A Filha do Sangue

A Filha do Sangue Anne Bishop




Resenhas - A Filha do Sangue


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Bruna Britti 27/05/2014

***

Faz muito tempo desde a última vez em que li uma história de literatura de fantasia. Aproveitei um dos lançamentos da editora Saída de Emergência – uma vez que a sinopse de “A Filha do Sangue” se mostrou deveras interessante –, para tirar este atraso de quase seis anos sem tocar em algum título do gênero. Acho que não poderia ter escolhido livro melhor! “A Filha do Sangue” é uma história simplesmente encantadora que mergulha o leitor em um universo fantástico de esperança, sensualidade, magia e personagens magníficos.

Confesso que no começo fiquei perdida pela quantidade de termos e elementos que estruturam a história. A autora não introduz o leitor a este mundo particular, como se este já o conhecesse de antemão. Entretanto, em pouco tempo tomamos conhecimento de cada detalhe apresentado, e, a partir daí, a história é desmembrada em uma trama complexa porém extremamente cativante. Moldado a uma atmosfera depravada por ganância e luxúria, o enredo apresenta elementos densos como castração, abusos sexuais, tortura e pedofilia. Ao mesmo tempo, ao retratar a esperança, o amor e a amizade – além da premissa de um inquietante romance que, admito, me conquistou –, a narrativa rege em diversos momentos situações doces e jocosas. A Filha do Sangue fala, especialmente, da essência de um ser puro em meio ao mal e da esperança de um futuro melhor em vidas pra lá de sofríveis.

Explicar o enredo é uma tarefa complexa, pois a história é destrinchada em tantas facetas que eu não conseguiria passar nem a metade da grandiosidade desta obra. Em suma, trata-se da profecia sobre a vinda de uma poderosa Feiticeira cujo poder era maior do que qualquer outro. O que surpreende a muitos é que Jeanelle é uma garota de sete anos que mal sabe realizar a Arte básica, mas possui poder suficiente para destruir um reino. Caberá a Saetan – o Senhor Supremo do Inferno –, e seu filho Deamon – um escravo forçado a prestar serviços sexuais –, a guiá-la e instruí-la corretamente para que tanto poder não seja manipulado pelas pessoas erradas. Saetan e Deamon – dois personagens cativantes e peculiares –, constroem uma relação de amor, fidelidade e amizade com a pequena garotinha. É uma relação paterna de broncas e preocupações, bem como uma relação de amor que, algumas vezes, salta para algo maior e mais delicado.

Anne Bishop insere um reino de magia de rainhas depravadas, ligações psíquicas e jóias que determinam o poder dado a uma pessoa em uma narrativa ágil e extremamente prazerosa. A história é contada em terceira pessoa alternando na maior parte do tempo entre Deamon e Saetan. Os sentimentos apresentados no texto conduzem o leitor ao encontro de personagens reais e intensos, que demonstram o lado bom e o ruim de suas personalidades. Daemon, por exemplo, é um personagem frio, sádico e sofrível pela sua condição, mas é tocante vê-lo desabrochar para um rapaz sorridente que, ao lado de Jeanelle, volta a ser um adolescente de novo. Caí de amores por ele!

Muitas vezes o tipo de narrativa presente proporciona ao leitor um tom poético, de uma sensibilidade única. Leiam “A Filha do Sangue” de mente aberta, preparados para uma história original e maravilhosa. Um enredo que foge da mesmice sem deixar de trabalhar temas já conhecidos. Não vejo a hora de ler a continuação! Com toda certeza “A Filha do Sangue” entrou para os melhores livros lidos deste ano.

site: http://www.supremeromance.blogspot.com.br/2014/05/a-filha-do-sangue-anne-bishop.html
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Karini.Couto 25/05/2014

Bom, hoje venho resenhar um livro que me chamou bastante atenção, assim que soube do seu lançamento fiquei fascinada pela sinopse e digamos.. A capa é linda! Com o livro em mãos comecei a ler e veio uma sensação de loucura .. Nunca tinha lido um livro onde o autor literalmente parece que fumou uns baseados durante sua escrita.. Pior que o livro é muito bom de um jeito bizarro e atraente! kkkk Pois bem, não se assustem, é que o mundo criado por Anne Bishop exige muito do leitor, pois há muita informação e os personagens não são o que podemos chamar de comuns; os homens são domados com anéis de obediência, e precisam servir aquelas que possuem jóias e honra entre os Sangue.. (não vou contar onde ficam os anéis de obediência, mas garanto, não é no dedo! rsrs).. Sem contar que os personagens como podemos perceber na sinopse são feiticeiras e rainhas e senhores .. do INFERNO, DAS TREVAS! Sim minha gente! Esse novo mundo ao qual seremos apresentados, não é um tema que ao menos eu leia todos os dias.. é diferente de tudo que tenho lido por aí e realmente curioso!

"Há algumas perguntas que não devem ser feitas até que uma pessoa tenha
maturidade suficiente para apreciar as respostas."
Anne Bishop

Os Sangue são aqueles detentores de poder e foram criados para proteger os Reinos, honrar as trevas e servir ao inferno. Sinistro não? Mas seus personagens não são horripilantes apenas; há bondade, há generosidade, há amor.. Mas também há muita ganância, poder, inveja, luxúria.. E nesse clima a real responsabilidade e intenção de ser Sangue perdeu-se. Muitos por terem a sede pelo poder, tornam-se egoístas, tal qual no mundo real.
O mundo fantástico de Bishop passou a ser dominado por mulheres que acatam as ordens de uma Rainha (Dorothea). Detentora de poder e sem nenhum senso de moral ou compaixão, que usou da morte de Cassandra para subir na hierarquia e vêm aniquilando todo aquele que possa por em risco seu reinado, assim como reinando com crueldade desenfreada. Homens são objetos de prazer; como eu mencionei acima, eles usam um anel de obediência e são feitos escravos sexuais, porém impossibilitados de sentir prazer. Não alcançam a ereção, mas estão perfeitamente saldáveis para dar prazer e é apenas nisso que as mulheres da corte se concentram! Elas cercam-se de muita luxúria e exploram esses escravos deliberadamente sem pudor algum!


