A obscena senhora D

A obscena senhora D Hilda Hilst




Resenhas - A Obscena Senhora D


219 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Ricardo.Borges 04/09/2022

Ainda que as janelas se fechem, é certo que amanhece.
Uma narrativa curta e vertiginosa, febril, quase sem pontuação, repleta de palavra difíceis e, ainda, fragmentada por um turbilhão de situações loucas e mórbidas misturadas nos diálogos confusos entre personagens (muitas vezes é difícil distinguir de quem são as frases), que traz alguns trechos bem curiosos como o questionamento se Deus também teria um ?fétido buraco? como nós!
?? não compreendo o corpo, essa armadilha, nem a sangrenta lógica dos dia, nem os rostos que me olham nesta vila onde moro.?
Nesta ?derrelição?, ela continua:
?? te busquei, Infinito, Perdurável, Imperecível, em tantos gestos, em alguma boca fiquei, curva sinuosidade, espessura, gosto, que alma tem essa boca??
E, para terminar:
?? é bem isso, e o que foi a vida? Uma aventura obscena, de tão lúcida.?
Ana Sá 05/09/2022minha estante
As primeiras linhas da sua resenha descrevem bem a impressão que fiquei da pouca experiência que tive com Hilda Hilst até hoje! rs


Julia Mendes 12/09/2022minha estante
Ricardo e Ana, esse é prosa, né?! Tenho dificuldade com a poesia dela. ?


Ana Sá 12/09/2022minha estante
Julia, eu entendi que este livro é prosa, mas achei que o início da resenha descreve bem a impressão que tive dos poemas... pra mim, são muito desafiadores!


Ana Sá 12/09/2022minha estante
#tamojunta Julia


Ricardo.Borges 12/09/2022minha estante
Prosa bem difícil, especialmente para leigos como eu. Acabei de ler e fiquei com um ponto de interrogação do tamanho da lua ( já q ela pontua pouco, peguei esse pra mim! Kkk)!!! A vantagem é q da espaço para interpretar como quiser também!


Julia Mendes 14/09/2022minha estante
#tamojunta, Ana! ????
Ricardo, obrigada, não vou ler ?? Rsrs


Ricardo.Borges 14/09/2022minha estante
Hey, não vale por a culpa em mim! Hahahaha


Julia Mendes 15/09/2022minha estante
A culpa é minha, eu ponho em quem eu quiser! Hahahaha ???????


Ricardo.Borges 17/09/2022minha estante
Hahaha




Regis 06/03/2023

Hilda Hilst é uma autora brasileira pouco conhecida do grande público que escreveu alguns livros de poesia antes dessa ficção literária com a personagem obsena e seu interlocutor peculiar através dos quais expressa percepções fragmentadas e irreverentes.

A personagem Hillé ou Senhora D, após perder seu companheiro Ehud, se refugia no vão da escada de sua casa e começa a discorrer sobre suas percepções do mundo, revivendo sua relação com o recém-morto e analisando o ódio da vizinhança que não tolera sua atitude anticonformista.

Com seu interlocutor nada convencional (um porco), a personagem discorre sobre suas insatisfações e as injustiças de sua situação, agindo de forma chocante para a vizinhos ao se permitir extravasar obscenidades sem nenhum pudor.

É um livro que em um primeiro contato parece difícil de ler e compreender. Esse fluxo de consciência misturado com os diálogos soltos causam uma sensação de confusão (o que parece ser o objetivo da autora) que deixa a leitura pouco fluída, apesar de demonstrar com precisão os pensamentos e degradação da personagem.
Entretanto, logo que você se acostuma com a torrente de palavras e pensamentos, a leitura flui bem melhor e você começa a sentir o texto, mesmo que a compreensão de tudo que está sendo dito venha aos poucos.

A leitura transmite solidão, desalento e inconformismo. Nos momentos de delírio a Senhora D (D de derrelição, D de desamparo) fala consigo, com o mundo, com o ego e com Deus.

Foi uma leitura interessante e bem diferente. Creio que admiradores de Clarice Lispector podem gostar muito do tipo de escrita, dado que o livro é comparado com a obra da autora, A Paixão Segundo G. H..

