Grande Irmão

Grande Irmão Lionel Shriver




Resenhas - Grande Irmão


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Aline Stechitti 12/12/2018

Obesidade e covardia
Esse é o terceiro livro que leio da Lionel Shriver e talvez seja cedo para dizer que é minha autora viva favorita.
Jamais havia lido uma história em que o foco fosse a obesidade mórbida, me mostrando a relação nada saudável que muitos de nós temos com a comida. Parafraseando a personagem principal: E daí se há tantas descobertas e evoluções? A gente não sabe comer!
Assim como em "Precisamos falar sobre Kevin" e "Tempo é dinheiro" a autora aborda a vida real, os problemas que estão em alta e que milhões estão vivendo hoje, agora mesmo! Ela cria personagens com sérios conflitos internos dentro de situações familiares e cotidianas aparentemente comuns.
O título em inglês "Big brother", ou seja, "Irmão mais velho", é um trocadilho interessante na tradução literal de irmão GRANDE. Pandora, a personagem principal e narradora reencontra o irmão mais velho depois de dois anos e ele está com, pelo menos, 100 kg a mais. Ela compra briga com o marido para ajudar o irmão a emagrecer, o que se torna uma jornada de perda de peso nada saudável.
O desenrolar dos fatos estava me decepcionando do meio para o fim, pois não me parecia o estilo da autora tanta coisa dando certo, como se fosse um conto de fadas. Sem perceber eu tinha caído na armadilha dela. O final é um belo plot twist, tive de ler duas vezes para acreditar.
Os personagens são bem chatos e eu detestei o jeito de falar do Edison, terminando cada frase com "cara". Fiquei imaginando um quarentão folgado e obeso gingando de lado e outro se gabando como se fosse o sol e o resto ao seu redor apenas os planetinhas. A irmã dele é uma pessoa sem opinião própria, condescendente e idiota. O marido é um rabugento viciado em vida saudável, o filho adolescente Tanner é o playboy rebelde que olha os adultos com tédio e se acha fodão, enquanto a caçula Cody a típica menina tímida que quer ver todo mundo feliz e por isso vive intermediando as relações.
Para mim o livro inteiro se resume em remorso. Não se tornou o meu favorito dela, mas vale a pena. Me fez pensar muito na indústria do emagrecimento e nas relações familiares. Mas principalmente me fez parar várias vezes entre uma garfada e outra e pensar: O que está acontecendo?

Siga no instagram: alinestechitti
paula 23/01/2019minha estante
Também detestei os personagens e, apesar de achar que o livro não estava me prendendo, a leitura fluiu.. mas tá longe de ser o meu preferido dela.


Karla de Souza 11/05/2019minha estante
Resenha que traduziu perfeitamente o que pensei sobre esse livro.




Erika Alcantara @literandofotos 04/03/2018

Grande Irmão
Pandora é uma empreendedora bem-sucedida que vive em Iowa com o marido, Fletcher, um homem de temperamento irritadiço, que nunca consegue relaxar. Edison, irmão de Pandora, antes um conhecido pianista de jazz em Nova York, está completamente falido, sem ter onde morar. Contrariando o marido, Pandora envia uma passagem aérea para o irmão e abre sua casa para hospedá-lo. Depois de quatro anos sem se encontrarem, ela quase não o reconhece quando vai buscá-lo no aeroporto e depara com um homem mais de cem quilos acima do peso. Em casa, os hábitos desleixados de Edison criam um enorme desconforto para Fletcher, até que Pandora decide se comprometer com o emagrecimento do irmão e abdica de tudo para ajudá-lo.
O livro não só retrata a obesidade como também a imagem e aceitação pessoal, tanta gente correndo atrás de padrões. Mas não só visamos isso, tem a questão da saúde. O livro aborda a polêmica de como uma pessoa gorda é tratada e como afeta as pessoas envolta. Eu não recomendaria a leitura para quem passa por esse problema, pois a realidade que o mesmo traz pode causar danos emocional no leitor. O final foi realmente o que é real. Cinco estrelas para a escrita impecável.
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@tigloko 01/02/2018

