O Queijo e os Vermes

O Queijo e os Vermes Carlo Ginzburg




Resenhas - O Queijo e os Vermes


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João 28/09/2023

Do queijo os vermes, destes os homens, dos quais o maior foi Deus
"Como pudera sair da cabeça de Menocchio uma antropologia tão abtrusa e complicada?"

Muito interessante como a história do moleiro é construída. Com fontes e investigação social apurada, um único caso foi capaz de revelar toda uma estrutura antropológica e social.

O trabalho é raro e dispendioso, mas inspira ao sério e curioso.

"A comparação, que salienta o que é divergência e mesmo erro, assim permite entender o erro como ruído; e o ruído, sabemos ouvindo a música mais recente, pode ser também música. O que Menocchio compreende mal é, na verdade, o que ele compreende de outro modo". =)


Joana 28/09/2023minha estante
veio aii




arrobasamara 07/09/2023

O historiador ao pesquisar documentos inquisitoriais em Udine encontra uma frase de que uma pessoa foi condenada por acreditar que o mundo tinha origem na putrefação, se interessou e pesquisou mais até se deparar com a história de Domenico Scandella, o Menocchio, nascido em 1532, era um moleiro, que se dizia muito pobre, poucas vezes saiu de sua aldeia de Montereale, não sabia grego ou latim, no entanto era autodidata, sabia ler, escrever (e imaginar muitas coisas).
Menocchio viveu no contexto do domínio da Igreja Católica começa a ser questionado com ideais reformistas, principalmente ideais luteranos. No entanto ele próprio não era um luterano, ou anabatista.
Embora em contato com alguns livros e também conhecimentos passados de forma oral por outros, Menocchio não reproduzia simplesmente o que ouvia, tinha suas próprias ideias como acreditar que no princípio o mundo era nada, a água do mar junto com a espuma se coagulou com o queijo, dai teria nascido os vermes, que se tornaram homens e os anjos... Não acreditava na virgindade de Maria, ou na divindade de Jesus, via Deus como uma espécie de pai que delegava tarefas. Menocchio criticava as "pompas" da Igreja, exaltava a tolerância religiosa e dizia que "amar ao próximo é um preceito mais importante que amar a Deus", na verdade é até um pouco ter certeza do que exatamente Menocchio acreditava já que ele próprio se contradizia muito.
Em 1583 foi denunciado ao Santo Ofício pelo pároco de Montereale por suas heresias e tentativas de proselitismo, é iniciada então a investigação e os interrogatórios.
Um clássico e referência da micro história, é uma leitura muito interessante e rica em detalhes, em nenhum momento se tornou uma leitura chata pra mim.
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Matheus987 28/06/2023

Não li o texto para uma aula, mas a aula me fez querer ler o livro kkkkkk
"O Queijo e os Vermes" do mestre Carlo Ginzburg te leva direto pro século XVI, com uma história maluca sobre um cara chamado Domenico Scandella, ou Menocchio, como ele era conhecido. Esse livro, lançado em 1976, é um achado e tanto pra quem curte mergulhar na cultura e sociedade de tempos passados, revelando as crenças do povão e as tretas de poder da época. O jeito que Ginzburg conta essa história é sensacional. Ele faz uma pesquisa minuciosa e através da microhistória te joga de cabeça nos pensamentos do Menocchio, um moleiro comum que tinha umas ideias bem doidas pra época. O cara desafiava a religião oficial e misturava tudo quanto é coisa na cabeça, desde a tradição popular até literatura proibida.
O mais incrível é que Ginzburg conseguiu desvendar a vida e os pensamentos desse cara. Ele fuçou em documentos antigos, tipo os registros dos interrogatórios feitos pela Inquisição, e montou um quebra-cabeça incrível que mostra a mente do Menocchio. É como se a gente tivesse uma visão privilegiada de um cara comum numa época cheia de mudanças e transformações, e além disso o livro também nos faz refletir sobre a cultura e como o povão lidava com as elites. Ginzburg mostra que as crenças populares eram cheias de nuances e questionavam as estruturas de poder. A história não é só sobre os reis e rainhas, mas sobre a galera simples que muitas vezes foi esquecida no meio desse role todo. Porém, eu senti falta de uma análise mais profunda sobre o contexto histórico e social. O Ginzburg até menciona isso, mas fiquei com vontade de saber mais sobre o cenário político e social daquela época, sacas?
Ademais, "O Queijo e os Vermes" é um livro que faz a cabeça, desafiando as histórias tradicionais e trazendo a vida e as ideias de um cara comum numa época de rebuliço social e religioso. Carlo Ginzburg escreveu de um jeito empolgante, juntando uma história maneira com uma análise acadêmica massa. Se você curte cultura, crenças populares e quer entender a relação entre poder e religião, esse livro é ouro puro!
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Leila 13/06/2023