Esse foi meu primeiro contato com a autora e foi estranho, original e relativamente prazeroso ao final da leitura. Esse foi um novo gênero de escrita para mim, me fez sentir muitas coisas ao mesmo tempo e com certeza foi muito além da primeira impressão de confusão que tive. Recomendo.
Max 06/03/2023minha estante
Ótima resenha, Régis! ?
Hilda Hilst, não é prá qualquer leitor!?


Regis 06/03/2023minha estante
Só conhecia ela de ouvir o nome. Mas gostei da escrita. Me senti confusa no início, mas a leitura me surpreendeu, Max. ?


Elle 06/03/2023minha estante
Uau que resenha,???


Regis 06/03/2023minha estante
Obrigada, Elle. ?


HenryClerval 07/03/2023minha estante
Sua resenha está perfeita, minha linda. ?


Regis 07/03/2023minha estante
Obrigada, Lê. ?




Raquel.Fernandes 24/06/2020

Pede um olhar demorado
Essa foi uma leitura demorada. Não por causa do volume do livro mas por outros fatores. Hilda Hilst brinca com as palavras, sua escrita é despudorada e  ela se demora em reflexões metafísicas.
Quando vou começar uma leitura confesso que tento não saber o gênero literário a que pertence, deixo para descobrir no caminho. Em vez disso procuro saber um pouco da biografia do autor. No caso de "A Obscena Senhora D." posso dizer que fez toda a diferença.
Basicamente, "A obscena Senhora D." é um livro sobre uma mulher de 60 anos questionando a vida. A "cereja do bolo" está nas reflexões que são compartilhadas através desse enredo.
Outro ponto importante antes de começar a leitura é saber que o livro é desenvolvido usando a técnica literária do fluxo de consciência. Nessa técnica, se procura transcrever o processo de pensamento do personagem, misturando impressões com o desenvolvimento de seu raciocínio como em tempo real, como que para acompanharmos a formação de suas ideias e reflexões. Ou seja: é intenso, como um amigo falando sem parar - por mais brilhante que seja - às vezes você precisa fechar o livro e refletir ou se desligar um pouco para processar e voltar a história.
Concluindo... gostei muito da autora. Ela descreve as subjetividades de seus personagens de uma maneira que se revelam impregnadas de angústias universais. É uma autora que você pensa: nossa, que dom para escrita, como ela coloca esse tanto de sentimento nesse tico de frase? Mas ainda assim, é preciso fôlego, é preciso disposição. 
Isadora1232 24/06/2020minha estante
Ótima resenha!! Minha curiosidade pra ler Hilda só aumenta!


Raquel.Fernandes 24/06/2020minha estante
Brigada, Isadora! Obrigada por me apresentar a HH. ?Eu fico querendo ler tudo q vc marca pra ler aqui kkkk


Isadora1232 24/06/2020minha estante
Kkkkkkk que ótimo saber disso pq a recíproca é verdadeira ? eu fico sempre atenta nas tuas indicações


Raquel.Fernandes 24/06/2020minha estante
Ahahah mt bom ??




Clio0 19/01/2023

A obscenidade da senhora D vem de sua exposição sem pudores, sem receios, onde cada camada de pele e roupas são retiradas e admiradas, apreciadas por suas peculiaridades.

É um texto carregado de significados em que a própria dança com as palavras parece ter sido o resultado da fascinação por vezes quase sexual da autora com a língua. Logicamente, não é uma leitura fácil, mas é prazerosa - descobrir cada proposta, encontrar os caminhos dessa obra labirintica.

Foi meu primeiro contato com os trabalhos de Hilda Hilst e só posso crer que a falta de menções a essa escritora espetacular se deve justamente por sua capacidade... não venha esperando algo leve, a própria senhora D riria de tal coisa.
B.norte 19/01/2023minha estante
Não tenho muito interesse nessa autora desde que vi um documentário sobre escritoras brasileiras na HBO...


Cris 26/06/2023minha estante
Nunca li nada da Hilda Hislt ainda.