O Grande Irmão
Já tinha lido outro livro da autora ( Tempo é Dinheiro, um dos melhores que li ano passado, 2017) onde ela aborda temas, por assim dizer, fortes. Mas muito relevantes atualmente.
Nesse livro acompanhamos Pandora, dona de uma fábrica de bonecos artesanais de sucesso. Ela vive com o marido Fletcher e os dois filhos dele. Tudo começa quando ela descobre que seu irmão Edison, um pianista de jazz, está falido. Ela então decide trazer o irmão para morar com a família (discordando da opinião do marido). A primeira vez em que ela o vê não o reconhece pois este está com 4 vezes o seu tamanho. Durante os meses seguintes o estilo de vida de Edison acaba em conflito com a família de Pandora, que acaba tomando uma decisão: se dedicar a uma dieta rigorosa com o irmão para não só trazer ele a sua antiga forma, como salva-lo.
É uma leitura impactante. Vários momentos do livro há descrições bem gráficas que são difíceis de esquecer. A escrita da autora é descritiva em excesso em algumas partes mas nada que prejudique a narrativa. A obesidade é foco no livro. A autora não se esconde ao tratar do tema, discutindo o assunto abertamente, sempre com propriedade. Mas acho que o grande tema do livro é a relação entre os irmãos e como isso se sobrepõe ao seu relacionamento com a família, especialmente Fletcher.
Acredito que a autora foi corajosa com o final do livro. É aquele sentimento de ser tapeado mas foi bem realista. Levando em conta a reflexão que se tira, que por si só é ótimo. Recomendo ;)
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Jon O'Brien 25/09/2017

Final arriscado
Grande Irmão é o segundo livro que leio da Lionel Shriver. Eu conheci sua escrita, como acho que a maior parte das pessoas conheceu, a partir do livro Precisamos Falar Sobre o Kevin. Eu o li ano passado, mas não escrevi uma resenha na época — não tinha blog e não era familiarizado em escrever esse tipo de texto —, e fica difícil escrever agora, devido a memória fraca. Amei Precisamos Falar Sobre o Kevin, e amei — de uma forma completamente diferente — Grande Irmão. Quer saber por quê? Acompanhe a resenha!

Grande Irmão é um livro de peso escrito com maestria por uma autora que gosta de alfinetar o modo como as pessoas dos Estados Unidos tratam as próprias pessoas dos Estados Unidos. A capa, apesar de ser simples, já deixa claro sobre o tema que será abordado — a obesidade mórbida. Acredito que pelo fato de apenas mostrar a silhueta do personagem, o que deixa a capa ainda mais simples, enaltece o fato de que é nisso que as pessoas costumam reparar em primeiro lugar ao ver alguém bem cheiinho: na silhueta.

O livro conta a história de Pandora Halfdanarson, uma mulher de meia-idade que mora com o marido, Fletcher, e os enteados, Tanner, um rapaz de dezessete anos, e Cody, uma menina de treze. Ela trata os enteados como seus próprios filhos, e sua vida é aparentemente boa. Ela é dona de uma empresa chamada Baby Monotonous, que faz bonecos personalizados caríssimos. Por ser uma mulher bem-sucedida, dá a entender que ela vive uma vida desgastante, mas ainda assim boa. A parte do “desgastante” é totalmente verdade.