Para entender como a sociedade em Filha do Sangue funciona o leitor deverá realmente prestar atenção ao início do livro, mas farei um breve resumo. Tal sociedade é dividida em castas cujo poder está nas jóias que usam. São elas:

Branca, Amarela, Olho de Tigre, Rosa, Azul-Celeste, Violeta, Opala, Verde, Azul-Safira, Vermelha, Cinza, Cinza-Ébano e Negra.


Essas jóias são dadas por direito de progenitura e quanto mais escura for a sua joia, maior o poder que possui e consequentemente estará no alto escalão da sociedade!

Existe uma profecia que paira sobre todo o reino, onde se sabe que em algum momento uma feiticeira muito poderosa irá surgir e com a mesma um poder inimaginável, jamais alcançado por qualquer um.. E é com essa profecia que alguns contam, para que o desejo de ver os Sangue reestruturado e de volta aos trilhos se realize! Pois acredita-se que apenas "A Feiticeira" poderá reinar e trazer a paz e a verdadeira essência dos Sangue de volta!

Saetan deveria ser o Senhor Supremo do inferno, e é, mas a muito ele deixou suas obrigações nas mãos de Hekatah, sua ex-mulher, pois sente-se inútil, cansado, e não tem mais vontade de reinar algo que está complemente fora do contexto real. Ele vive isolado em sua sala a espera da feiticeira.. Até que de fato ela aparece.. Com um poder bruto a ser lapidado e uma força jamais vista! E com o surgimento da feiticeira também retorna a vontade de viver e ser quem deveria de Saetan.


"Era poder demais. Nem os Sangue estavam destinados a deter tal poder.
Nem a feiticeira jamais controlara todo esse poder. A verdade é que esta
menina controlava. Esta jovem Rainha. A filha de sua alma. Com esforço,
Saetan estabilizou a respiração. Poderia aceitá-la. Poderia amá-la. Ou
poderia temê-la. A decisão cabia a ele, e o que quer que decidisse aqui e
agora seria uma decisão com a qual teria que lidar."

Além dos personagens já sitados, conheceremos, Lucivar e Daemon, filhos ilegítimos de Saetan e peças importantes na trama. Ambos foram feitos escravos sexuais e são controlados por Dorothea e as feiticeiras que fazem parte de sua corte.
Daemon é muito temido por ter uma joia negra e grande poder, porém Dorothea além de ter lhe subjugado o pressiona ameaçando seu irmão Lucivar. Daemon poderia se livrar do anel da obediência, porém por seu irmão estar nas mãos de Dorothea ele não o faz, já que colocará a vida de seu irmão em grande perigo. Mesmo assim, pairam fofocas de que ele mata e desaparece com todos aqueles que lhe irritam ou excedem sua paciência, mas os corpos jamais são encontrados! Ele é conhecido por sádico e muito temido, até mesmo por Dorothea.

"Quem a controlar terá o domínio sobre as trevas. Cabe a três homens -
três príncipes do Sangue que carregam o sobrenome SaDiablo -
protegê-la: são eles Saetan, Senhor Supremo do Inferno, e seus filhos, Daemon
e Lucivar."

Com a chegada da feiticeira, todos possuem grandes esperanças, porém Jaenelle (A Feiticeira) possui apenas sete anos e um poder que ainda precisa ser dominado e controlado.. Ela contará com Saetan, que torna-se seu tutor e é responsável por lhe ensinar toda a magia, ela é a filha de sua alma e ele rende-se a ela e a serve! Assim como Daemon e Lucivar.

"Com esforço Saenta estabilizou a respiração. Poderia aceitá-la.
Poderia amá-la. Ou poderia temê-la. A decisão cabia a ele e
o que quer que decidisse aqui e agora seria uma decisão com a qual teria de viver."

Já fiz um resumo bom da história, porém não vou prosseguir, do contrário a resenha vira um testamento. Só o que posso fazer é recomendar que leiam e voltem aqui para compartilhar conosco suas impressões! Mas cuidado! Pois o livro possui cenas fortes, macabras e bastante terríveis, a meu ver não é para leitores fracos de estômago ou sensíveis demais do coração!

Três palavras que definem bem esse livro são: Bizarro, sombrio e viciante!
Eu amei e amei! Estou muito ansiosa pela continuação que sei que já está prestes a sair.. ainda esse ano!

A resenha foi publicada em:http://www.mixliterario.com/2014/05/resenha-filha-do-sangue-anne-bishop-as.html
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Robson 24/05/2014

Mágico e Sensual
Magia, intriga e sensualidade! O universo criado por Anne Bishop em “A Filha do Sangue” promete conquistar a mais variada gama de leitores neste vasto mundo literários. E eu, como bom fã de fantasias, fui fisgado facilmente pela originalidade de seu enredo.

Bishop cria um mundo complexo, permeado de um tipo único de magia, um tipo jamais lido por mim. Através da rica cultura dos Sangue (Oráculos, feiticeiros e outras categorias), Anne narra um mundo comandado por mulheres poderosas e corruptas, mundo este que está prestes a virar de ponta cabeça com o surgimento de uma poderosa feiticeira. Esse foi um dos grandes pontos da história, estou acostumado a ler romances de todos os tipos que sempre envolvem o poder masculino sob as mulheres, mas Anne Bishop inova dando este poder a elas, deixando tudo mais interessante.