Déa 01/07/2023minha estante
Fiquei curiosa




carlosmanoelt 06/05/2024

?Um susto que adquiriu compreensão.?
?Derrelição Ehud me dizia, Derrelição - pela última vez Hillé - Derrelição quer dizer desamparo, abandono, e porque me perguntas a cada dia e não reténs, daqui por diante te chamo A Senhora D. D de Derrelição, ouviu??

Após a morte do marido Ehud, Hillé, que já morava no vão de sua escada há algum tempo, vive então sozinha carregando consigo sentimentos de derrelição. Nesse tempo, lidando com questões existenciais relacionadas ao tempo, vida e morte, sua vida que já não fazia muito sentido, para si mesma, deixa de fazer qualquer sentido. A personagem busca no divino, o tempo todo, respostas para os seus problemas. A busca constante por Deus, a fim de se entender e entender o externo a leva a ter o que os médicos definem como crises de histeria, pois os sentimentos de derrelição são aflorados em meio a diálogos com Deus e Ehud. Estes são uns dos personagens que mais se fazem presentes na suposta loucura de Hillé, sendo os principais ouvintes de seus incontáveis questionamentos.

E é sobre tudo isso que Hillé quer falar, que a narrativa se constrói. Uma personagem abandonada e desamparada, sozinha, no vão de uma escada conversando com entidades não mais pertencentes ao seu mundo. Hilda Hilst nos traz, de forma hermética, rompendo com normas gramaticais e eliminando marcadores de fala, o mundo insano da protagonista. As letras em minúsculo após os pontos de interrogação confirmam o não uso de uma gramática na norma culta, característica presente em narrativas cuja escrita se dá em meio a fluxos de consciência. Além da forma hermética de uma gramática não usual, há também no vocabulário, não só o de Hillé, mas, também dos demais personagens, muita obscenidade. Em muitos trechos do texto percebemos a sua presença tornando a leitura um incômodo para alguns leitores: ?[?] as pessoas precisam foder, ouviu Hillé? te amo, ouviu? antes de você escolher esse maldito vão da escada, nós fodíamos, não fodíamos Senhora D??

Mas engana-se aquele que relaciona a obscenidade, presente no título da obra, ao vocabulário e comportamento de Hillé, com seus momentos insanos, andando nua pela casa, ou mostrando as ?vergonhas? para a vizinhança, por exemplo. Hilda Hilst quis ir além, quis se referir à vida em sua totalidade, quando usou a palavra para qualificar Hillé. Uma vida que incomoda muitos, que incomoda a vizinhança em função do seu jeito de ser e viver, do seu jeito questionador, transgressor por não se permitir viver em contentamento com o que a vida lhe fez ser. A própria personagem justifica essa obscenidade ao responder sua própria pergunta: ?[?] e o que foi a vida? uma aventura obscena, de tão lúcida.? Hillé torna-se obscena para a sociedade. O título da obra deixa expresso em poucas palavras que Hillé por questionar tudo e todos, por ter um senso crítico exarcebado, tem um comportamento transgressor, incomum aos outros, que no cotidiano apenas aceitam a vida como ela é, sem problematizá-la. E por ser assim, ganha o desamparo, a derrelição, torna-se uma eterna incompreendida. Este comportamento relapso dos outros, essa maneira de aceitar as coisas impostas na sociedade sem questionar, oposto ao de Hillé, nos faz pensar na subjetividade alheia das nossas vivências, em se tratando de questões sociais e políticas, por exemplo. Afinal de contas, quem de fato é o louco? Hillé por seu caráter questionador ou a sociedade por vir a ser alienada aos próprios problemas, à própria vida?

