A obscena senhora D

A obscena senhora D Hilda Hilst




Resenhas - A Obscena Senhora D


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Ana 06/09/2022

"A vida é uma aventura Obscena de tão lúcida."
A Obscena senhora D. Foi publicado em 1982 pela autora Hilda Hilst e é terceiro livro de sua prosa. Esse foi meu primeiro contato com a autora e assim como deve ter acontecido com muita gente que tbm teve seu primeiro contato com a autora com esse livro, fiquei assustada e muito confusa. Pensei: Mas que livro é esse??? O que ele está me dizendo???
Pois é. Esse é o tipo de livro que te convida a sair da zona de conforto. Se quiser assimilar o que ele tem pra te oferecer, terá que se esforçar. O número de páginas pode enganar muita gente. Ele é muito curto. Na edição que tenho de clássicos da folha de São Paulo tem apenas 52 páginas. Mas esse livro é um exemplo claro que o número de páginas não está relacionado a densidade e/ ou complexidade da obra. Boa parte dos leitores não estão acostumados a esse tipo de literatura.
Na verdade, a premissa dele é bastante simples. Uma senhora de 60 anos depois da morte do marido começa a refletir e questionar sua vida. Seu passado e presente. O que torna esse livro hermético a princípio é a forma que a autora escolheu para contar essa história.
Temos aqui uma narrativa não linear com diversas vozes, mistura de estilos e com uma escrita que se utiliza de licenças poéticas.
A voz principal é da senhora Hillé. Que pelo que pesquisei era o apelido da própria Hilda, nessa história existem elementos autobiográficos. Ela senta na escada e começa a refletir, divagar sobre sua vida e as pessoas que estiveram nela. Principalmente seu marido, o Ehud.
A senhora D do título é um apelido dado por seu marido. D de derrelição, que significa abandono, desamparo, porque é dessa forma que Hillé se sente. Ela se vê sozinha. É no final das contas uma história sobre solidão. Mas tbm pode ser desobediência, transgressão. E nesse livro a autora usa a transgressão como regra. Esse livro é composto por um fluxo de pensamentos caóticos, confusos, aparentemente sem nexo. Assim como costumam ser alguns dos nossos pensamentos. A autora transita entre uma voz e outra sem aviso nenhum o que colabora para a confusão inicial. Não ter certeza de quem está falando.
Vi um vídeo em que falavam que Hilda Hilst é uma autora que exige releitura. E eu concordo. Afinal de contas, se um livro deve servir como um machado que quebra o mar gelado que existe em nós. Um livro que exige que a gente saia da zona de conforto e encare o caos que o ser humano é. Merece ser relido sempre.
tbbrgs 06/09/2022minha estante
mto boa sua resenha! li esse livro há algum tempo e ainda pretendo reler pra absorver melhor, pq a primeira leitura com certeza não foi suficiente haha




Ricardo.Borges 04/09/2022

Ainda que as janelas se fechem, é certo que amanhece.
Uma narrativa curta e vertiginosa, febril, quase sem pontuação, repleta de palavra difíceis e, ainda, fragmentada por um turbilhão de situações loucas e mórbidas misturadas nos diálogos confusos entre personagens (muitas vezes é difícil distinguir de quem são as frases), que traz alguns trechos bem curiosos como o questionamento se Deus também teria um ?fétido buraco? como nós!
?? não compreendo o corpo, essa armadilha, nem a sangrenta lógica dos dia, nem os rostos que me olham nesta vila onde moro.?
Nesta ?derrelição?, ela continua:
?? te busquei, Infinito, Perdurável, Imperecível, em tantos gestos, em alguma boca fiquei, curva sinuosidade, espessura, gosto, que alma tem essa boca??
E, para terminar:
?? é bem isso, e o que foi a vida? Uma aventura obscena, de tão lúcida.?
Ana Sá 05/09/2022minha estante
As primeiras linhas da sua resenha descrevem bem a impressão que fiquei da pouca experiência que tive com Hilda Hilst até hoje! rs


Julia Mendes 12/09/2022minha estante
Ricardo e Ana, esse é prosa, né?! Tenho dificuldade com a poesia dela. ?


Ana Sá 12/09/2022minha estante
Julia, eu entendi que este livro é prosa, mas achei que o início da resenha descreve bem a impressão que tive dos poemas... pra mim, são muito desafiadores!


Ana Sá 12/09/2022minha estante
#tamojunta Julia


Ricardo.Borges 12/09/2022minha estante
Prosa bem difícil, especialmente para leigos como eu. Acabei de ler e fiquei com um ponto de interrogação do tamanho da lua ( já q ela pontua pouco, peguei esse pra mim! Kkk)!!! A vantagem é q da espaço para interpretar como quiser também!


Julia Mendes 14/09/2022minha estante
#tamojunta, Ana! ????
Ricardo, obrigada, não vou ler ?? Rsrs


Ricardo.Borges 14/09/2022minha estante
Hey, não vale por a culpa em mim! Hahahaha


Julia Mendes 15/09/2022minha estante
A culpa é minha, eu ponho em quem eu quiser! Hahahaha ???????


Ricardo.Borges 17/09/2022minha estante
Hahaha




BibsChase 12/08/2022

"A vida foi uma aventura obscena, de tão lúcida."
Em A obscena senhora D, Hilda Hilst, constrói a narrativa sobre o luto de uma mulher que perdeu o marido e acaba entrando em um estado de melancolia. O tempo da narrativa é bem confuso alternando sempre entre presente e passado e combinado ao uma escrita de fluxo de consciência se torna difícil ler esse livro sem atenção, assim, é preciso fazer essa leitura com tranquilidade.
Em vários momentos eu tive dificuldade de identificar qual era o tempo da narrativa, então eu tive que reler a mesma página mais de uma vez o que foi desafiador para mim, além de me pisotear e me jogar fora da minha zona de conforto, porém, não me arrependo da leitura, Hilda escreve como ninguém!

