Resenhas - O Herói das Eras

Emerson 29/11/2021

Com o autor aprendi que pobre é tudo burro e incapaz.
Um bom livro que é prejudicado por uma mensagem extremamente perigosa, seja ela intencional ou não. Uma mensagem elitista, preconceituosa e paternalista. Onde pessoas que tem a intenção de escravizar outras pessoas da forma mais violenta possivel, são tratadas na obra como honradas e bem intencionadas.

Patricia Lima 06/06/2020

O Herói das Eras
Eu estava muito ansiosa para descobrir o que aconteceria no final, mas ao mesmo tempo, eu estava lendo muito devagar, sem pressa, por não querer terminar o livro.

Eu tive aquela sensação de estar me despedindo de uma história que eu amei tanto, e que agora estava terminando. Mesmo tendo a segunda era de Mistborn, essa primeira história estava se despedindo de mim.

Foi uma sensação estranha, mas no fim foi uma leitura que eu aproveitei muito, o livro não me decepcionou, eu criei várias teorias ao longo da leitura, por isso ficava muito curiosa pelo final. E aconteceu tanta coisa, tantas sensações também.

Primeiro, eu comemorei com coisas muito legais nas cenas de ação do final. E ficava temendo muito pelos meus personagens queridos. E daí veio reviravoltas surpreendentes em relação a eles, que me fizeram sofrer, me fizeram aplaudir e amar meus heróis.

E a grande solução dos problemas desse universo foi algo que eu nunca imaginaria, e foi algo que soava muito bem pra história, se encaixava com tudo que tinha acontecido.

Aliás isso foi uma das coisas que mais gostei na conclusão, o quanto cada revelação foi se encaixando, até com coisas que vínhamos acompanhando desde o primeiro livro, coisas que passaram despercebidas.

A construção desse mundo é maravilhosa, eu sou extremamente apaixonada por essa trilogia.
Se tornou uma das minha favoritas, no top 5, e a melhor que li em 2019.

Gis De Wain 23/01/2017

Crise existencial
Faz mais ou menos uma semana que terminei. Nem sei meu nome, nem quem sou, nem o que faço nesse mundo. Foi incrível.

Gokuafricano 12/02/2017

2º melhor fantasia de 2016
Em votação Herói das Eras foi o melhor livro de 2016, não havia lido ainda e questionei no grupo do Facebook porque Chamas do Paraíso não ficou em 1º, depois de ler não mudei de ideia, mas entendo a devoção por Mistborn.
Como em seus outros livros de Sanderson é genial. Todas as pontas soltas são unidas neste livro, se conseguir “para de ler desenfreadamente” e teorizar (o que é difícil as vezes pois o livro te prende demais) descobrira muitas fatos antes de serem descritos, e a sensação de acertá-los é ótima. Prestar atenção nos parágrafos em negrito antes de cada capítulo é essencial para isso.
Acho incrível como Sanderson conseguiu fazer 2 ótimos finais nos livros anteriores e ainda assim guardar tantas surpresas neste, talvez seja a maior qualidade do escritor, os finais surpreendentes e muito bem escritos (não que as outras sejam ruins).
Gosto muito de listas e considero o Roda do tempo a melhor fantasia que já li, seguido por Cronica do Matador de Rei, Cronicas do Gelo e do Fogo e em 4º Mistborn, penso que nos outros livros o conteúdo total sobressai, mas os finais de Mistborn são melhores.

Luan.Barbosa 30/11/2023

PERFEIÇÃO
Quando cheguei ali nos 60% do livro a narrativa virou uma escada gradual de fortes emoções. Perto do fim já não existiam páginas pro autor resolver o problema dos personagens e quando faltavam umas 15 páginas pro livro acabar ele foi lá e mostrou que tinha sim kkkkk.

Há tempos não me envolvia tanto com um romance e vejo que o Brandon Sanderson faz jus ao renome que conquistou.

Rodrigo.Macedo 22/01/2024

Final épico
A marca do Sanderson, pra mim, é a sua capacidade de manter o leitor imerso na leitura.


Nesse terceiro e último volume as coisas estão acontecendo o tempo todo e com todos os personagens. Não tem um núcleo chato.


Todos os pontos bem amarrados. Personagens queridos tendo finais gloriosos.