Hilda Hilst denuncia em sua obra a hipocrisia social, colocando em evidência a instabilidade da condição humana, uma sociedade cada vez mais doente. Hillé torna a ser paciente do médico livre, perdida em meio aos escravos, procurando entender as feridas da alma, os porquês da vida que carrega, buscando a verdadeira salvação. Enquanto Hillé vive em sua exarcebada vida de questionamentos, de senso crítico, no diálogo dos homens livres, muitos vivem na exarcebada ignorância do pensar. E o querer ser compreendida, querer ter algum sentido para si é triste e incomoda (percebe o obsceno em viver a vida questionando?), causando até mesmo o abandono. Em meio a nossa realidade, pensar é questionar, é nadar contra a correnteza.
Charleees 16/05/2024minha estante
Meu queridinho da Hilda Hilst seguido de Cartas a um Sedutor ?


carlosmanoelt 16/05/2024minha estante
Excepcional, quero muito ler mais dela :)




Nícolas 25/11/2012

O livro mais difícil de ler até hoje para mim, mas que me proporcionou um dia inteiro de enigmas. Fosse para discernir o que era fala, o que era pensamento e o que era ação, fosse para descobrir quem era o locutor. Além disso, permitiu-me um novo vislumbre em literatura, um amadurecimento nesses termos.

Hilst apresenta uma obra lírica e poética ao mesmo tempo, apesar de eu - pausa para o achismo - ter achado o enredo um pouco piegas. Contudo, Hilst o complementa com ideias fortes e concretas. Nunca vou esquecer dos peixinhos pardos no aquário.
Cristina117 28/11/2012minha estante
Nícolas, que bom que você está gostando desses livros todos e percebendo porque eu implico com as sagas. rsrs. A literatura não tem como finalidade apenas entreter, mas nos descontruir, mexer com a gente, de maneiras que a gente é até incapaz de perceber completamente. A Hilda, que escreve essas coisas meio difíceis de entender, diz muito. A gente pensa que não, mas, no fundo, está fazendo algum efeito. :)



MatheusA 27/12/2013minha estante
O mais difícil? Experimente ler Fluxo-floema. Rende bem mais que uma tarde, viu?




nalu 19/02/2023

Não entendi
Não entendi, mas achei poeticamente bonito e me dei liberdade artística de não entender o texto e apenas apreciar esse surto artístico psicológico
Thalya 19/02/2023minha estante
Um dos preferidos da minha vida. A personagem é uma senhora peculiar rs. Fez bem em apreciar, porque igual aos livros da Clarice, o que importa é sentir, bem mais do que entender.


Pandora 15/08/2023minha estante
A Hilda ia adorar a sua opinião. :)




Ilana_ 08/03/2009

Senhora D è obscena porque è transparente. Nao hà coquetismo para o que pensa em labirinto nem para o que pergunta. Critica acidamente as respostas atè entao oferecidas pelo mundo cansado e de corpo mole. Quer mais e desafia a interpretacao da existencia à manter-se em pè depois dos seus berros na janela e despudores reflexivos. Um livro para ser lido em voz alta, quase de um sò suspiro e folego, nos jantares em familia.
Ivan Picchi 16/03/2010minha estante
inconscientimente ler em voz alta



Efeito colateral involuntário!



Digno de uma peça monóloga teatral!





Uziel 20/09/2012minha estante
kkkkkkkkkkkk. Fiquei imaginando minha família ouvindo a leitura do livro. Eles teriam um treco.




hiraimango 25/09/2023

O que eu acabei de ler...
Livro mais estranho, confuso, difícil e artístico que eu já li.

Assim como Clarice, Hilda Hilst não se pode entender completamente, mas sim sentir. Porém apesar de complicado, se você se atentar aos detalhes, é possível sim compreender muito bem e se encantar pela sua minuciosidade desse livro.

Através do fluxo de consciência e da escrita abstrata, Hilda Hilst conta a história de uma senhora de 60 anos que se sente muito solitária. Ela revive o seu passado através das suas lembranças e memórias que se confundem no espaço-tempo, como uma forma de se sentir menos só.
A protagonista Hillé (alter ago de Hilda?) se vê em luto pelo seu recém falecido marido isolada no vão de sua escada. De portas e janelas fechadas, e também fechada dentro de si mesma, Hillé ou a senhora D. reflete sobre Deus e sobre sua efémera vida de maneira filosófica e poética.
Em um determinado momento do livro, quando ela finalmente resolve se "libertar" e abrir as janelas, Hillé choca a todos ao se encontrar despida, mostrando os seios aos vizinhos.