Um dia, Pandora recebe a ligação de um amigo do irmão dela, dizendo que Edison não tem onde morar. Ele, antigamente sendo um concertista em ascensão, agora aparentemente está no fundo do poço, e precisa recorrer à irmã porque não tem mais ninguém. Contrariando Fletcher, Pandora envia uma passagem de avião para Iowa, e se surpreende ao encontrá-lo no aeroporto, aparentemente com mais de 100kg acima do peso! Em casa, Fletcher se irrita com o comportamento devasso de Edison, e depois de algum tempo Fletcher dá um ultimato: ou Pandora escolhe a ele ou escolhe ao Edison. Pandora escolhe o irmão, fazendo um proposta para ajudá-lo a emagrecer. O livro fala sobre a comida e o uso que fazemos dela para preencher vazios emocionais. Esteja preparado para refletir.

Assim como a Gillian Flynn tem o estilo de pesar cada palavra nos nossos ombros, nos obrigando a sentir a dor que o personagem sente, Lionel Shriver também faz isso, mas de uma forma mais indireta. Em Precisamos Falar Sobre o Kevin, nos deparamos com um livro pesado, e em Grande Irmão não é diferente. A narração da Pandora é tão brutal e honesta que nos faz pensar que aquilo está acontecendo na nossa frente, mas que não podemos fazer nada em relação a isso. No início, fiquei chocado com o tamanho do preconceito contra Edison, e fiquei ainda mais chocado quando percebi o quanto seu sofrimento era grave.

Lionel Shriver mostra de forma sincera como a obesidade afeta toda uma família, e nos faz questionar se realmente somos capazes de proteger aqueles que amamos deles mesmos. A narrativa pode parecer, em alguns momentos, enfadonha, mas se você for fã de se sentir no ambiente onde se passa a história e estiver disposto a encarar uma história pesada, esse é o livro para você. Lionel Shriver ambienta sua história em um espaço e tempo realmente existentes, onde é até citado catástrofes naturais que realmente existiram. Isso apenas faz com que a história pareça ainda mais bruta e honesta e perturbadora e tudo mais de chocante que você pode imaginar.

Eu pude perceber que os livros da Lionel são difíceis de serem engolidos, mas num sentido que não estamos acostumados a ver. Justamente pelo fato de a escrita da Shriver ser pesada, você não se sente confortável para ler vários livros dela, um seguido do outro. Cada leitura precisa de um preparo mental antes do início, e precisa também de um momento de calmaria para só depois partir para algo do gênero.

Foi o final que muitas pessoas não aprovaram, e eu até mesmo entendo o argumento delas. A reviravolta que a autora vez foi absurdamente arriscada, tão arriscada a ponto de eu pensar que é daqueles livros que ou você ama ou você odeia. Depois de terminar a obra, fiquei me perguntando se tinha realmente gostado, porque eu não conseguia dizer exatamente o que senti em relação àquele final. Entretanto, depois de pensar por algum tempo, deduzi que o livro foi inteiramente honesto e tanto o começo, como o meio e como o final fizeram sentido.

Recomendo a leitura para quem quer refletir sobre um problema tão social, mas ao mesmo tempo tão pessoal.

CITAÇÕES

“A indústria da dieta é o único negócio lucrativo do mundo com um índice de insucesso de 98%.”

“[…] e, quando alguém não confia na sua autoridade, na verdade não a tem.”

“Talvez o maior favor que um cônjuge possa fazer ao outro seja fechar os olhos para o que o parceiro não consegue relevar.”

“[…] querendo ou não, somos um o quê para as outras pessoas. Você pode não reconhecer suas coxas grossas ou seus olhos de centáurea azul, mas elas reconhecem, e a interação competente com o resto do mundo envolve a manipulação dessa imagem irrelevante e arbitrária do não eu até o limite máximo.”

“E a verdadeira dificuldade não é algo que a gente procure e ache, mas uma coisa ou alguém que nos encontra. Não a escolhemos. Isso é parte do que a torna difícil.”

“Grande parte do ato de comer é a expectativa. Repetição e memorização. Em tese, a pessoa deveria poder comer quase inteiramente na cabeça.”

“O fracasso permite a libertação.”

