O Coração das Trevas

O Coração das Trevas Joseph Conrad




Resenhas - O Coração das Trevas


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Gustavo.Henrique 12/03/2023

Em o coração das trevas, Conrad narra as viagens imperialistas britânicas até o coração do congo, serpentando em seu grande rio cercados pela matéria humana que durante tanto tempo foi tratada pelos europeus desde o mais simples dos homens até pelos seus grandes intelectuais que iluminaram a sociedade europeia como sendo gente inferior. Os discursos presentes no texto são um reflexo cristalino da visão de muitos desses homens ?simples? que iam ate a África apenas extrair recurso, não se importando é claro, com a construção de verdadeiros ?moinhos de gastar gente? parafraseando Darcy que analisava o sistema que exauria corpos negros no solo brasileiro. O discurso do projeto civilizador se encontra gravado em uma pequena frase em um caderno que como o próprio personagem diz, seria o rascunho de um método: exterminem todos os brutos. Aqui, o autor não tenta dar protagonismo aos negros, antes, tenta captar o coração daqueles ditos simples cidadãos, que como ele bem avalia, cercados por uma sociedade que vigia e pune, jamais entenderia as liberdades mais violentas colocadas em prática quando se escapa de seus olhos.
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Wania Cris 30/04/2023

O horror... da narrativa arrastada.
Coração das Trevas é o relato em tom de desabafo de um capitão de navio sobre uma viagem ao coração das trevas do interior do Congo.

A narrativa é lenta, arrastada, detalhada e corrida, cheia de influência do narrador, de seus preconceitos e desconhecimento, ignorância e arrogância.

Um livro escrito em 1902 dificilmente teria um olhar crítico para a escravidão e extração de riquezas de terras invadidas e esse não foge à regras. Negros são descritos como seres indignos de atenção, menos ainda de respeito. Quanto à estória em si, nem me conectei, liguei a mínima pro Sr. Kurtz, quem ele era e o que representava. Defequei mesmo.

A edição da Antofágica é toda perfeitinha, a tradução de José Rubens Siqueira é agradável, mas não foi o suficiente para me cativar...
Helder 11/11/2023minha estante
Que bom encontrar alguém que leu o mesmo livro que eu. A Wikipedia deste livro deve ser mais interessante do que ele.


Wania Cris 13/11/2023minha estante
Huashuashuas Helder!! Eu achava que "o horror, o horror!" seria algo visto ou vivido pelo narrador, mas é sobre o livro em si mesmo... ?




Caroline457 24/01/2024

O Horror, o Horror!
Uma das leituras mais densas da minha vida, me proporcionou uma experiência muito diferente das demais. Apesar de soar poético e conter elementos que tornam a leitura subjetiva, é aterrorizante e monstruoso ao demonstrar a crueldade nua e crua da humanidade.
Desde o início da história tive um mau presságio enquanto a narrativa, o que só foi sendo fomentado com o decorrer das páginas. O ambiente, uma mata fechada, contribui com a sensação de desorientação enquanto aos sentidos dos personagens, que acabam por ?enlouquecer? aos poucos. Podemos perceber isso ao analisarmos as mudanças passadas pelo personagem Marlow do começo ao final do livro, o que deixa explícito o quão difícil seria sair daquele ambiente cruel ileso, principalmente após seu tão aguardado encontro com a figura mítica e impiedosa de Kurtz.
Obrigado, Joseph Conrad, por inspirar Coppola a dirigir Apocalypse Now, essa grandiosa obra cinematográfica! Recomendo demais!

?Coisa engraçada é a vida - misterioso arranjo de lógica implacável para um propósito fútil. O máximo que você pode esperar dela é algum conhecimento de si próprio? que chega tarde demais? uma colheita de inesgotáveis arrependimentos.?
Jorge 24/01/2024minha estante
Tenho muita curiosidade de ler este livro, especialmente por adorar a adaptação Apocalypse Now de F. F. Coppola




Danilo.Souza 28/06/2020

Um livro de arrepiar!
Florestas escuras, e aldeias sinistras. Coração das trevas nos mostra até onde a humanidade pode chegar visando bens materiais e como podemos estar enganados a respeito de algo que achamos ter conhecimento do que se trata.
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Everton Gonçalves 17/05/2023