"Roxo-encarnado sem vivez este rombo me lembra minha própria ferida, espessa funda ferida da vida."

Apesar da obra ser construída em fluxo de pensamento, em vários momentos a autora quebra esse fluxo para mostrar o exterior, como em uma cena em que os vizinhos atacam a Hillé com insultos. Ps: vizinhos sempre sendo adoráveis ?.

Na obra a autora também traz o conflito da protagonista com Deus, em vários momentos a senhora D faz questionamentos ao espiritual, além de fazer críticas ao mesmo, ao questionar se Deus é tão amoroso, o porquê ele abandono as pessoas no sofrimento e na miséria:

?Porque não me tocaste, Senhor, e nem me pensaste sóbrio os ferimentos, porque nem o calor da ponta dos teus dedos foi sentido por mim, porque mergulho num grosso emaranhado de solidões e misérias e te buscando emerjo de mim mesma as mãos cheias de lodo e de poeira, este meu roxo-encarnado sem vivez reside em mim há séculos, lapidescente na superfície mas fervilhante e rubro logo abaixo, eterno em dor com a tua esquivez.? 


É uma leitura espetacular e totalmente lúcida, embora tenha poucas páginas é quase impossível ler esse livro rápido, foi o meu primeiro contato com Hilda e eu já fiquei com vontade de virar best dela. Enfim, um livro que em primeira análise parece confuso, mas com calma e atenção é possível compreende-lo, mas mesmo assim é impossível para mim dizer que o entendi 100%, quero muito ter a oportunidade de rele-lo para não deixar passar nada.
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Rianne.Brito 10/07/2022

Gostei
Gostei do livro, tem passagens que precisam ser lidas mais de uma vez. Ela fala muito da loucura e de Deus. Mas só entendi a obra realmebte quando li o posfácio!
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Pedro Matias 03/07/2022

Obscena Senhora Hillé
Abandonada e sozinha, Hillé se autonomeia a Obscena Senhora D. Em um fluxo de consciência alimentado pela loucura, solidão e lembranças, Hillé passa a limpo sua vida, que é julgada pelas vozes da vizinhança. Ela é uma mulher que não se encaixa nos modelos de mulher aceitáveis. Um pequeno livro, que abre margem para muitos pensamentos.
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Amanda 01/07/2022

enigmático
a leitura mais diferente que eu já tive, sai totalmente da minha bolha com esse livro, fiquei com medo de ler ele e odiar no começo mas até que me surpreendi muito. É um livro bastante reflexivo e muito complexo, tem que ter muita atenção pra ?entender? a leitura, mas gostei das reflexões que me fez ter.
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Milli 01/07/2022

?por que esperas demais se as coisas estão aí à tua frente? é só sentir, minha filha, e olhar além do muro?
.
gostei muito dessa leitura, apesar de ser bem complicada de entender em algumas partes!
amo livros que me fazem refletir e esse foi um desses
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aly :) 29/06/2022

Complexo
Está foi uma das leituras mais diferente que já fiz até hoje, totalmente fora da minha zona de conforto, foi um desafio pra mim, mas é legal os fluxo de pensamentos que Hilda trabalha nesse livro!
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Marina 27/06/2022

Lindo e melancólico
É uma leitura difícil, mas magnífica. Trata-se de uma solidão miserável, dói a alma enquanto está lendo. Se tem saudade junto com Hillé, os personagens são muito bem diferenciados e caracterizados.
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Raquel S. Ramos 23/06/2022

Esse livro é o ápice do fluxo de pensamento. Sem ponto nem vírgula, mas com muitas interrogações pra deixar o leitor cheio de indagações. Sem travessão e sem aspas, mas cheio de vozes: as memórias, os devaneios, as orações, as conversas ouvidas do vão da escada... Não é uma leitura fácil até você pegar o ritmo e começar a se divertir com sua loucura.
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Áquila 03/05/2022

Experiência sensorial
Há livros que desafiam. A pontuação é estranha, a construção frasal insólita e as ideias confrontam. Clarice faz isso muito bem, mas Hilda acrescenta o sexo e diversas pulsões em seu romance.
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jon 02/05/2022

ainda bem que não lemos mentes
só cheguei a uma conclusão: pensar é tão cansativo... perdi o fôlego lendo esse, é um livro curto, de leitura rápida, já que não tem pausa nenhuma (assim como o pensamento). a proposta e a estética são ótimas, mas na metade eu já tava exausto.
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batepapowall 06/04/2022

Deve ser horrível viver questionando tudo
... mas eu agradeço à Hilda por ter criado personagens que questionam.

A Obscena Senhora D perpassa os pensamentos de Hillé, que perdeu seu marido. Não tem estrutura cronológica e muito menos racional: estamos falando aqui de sentimentos e percepções. Foi uma leitura difícil para mim não só porque não estou acostumado com uma prosa tão poética, mas também porque é difícil ser tão reflexivo na era do cinismo.
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Giovana.rAdua 27/03/2022

"Engasgo neste abismo, cresci procurando"
Hillé, mulher de sessenta anos, carrega um pesado histórico de buscas como o sentido da vida, o sentido da morte, as formas do amor, a fatalidade do tempo, sem alívio, sem a ilusão de respostas.
"A vida foi isso de sentir o corpo, contorno, víceras, respirar, ver, mas nunca compreender."
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