“Mas não acho que o fundo do poço seja terapêutico porque finalmente se chega ao ponto em que as coisas não podem piorar. As coisas sempre podem piorar.”

“Ficava pensando em por que as pessoas tentavam realizar fosse o que fosse, já que a consecução de qualquer objetivo trazia implícito um desolado Bem, e então? O que vem agora?”

“Talvez seja impossível habitarmos nossas próprias realizações, por nos prendermos à busca em si, a seu ímpeto, a sua viciadora carga de anfetamina e a seu potente senso de propósito, de modo que o cumprimento de qualquer missão traz uma sensação de perda, na qual toda essa energia e direção são substituídas por uma calma em cujo halo os esforços logo se inquietam.”

“Quando reverenciamos alguém, fechamos os olhos para as informações mais complexas ou desanimadoras que o fazem baixar um pouquinho de nível, mas que também o transformam numa pessoa real.”

“Por mais incômoda que seja uma deficiência, a saciação é pior.”

“É impossível medir o que devemos às pessoas. A qualquer uma, é claro, mas sobretudo aos parentes consanguíneos, porque, tão logo começamos a calcular quanto somos obrigados a dar, tão logo começamos a fazer o monitoramento, a fracionar a benevolência distribuída, estamos fritos.”

site: https://redipeblog.wordpress.com/2017/09/25/resenha-grande-irmao-lionel-shriver/
Esdras 26/09/2017minha estante
Ótima resenha! Parabéns!
A escrita da Lionel é maravilhosa. Ela sabe como "incomodar" o leitor de várias maneiras diferentes. Amo esse tipo de escrita. haha.


Jon O'Brien 26/09/2017minha estante
Exato! Estou apaixonado pela escrita dela!




Patricia Dias 30/06/2017

Grata surpresa!
Esse livro comprei numa promoção. Não tinha grande expectativa mas gostei bastante. A temática da obesidade foi tratada sem grandes lições de moral mas de forma real e cotidiana, tentando mostrar os sentimentos da pessoa obesa e dos que convivem com ela. A autora apresentou um final surpreendente e que faz repensar tudo o que foi lido numa perspectiva diferente. Recomendo.
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Pâmela. 04/06/2017

O livro é tão múltiplo em seus assuntos e personagens que é difícil sair ileso. O tópico principal, o da comida, é indiscutivelmente unânime. Todos serão atingidos. Sejam os gordos, caminhando para a morte sem reflexão; sejam os magros, contando as calorias e perdendo o contato real com a comida.
Não li nenhum livro dela até o momento que me faça terminar feliz. Ao me sentir bem e com um sorriso, só fiquei imaginando a que horas levaria uma rasteira. Dito e feito. Rasteira. O livro é uma dor para quem tem irmãos com problemas, já que de alguma forma o livro tanto te chama para a responsabilidade quanto te faz encarar a inutilidade de qualquer ação. As pessoas são autônomas e estão presas a laços insolúveis de solidariedade e compartilhamento, e o livro torna claro o quanto essas afirmações não são contraditórias.
Pandora está tragicamente determinada a ser infeliz desde o instante em que seu irmão decidiu ser gordo. Ela será infeliz se ele permanecer gordo e ela não tentar reverter o processo. Ela será infeliz caso ela decida ajudá-lo. Ela será infeliz porque o laço insolúvel da fraternidade a puxará pesadamente para o fundo do poço, e seu irmão é autônomo o suficiente para não sair do poço caso não o queira.
A vida miserável de fartura e fama na infância é apenas um exagero de qualquer infância, um estereótipo agressivo e paspalhão do tipo de história que todos enfrentamos: nenhuma infância é perfeita. Os irmãos seguem a todo tempo respondendo aos momentos de formação. Estamos todos vivendo para superar a vida que tivemos até a idade adulta. Todos falharemos.
Alguns falham se tornando suicidamente gordos. Outros falham se prendendo a relações disfuncionais, tentando desesperadamente se desculpar por qualquer sucesso.
Perdemos a habilidade de comer. Isso é uma afirmação que cala fundo como sociedade. Magros e gordos, não sabemos mais a diferença entre um prato de comida e uma lista de calorias e vitaminas.
Somos sempre fadados a compartilhar a infelicidade daqueles que nos cercam, e nada do que façamos diminuirá esse aperto, seja ajudar, seja permitir. Essa afirmação atinge em cheio qualquer um que possua vínculos familiares ou de amizade.