De inicio as coisas me pareceram um pouco confusas, foi difícil assimilar a vasta cultura e hierarquia dos Sangue. Isso acabou por “lentear” um pouco a leitura do livro, mas logo a autora toma as rédeas e deixa as coisas claras e prazerosas, permeando sua narrativa (pra lá de bem escrita) com segredos, magia e sensualidade. Anne guia “A Filha do Sangue” através de uma narrativa bem amarrada, explorando pontos de vista cruciais para o desenvolvimento de seu enredo, o que me proporcionou uma visão bem ampla e coerente sobre o seu vasto mundo.

Outro ponto interessante é que Ann Bishop não mede esforços para chocar seus leitores, envolvendo cenas quentes entre as fêmeas dos Sangue com seus machos submissos, além de muita feitiçaria obscura e intrigante.

Em “A Filha do Sangue” fui presenteado com personagens enigmáticos e extremamente chamativos. Eu esperava mais e mais clichês quando o assunto eram os personagens, mas Anne cria personagens únicos e que forçam o leitor a continuar a ler sua história. Todos eles são chaves para montar o enorme quebra-cabeça deste primeiro livro e isso demanda uma carga maior de atenção em cada um.

Após o final de “A Filha do Sangue”, eu sem duvida alguma, mas posso esperar para ler a continuação (quando sai produção?). Esse é, até o momento, o único livro da SDE que eu li e gostei e espero que as coisas continuem assim com a editora, afinal, as edições deles são perfeitas.

site: http://www.perdidoempalavras.com/resenha-filha-sangue-joias-negras-1-anne-bishop/
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Felipe Miranda 21/05/2014

A Filha de Sangue - Anne Bishop por Oh My Dog estol com Bigods
Vou definir três estágios emotivos para a leitura de A Filha de Sangue: de início vem a confusão, causada pela dificuldade em situar-se na trama, logo em seguida nos deparamos com o fascínio, ao compreendermos melhor o mundo que Anne Bishop propõe, e por último e não menos importante, o choque. Que perdura por toda a trama, de início ao fim. É estranho, viciante e extremamente apaixonante cada detalhe dessa estória.

Os Sangues foram criados para proteger os Reinos e honrar as Trevas. Com o passar dos séculos a ganância deturpou o real sentido de ser um Sangue, a essência foi perdida e o egoísmo passou a ser o centro de todas as coisas. Nesse mundo assombroso a Rainha e sua corte são as autoridades máximas, as mulheres detém o poder, governam e controlam. Os homens são mantidos com anéis de obediência, escravos sexuais impossibilitados de sentir prazer, apenas oferecer. A sociedade é dividida em castas, numa hierarquia que reparte a sociedade de acordo com a joia que cada indivíduo tem direito por progenitura. Quanto mais escura a joia mais forte é a magia, e de acordo com a cor das joias você se enquadra em algum grupo social.

Saetan é o Senhor Supremo do Inferno e durante 50 mil anos foi o soberano e guardião do Reino das Trevas, agora, velho e cansado ele só deseja esvaecer-se às sombras porém uma promessa o impede de descansar em paz. Lucivar é filho de Saetan, o terceiro macho mais forte dos reinos e devido a seu temperamento explosivo ele passa boa parte da estória preso em minas de sal, sendo torturado. Daemon é filho bastardo de Saetan e fora criado como um pária controlado pela Sacerdotisa Suprema Dorothea, um escravo sexual de renome solicitado por viúvas negras dos quatro cantos. O famoso Sádico.

Apesar de serem donos de personalidades fortes e opiniões divergentes, os três homens nobres de joia negra dividirão algo em comum... Uma antiga profecia defende que a maior Feiticeira de todos os tempos, o mito vivo está a caminho. A verdadeira Rainha dotada de poderes inimagináveis para deter o mal instalado nos reinos não é apenas um sonho.

O inesperado então acontece, Jaenelle é uma criança de apenas 7 anos que não consegue controlar a Arte básica mas realiza feitos que nem Saetan, Senhor do Inferno é capaz. Ela é a Feiticeira. Eles precisam protegê-la da atual Rainha e de todas as influências negativas que serão constantes, quem dominá-la será capaz de transformá-la em um fantoche. Jaenelle é uma garota peculiar, independente e misteriosa, ela viaja pelos territórios mais sombrios dos vivos e dos mortos, lugares temidos muitos deles proibidos, fazendo amigos perigosos e escondendo segredos. Daemon e Saetan irão treiná-la e repassar lições indispensáveis. Apesar de jovem, ela carrega fardos pesados demais e sua saúde mental e psíquica é alvo de preocupação. Como pode alguém ter posse de tanto poder? Como é possível esse equilíbrio?

Temas polêmicos permeiam todos os capítulos do enrendo, são abordados no livro estupros, assassinatos, castrações, incestos (muitos) e por último e não menos importante, o que mais me deixou pasmo: pedofilia. Daemon acredita que Jaenelle é sua amada. A tensão sexual entre os dois se desenvolve com o crescimento de Jaenelle, a escrita da autora não nos deixa sentir repulsa por essa aproximação, é incrível, até bonito em alguns momentos. Puro.