O Queijo e os Vermes do historiador italiano Carlo Ginzburg se destaca por sua abordagem única e perspicaz da história religiosa. O livro mergulha nos detalhes da vida de um moleiro chamado Menocchio, que viveu na pequena vila de Montereale, na região de Friuli, durante o século XVI, um homem que pensava por ele mesmo, mas que na época em que vivia isso era muito perigoso.

Uma das razões pelas quais achei o livro interessante é o fato de não ser uma leitora ávida de obras com temática religiosa e mesmo assim o autor conseguiu me envolver desde as primeiras páginas, apresentando uma narrativa envolvente e uma análise minuciosa dos acontecimentos. Ele utiliza uma mistura de história cultural, antropologia e teoria literária para recriar a vida e as ideias de Menocchio, e isso contribui para uma compreensão mais profunda de seu mundo e contexto.

O livro examina as crenças heterodoxas de Menocchio, que foram consideradas heréticas pela Igreja Católica da época. Ginzburg nos leva a uma jornada através dos processos inquisitoriais, revelando a maneira como a igreja tratava os dissidentes religiosos e como as ideias de Menocchio ameaçavam a ordem estabelecida. Através dessa análise detalhada, somos expostos a uma história multifacetada e sombria, que revela a complexidade das relações sociais e religiosas na Europa pré-moderna.

Um dos aspectos mais interessantes do livro é a habilidade de Ginzburg em trazer à vida um personagem tão singular quanto Menocchio. Ele se baseia em documentos históricos, como os registros do processo inquisitorial, para reconstruir as ideias e a personalidade desse homem comum. Ao fazê-lo, Ginzburg nos mostra como indivíduos aparentemente insignificantes podem ter um impacto profundo nas estruturas sociais e religiosas da época. Menocchio era um ser muito peculiar e autodidata e é muito interessante ver como ele incorporava a literatura e tudo o que tinha acesso de livros em sua vida e suas convicções, podendo muitas vezes interpretar de forma equívoca até, fato esse que gerou tantos transtornos e o levou à sua situação com a Igreja na época.

Além disso, o autor discute questões mais amplas, como a relação entre a oralidade e a escrita, a disseminação de ideias populares e o confronto entre a cultura popular e a cultura oficial. Esses temas são explorados de forma cuidadosa e eloquente, ampliando o alcance da obra e tornando-a relevante não apenas para estudiosos da história religiosa, mas também para aqueles interessados em antropologia, sociologia e estudos culturais.

No entanto, apesar de todos os aspectos positivos, é importante mencionar que a leitura de O Queijo e os Vermes pode ser um desafio em alguns momentos, o livro é bem detalhado e pode ser considerado lento para alguns. Porém, para aqueles que estão dispostos a enfrentar esse desafio, o livro oferece uma experiência gratificante e enriquecedora.
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Monalisa.Costa 25/05/2023

A vontade de falar!
Trata-se de um livro de micro-história, baseado num processo inquisitorial contra um moleiro que ousou ter as próprias ideias sobre Deus, a gênese do mundo e outras questões religiosas.

A vida de Menochio retatada nesta obra permite ao leitor entender e contextualizar a sociedade da época. O mais legal de td é saber que isso, de fato, aconteceu! Não é uma criação do autor, os fatos ali narrados, perdoados os desvios do próprio processo inquisitorial, ocorreram. Tudo isso é muito empolgante.

Não é uma leitura fluida, dada a quantidade de detalhes retirados da fonte e as tentativas do autor para preencher as lacunas, mas não é difícil também!