E não tem nenhuma lição depois disso. Para aqueles que buscam esperança: afastem-se desse livro, afastem-se dessa autora.

Por outro lado, ela continua a me oferecer espelhos e reflexões necessários. Eu me sinto profundamente atingida.

Venha disposto a levar um soco no estômago, venha experimentar a carnificina das relações familiares e esteja preparado para a falta de apetite inevitável ao final desse livro que, apesar do amargor, é um deleite indiscutível para quem gosta de boa literatura.
Patricia Dias 30/06/2017minha estante
Amei sua resenha!




Gabriel Aleksander 28/11/2016

Lionel Shriver e a sua representação crua da realidade
A Sinopse

Pandora é uma empresária que deslanchou no mundo dos negócios com a inovadora empreitada de produzir bonecos personalizados que falam um conjunto de frases típicas de alguém, com o intuito de mostrar o pior lado das pessoas, trazendo um humor ácido para a vida de seus clientes que gostariam de passar uma mensagem específica de maneira descontraída.

Tudo estava caminhando normalmente, tanto em seu casamento (que já não era dos melhores) quanto na sua carreira, até que uma ligação inesperada traz a notícia que Edison, irmão de Pandora e grande músico de jazz, estava com dificuldades financeiras e precisava de ajuda por não ter onde morar. Sendo assim, a empresária decide acolher seu irmão em casa durante um período de 2 meses, sem ao menos ter noção da dimensão do caos na vida do mesmo.

Ao se deparar com Edison no aeroporto, Pandora, descobrirá que a imagem do homem que ela conhecia não é a mesma, pois, com mais de cem quilos acima do peso o que antes era familiar tornou-se desconhecido e esse impacto trará pra vida dessa família uma nova dinâmica que irá transformar tudo o que era comum e colocará em destaque todos os fantasmas que pairam sobre essas pessoas.

Um meio para um fim

Ao tratar de um tema marginalizado e que não é discutido de maneira responsável, a autora trouxe para si uma responsabilidade com a qual eu sinto que ela não soube lidar com o decorrer das páginas. Ao iniciar sua narrativa, Shriver trouxe a perspectiva de alguém sobre o corpo obeso, permitindo que o leitor se colocasse no lugar de narrador da história e enfrentasse de frente as crenças errôneas que são alimentadas constantemente por uma sociedade regida pelos padrões de beleza.

Contudo, essa foi uma missão que foi se esvaindo com o desenvolver da história que, ao ser divida em três partes, permitiu-se modificar seus objetivos no meio do caminho, deixando a questão da obesidade aberta e falhando no objetivo de desconstruir os preconceitos e representar a minoria que ela põe em cheque na construção de seu enredo, fixando a impressão de que aqui , a obesidade foi apenas usada para causar um desconforto e servir como ponto de ignição para o desenvolvimento pessoal dos personagens, deixando a pauta da forma como nós não acolhemos esses indivíduos e proporcionamos a manutenção das violências direcionadas a pessoas que não se encaixam no modelo de corpo que é comercial em aberto.

Lionel Shriver e a sua representação crua da realidade

Uma coisa pela qual a autora do aclamado “Precisamos Falar Sobre o Kevin” é conhecida é sua habilidade excepcional em retratar temas diários de uma forma envolvente e que leve o leitor a refletir durante dias sobre a mensagem que ela trouxe. Em “Grande Irmão”, somos expostos a temas que circundam a vida de uma personagem que possui laços familiares que são estabelecidos de maneira corrosiva e como isso afeta diretamente na sua vida, levando o leitor a possivelmente enfrentar seus próprios fantasmas, o que só é intensificado com a maneira crua com a qual esses fatos são mostrados durante a narrativa.