No decorrer da estória dezenas de personagens são introduzidos e o funcionamento desse mundo novo fica mais claro. O sentido não vem de forma linear mas pode ficar claro que após a última página cada palavra terá seu valor esclarecido. O mais empolgante de toda a trama são os capítulos que se passam no Inferno, que ganha toda uma interpretação grandiosa e fantástica, eu particularmente sou apaixonado por qualquer estória que envolva demônios, logo me vi encantando. Feiticeiras através de teias emaranhadas enxergam o futuro em visões, os Sangues invadem mentes, derrubando as barreiras psíquicas internas, e Jaenelle vai testar a paciência de Saetan e Daemon, os levando ao limite da fúria. Jaenelle desaparece por meses sem dar notícias... O que ela esconde em Chaillot onde vive com a família? Ela sobreviverá até a idade em que poderá assumir os Reinos? É melhor brincar com os mortos do que ser um deles, certo?

Os parágrafos acima foram escritos da forma mais enxuta que consegui e acreditem, não comentei nem um terço de toda a grandiosidade que é essa estória. A capa conta com corte especial e a diagramação está impecável, a Saída de Emergência Brasil me deu um dos livros mais lindos que possuo na estante. Leiam!

site: http://www.ohmydogestolcombigods.com/2014/05/resenha-filha-de-sangue-anne-bishop.html
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Cath´s 15/05/2014

Resenha A Filha do Sangue.
Anne Bishop conseguiu criar personagens profundos e um universo inteiramente novo, ao mesmo tempo em que deixou uma linguagem leve. Os outros livros que li da Saída de Emergência tem um linguajar mais complexo, que se você desvia a atenção um momento já tem que voltar e reler, em A Filha do Sangue isso não acontece, a história simplesmente flui.
O primeiro ponto a entender é a importância das joias, você pode receber uma por Direito de Progenitura e outra que pode ser três níveis acima da primeira. Os níveis são esses:
Branca, Amarela, Olho de Tigre, Rosa, Azul-Celeste, Violeta, Opala, Verde, Azul-Safira, Vermelha, Cinza, Cinza-Ébano e Negra.
Os Sangues deveriam ser protetores das Trevas, uma especie mágica e poderosa, mas desde que a Rainha Cassandra morreu tudo mudou drasticamente, Dorothea aos poucos foi tomando o poder e cada vez mais colocando em prática um reinado de terror, principalmente para os homens.
Há muitos anos é feita uma profecia que prevê a vinda de uma Feiticeira que governaria de forma correta.
Saetan é o Senhor Supremo do Inferno, muito poderoso, mas que deixou Hekatah, sua ex-esposa, tomando conta de tudo enquanto ficava em uma sala esperando a Feiticeira chegar.
Daemon e Lucivar são filhos ilegítimos de Saetan com mães diferentes. Daemon tem uma jóia negra, a mais poderosa, e é conhecido como o Sádico, é escravo sexual de Dorothea, ela o manda para varias rainhas, pois deixá-lo por perto é perigoso, não é a toa que ele tem esse apelido. Lucivar também é escravo sexual e Dorothea o enviou para Pruul, sabendo que enquanto tivesse poder sobre Lucivar teria poder sobre Daemon.
Então eu espero que estejam se indagando o porque Daemon sendo muito mais poderoso que Dorothea a obedece, e é aí que entra o Anel de Obediência, são anéis colocam nos pênis dos escravos sexuais, assim quem tiver o anel de controle, normalmente Dorothea + a feiticeira a quem estão a serviço, podem enviar ondas de dor diretamente para o membro.
Daemon acredita que pode se livrar do seu anel, mas como usariam seu irmão contra ele, não adiantaria de nada.
Quando enfim a Feiticeira chega não é como se esperava, Jaenelle tem sete anos e mais poder do que se lembram de alguém ter tido. Além de amigos incomuns, todos os lugares que ninguém se arriscaria a ir, Jaenelle vai e faz amigos.
Saetan começa a ensinar a Arte para Jaenelle, e assim se passam anos e a garota alcança seus doze anos.
Você deve estar pensando que falei muito sobre o decorrer do livro, mas isso é o básico, acontece muito no decorrer das páginas.
O livro começa com uma explicação sobre as jóias e sobre a hierarquia, que você não precisa decorar, pois vai aprendendo ao longo da história.
Embora Lucivar seja um personagem que apareceu muito pouco nesse livro, os momentos em que aparece me cativaram totalmente.
Daemon com sua história extremamente triste também me conquistou, mas foi aos poucos. Saetan ao contrário me deixou um pouco descontente, pois poderia ter evitado muito do que aconteceu a Lucivar e Daemon, mas preferiu agir de outra maneira.
Outro fato que devem entender é que Daemon dês que soube da Profecia considerava que a mulher certa seria a Feiticeira, então imaginem a surpresa quando se deparou com uma criança. Mas aprendeu a lidar bem com a situação e virou o que a Jaenelle precisava: um amigo.
Eu aviso que o livro não é uma leitura leve, é bem sombrio, teve partes que eu contava para o meu amigo que ficava: "Aiii!", sendo que quando terminei de ler ele me disse: "Não me conte mais nada!", pois eles estão vivendo em uma época que não é fácil, acontecem cenas mais fortes, como colocarem óleo de bacon no membro de um homem e largarem ratos para comer.
Ao mesmo tempo que o livro é forte, também demonstra sentimentos como amizade, bondade, proteção. Mas o livro começa e termina com uma importante lição: tudo tem o seu preço. E no decorrer do livro esse preço é varias vezes cobrado dos seus personagens.
A cada momento da leitura algo está acontecendo, é um livro que te captura a cada página, Anne não deixou cair o conteúdo em nenhum momento.
O que acredito que possa incomodar há alguns é a parte sexual, é uma obra que embora não use em nenhum momento palavras chulas está liganda a essa servidão que exigem dos personagens, o que pode também incomodar há outros é Daemon continuar apaixonado por Jaenelle mesmo ela sendo uma criança, eu não achei nada demais, pois ele não faz nada do estilo sexual com ela, mas há amou e esperou por anos e continua sentindo isso.
Pessoalmente, adorei a leitura, os personagens são complexos com várias nuances e a autora trás ingredientes importantes embora tristes que te capturam cada vez mais, seus sentimentos enquanto lê vão mudando junto com os dos personagens.
Quanto ao formato físico do livro, a Saída de Emergência Brasil continua focando forte, é muito lindo, tanto a parte exterior quando a interior, letras, papéis, diagramação, correção, tudo muito bem feito e com cuidado.