Recomendo a leitura, principalmente por historiadores e apaixonados por História!!
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JoAo366 10/05/2023

Leitura para a faculdade
Estava receoso para ler este livro pois pois é uma pegada diferente do que vinha lendo e diferente do que queria ler, contudo, me surpreendi positivamente. Menocchio é um moleiro que é extremamente inteligente e muito interessado em assuntos religiosos, desenvolveu sua cosmogonia que é muito complexa com base em apenas alguns livros e, mesmo se declarando cristão, foi perseguido pela inquisição por discordar de alguns pontos da igreja. O interessante, na minha opinião, é vermos como cultura erudita “incomoda” aqueles que possuem mais poder na sociedade, que dispõe do mesmo poder e meios para perseguir pessoas como Menocchio.
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@bibliotecagrimoria 05/05/2023

Releitura
Sem dúvidas. Depois de ter lido esse livro há uns 6 anos, ele ainda continua um dos meus prediletos de História.
A escrita do Guinzburg prende o leitor do início ao fim. Ficamos, tal qual o autor, intrigados com as concepções do moleiro Menocchio sobre o mundo, a fé, a alma e Deus.
Uma história que acompanha todo o processo de inquisição de um homem simples que possuía um diferencial para o século XVI, lia.
Relendo esse livro fiquei até curioso de ler as obras que Menocchio usava de referência para elaborar os seus argumentos.
Sem dúvida é uma leitura impressionante.
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BeatrizFonseca1 19/04/2023

Micro Historia
O autor italiano faz uma obra sobre a inquisição europeia maravilhosa com.a metodologia da micro Historia , Carlo vai buscar explicar a forma que as pessoas pensavam a religião e Deus na época de 1400 aproximadamente e xomo a inquisição julgava é alguns matavam essas pessoas.
Livro massa para quem que entender sobre mentalidades e formas de se relacionar na Europa.
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Mailza.Novaes 26/03/2023

Menocchio: herói e mártir da palavra
Eu entendo o fascínio que o Menocchio causou em Carlo Ginzburg.

Temos um indivíduo pertencente às classes populares, dizendo no século XVI, em pleno auge das Reformas do Concílio de Trento (ou Contrarreforma, se preferir), suas mais singelas e distintas opiniões sobre Deus e as crenças religiosas da época.

Em plena guerra religiosa entre católicos e protestantes, um simples homem dos estratos mais populares da sociedade, dizendo na frente de um inquisidor do Santo Ofício que, resumidamente, a ideia católica de purgatório é uma grande bobagem, que é mais importante amar ao próximo e ser bom enquanto vivo.

Menocchio era um homem de seu tempo. Da própria classe e meio social não é possível fugir, por mais que se diferencie, e é óbvio que o Menocchio se diferenciava dos demais. Ele não é um caso particular de excepcionalidade, é um caso que chegou até nós. Mas que caso fascinante!
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Allan.Franck 22/02/2023

A história de um moleiro esquecido.
Carlo Ginzburg desenvolve a história de Menochio, um moleiro italiano da idade média, a partir de documentos da Santa Inquisição. O autor traz a tona fragmentos que recompõem a vida desse moleiro que, não provinha de classes cultas ou ricas, mas sabia ler. Isso o possibilitou ter acesso aos livros que lhe geraram a fomentação de ideias que iriam dar encaminhamento aos dias finais de sua existência. Menochio se diferenciava de todos em sua comunidade: sabia ler e ter acesso a livros que muitos não tinham condições, o que lhe instigou a formular sua própria cosmogonia, abdicando de vários preceitos religiosos (como a santidade de Cristo ou mesmo a virgindade de Maria), comparado-a ao exemplo palpável de um Universo a partir do caos, em que o mesmo surgiu a partir da fermentação de um grande queijo e dele, Deus surgira, e logo após os vermes, que representavam os anjos e os homens. Não é preciso dizer como esses pensamentos abalaram a sociedade local e foram parar em julgamentos do Santo Ofício.
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Mila 08/02/2023

O queijo e os vermes
Esse livro é fantástico conta a história de Menocchio, suas brilhantes ideias, senso crítico, suas dúvidas sobre o que a igreja católica pregava. Sua forma de pensar e dúvidar o levaram para investigação na Santa Iquisição no qual foi investigado duas vezes, na primeira passou 3 anos presos e na segunda não houve perdão. Menocchio sentiu os efeitos dessa perseguição da igreja não podia mais expressar suas ideias, perdeu a esposa e o único filho que o considerava, acabou ficando abandobado. Enfim passou por torturas, perdas, dificuldades de arrumar emprego, desprezo familiar.
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Joy 29/01/2023

Uma ótima leitura. A escrita de Ginzburg é fluida e a discussão por ele desenvolvida a partir do caso de Menoccio, o moleiro, a cerca da cultura popular é muito interessante.
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