Por falar em glorioso, fiquei um pouco incomodado com a grandiosidade do final. Acabei me desconectando um pouquinho no fim. Essa questão de Deuses abstratos lutando é estranho. Foi épico até demais. Mas a história não poderia ter outro caminho.


O mundo de Vin, Kelsier, Elend e tantos outros deixará saudade. Legal saber q aqueles que morreram puderam se encontrar num lugar diferente, seus espíritos. E ficaram sabendo que suas lutas não foram em vão.

Lílian 26/01/2022

Um final épico para uma saga incrível.
O terceiro e último livro do Primeiro Ciclo de Mistborn é grandioso do início ao fim.
A trama reune tantos elementos envolventes, que é quase impossível piscar.

Os pontos são amarrados de modo muito criativo e condizente à trajetória de cada personagem. É um fechamento que, com certeza, desperta emoções complexas. Eu fiquei tocada, mas achei ótimo. Aí vai de cada leitor.

A saga veio sempre num ritmo crescente e o final não decepciona, ao contrário, só eleva ainda mais a qualidade da história de personagens tão marcantes e bem desenvolvidos como Vin, Elend, Sazed, Kelsier, Fantasma e companhia.

Fernando Lafaiete 25/05/2017

Uma finalização excelente que deixa claro que livros de fantasia não são sub-literatura.
**Esta resenha NÃO possui spoiler de nenhum livro da trilogia.**

Já começo dizendo que para leitores que utilizam o termo pejorativo Sub-literatura para se referirem à livros de fantasia por acharem estes livros muito rasos e por acreditarem que eles não trazem nenhum tipo de reflexão para os leitores, eu só digo uma coisa: Leiam esta trilogia (na verdade leiam qualquer coisa do autor) e depois disso eu duvido que continuarão tendo esta visão míope. E por favor, parem de utilizar este termo, pois o mesmo só serve para fermentar o preconceito literário.

A trilogia Mistborn deixa evidente o quanto Brandon Sanderson é talentoso. Ele nos apresenta todos os elementos que um bom livro de fantasia deve ter. Ou seja, um worldbuilding impecável, sistemas de magia complexos e fascinantes, personagens memoráveis, cenas de ação de tirar o fôlego, milhões de mistérios e reviravoltas e uma protagonista feminina sensacional.

Excelência e equilíbrio são as palavras que podem definir esta série. Política e religião são os alicerces que dominam toda a narrativa. Aliás, a maneira a qual o autor trabalha a religião é muito respeitosa. Mas não se preocupem, pois o foco não é somente na religião e na política, pois como eu disse, equilíbrio define a maneira de escrever de Sanderson.

Ele nos mostra que a fé muitas vezes cega as pessoas, impedindo que elas enxerguem a verdade mesmo ela estando bem diante de nossos olhos. Mas ele também nos mostra que a fé é mais do que necessária e que ela caminha lado a lado com a esperança. Pois como pode haver esperança se não houver fé?

A construção dos personagens é mais um ponto positivo. Brandon Sanderson cria qualquer personagem bem, sendo homem ou mulher. Ele não cria personagens femininas somente para taparem buracos na história e muito menos para serem salvas pelos personagens masculinos.

Vin é o poder feminino em pessoa. Ela é forte, determinada, extremamente inteligente e muito bem humanizada pelo autor. Ela gosta de usar vestidos e gosta de bailes, mas não se enganem, ela não é frágil e deixa muito claro que não aceirará ser tratada com indiferença apenas porque é mulher. Isso fica evidente principalmente quando ela decide arregaçar as mangas e partir para a porrada.

As cenas de ação são mais do que bem escritas e imersivas. Elas são excelentes e é impossível não ficar chocado com o talento do autor em descrevê-las. Bom seria se todo autor de fantasia escrevesse tão bem quanto ele.

Elend também é um bom protagonista, mas ele me irrita bastante. Eu o acho muitas vezes incompetente e um líder mediano. Mas como não amá-lo depois deste final? Fica impossível terminar esta trilogia não gostando deste personagem. E a relação dele com a Vin é muito bem desenvolvida.