Resumindo Hillé é uma velhinha caótica, existencialista, doida e erótica. É impossível não se apaixonar por essa história cheia de significado.
hiraimango 02/10/2023minha estante
escrevi coisas erradas pq não revisei aaaaaaaa




S.Paz 25/01/2023

Não é um livro, é uma condição metafísica
"Ainda que as janelas se fechem, meu pai, é certo que se amanhace."

Paradisíaco, em certos momentos freudiano, às vezes sádico, confuso, sempre etéreo e metafísico, que texto maravilhoso!

Hilda não tem pudores. Te promete que é uma história sobre esta mulher (chamada Nome de Ninguém, Nada, Hillé, Mulher-Porca, etc.) que perdeu o marido e foi procurar, no vão da escada, o quê? Não sei.

Só sei que pude enlouquecer com ela. Pude acompanhar esse sonho febril, essas reflexões que desaguam sempre no mesmo lugar: na incompreensão do que a vida deveria ser e, por algum motivo, não é e não foi.

Hillé se despiu diante de Deus sem medo do inferno. Diante da morte do pai, do marido, de outra mulher, viu seu último reflexo nos olhos desse ponto final abrupto que sempre é dado à vida. Viu todos os seus possíveis reflexos nos olhos dos homens e nas 1000 perguntas que ela diz ter neles. Visitou cada uma das perguntas, não se preocupou em responder. Conheceu cada uma de suas faces e decidiu que é melhor o olho do porco, que tem 1 pergunta só.

"morta sim é que estarei inteira, acabada, pronta como fui pensada pelo inominável tão desrosteado, morta serei fiel a um pensado que eu não soube ser, morta talvez tenha a cor que sempre quis, um vermelho urucum, ou um vermelho ainda sem nome tijolês-morango-sépia e sombra..."
Sol 25/01/2023minha estante
Que escrita maravilhosa!




Ana 06/09/2022

"A vida é uma aventura Obscena de tão lúcida."
A Obscena senhora D. Foi publicado em 1982 pela autora Hilda Hilst e é terceiro livro de sua prosa. Esse foi meu primeiro contato com a autora e assim como deve ter acontecido com muita gente que tbm teve seu primeiro contato com a autora com esse livro, fiquei assustada e muito confusa. Pensei: Mas que livro é esse??? O que ele está me dizendo???
Pois é. Esse é o tipo de livro que te convida a sair da zona de conforto. Se quiser assimilar o que ele tem pra te oferecer, terá que se esforçar. O número de páginas pode enganar muita gente. Ele é muito curto. Na edição que tenho de clássicos da folha de São Paulo tem apenas 52 páginas. Mas esse livro é um exemplo claro que o número de páginas não está relacionado a densidade e/ ou complexidade da obra. Boa parte dos leitores não estão acostumados a esse tipo de literatura.
Na verdade, a premissa dele é bastante simples. Uma senhora de 60 anos depois da morte do marido começa a refletir e questionar sua vida. Seu passado e presente. O que torna esse livro hermético a princípio é a forma que a autora escolheu para contar essa história.
Temos aqui uma narrativa não linear com diversas vozes, mistura de estilos e com uma escrita que se utiliza de licenças poéticas.
A voz principal é da senhora Hillé. Que pelo que pesquisei era o apelido da própria Hilda, nessa história existem elementos autobiográficos. Ela senta na escada e começa a refletir, divagar sobre sua vida e as pessoas que estiveram nela. Principalmente seu marido, o Ehud.
A senhora D do título é um apelido dado por seu marido. D de derrelição, que significa abandono, desamparo, porque é dessa forma que Hillé se sente. Ela se vê sozinha. É no final das contas uma história sobre solidão. Mas tbm pode ser desobediência, transgressão. E nesse livro a autora usa a transgressão como regra. Esse livro é composto por um fluxo de pensamentos caóticos, confusos, aparentemente sem nexo. Assim como costumam ser alguns dos nossos pensamentos. A autora transita entre uma voz e outra sem aviso nenhum o que colabora para a confusão inicial. Não ter certeza de quem está falando.
Vi um vídeo em que falavam que Hilda Hilst é uma autora que exige releitura. E eu concordo. Afinal de contas, se um livro deve servir como um machado que quebra o mar gelado que existe em nós. Um livro que exige que a gente saia da zona de conforto e encare o caos que o ser humano é. Merece ser relido sempre.
tbbrgs 06/09/2022minha estante
mto boa sua resenha! li esse livro há algum tempo e ainda pretendo reler pra absorver melhor, pq a primeira leitura com certeza não foi suficiente haha




