianista de jazz em Nova York, que agora está falido e sem ter onde morar. Desleixado e pesando 100 kg a mais desde a última vez que se viram, Edison causa espanto em Pandora e principalmente em Fletcher, seu marido sistemático, que começa a não gostar nada do desenrolar da situação.

Como dá pra deduzir pela sinopse, o livro aborda bastante a questão da obesidade e a gordofobia. Ao mesmo tempo em que os preconceitos sofridos por Edison nos chocam, são coisas muito comuns no dia a dia de muita gente e que não conseguimos enxergar, tornando-as uma violência banalizada. Não é à toa que o título original – Big Brother – faça referência a essa espécie de vigilância sobre a vida dos outros. Em meio a isso, assim como em Precisamos falar sobre o Kevin, tive sentimentos mistos em relação às personagens; Shriver não as cria para que necessariamente gostemos delas, e sim para que nos identifiquemos com algumas atitudes e pensamentos e, então, passemos a refletir.

Fiquei maravilhada, desconfortável e triste com "Grande irmão". Mergulhei de cabeça na história e me coloquei no lugar daquela família diante das mudanças e reviravoltas que a figura de Edison traz. A discussão em torno de sua obesidade é recheada com outras questões ao longo da narrativa: a relação entre irmãos, as amarras de um casamento, a forma como encaramos a comida, a aparência acima de tudo, vaidade, fama e a própria fome. Nós temos fome de quê? De preencher um vazio que existe em cada um de nós? Por que procuramos tantas maneiras de saciá-la?

Ao final do livro, eu suspeitava que viria um grande BUM! pra me fazer sacolejar e soltar um "puta merda". Não me enganei. Talvez essa seja a marca de Shriver e, por isso, desconfio que o objetivo dela ao escrever não seja conquistar nossos corações da maneira mais convencional pra um autor que busca sucesso. É provável que você fique irritado, chateado ou até se sinta enganado, mas certamente passará a última página sendo uma pessoa diferente daquela quando abriu a capa pela primeira vez.


"– Peço desculpas por tê-lo chamado de gordo.
(…)
– Escute, cara, sei que sou gordo – falou Edison, enfim dirigindo-se diretamente a Fletcher. – Mas, do jeito que você fala, é como se eu fosse lixo. Não é uma descrição, mas um veredicto. Como se eu fosse uma abominação, a fonte de todo o mal e toda a podridão do universo. Eu como demais, mas não matei ninguém. Não sou pedófilo. Nem roubei a sua carteira, cara."

"- (...) Quando as pessoas ficam transtornadas, elas dizem coisas da boca para a fora.
- Às vezes, elas perdem a cabeça e dizem exatamente o que querem dizer."

site: http://www.vemaquirapidao.com/2015/06/grande-irmao-de-lionel-shriver.html
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Aymee2 06/09/2015

Quem leu Precisamos Falar Sobre Kevin ( ou prestou atenção no dialogo de Eva e Kevin no mini golfe, no filme ) deve ter notado que Eva faz comentários nada elogiosos sobre pessoas gordas. Isso foi o suficiente pra me deixar curiosa em relação a autora quanto a essa questão da obesidade.

Confesso que a principio estranhei as primeiras 50 páginas.Afinal, aquela mãe dedicada de meia idade tão caseira chamada Pandora não se parecia em nada com outras personagens de Shriver que eu ja havia visto.Bem, pra quem reclamava que a autora só tinha personagens mesquinhos, está ai a exceção.
Já seu irmão Edison... bem, é o tipo de pessoa irritante que é digna de pena.Do tipo que não é um mal sujeito mas não está nem um pouco empenhado em tomar um rumo na vida.E com isso só cava a própria cova.Seu peso era consequência da vida que levava : tudo tinha de ser em excesso.

Vi muita gente reclamando do final.Eu não achei ruim, mas foi sim uma surpresa.Porque eu não estava esperando por um final feliz.Apenas por um final.Olha, meio que me irrito com o pessoal que confunde o autor com o eu-lírico mas não pude deixar de me perguntar até onde era Pandora e até onde era Shriver no final do livro, visto que a autora também tinha um irmão com problemas de obesidade.

Ah, outra coisa : achei a Baby Monotonous divertidíssima e gostaria que essa fabrica existisse de verdade.Fiquei um bom tempo imaginando bonecos inspirados em meus amigos e que tipo de frases eles falariam.

Diria que a questão principal desse livro é até onde somos responsáveis pelas pessoas próximas e até onde podemos ir para ajuda-las.Mesmo quando elas mesmas ja desistiram de si.
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Nay 28/09/2015

Surpreendente
O tema principal do livro é comida e a forma doentia com que lidamos com ela para suprir questões emocionais, para preencher vazios, pra ocupar tempo, pra lidar com problemas... Seja nos empanturrando dela até a obesidade mórbida, seja utilizando ela como forma de controle e barganha de emoções com as outras pessoas. Mas paralelamente a este tema a autora toca em questões tão profundas, relações familiares, culpa, casamento, dependência emocional e química.

A personalidade de Pandora pra mim foi uma incógnita extra nesse livro. Ao mesmo tempo que se mostrava uma pessoa benevolente, altruísta, com uma modéstia por vezes irritante, ela se mostrava meio apática demais e submissa demais. Na segunda parte do livro sua personalidade muda completamente e te surpreende. Fato que descobrimos ser uma jogada inteligentíssima da autora, nos causando o choque que faz o final desse livro surpreendente.

O livro me sugou, me fez pensar, mexeu comigo em muitos níveis e me surpreendeu com um final chocante desses que você realmente não espera. Grande Irmão te faz refletir um pouco sobre sua própria relação com a comida, sim, mas muito mais além te faz pensar sobre esforço, oportunidades perdidas e prioridades.

Valeu cada página!


site: www.praticamenteinofensivas.com.br
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Rafael39 07/10/2015

Um drama familiar
Este livro contará a história de uma irmã que se reencontra com o irmão depois de quatro anos sem se verem. Quando Pandora vai ao aeroporto buscar seu irmão não consegue reconhecê-lo, dezenas de quilos mais gordo seu irmão Edison aparece sendo trazido de cadeiras de rodas no aeroporto, o que assusta Pandora, pois seu irmão sempre fora um homem esguio e atraente. Edison permanece durante dois meses na casa da irmã Pandora, que é casada com Fletcher, um homem silencioso mais um pouco irritado, que se vê num martírio ao ter que hospedar o cunhado muito relaxado e preguiçoso. Para amenizar toda essa situação Pandora não toca muito no assunto (obesidade) e permite que o irmão assuma a cozinha, com isso Edison cria verdadeiros banquetes a cada refeição e continua engordando. Os dois meses se passam e é chegado o dia de Edson ir embora, Pandora se sente culpada por não perguntar o que aconteceu com o irmão e também por permitir que ele fizesse todas aquelas refeições grandiosas. Sem consultar o marido, ela propõe ao irmão uma mudança de vida radical ao qual ela e ele iriam se submeter a perder peso, isso incluiria a mudança dela da casa onde mora, pois assim, ela se tornaria uma espécie de orientadora alimentar do irmão por tempo integral. Colocando em risco seu casamento Pandora e seu irmão se unem para conseguir perder peso.

A forma com que a autora tratou o tema obesidade foi muito amplo, não focou muito nas doenças que a obesidade pode acarretar, apesar de também não deixar em branco, mas sim na forma que as pessoas veem os obesos, os olhares que eles recebem de estranhos (e dos não estranhos), alguns dos motivos que podem levar as pessoas a ficarem assim, o reconhecimento profissional, o amor entre as pessoas dentro da família, e também, é retratado outros tipos de vícios, como a busca do corpo perfeito, a busca pela fama, drogas e etc.

Minha leitura foi rápida em alguns pontos e mais lenta em outros, não foi um livro que chegou em alguma parte que me deixou ansioso para ler tudo logo e me prender até o fim, a escritora as vezes voltava no passado para contar algo da história dos personagens ou então para falar sobre a indústria alimentícia, dieta e alimentação o que as vezes me cansava e fazia parar de ler.

A escolha dos personagens me chamou a atenção, pois, diferentemente de histórias de pessoas com personalidades fortes e de um cenário que se passa em uma cidade grande a autora resolveu escolher justamente o contrário. A história é contada pela perspectiva da própria Pandora que é uma mulher simples e sem muitas ambições, ela sempre ficou meio apagada perante a família dela. Sendo filha do meio sempre idolatrou seu irmão mais velho por suas conquistas, e se sentia protegida ao seu lado. Por ser contada por uma pessoa que convive com um obeso mórbido, ela consegue perceber todos os olhares (de nojo as vezes) que seu irmão recebe e fica o tempo todo pensando em como aquilo tudo aconteceu, e também em como proteger o próprio irmão de si mesmo. Mas será que ela consegue?

O motivo de ter avaliado o livro com tão poucas estrelas foi o seu desfecho, a autora escreveu um final inteligente, porém eu não gostei, Grande Irmão é aquele tipo de livro que as pessoas ou vão amar ou vão odiar, não que eu odiei, mas acredito que poderia ter sido diferente.
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Kelly 26/12/2015

Supreendente
É apenas o segundo livro que leio da autora e, assim como o primeiro adorei o estilo de "o melhor para o final". Por ter boa parte das páginas dedicadas à reflexões, talvez seja um o único ponto que desanime alguns leitores, especialmente os ávidos por ação, mas vale a pena finalizar só para tentar descobrir qual é o tema da obra - a obesidade ou as relações familiares ? Até onde vai o sacrifício para encontrarmos respostas ? E se quando encontramos respostas elas são realmente satisfatória e inquestionáveis ?
Edison e Pandora se aventuram por caminhos bem conhecidos em tempos modernos, mas estes caminhos tão populares em algum momento necessitam ser objeto de profunda reflexão e talvez uma meia volta e um segundo olhar mais atento sob uma nova perspectiva. Mais que distúrbios alimentares, nos faz questionar quem é o verdadeiro vilão na vida moderna.
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