site: http://www.some-fantastic-books.com/2014/05/resenha-filha-do-sangue.html
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Thaisa 09/05/2014

Uma fantasia sombria simplesmente épica!
A Filha do Sangue é um livro denso, complexo, mas é uma leitura fascinante. Um mundo completamente diferente de todas as fantasias que já li. Fazia tempo que não me sentia tão excitada lendo esse estilo literário! Apesar de me sentir um pouco perdida em alguns momentos pela quantidade de informações existentes, o enredo é extremamente envolvente e me prendeu até a última folha. A única coisa “ruim” desse livro é que ainda não foi publicado no Brasil a continuação.

Confira a resenha completa no link:

site: http://wp.me/p4pVjy-9N
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Telma 08/05/2014

Uma visão inusitada da eterna luta do bem contra o mal.
Há setecentos anos atrás, num mundo governado por mulheres e onde os homens são meros súditos, uma Viúva Negra profetizou a chegada de uma Rainha na sua teia de sonhos e visões. Agora o Reino das Sombras prepara-se para a chegada dessa mulher, dessa Feiticeira que terá mais poder do que o próprio Senhor do Inferno. Mas a Rainha ainda é nova, passível de ser influenciada e corrompida. E quem controlar a Rainha controlará o mundo...

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Intrigante, paradoxal, uma visão inusitada da eterna luta do bem contra o mal.

Há tempos não leio nada tão categoricamente inusitado.



Como sempre, procuramos paralelos e tentamos nos amparar em leituras anteriores. Ler é, como qualquer aprendizado, uma total construção. Esse livro nos obriga a desconstruir para reconstruir, tal é a força que nos obriga a andar por linhas fora do padrão literário para entendê-lo.


Ainda tentando me amparar nessas "muretas do conhecimento" (antes de aceitar e me jogar de vez no precipício do inusitado (eis aqui a palavra novamente), me vi comparando e achando semelhanças com os jogos de RPG Live que amava praticar tempos atrás. Vi semelhanças nos suspenses profundos e bizarros de Dean Koontz e Stephen King, mas sobretudo, vi que Anne Bishop é mestra e criar universos paralelos. Micros e macros que se assemelham ao nosso, que nos empurram pra dentro sem nos dar chance de escolha. Que nos horrorizam com a crueza dos fatos... tão presentes em nosso mundo real mas que nos forçamos a fechar os olhos, na esperança de que, se pensarmos com força que não existem, os eventos malignos do nosso presente se tornam tão distantes quanto um conto de terror que não saltam das páginas.


É impossível fazer um sumário da história. Como sintetizar o Universo e suas histórias tecidas em teias?

Vou tentar dar uma apanhado geral, ok?

Devo estar "soando" meio louca... e se estou, é porque você já está no ambiente do livro.

A capa é um luxo! (eu amo analisar e alisar capas)! Dobrada na parte frontal para nos dar total ideia de 3 dimensões, decoradas com "joias" em relevo (usadas o tempo todos no livro para separação das castas) a capa do livro enfeitiça. A Saída de Emergência, realmente tem feito por onde se destacar positivamente.

Felizmente não é apenas a capa que é cheia de beleza e simbologia. O livro todo é assim.

Bishop nos leva a um mundo matriarcal (oba!) onde os homens são escravos sexuais das Rainhas (Trevas) que regem o mundo com total tirania e perversidade. As castas, como já citei anteriormente, são divididas pela magia que vem das joias,(que vão de branca a negra (mais poderosa de todas). A joia é recebida no nascimento (progenitura) e pode-se descer no máximo 3 categorias, de acordo com as oferendas feitas às Trevas.

Na nossa sociedade as pessoas crescem na hierarquia e as do topo têm maior poder. Na sociedade criada por Anne Bishop as pessoas anseiam por descer hirarquicamente até chegar ao poder total, que é possuído pelos de joia negra.

Há ganância, há inveja, há parafilias (essas foram as partes que me chocaram)... mas há também romance e amor.

A esperança de mudança nesse mundo horrível, está no nascimento já profetizado de uma menina que desconhece as forças que tem e vai crescendo e sendo preparada para "libertar".

A leitura é intensa, e há necessidade de atenção para não se perder no enredo. O início pode ser considerado cansativo para alguns mas, passado a fase inicial (e indispensável), de apresentações das magias, das castas, das personagens e funcionamento do Reino, a história discorre sem problemas, ao contrário, devora-se.

Novamente o aviso: há cenas fortes (em todos os sentidos) e há cenas ternas (mas com essas já estamos acostumados, não?).

"Jaenelle era a Negra. Mas, com ela, a Negra não era apenas trevas, poder selvagem, mas risos e travessuras e compaixão e cura..." p.318

Estou ansiosa pelo livro II.

PS.: é possível que haja erros ortográficos e/ou gramaticais. uma revisão será feita os possíveis erros, corrigidos.




site: http://surtosliterarios.blogspot.com.br/2014/05/resenha-filha-do-sangue-anne-bishop.html
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@APassional 06/05/2014

A Filha do Sangue * Resenha por: Rosem Ferr * Arquivo Passional
Bem vindos ao mundo sombrio de Anne Bishop...