É inegável que essa capacidade de tocar diretamente nas nossas feridas acarreta pontos positivos para as obras da autora que sempre se mostram investimentos válidos a se fazer.

Opinião Final

Apesar das ressalvas que esse livro me levou a fazer, não posso negar que as reflexões que ele me gerou foram extremamente construtivas, a ponto de me deixar horas na frente do computador até definir com que nota eu classificaria o mesmo.

A temática da obesidade ainda não foi abordada de uma maneira correta, porém, o livro coloca em discussão essa realidade que é tão pouco falada, mas que precisa ser posta em pauta para que a marginalização dessas pessoas chegue ao fim.

O importante a se pensar é que os transtornos alimentares estão ligados a fatores emocionais, sociais e psíquicos. Não tratar essas pessoas com retaliação e acolhê-las é tratar o outro com humanização, uma tarefa que deveria ser comum a todas as pessoas.

site: fatalityliterario.wordpress.com/
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Vivendo a Vida 26/10/2016

O Grande Irmão
Basicamente, a história se dá em torno do irmão obeso e sua irmã que tenta ajudá-lo.O interessante é a forma que a irmã ajuda ao irmão a seguir uma vida mas rigorosa em relação a tudo, principalmente, a alimentação. Situações que todos gordinhos já passaram: dietas absurdas, ausências de comida prolongada... A transformação que a irmã tem enquanto ajuda o irmão. Além disso é uma enorme lição de vida e um grande aprendizado sobre a forma como os seres humanos se relacionam com uns com os outros e como a família é importante na vida de todo mundo.
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Marcela.Hideu 03/10/2016

Big brother
Quando comecei a ler esse livro da shriver já imaginei que fosse ser outro livro arrasador, porque talvez essa seja a palavra pra descrever os livros dela, construído com a inteligência e a força impactante de Lionel Shriver, Grande irmão é um livro sobre um assunto ao mesmo tempo social e dolorosamente íntimo. Shriver mostra, sem rodeios, como a obesidade grave pode atingir uma família de modo devastador e nos faz questionar se é possível proteger as pessoas que amamos delas mesmas. Todos que já leram alguma obra da autora sabe que ela não perdoa ninguém, nada passa batido por ela, cada pagina é um tapa na cara, fiquei muito chocada com o final desse livro. Essa mulher é sensacional.
"EU GOSTARIA QUE ELE HOUVESSE PRETENDIDO DIZER QUE NÃO QUERIA CONTINUAR A SE MATAR DE TANTO COMER. MAS A INTERPRETAÇÃO ALTERNATIVA ERA MAIS PROVÁVEL: A DE QUE O CONSUMO EXAGERADO E SISTEMÁTICO FOSSE PROPOSITAL ? UM SUICÍDIO EM CÂMERA LENTA, POR MEIO DE DOCES"
Ed 09/11/2016minha estante
Eu amo a Shriver




