Dudu Menezes 08/08/2023
Androides sonham com ovelhas elétricas? Esse é o título original da obra de Philip K Dick, que ficou conhecida com a adaptação cinematográfica intitulada Blade Runner.
Quem diria que um livro de ficção iria me fisgar como esse? Pois é, a começar pelo título. Antes de iniciar a leitura me perguntava que viagem é essa de se questionar se "androides sonham", ainda mais com "ovelhas elétricas"?
Um cenário desolador, onde os habitantes que restaram, na terra, vivem expostos à poeira e à radiação tóxica - efeitos colaterais de uma guerra que "ninguém lembra bem suas motivações ou quem havia vencido", mas que acabou com a vida como a conhecemos, hoje, em nosso planeta.
É nesse ambiente inóspito que o caçador de recompensas, Rick Deckard, recebe a missão de "aposentar" 6 androides que fugiram de Marte para viver como se fossem humanos neste mundo decadente. Mas o que os fez fugir de outro planeta, mais avançado, para viver em um lugar onde só haviam ficado os chamados "cabeças de galinha" (pessoas de baixo QI) e os "normais" que ainda não haviam emigrado; seja por apego ao lugar onde sempre viveram, seja porque alimentavam alguma esperança que as coisas pudessem melhorar um dia?
O fato é que, nesta terra devastada, em um mundo tecnologicamente muito mais avançado, o que emerge é, ainda, o que nos constitui enquanto seres humanos; o que nos diferencia das máquinas. Pense que já não havia mais animais em grande escala como hoje, apenas réplicas elétricas de todo tipo de bicho. Ter um bichano, em casa, qualquer um, era símbolo de status e o maior objeto de desejo daqueles que ainda habitavam o planeta terra.
E tem mais...
Uma religião - o mercerismo - é a única capaz de fundir os seres humanos que se conectam à "caixa de empatia" para viver uma experiência coletiva de sofrimento, experimentando a dor de uma entidade arquetípica, que, à figura de Jesus Cristo, é venerada por "ressuscitar animais".
O trabalho de Rick não é nada fácil. Em meio à esse mundo de experiências sensoriais, que unem a mente ao espírito, ele precisa identificar quem é, de fato, um androide, aplicando "testes", que medem a "capacidade empática" do indivíduo que pode ser o seu alvo.
Leiam!