Bishop criou um mundo em camadas, portanto a leitura nos mergulha em um labirinto que interliga seus caminhos ao abismo do inconsciente coletivo da natureza humana, onde amor e ódio confrontam-se, onde os sonhos são entretecidos para iludir ou encantar, e joias representam o poder que nem sempre se traduz em salvação.

Acreditem: Essa é uma história de amor e amizade.

Mundos entre mundos: o natural, o sobrenatural, o psíquico, as tecedoras de sonhos, a magia das joias e o poder.

A SdE Brasil além de dotar esse tomo com uma belíssima capa que emoldura a imagem da protagonista da trilogia, nos oferece uma introdução esclarecedora com uma carta do editor, prefácio da autora e um resumo das personagens, das joias e castas dos Reinos dos Sangue. Se houver qualquer dúvida pode-se consultar as bases, pois o inquietante Prólogo já nos diz para o que vem esse reino distorcido hahaha!

Estranhamento... não temam, avancem, no decorrer dos capítulos as coisas ficam mais claras. Será??? Bem... Trata-se de Dark Fantasy, gênero pouco difundido no Brasil, que em suas modalidades mais leves já sugere uma bad trip de tempero picante. Digamos que Anne “fala manso mais usa um porrete” of course, quem gosta do gênero vai amar essa Trilogia que foi premiada em 2000 e demorou 14 anos para ser publicada aqui, espero que Bishop caia no gosto dos leitores brasileiros.

A narração em 3ª pessoa sob o ponto de vista de Saetan, Daemon e Lucivar, ou seja masculino, conduz a trama de um universo feminino de rainhas feiticeiras cruéis, avesso a cavalaria medieval, tendo em vista que os Senhores da Guerra são escravos de suas Senhoras, e os mais poderosos entre eles são controlados por anéis de obediência ou tortura sexual. Essa Dinastia brutal é mantida por Dorothea, a grande vilã que ardilosamente controla tudo e todos em Terreille.

De forma atemporal atravessamos séculos e mundos dimensionais, a ação divide-se em 3 partes, a trama salta alternadamente de Pruul a Terreile, ao inferno, a Kaeleer e ainda a Chaillot, com seus respectivos núcleos de personagens, assim os 15 capítulos tem subdivisões que, ao mesmo tempo que dinamizam a ação, podem tornar caótica a compreensão de leitores menos atentos, por isso atenção é TUDO, absolutamente necessária para acompanhar essa brilhante autora.

É fascinante a forma como Bishop apropria-se de elementos da mitologia grega, e recria arquétipos que nos envolvem profundamente em seu enredo sombrio de horror sugestivamente repugnante, pois temas como incesto, estupro, castração, pedofilia, assassinato, são abordados de forma tão magistral como se entrelaçados de sonhos estivessem, principalmente levando em consideração que às vezes a insinuação pode ser mais chocante que as vias de fato da ação em si.

Também são explorados elementos góticos principalmente em Briarwood, que é um lugar sinistro, primeiro lar de algumas crianças cildru dyathe, horripilante.

Ela terá que aprender a controlar seu poder...

Em meio a tanta maldade esta Jaenelle, a protagonista menina-feiticeira que nos encanta, pontua a trama com passagens irônicas, divertidas e românticas no estilo romance de cavalaria, ela é a Senhora que será amada e cortejada “incondicionalmente”, a dama dos sonhos, musa inspiradora de três homens poderosos, o mito vivo da futura Rainha.

“Ela seria Sangue e ao mesmo tempo Outra, uma estrangeira e ainda assim aparentada. Seria espantosamente Magnífica.”

Todos os personagens são polarizados, sejam demônios, híbridos ou humanos, e espelham facetas emocionais e dramáticas, para o bem ou para o mal, tão verossímeis que quase podemos tocá-los. Os que mais me encantaram além da imbatível Jaenelle, foram Surreal e o apaixonante Daemon Sadi; os segredos e a conivência da família Angelline são estarrecedores e me contorceram as entranhas, Kartane é repugnante mas tio Bobby... ah, esse é a TREVA.

O último capítulo é eletrizante, sem fôlego corremos junto com Sadi, Surreal, Saetan e os outros, ficamos em estado de choque, não, não, não, mergulhamos com a negra, gritamos:

Nãooooooooooooooooo!!!!!

Isso mesmo super mega clímax, e uffff! Ops... Tem um trecho de A Herdeira das Sombras no final, mergulhamos nele até que... acaba! Como assim? Jaenelle????

Pera aí, vamos usar nossas joias para que venha logo o livro dois, juntas agora!

Envolvente, fascinante, inesquecível!
BANG! By Rosem Ferr .:.

Resenha publicada no Blog Arquivo Passional em 06/05/2014.

site: http://www.arquivopassional.com/2014/05/resenha-filha-do-sangue-anne-bishop.html
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Adriana 04/05/2014

A Filha do Sangue - As Joias Negras - Livro 01 de Anne Bishop
Este é o primeiro livro da trilogia das Joias Negras e eu fiquei completamente encantada este mundo diferente, as joias, o poder adquirido conforme a cor das joias e tudo mais, porem se trata de um livro bem complexo, mas pode ler sem medo, pois a autora fez um trabalho fantástico e conforme vamos mergulhando neste novo mundo vamos entendendo melhor do que se trata.

Vou tentar explicar do melhor jeito possível, pois como eu já disse a historia é complexa e difícil de tudo que já li. Tem muitos personagens, de personalidades interessantes e bem diferentes. Divididos em reinos e mundos paralelos, entre senhores supremos, príncipes senhores da guerra, rainhas e princesas, senhoras, serviçais e escravos. Então o melhor jeito de entender a historia, é lendo o livro mesmo, mas vou tentar dar uma resumida.

