GH 12/02/2017
O Príncipe
Lançado postumamente, O Príncipe de Maquiavel é talvez a obra mais importante referente a política (tanto que é presente na boa coleção de livros essenciais), pois, através da analise do próprio autor que é concomitante a própria história, ou seja, há veracidade em seus textos, estamos diante de argumentações exemplificadas diante de fatos.
Em sua essencial, o livro faz uma abordagem e uma espécie de manual de como se tornar Príncipe, mas que analogicamente podemos, sem levar tudo ao pé da letra, trazer para casa, para o trabalho, para um grupo de trabalho enfim, para uma administração no geral. Através de palavras enérgicas e por oras impactantes, nos deliciamos, na medida do possível, com a boa escrita.
Como é visto Maquiavel não mede palavras para especificar o dever do Príncipe quanto a seus subordinados. Exemplos e conselhos duros serão visto com frequência na leitura.
''Daí surge uma questão: se é melhor ser amado que temido, ou temido do que amado. A resposta poderia ser que se deve querer ser as duas coisas, mas, como é difícil uni-las em uma pessoa, é muito mais seguro ser temido do que amado, quando uma das duas coisas tem que ser dispensada. Isso deve ser dito em geral sobre os homens, que são ingratos, volúveis, falsos, covardes, avarentos e, enquanto eles estão ganhando, estão com você.
[...] E os homens têm menos escrúpulos em quem amam do que temem, pois o amor é preservado pelo vínculo da obrigação, que, por serem homens maus, é quebrado quando necessário; mas o medo os mantém unidos, devido ao pavor do castigo, que jamais vai embora. '' (Pág. 133)
O livro é algo sintetizado e o mais simples possível para todos lerem, segundo o próprio autor ao nos introduzir a leitura. É classificado pelo mesmo como um ''Opúsculo''. E apesar de o livro estar recheado de ensinamentos ou conselhos, talvez um tanto como autoritário, não há como negar toda sua genialidade e, mesmo sendo um tanto bruto, há espaço para metáforas dele próprio que pode ser usada em todos os ramos e momentos da vida.
''Tendo o príncipe necessidade de saber usar bem a natureza do animal, deve escolher a raposa e o leão, pois o leão não sabe se defender dos laços (das armadilhas) e a raposa não sabe se defender da força bruta dos lobos. Portanto, é preciso ser raposa, para conhecer as armadilhas, e leão, para aterrorizar os lobos. '' (Pág. 141)
Num dado momento, Maquiavel, como no fragmento acima, nos demonstra a importância de certa versatilidade para de tornar alguém de impacto e influenciador mas, na mesma tonalidade onde ele diz ser necessário as qualidades acima, na página seguinte ele discorre sobre como, caso não as possua, é necessário parecer que as possua e cita como exemplo Alexandre VI que, segundo Maquiavel, não fez nada se não enganar os homens.
''É, portanto, desnecessário que um príncipe tenha todas as qualidades anteriormente mencionadas, mas é bastante necessário que ele dê a impressão de possui-las. E ainda ouso a dizer que tê-las e sempre usá-las é danoso, enquanto aparentar ter essas qualidades é útil. '' (Pág. 141)