Conrad conta as investidas imperialistas inglesas no coração da África de modo denso e marcado pelo horror. O título faz jus à obra, pois a viagem vai ao coração das trevas do ser humano em sua desumanização, em sua busca desenfreada pelo lucro, pela exploração e dominação em nome de um tal progresso e civilização.
A obra é de difícil compreensão, muito enigmática e sombria em todos os aspectos. Marlow é uma espécie de alter ego de Conrad. Mr Kurtz é a personagem mais enigmática da obra e a busca por encontrá-lo vai sendo atiçada no leitor de modo que por vezes não se sabe se ele é real ou uma idealização de Marlow.
De todo modo fica um questionamento sobre a possibilidade de conjugar dinheiro ou poder econômico, progresso e humanização. Ao que parece neste período de colonização e exploração estas questões são incompatíveis, resumindo-se em duas palavras colocadas na boca de Mr. Kurtz: "Horror, horror".
As descrições dos povos nativos africanos são motivo de críticas ao autor na atualidade, pois parecem estar marcadas por racismo e preconceitos, mas na verdade todas as descrições da obra mostram os horrores do período e o processo de desumanização do ser humano.
A leitura vale muito a pena e o vídeo sobre Conrad da série Literatura Fundamental é muito esclarecedor.
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Day 22/09/2020

Leitura que não cativa, mas ensina
Pontos positivos:
A maneira que a história foi escrita é muito interessante, uma história dentro de outra história, muito diferente e bem feito.
A narração sobre o colonialismo europeu na África no final de XIX, é algo que por si só já vale a leitura, eu fui pesquisar sobre o assunto depois e aprendi muito.
A natureza humana é questionada em vários momentos, e nos faz refletir.
A trechos do texto que são muito bonitos.
Uma visão de época.

Pontos negativos:
Nenhum personagem me cativou.
História arrastada.
Novamente visão de época, muitos podem achar machista e preconceituoso, por isso é necessário, começar a leitura tendo em mente o contexto histórico e ideológico da época.
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de Paula 14/07/2021

O que são as trevas?
Não gosto de saber nada do livro antes de lê-lo, pois assim acho que minha experiência será mais valiosa e agradável, sem pré julgamentos nem nenhuma influência externa. Confesso que às vezes deixo para ler textos introdutórios como prefácios ao fim da leitura, a fim de me resguardar de qualquer informação constituída por um especialista que impacte na minha forma de ver a obra. Isso não se deve aos spoilers, porque sou daquelas que lê a última página do livro antes de iniciar a leitura. Foi assim que cheguei ao Coração das trevas. Pensei que fosse uma leitura fácil e rápida, se tratando de um livro curto, o que significa que eu não aprendi nada com o Kafka, no sentido de profundidade, mas estou levando o escritor tcheco como parâmetro de fluidez, mesmo com assuntos pesados como o tratado em Colônia penal. A primeira coisa que você que pretende ler Coração das trevas precisa saber é que essa é uma leitura árida, crua e nebulosa, muito embora tenha um grande charme estilístico. Não leia pensando que vai terminar numa tarde.

O que Conrad tenta fazer nesta obra é retratar o horror do Congo belga no viés de um europeu que vê os africanos como uma espécie de sub raça. Tendo isso em mente, é perceptível o caráter inovador da narrativa, assim como dialogar com as denúncias feitas e a realidade que conhecemos hoje sobre este continente e povo que tanto sofreram nas mãos prepotentes dos europeus e ainda sofrem. Digo isso porque pesquisei um pouco sobre a história quando terminei a leitura e percebi uma grande discussão válida sobre a exaltação de uma obra tida como antirracista que não o é de fato, considerando os diversos momentos em que os nativos são descritos, assim como seus costumes e sua terra. Mesmo assim, não deixa de ser uma obra importante de protesto contra os horrores vistos pelo autor e pelo narrador durante sua estadia nas mediações. O Congo viveu uma das piores histórias colonizatórias existentes, onde o Rei da Bélgica, um país sem cultura navegante alguma, decidiu e com diversos trambiques diplomáticos e jurídicos conseguiu este país africano para chamar de seu. Escravizou os negros, matou seus animais, destruiu sua cultura e paz em nome do progresso (obviamente europeu) e da cultura civilizatória tradicional do povo branco do hemisfério norte. Este rei, Leopoldo II da Bélgica foi um dos pensadores da partilha da África no Neocolonialismo (que culminou na Primeira Guerra Mundial) e defensores da libertação dos escravos em países como o Brasil, enquanto matava negros a torto e a direito em sua colônia extrativista - enfim, a hipocrisia. Esse é o cenário escolhido por Conrad para contar sua história.