Há um mundo composto de três reinos e cada reino é dividido em territórios, que são regidos por suas respectivas Rainhas. Neste mundo, as mulheres são as governantes e os homens são seus guardiões, segundo no comando e coisa e tal. As joias são adquiridas por direito de progenitura (nascimento), e depois se certa idade e treinamento, fazem a oferenda às trevas, e assim adquirem a joia "principal". Quanto mais escura é a joia, mais poder ela tem, sendo a joia negra a mais poderosa. E é muito raro alguém receber esta joia negra.

Os personagens tem idades elevada, mesmo tendo a aparência de jovens. Por isso, logo no inicio do livro uma feiticeira tem a visão de que, um dia a rainha virá, e que terá o poder de unir os territórios em guerra. Ela vai ser uma Rainha Negra, com mais poder do que alguém jamais viu. Ela será a rainha dos sonhos de quem tem, ao longo dos séculos esperavam para uma rainha justa para governar. Passados mais ou menos 700 anos, é que tem o surgimento desta rainha, uma menina que surge aos 7 anos pela primeira vez, e vamos acompanhando a sua evolução durante os anos. E quando ela completa 12 anos, Jeanelle, começa a mostrar que realmente é merecedora do destino que a aguarda.

O meu conselho para quem pretende ler o livro é "mantenha a mente aberta durante a leitura" as pessoas no livro são diferentes do mundo normal, todas possuem magia, uma pessoa com um poder maior, pode entrar na mente de outra pessoa pela teia do pensamento (geralmente através do sexo), e quebra-la desestruturando-a ou levando-a a destruição. Não tem cenas de sexo só insinuação de que algo aconteceu ou acontecerá. Porém, tem momento "estranhos" (mas acho que quem já leu ou conhece Game Off Thrones, pode se chocar, mas nem tanto), pois, como eu disse não mostra as vias de fato mas sabemos o que está acontecendo, tipo : incesto, pedofilia, assassinatos de crianças e outras coisas mais.

Os nossos "mocinhos" tem grande paixão e admiração por Jeanelle, mas a respeitam muito acima de tudo. Eles têm fortes sentimentos por Jaenelle, porque é o poder das Trevas nela que está convocando os machos para proteger e servir sua Rainha com devoção. E isso explica bastante e nos faz entender a diferença entre eles amarem sua futura rainha e estarem apaixonados por uma criança.

E as atitudes da menina também explicam os vários momentos em que eles terem vontade de esgana-la, afinal ela pode ser a futura rainha deles, mas ainda é uma adolescente, cheia de vontades e rebeldia e curiosidade, mas também cheia de bondade e ternura. Jeanelle possui um poder extraordinário, e apesar da facilidade que tem com as artes de magia mais difíceis e elaboradas, ela também tem muita dificuldade nas artes mais simples, e é ai que entra o Seatan, o Senhor Supremo do Inferno, orientador, protetor e um dos servos mais leais de Jeanelle.
Seatan, tem dois filhos bastardos Lucivar que infelizmente aparece pouco neste livro. e Deanon o Sádico, que é escravo e terá que lutar contra os seus próprios demônios, para proteger sua futura rainha, e isso não será uma tarefa nada fácil.

"O bem e o mal existem em todos os povos.
Atualmente, quem domina é o mal que existe entre nós."

Este é um livro onde as pessoas morrem e são mortas em mais de um sentido, as crianças são abusadas, os escravos são torturados independente de status ou cor de suas joias, o sexo é usado tanto como luxuria como para quebrar uma pessoa e muita coisa ficar obscura e sombria no decorrer do livro. Mas não deixe que nada disso seja um obstáculo para você ler este livro. É um história simplesmente diferente e sensacional... Um livro que nos transporta para fora de nossa realidade de conforto.


site: https://meupassatempoblablabla.blogspot.com.br
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Blog PL 28/04/2014

"Um livro sombrio, que, de modo paradoxal, é também sobre esperança e amor."
Primeiro de tudo, afirmo que a sinopse do livro não cobre nem a metade do cenário inicial. Vou dizer que não tentarei explicar muito profundamente A Filha do Sangue. Explicar esse livro seria, mais ou menos, como tentar resumir “As Crônicas de Gelo e Fogo”: é impossível contar a história e abranger tudo o que deveria, já que ela é extremamente complexa.

Os Sangue são uma espécie mágica que vive em uma sociedade matriarcal. Inicialmente foram criados para serem protetores do reino e servirem as Trevas, contudo, ao longo dos anos, os mais ambiciosos chegaram ao poder e todos sofreram sob o comando de Rainhas cruéis. A sociedade atual consiste nessas fêmeas tirânicas no poder, quando qualquer macho poderoso, que poderia ter sido uma ameaça ao sistema, é dominado e torna-se um escravo sexual.
O poder dos Sangue precede de pedras chamadas Joias – sendo que, quanto mais escura sua joia, mais poderoso você é –, e cada indivíduo possui duas: uma, recebida como um Direito de Progenitura, e outra, que pode ser “evoluída” três níveis acima da sua de direito. A magia desse povo é chamada de Arte.
Centenas de anos atrás, uma profecia foi feita. Uma Rainha, A Feiticeira, chegaria, e o seu destino seria governar o povo de Teirelle da maneira correta, destruindo a sociedade corrompida que agora existe. Tal Feiticeira, de fato, chega; contudo, ela ainda não passa de uma menina. Dona de tamanho poder nunca antes visto, Jaenelle é um extramente talentosa, mas ainda é vulnerável, jovem e inocente – estando, assim, sujeita a influências que podem corrompê-la.
Cabe agora a três homens – príncipes do Sangue, machos muito poderosos –, que estão destinados a servir a Feiticeira de direito, a instruírem para o caminho correto. Cada um deles possui um passado tormentoso e almas desfiguradas. Saetan, o Senhor Supremo do Inferno, e seus dois filhos, Daemon, O Sádico, e Lucivar, precisam lutar contra seus próprios demônios para ajudar Jaenelle: e, ao mesmo tempo, protegê-la do perigo que representa a si mesma.