Michelle 29/08/2016

Fome do que?
Como o simples ato de comer pode afetar toda a nossa vida?
Já perdi a conta de quantas vezes vi o assunto abordado nesse livro sendo abordado em jornais, revistas, internet e afins e no jornal de hoje da minha cidade o assunto foi esse, uma grande manchete chamando atenção para o fato de comer mal.
Comer para satisfazer a fome, comer por gula, comer por estar triste, comer por estar ansioso, comer por estar preocupado, comer simplesmente por comer.
Sentir fome é natural, fomos feitos para sentir fome,do contrário não veríamos tantas pessoas morrendo por isso. O que nos leva a discussão do livro é comer para aplacar nossas frustrações e perder o controle disso.
Estar acima do peso, ser gordo ou ser obeso parece uma ofensa para as outras pessoas, longe de ser algo confortável, muito distante disso, mas ver as pessoas julgarem, virarem o rosto ou sussurrar é indigno. Acredito que as pessoas chegam a uma condição desfavorável por diversos motivos e não cabe a nós, meros coadjuvantes nas vidas alheias apontarmos o dedo ou pré-julgar uma pessoa nessas condições.
No livro acompanhamos a vontade de Pandora em ajudar seu irmão, as concessões que ela adotou para que ele pudesse ter uma qualidade de vida melhor e pudemos nos identificar em diversos momentos com os personagens. Eu me vi em Pandora diversas vezes, ao fechar os olhos para o aumento de peso e a birra para comer 'besteiras'. Esse livro além da conscientização sobre o tema, nos traz muitos ensinamentos e lições.
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Leituras do Sam 20/07/2016

Livro pesado
Qual a nossa real responsabilidade com aqueles que amamos?
Até que ponto temos que ir para ajudar alguem sem destruirmos a nós mesmos?

Em Grandeirmao Lionel Shriver conta a história de Pandora, uma empresária bem sucedida que tem uma família bem regrada, mas que terá sua aparente perfeição abalada pela chegada grandiosa do seu irmão mais velho Edison, um músico decadente que para a surpresa de sua irmã, está pesando 174kg.
Sem disfarces e de forma corajosa a autora nos leva a refletir sobre nossa relação com comida, obesidade, dietas, relações fraternas e casamento sufocantes.
Um livro pesado, sem alívios cômicos, que foge do politicamente correto sem ser ofensivo.
Vale a leitura.
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@aangeladani 20/07/2016

Surpreendentemente realista.
Sabe aquela máxima: você só pode ajudar quem aceita ajuda? Pois essa é uma verdade inquestionável. E é meio que o norte dessa história, assim como também o seguinte questionamento: a pessoa engorda por estar deprimida, ou fica deprimida por estar gorda? Ou as duas coisas?

Escrita em primeira pessoa, a narrativa levanta várias discussões sobre o papel que a comida representa e, principalmente, sobre o lugar de destaque que ela ocupa em nosso cotidiano. Tudo envolve comida. E quando o simples ato de comer foge do controle e vira uma compulsão? Uma auto-agressão, que pode ter sérias consequências para a própria pessoa e também para quem está ao redor.
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Mais uma vez Shriver não coloca enfeites nem panos quentes para abordar um assunto bastante sério e que só vem crescendo: a obesidade. Mas ela ainda vai além ao nos fazer ficar cara a cara com um problema que muitos não admitem ter: o preconceito com a pessoa acima do peso. Preconceito esse que, muitas vezes, delimita valor para o obeso, como se o simples fato de se estar gordo(a) diminuísse as qualidades que a pessoa possui, visto que os estereótipos e as aparências comandam a sociedade, formam opiniões e julgam comportamentos. Infelizmente, o peso acaba sendo uma espécie de veredito sobre o nosso caráter.
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Não bastasse todo esse pano de fundo que tanto me interessa e que eu também me identifico muito (porque já passei por uma obesidade mórbida), Shriver ainda fez com que o final fosse daqueles impactantes, surpreendentes, que me chocou um pouco sim mas que, ao mesmo tempo, me fez entender que não poderia mesmo ter sido de outro jeito. A capacidade da autora em abordar tudo de forma crua, realista e até incômoda, me cativou mais uma vez. Genial!

Melhor quote (foi difícil escolher entre tantos que anotei, rs):

[...] Fiquei desolada ao perceber que o tamanho do meu irmão parecia ser tudo o que as pessoas enxergavam. Tive vontade de objetar: mas a cabeça dele não é gorda, a alma não é gorda, o passado não é gordo, e o piano que ele toca também não é gordo.

