Joao.Gabriel 05/11/2016
Neste livro Aristóteles trata de felicidade, virtude, prazer, justiça e amigos. Ele as conceitua e discorre sobre elas. Ética são as ações que fazem com que alguém viva uma boa vida, e tais conceitos e pensamentos, são para Aristóteles, necessários pra tais fins.
A felicidade é para Aristóteles uma atividade virtuosa da alma; tal definição - ancorada no conceito de virtude - não concebe que crianças ou animais sejam felizes, pois há necessidade de entender e praticar a virtude conscientemente. Mas dele já se retira uma ideia importante, sendo a felicidade definida pelos sucessos e pelos fracassos ela não é constante, porém se for uma atitude, ela pode ser constante. Logo, pode-se suportar as vicissitudes da vida e ser feliz se a felicidade for uma atitude virtuosa.
Mas, primeiro, se a felicidade é uma virtude, o que é uma virtude? São hábitos dignos de louvor;
Vamos abrir um parêntese para uma breve explicação do conceito de cosmos e de como tal conceito chega às virtudes. Em sentido brevíssimo cosmos é a ideia de que o universo não é caótico e sim ordenado: ele é formado por várias partes e cada parte tem uma função específica. A função de uma pedra é cair, a de um cachorro é latir,a de uma faca é cortar, a de um homem é pensar.
À conclusão deste raciocínio, de que a nossa função e essência é preordenada damos ao nome de essencialismo, que mais tarde Sartre vai contrapor com o existêncialismo, mas voltemos às virtudes.
As virtudes, logo, se dividem em intelectuais e morais, advindo respectivamente do ensino e do hábito.
As virtudes são o meio termo entre dois vícios. Mas este meio termo não é uma medianiz aritmética, pode-se aproximar um pouco mais de um ou outro vício. Além disso a virtude requer prática: enquanto Platão diria que primeiro alguém é corajoso e depois vai à batalhas, Aristóteles diria que alguém se torna corajoso por ir em várias batalhas. A mera filosofia não torna ninguém justo.
Sobre a Justiça:
Em um sentido geral justiça é a obediência às leis da cidade, que é feita por "todos". Além disso, são justos os atos que tendem a produzir e a preservar, para a sociedade política a felicidade e os elementos que a compõem.
Além disso há espécies de justiça particular:
Justiça particular distributiva: é caracterizada pela subordinação (entes com capacidades políticas diferentes, como Soberano e Súdito), proporcional (atenta para os sujeitos envolvidos na justiça), e meritocrática (é conteudística). Ocorre quando o soberano tem de distribuir ônus e bônus aos súditos.
Como o soberano deve distribuir os bens? Pelo mérito - flautas devem ir para os melhores flautistas.
A justiça corretiva tem como características a coordenação (entidades com igual poder político), é aritmética - não é proporcional, e - não há apreciações subjetivas: não é conteudística. Divide-se em duas:
Justiça corretiva voluntaria: ocorre por uma relação de vontade. Pode-se tomar por exemplo um contrato.
Justiça corretiva involuntária: a relação ocorre sem uma relação de vontade entre os agentes. Uma vitima de roubo, por exemplo está em uma relação de justiça sem que haja sua vontade.
A equidade por outro lado, é uma forma de justiça. Surge para flexibilizar os rigores de lei. De forma a uma régua de Lesbos (que se adapta à superfície) o equitativo é justo, mas não legalmente juto, e sim uma correção da justiça legal, afinal toda lei é universal, mas a respeito de certas coisas a universalidade não é correta.
Além disso ele discorre sobre a amizade, a diferença entre amizades acidentais (quando a pessoa é amada não por ser o homem que é, mas por que proporciona algum bem ou prazer) e quando a amizade pro virtude, dos homens que são bons e afins na virtude, pois esses desejam bem um a outro. Discorre sobre o prazer e como ele pode intensificar certas atividades, e, por fim, volta ao tema inicial, qual seja a felicidade.