Nada na narrativa é claro e de entendimento imediato. O leitor submerge na história conforme o narrador a conta e vai compreendendo a realidade obscura que permeia a colonização da África e a forma que o extrativismo é conduzido. Acompanhamos os ouvintes do barco do rio Tâmsa na expedição do jovem Marlow como capitão de um navio à vapor em vias fluviais no coração da África. Ele começa com uma analogia de quando a própria Inglaterra foi descoberta pelos romanos e a Neocolonização, seguindo sua experiência no rio em forma de serpente. É uma leitura pesada, forte demais nos seus elementos factuais, deixando um peso no estômago de qualquer pessoa que repudia o que foi feito com essas pessoas.

O coração das trevas tem diversos significados na narrativa, como a mata fechada, as trevas dos "não civilizados", até a crueldade do europeu com o povo nativo que é massacrado pelos poderosos, como o emblemático Kurtz. Ele é alguém que ouvimos falar, sabemos no que acredita, mas não sabemos nada com profundidade e mesmo assim percebemos o perfil do extremista que prioriza por eliminar o diferente, mesmo que essa seja sua fonte de renda.

As discussões são profundas e remetem a diversos pontos, como antropologia, racismo e escravidão, filosofia e psicologia. É uma das obras mais emblemáticas em sua concepção e interpretação. São poucas páginas mas é gigante a sua importância.

Me lembrei um pouco do capitão Walton de Frankenstein ao ler essa obra, que nada tem de exaltação às aventuras marítimas. Kurtz é soberbo e cheio de si como o Victor, outro paralelo importante que fiz no decorrer da leitura. Acho importante como o Conrad conseguiu discutir o assunto de forma cirúrgica, considerando a exaltação que tantos fazem a monstros como o francês que fala inglês e tem nome alemão.

Essa é uma obra necessária, por isso é um grande clássico de dimensões colossais em suas discussões, mesmo que não muito assertivas, mas com certeza à frente da sua época.
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Roberto 25/01/2022

Uma viagem de autodescobrimento...
É como uma jornada ao inferno, só que nesse não há um Virgílio ou alguém que o leva, mas sim o inferno criado pelos próprios personagens, dos protagonistas ( Marlow e Kurtz) e dos outros secundários com um comportamento parecido
Mesmo sendo um livro curto, tem muitas camadas e referências que podem passar despercebidas se tentar fazer a tal "leitura dinâmica", é pra ser lido e relido com muita atenção
Acho muito interessante um tema muito presente nos livros do Conrad ,que são personagens sendo absorvidos pela "realidade " que criaram e encontram seu declínio e ruína nela, justamente por tentar serem partes de um algo ruim e se deixando levar pelo meio , o que representa o personagem de Kurtz.
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Eduardo.Weiland 12/04/2023

Uma aventura e muitas reflexões
Eu sempre gostei de histórias de aventura e exploração ? cresci lendo Júlio Verne. E o Coração das Trevas é uma ótima aventura. O livro tem uma riqueza de detalhes sobre o ambiente, a selva, e dos sentimentos do narrador por estar naquele lugar. Eu me vi dentro daquele vapor, subindo o rio Congo, ao lado de Marlow. Poucos livros conseguem me prender assim.

Mas o livro não é apenas uma aventura. Ele traz também uma visão sobre a crueldade com que os nativos eram tratados nessas colonizações europeias na África (e ao redor do mundo), e a aparente indiferença dos homens brancos com a situação. Definitivamente é uma história que promove muitas reflexões.
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Andre.S 17/04/2021

O horror!
Finalmente li esta obra que inspirou o filme ?Apocalypse Now? de Francis Ford Coppola. Livro denso, difícil e brutal. Nele encontramos a narrativa do personagem Marlow narrando uma expedição subindo o Rio Congo rumo ao coração da África em busca do personagem Kurtz. Para mim penso ser necessária uma releitura no futuro. Por hora achei bom.
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