Nota: 5/5 (excelente e favorito)
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fabiane_ 25/06/2016

O final é surpreendente,
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petite-luana 10/03/2016

Foi o meu primeiro contato com a autora norte-americana Lionel Shriver, que se tornou mais conhecida após "Precisamos Falar Sobre o Kevin", livro lançado anteriormente a esse e vencedor do Baileys Women's Prize for Fiction de 2005. Mas há um certo abismo entre as duas obras em relação a qualidade (posteriormente li "Precisamos Falar Sobre o Kevin", um livro incrível), considero que "Grande Irmão" tem uma grande premissa, mas foi mal aproveitado.

O livro conta a história de Pandora, uma mulher bem sucedida na carreira, sendo dona do próprio negócio e com um casamento feliz, mãe de dois enteados com os quais ela tem um afetuoso relacionamento. O livro é narrado em primeira pessoa pela Pandora e é dividido em 3 partes: Mais, Menos e Fora. A primeira parte do livro compete à construção das personagens, ficamos sabendo um pouco mais do passado de Pandora, da sua conflituosa relação com o pai que era produtor e ator principal em uma sitcom que tinha como enredo a própria vida familiar, a partir disso, podemos perceber como pandora cresceu à sombra da imagem idealizada da própria família que era passada na tv, e como ela estabeleceu uma relação muito próxima com o irmão mais velho, Edison, que era seu amigo confidente. E é nessa relação fraterna que o livro se centraliza: após 4 anos sem vê-lo, Pandora recebe Edison em sua casa para ajudá-lo a passar por uma dificuldade financeira, o choque está quando ao ver o irmão ela se dá conta que ele está com obesidade mórbida. Na segunda e terceira parte do livro, então, a autora desenvolve a narrativa, e a personagem nos apresenta como lidou com a situação do irmão, os percalços e discussões que envolvem estar próxima de alguém obeso e também um pouco mais sobre Edison e seus conflitos.

O ponto alto do livro é exatamente essa discussão de como a comida afeta as relações pessoais e delimita muito o espaço social, e também como essa relação pode se tornar patológica, seja ao expor isso na figura do Edison com compulsão alimentar, seja na figura do Fletcher, o marido da Pandora, que é obcecado por alimentação saudável e contagem de calorias. O ponto onde o livro desanda, acredito eu, é exatamente como a autora expõe essas questões, ela se perde na construção da narrativa e em vez de aprofundar nas discussões e no impacto social delas, ela cria um enredo mirabolante de perda de peso que se torna quase um desserviço (propaganda gratuita de uma dieta perigosa) e acaba dando mais destaque aos diálogos preconceituosos do que a remissão de seus personagens e o aproveitamento das suas características. O desenvolvimento se torna mais grave quando penso que o livro tem certo cunho autobiográfico, já que a Lionel vivenciou a experiência de ter um irmão com sobrepeso, acredito que a autora poderia ter feito um trabalho mais cuidadoso e mais relevante no tema, que por si só, é tão interessante.
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Kelly 26/12/2015

Supreendente
É apenas o segundo livro que leio da autora e, assim como o primeiro adorei o estilo de "o melhor para o final". Por ter boa parte das páginas dedicadas à reflexões, talvez seja um o único ponto que desanime alguns leitores, especialmente os ávidos por ação, mas vale a pena finalizar só para tentar descobrir qual é o tema da obra - a obesidade ou as relações familiares ? Até onde vai o sacrifício para encontrarmos respostas ? E se quando encontramos respostas elas são realmente satisfatória e inquestionáveis ?
Edison e Pandora se aventuram por caminhos bem conhecidos em tempos modernos, mas estes caminhos tão populares em algum momento necessitam ser objeto de profunda reflexão e talvez uma meia volta e um segundo olhar mais atento sob uma nova perspectiva. Mais que distúrbios alimentares, nos faz questionar quem é o verdadeiro vilão na vida moderna.
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