Não consigo lembrar do último livro que me empurrou para fora de minha zona de conforto como A Filha de Sangue fez. Anne Bishop escreveu uma obra magistral, possuidora de um mundo extremamente original e fantástico. A autora possui um talento de poucos: ela consegue, em algumas páginas, transportar o leitor a um mundo único, e, de tal modo, totalmente estranho, mas do qual é impossível de duvidar.
A narração é em terceira pessoa, contudo, o interessante sobre a história é que nada é narrado pela perspectiva da Jeanelle, a protagonista. Os fatos são contados por outros personagens, os encarregados de guiá-la e auxiliá-la nessa iminente jornada, ou, até mesmo, por aqueles que desejam sua destruição.
A quantidade de realismo imposto no livro é enorme, e, algumas vezes, chocante. Trata-se de um livro sombrio, que, de modo paradoxal, é também sobre esperança e amor. É cheio de cenas explícitas, tortura, insinuações sexuais, violência, crueldade é até mesmo abuso infantil. Bishop faz seus personagens passarem por situações perversas, que não devem funcionar para todos os leitores. É preciso estômago para ler o livro, e, especialmente, lidar com a ideia de algumas das crueldades presentes.
"– Não. Somos o que somos. Nem mais, nem menos. O bem e o mal existem em todos os povos. Atualmente, quem domina é o mal que existe entre nós."
Um ponto alto de A Filha do Sangue são seus personagens, e a complexidade que eles carregam – características humanas, é claro, mas que muitas vezes são deixadas de lado na ficção. Ninguém é completamente bom, ninguém é de todo mau. Começando pelos três homens que devem guiar Jeanelle: Saetan é o Senhor Supremo do Inferno, e muito poderoso, tendo um passado turbulento e cruel. O carinho e amor que demonstra por Jeanelle, contudo, mostra outra faceta do homem, que a idolatra. Com Lucivar ocorre o mesmo, contudo, ninguém recebe mais destaque do que Daemon (e ninguém se mostra mais complexo do que ele, também).
Daemon é, na realidade, o legítimo anti-herói. Criado como um escravo sexual desde muito jovem, assim como o irmão, pode-se dizer que o homem não recebeu a reputação de Sádico a toa. Ele é agressivo, cruel e violento. Contudo, mesmo nunca deixando de lado tais características, possui um código moral e protege aqueles que ama a qualquer custo, sendo que a única coisa pela qual anseia é a Feiticeira para servir. Quando toma conhecimento de que a Feiticeira é Jaenelle, por sua vez, os sentimentos dele em relação a criança tornam-se tempestuosos – ao mesmo tempo que sabe ser errado ser atraído por uma menina de doze anos, não consegue evitar como se sente, o poder que emana dela.
Jaenelle, por sua vez, é uma criança, mas possui dentro de si uma sobriedade impressionante. É claro, tamanho poder como o dela não viria sem um preço. A menina é atormentada, tanto pelas coisas que viu em uma idade tão tenra, mas, também, pelo sofrimento imposto por sua família, que a taxa de louca. A personagem passa por maus bocados do começo ao fim do livro, mas está claro que está destinada a algo grande. Ela precisa ser ensinada e orientada, mas vive surpreendendo seus mestres com habilidades nunca vistas e um poder enorme.
Chego, aqui, a um dos pontos um tanto quanto incômodos sobre o livro. Primeiramente, explico que os Sangue machos possuem um desejo intrínseco de servir, ser fiel às fêmeas, especialmente se elas forem suas Rainhas. Isso é compreensível, é claro. Contudo, o modo como os Saetan e Daemon são devotos a Jaenelle transparece um pouco mais do que apenas servidão. Saetan nem tanto, contudo, Daemon, mesmo sabendo que ela ainda é uma criança, ainda tem sentimentos amorosos em relação a ela.
Isso me incomodou bastante, até por que algumas cenas possuem um certo apelo à pedofilia. Deixo claro que Daemon não força ela a nada, e na verdade, não há um romance especificamente, contudo, é evidente que ele deseja ser seu amante e seus sentimentos são explícitos. Ele mesmo reconhece isso, e reconhece que ela ainda é muito nova, fazendo um voto de esperar até Jaenelle chegar à idade correta para um relacionamento. É certo que existe, no mundo real, a atração de homens por crianças, contudo, eu, pessoalmente, achei um pouco perturbador o fato de um homem com séculos de idade sentir-se atraído por uma menina de doze anos.
Deixando de lado essa faceta do relacionamento dos dois, entretanto, Daemon e Jaenelle formam uma amizade que é verdadeiramente doce, quase paternal. Ela o torna uma pessoa melhor, em sua inocência, o faz ver um lado mais bonito da vida, e ele deseja protegê-la e ensiná-la. Há momentos hilários dessa amizade, também, como quando Jaenelle mostra a língua para Deamon e ele – o homem mais temido do Reino –, naturalmente, retribui o gesto e faz caretas.
(...)
AINDA NÃO ACABOU. Para ler o final da resenha, acesse:
http://palaciodelivros.blogspot.com.br/2014/04/resenha-filha-do-sangue-anne-bishop.html

Resenha por Gabrieli Prates
Blog Palácio de Livros - http://palaciodelivros.blogspot.com

site: http://palaciodelivros.blogspot.com.br/2014/04/resenha-filha-do-sangue-anne-bishop.html
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