FRAN329 30/01/2022

A Obscena senhora D
A Obscena Senhora D foi a minha quarta leitura do mês de janeiro, um livro curtinho e divertido devido a linguagem usada pela autora a fim de caracterizar a personagem Hillé, uma mulher de sessenta anos a procura do sentido das coisas após a morte recente de seu marido Ehud.

Também foi meu primeiro contato coma a literatura de Hilda Hilst reconhecida hoje como um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea.
Menino Leitor 09/02/2022minha estante




julia beetroot 04/02/2023

esse livro é uma loucura
foi o primeiro livro da hilda que li e MEU DEUS
ao msm tempo que é um livro introspectivo é tão cheio de elementos externos, com TANTOS questionamentos
é uma leitura complexa, mas é de uma qualidade singular
só confirmou o que eu achava da hilda ser uma mulher brilhante
Livia.Cullen 11/02/2023minha estante
eita julia ta lendo obscenidades? sua mae ta sabendo disso?




Valério 24/10/2013

Delícia
Hilda Hilst, nesta obra, utiliza o fluxo de pensamento. Para muitos incompreensível, delicioso para os que se familiarizam. Mas não é só isso. A dança das palavras da autora encanta. É gostoso ler em voz alta, pausadamente, com a entonação merecida. Um passeio por texto requintado, bem cuidado. A sensação é a de que qualquer outra forma de se dizer não poderia ser mais bem arranjada.
Leitura curta. Delicie-se
Roberta Rihölè Fulani 17/06/2016minha estante
Oi, Valério!

Gostei da dica de leitura em voz alta. ;) Adquiri meu exemplar há poucas horas. E estou aqui... me perdendo (?) nos caminhos de H.H.

Obrigadaaaa...

Abração para você.

:)




Henrique 07/04/2014

Tem que ler mais de uma vez
O livro não tem uma história propriamente dita. São monólogos de uma mulher conhecida como Senhora D, além de diálogos dela com marido, pai e vizinhos. Nessas passagens, a obra fala sobre a vida dessa mulher, seus sentimentos, a morte do marido, a decisão dela de morar no vão da escada, e suas relações com vizinhos, com o pai e, principalmente, com a vida.

É um livro diferente, que não segue a lógica comum, tradicional, de texto, a que estamos habituados. Muito por conta da técnica do fluxo de consciência. Os parágrafos não são padronizados, regras gramaticais e ortográficas são propositalmente desrespeitadas, os diálogos não são claramente identificados; há mudança brusca de assunto; às vezes a prosa dá lugar ao verso. O resultado é algo meio confuso, maluco, às vezes sem nexo aparente; difícil de ler, de entender, de seguir.

Esse estilo pode desagradar a muitos (a mim, particularmente, desagrada), mas até que gostei desse livro. Confesso que, devido à resistência com o fluxo de consciência, logo de cara, tive um bloqueio e quase desisti da leitura. Terminei e não gostei do livro. Só para tirar a prova dos noves, reli obra e, na segunda leitura, passei a gostar; e, na terceira, mais ainda. Não foi o suficiente para virar fã do livro, mas passei a achá-lo interessante.

Recomendo, mas adianto que não é uma leitura fácil. É bom lê-lo com paciência, calma, dedicação; e mais de uma vez. Uma leitura só não é o suficiente.

P.S. Escrevo contos e poemas erótico. Se tiver interesse, acesse o link abaixo

site: http://apenaobscena.blogspot.com.br/
Iva 29/09/2016minha estante
Legal o seu blog. Eu gosto de literatura, incluindo a erótica, não consegui ver todos os posts, e tenho algumas sugestões: Anais Nin (um clássico), ainda outros do adorável marquês(, Masoch (que não gostei muito, mas li apenas um) Heitor Cony...Se estou repetindo o que já resenhaste lá, desculpe!...




219 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR