Quarenta dias

Quarenta dias Maria Valéria Rezende




Resenhas - Quarenta dias


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Carol 23/03/2016

Neste vídeo eu conto o que achei deste livro.

site: https://www.youtube.com/watch?v=xhr6McQmALk
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Michele 05/07/2022

ALICE SEM MARAVILHAS
Li o livro da autora intitulado “Quarenta Dias”, que traz a história de Alice, uma mulher de aproximadamente sessenta anos, paraibana, professora, mãe de Nora. Alice é ativa e não está interessada em abandonar suas atividades tão cedo. No entanto, a filha a convence a ir morar em Porto Alegre onde ela reside com o marido a fim de auxiliá-la com o filho que pretende ter em seguida. Largar tudo e virar avó? Esse pode o ser o sonho de algumas mulheres ao chegar em tal idade, mas não é o sonho de todas e definitivamente não é o sonho de Alice. Quando forçosamente chega na capital gaúcha, Nora informa a mãe sobre uma mudança de planos: ela e o marido terão de passar uma temporada na Europa à trabalho. Alice ficará sozinha em terra estranha. Isso em si já seria problema o bastante, mas a protagonista receberá, ainda, um pedido de ajuda de uma amiga. Ela deverá encontrar Cícero Araújo, um paraibano que veio a Porto Alegre e não deu mais notícias à sua mãe.
O romance permite leituras sob o viés de diferentes camadas. Podemos comparar a jornada de Alice com a da personagem de Lewis Carroll, seguindo um coelho, ou pior, sempre despencando em um buraco. Podemos, ainda, analisar a técnica narrativa utilizada: todo o livro é composto pelos desabafos da protagonista que escreve em um caderno com a imagem da Barbie na capa, fazendo da boneca a sua ouvinte. Podemos encarar a narrativa sob um ponto de vista mais linguístico em que, por muitas vezes, a protagonista discute sotaques ou palavras que se perdem com o tempo, além de a própria escrita com a qual nos deparamos ser fora de padrões quanto à pontuação por exemplo. Podemos também levar em conta as questões regionais, as diferenças de cultura entre cidades tão distantes localizadas no mesmo país. Maria Valéria discute estereótipos, os porto-alegrenses branquinhos e os nordestinos “brasileirinhos”, ilusão que vai se desfazendo á medida que Alice vai entrando nas vilas-favelas de Porto Alegre.
O título “Quarenta Dias” se refere ao fato de Alice, na busca do seu conterrâneo, acabar saindo de casa e passando todo esse tempo peregrinando pelas ruas, praças, vilas e outros pontos da cidade. Para revelar a vida de pessoas em situação de rua e os pontos obscuros da capital gaúcha, a autora vivenciou a mesma experiência da sua personagem. Maria Valéria Rezende passou quinze dias nas ruas de Porto Alegre e, assim, deu vida e veracidade à sua ficção. Com certeza, um diferencial corajoso que deixa essa obra ainda mais especial.
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Liz 09/07/2022

Quarenta dias
O livro nos conta a história de Alice, uma professora aposentada que vê sua vida transformada quando sua filha decide ter um filho e quer que ele seja cuidado pela avó.

A narrativa é toda feita pela própria Alice, que conta a história ao escrevê-la em um caderno com a capa da boneca Barbie. Alice dialoga com a boneca, como se contasse a história para ela, o que traz uma leveza divertida ao texto.

Em vários momentos a personagem menciona ter feito algo inesperado nos últimos quarenta dias e ela espera digerir melhor os fatos acontecidos a medida que os conta para Barbie (no caso o caderno).

A história possui referências à Alice no país das maravilhas, especialmente ao se sentir indo em direção ao buraco em que o coelho branco fez Alice cair.

A reviravolta no enredo é bem interessante, pois sai da dinâmica inicial do conflito entre mãe e filha e traz à tona, a partir de uma fuga da protagonista, uma realidade do Brasil que, apesar de estar à vista de todos, também se torna invisível - a vida das pessoas moradoras de rua.

A leitura é super recomendada, a escrita da Maria Valéria é bem fluída e de fácil compreensão, me prendeu bem e me permitiu vivenciar todas as situações e sentimentos da protagonista.

A autora recebeu o prêmio Jabuti de melhor romance em 2015 com a obra. Segundo li em uma reportagem, ela inclusive morou nas ruas de Porto Alegre por quinze dias, com o mesmo argumento de sua protagonista, para conseguir descrever o cenário com a perfeição que ela faz.
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Tice 23/09/2022

Quarenta Dias
Viúva
Mãe de Norinha
Sogra de Umberto
Professora com nível superior
Nordestina

Poli vivia uma vida organizada em João Pessoa até o dia em que a filha muda todo o seu ritmo de vida, levando a mãe para Porto Alegre, afim de que ele ajude-a a criar o filho que ainda não foi concebido. Contrariada, Alice, é o novo nome que ela ganha na história, se encontra distante da sua realidade de vida e passa a viver os planos da filha.
Dia difíceis!
Ilusões diversas!
De repente uma viagem inesperada a Paris modifica tudo que havia projetado. Norinha alça voo ao exterior e Alice sai às ruas sulistas para explorar o desejo de Elisete (prima paraibana) de encontrar Cícero, seu filho desaparecido.
40 dias trilhando becos, vielas, ruas, viadutos e pesadelos. Perambulando a fome, as noites mal dormidas e o silêncio das madrugadas.
Alice retorno ao seu mundo e conta, num caderno da Barbie (sua confidente) os detalhes dos seus trajetos como andarilha nas ruas de Porto Alegre.

Maria Veléria Rezende foi inédita nessa produção.
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Thalyta Vidal 25/12/2022

Quarenta dias, Maria Valéria Rezende
"Diga-me, Barbie, você que nasceu pra ser vestida e despida, manipulada, sentada, levantada, embalada, deitada, abandonada à vontade pelos outros, você é feliz assim? Você não tem vergonha?"

A Barbie, interlocutora de um diálogo em um turno unilateral de fala, soa como aqueles adestrados pelo capitalismo que subalterniza os idosos (não só) por - pelo modelo social - não serem capazes de girar a roldana que o move e transforma todos em marionetes do sistema, afinal, esse grupo não produz e nem consome mais como aqueles que ainda trabalham. Alice, a protagonista, é excluída sob a fantasia de "avó", aquela cuja função é narrar experiências do passado ou contribuir para a facilitação da vida daqueles que ainda fazem a máquina funcionar. Ao rejeitar esse papel, se tornará só mais um fantasma, num mundo cheio deles, tentando encontrar objetivos que a permitam romper o mito da terceira idade. Um livro sobre os muitos Brasis que sempre conseguem uma justificativa para marginalizar seja por origem, raça, idade, sexualidade.
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Dri 06/01/2022

O misto de humor, solidão e desespero e abandono...
Alice é uma professora aposentada que teve a vida revirada ao avesso, ao ceder as vontades da única filha. Mudou-se da Paraíba para Porto Alegre e, no processo, encontrou um velho caderno da Barbie, o qual transforma em diário.

Cada capítulo é como uma carta à personagem, na tentativa de externar pensamentos e sentimentos que tanto a incomodam.

Suas aventuras e lembranças de misturam, se entrelaçam, criam novos sentidos, mudam prioridades, transformam.

Apesar do início confuso, a cadência das palavras da autora traz conforto e nos vinculam com a personagem gradativamente, mesmo não sendo uma narrativa "feliz", há uma certa leveza no modo de expressar.

Consigo imaginar, o misto de emoções que a transição da idade, carreira, filhos, cidade, pode provocar e desestabilizar.

A solidão da Alice, bem como os conflitos entre o modo como foi criada e sua nova realidade são evidentes. Resistência a mudanças, o dilema entre as próprias prioridades, o abandono afetivo, dentre outras facetas que fazem parte do envelhecimento trazem a reflexão de como tratamos os idosos que nos são próximos.

Privados do direito de seguirem com a própria vida, como um retorno à infância e a tutela de outro, como se não fossem mais capazes de decidirem o que desejam, me despertam os meus próprios dilemas internos. Aquela premissa de ter medo da morte não me pertence, porém, a cada dia mais, temo o envelhecimento.

Curiosamente, a autora traz um toque de humor, durante as aventuras vividas; de desespero, de ver a proporção que aquilo tudo chegou e por ela aparentar nunca voltar para casa; de ódio, pela filha "desnaturada", que fez tudo o que fez.

O relato da personagem é tão real, possível e brasileiro que parece, de fato, que a protagonista existiu. Da pra formar a imagem perfeita, incluindo a voz e o sotaque.

O que não gostei no livro é que todo o contexto dele aparenta ser de uma mulher muito mais velha, uns 20 anos além da idade citada. E por mais que o final aberto tenha sido à contento, queria ter visto uma exploração maior de perspectivas do relacionamento futuro dessa mãe e filha, além de desejar notar quais marcas impactariam nas decisões futuras de Alice. Ainda sim, amei a leitura e recomendo! Talvez por isso tenha ficado com a sensação de quero saber mais.

E você, já leu este ou alguma obra da autora? Se sim, qual considera o melhor livro dela?
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Carol 27/12/2021

O hit
Primeiro livro brasileiro e de leitura obrigatória de vestibular que eu gostei! Muito bom mesmo! Fácil de entender e bem acessível para quem não está habituado à leitura! Super recomendo!
Gabriel.Krieser 04/01/2022minha estante
Também li ele para o vestibular rsrs




alineaimee 07/03/2016

Olhar sensível e preocupação social
Publicado em 2014, "Quarenta Dias", de Maria Valéria Rezende, foi o romance vencedor da última edição do prêmio Jabuti.

O romance narra a história de Alice, uma senhora paraibana que se vê enredada numa trama familiar, um tanto absurda e tirânica, que a obriga a se mudar para Porto Alegre. Nessa cidade estranha, Alice irá, como sua xará do clássico de Carroll, percorrer uma jornada longa, difícil e labiríntica, em busca de entendimento e superação.

Nessa jornada, Alice viverá inúmeros momentos de estranhamento, mas também de reconhecimento. Irá perder quase tudo para recuperar ainda mais. E, nesse processo, a literatura comparece como um apoio, como as cartas na manga de que a personagem se utiliza para não se perder completamente, para se reconstruir.

Narrado em primeira pessoa, de forma confessional e profundamente carismática, "Quarenta Dias" traz uma personagem deliciosa - franca, arretada, generosa, sincera - que se abre para um aprendizado clariceano de troca, que de repente se vê destituída de referências, mas que se redescobre e se compreende no exílio.

Maria Valéria, que foi percorrer Porto Alegre em pesquisa de campo para o romance, criou uma cidade labiríntica, efervescente, onde pobres e marginalizados resistem, perseveram e se apóiam, e cujas jornadas, de certo modo, se entremeiam para engrossar a trama que há de reerguer a protagonista.

Marcado por um olhar sensível e por um jogo intertextual admirável, "Quarenta Dias" constrói um drama pessoal muito verossímil que tangencia de forma eficiente as nossas heranças culturais e os nossos abismos sociais.
Chuka 07/03/2016minha estante
como faco para te add?




Naiara.Martins 01/02/2022

Um sopro
Que delícia de Livro! A Alice, que se mudou para Porto Alegre a contra gosto por exigências da filha, vai conhecendo a cidade de uma forma real e intensa. Um tapa na cara da sociedade que passa por cima dos invisíveis todos os dias. Poderia ser qualquer uma das grandes cidades brasileiras: as histórias de abandono, perda, esquecimento, se repetem e se repetem. Maria Valéria traz uma escrita diferente, um diário que é uma declaração, um vomitar de palavras. Uma obra prima!
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Leilane 03/05/2022

Quarenta Dias foi uma grata surpresa. Comecei sem expectativas, mas a história foi me envolvendo numa crescente. Sentirei saudades de Alice.
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Rê Lima 17/04/2021

Gostei muito do livro e da escrita, mas alguma coisa me incomodou na protagonista.
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Tina Melo 09/03/2020

Acompanho as andanças da freira @maria.v.rezende já há algum tempo, no entanto, esse é o meu primeiro livro dela. Sua fala sempre me interessou, além da sua vivência durante a ditadura e os trajetos pelos sertões desse país educando pessoas.
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O livro “Quarenta dias”, vencedor do prêmio Jabuti em 2015 (desbancando nada menos do que Chico Buarque!) é narrado por Alice, uma professora aposentada, que vivia em João Pessoa, e é forçada a se mudar para Porto Alegre. A filha, moradora da capital gaúcha, quer que a mãe se prepare para cuidar do seu futuro neto, ainda em planejamento (nem grávida ela estava!). No momento de sua vida em que teria finalmente um tempo livre para ler, passear ou descansar, Alice é convocada, contra a sua vontade, para cumprir o que lhe impuseram como destino na velhice: ser avó.
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Após a mudança de cidade, uma reviravolta acontece e a professora vai viver nas ruas de Porto Alegre por 40 dias (a autora chegou a morar na rua pra escrever o livro!). Ela vaga pela cidade com a "desculpa" de que precisa achar Cícero Araújo, filho de uma conhecida da Paraíba que sumiu na capital gaúcha sem dar notícias. O jovem então acaba por se transformar em seu próprio “coelho”, igualando a professora à sua xará que se perdeu em Wonderland (teria a autora sido proposital ao escolher o nome da protagonista?).
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Ao seguir o que lhe foi imposto, Alice acaba perdida, massacrada pelo egoísmo da filha e por uma cidade desconhecida. Diante da situação, ela acaba por tomar uma atitude drástica. É isso que me fez ficar presa às páginas: será que Alice vai encontrar o seu “coelho”, será que Alice será encontrada? .
Talvez ela preferisse continuar perdida pelas ruas, mas dona de sua autonomia para escolher seu próprio caminho.
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Euler 08/04/2020

Pense numa personagem que me ganhou do começo ao fim, uma delícia a forma como ela debochada e ranzinza contava sua história. Um bom jeito de escrever simples, a coisa mais difícil que existe.
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