Apesar de amar esta trilogia e ter gostado muito deste livro eu o acho inferior aos anteriores. Eu ainda acho o primeiro o melhor de todos, e achei este terceiro muitas vezes lento. Muitas respostas óbvias demoram para ser entregues logo para o leitor e isso me incomodou. Pois eu não estava a fim de ficar acompanhando coisas as quais eu já havia sacado. E uma determinada situação a qual a Vin se encontra uma boa parte do livro também me irritou. Mas isso aconteceu porque eu não gostei de ver a personagem a qual eu endeuso, naquela situação. (Não falarei mais nada para não dar spoiler)

Não é à toa que Brandon Sanderson vem sendo considerado um dos melhores escritores de fantasia da atualidade (inclusive pelo próprio George Martin). O cara realmente tem o domínio da escrita e não tenho dúvida que muito de seus livros serão considerados futuramente clássicos da literatura fantástica.

Tudo é aprofundado e nada é citado de maneira rasa (religião, política, preconceitos, questões sociais, corrupção). Livros deste tipo me fazem pensar o seguinte, seguindo o raciocínio do meu primeiro parágrafo. Pessoas que só leem clássicos devem ser consideradas superiores intelectualmente (em questão de reflexões literárias, tendo o foco naquilo que se lê)?

Este livro abrange tantas questões sociais e filosóficas, que eu não consigo entender como muitas pessoas conseguem achar livros de fantasia (de maneira generalizada) superficiais. Pois não são só livros desta trilogia que trazem questões que podem gerar debates interessantes e importantes. Existem muitos livros do gênero tão bons quanto. Enfim... Se você ainda está com dúvida se deve ou não ler está trilogia, eu só posso te pedir mais uma vez: Deem uma chance. É muito Bom!

"Criamos coisas para observá-las crescer... Para ter prazer em ver o que amamos se tornar mais do que antes. A vida de uma pessoa é mais do que o caos de sua passagem." (Um pequeno trecho tirado de uma frase da Vin na p. 652)

João 15/12/2023

Mistborn: Primeira Era, Livro 3
Qualquer leitor de fantasia hoje minimamente antenado já está cansado de ouvir o nome Brandon Sanderson, e a sua tão falada Cosmere. Depois de ter lido três livros do Brandon, (e gostado) sentia que faltava algo a mais. Algo que realmente justificasse para mim todo esse gigantesco hype em cima do autor. E esse algo a mais se chama "O Herói Das Eras".

A genialidade nesse livro, como cada peça foi se encaixando uma atrás da outra, toda emoção e desespero contidos faz justificadamente o nome do autor já está entre os grandes nomes da fantasia de todos os tempos.

Em "O Herói Das Eras", Brandon Sanderson entrega um dos melhores finais que eu já tive o prazer de ler/assistir. Impossível não se arrepiar e se emocionar. Como vou sentir falta desses personagens...

Rene 01/09/2017

Excelente
Depois dos três livros devorados, posso dizer que é excelente. Tudo se encaixa perfeitamente, cada detalhe está ali por um motivo, nada é à toa.

No final fica a pergunta: o que acontece agora, depois de tudo pronto?

E me passou a seguinte frase pela cabeça: e Deus descansou no sétimo dia. Não tem como não imaginar isso, como ocorreu uma evolução, como as coisas poderiam ter sido e como são hoje.

É a segunda obra de Brandon Sanderson que leio (Elantris foi a primeira), e posso dizer que virei fã. Mesmo os livros sendo longos, não os considerei chatos ou cansativos; cada página trazia informações novas, debates, questões, dúvidas, medos.

Pode não ser perfeito, claro, mas considerando que gosto pessoal não se discute, eu gostei.

Julia Ledra 07/08/2023

É a segunda vez que eu leio esse livro e ainda não superei essa história.
Ainda fiquei chocada lendo algumas revelações, ainda fiquei traumatizada com algumas cenas e ainda estou apaixonada por como o Brandon Sanderson cria as histórias dele.

Essa foi uma conclusão tão satisfatória pra essa série que eu não sei nem por onde começar a falar sobre ela. Tudo está interligado, todas as revelações foram sendo construídas ao longo dos 3 livros e eu amo que essa trilogia é extremamente complexa e inteligente.

A história conclui muito bem a trilogia, amarra quase todos os pontos e deixa só aquele gostinho de quero mais (que inclusive é saciado com os livros subsequentes do universo do Cosmere).

Sinceramente, é uma das melhores histórias de fantasia que eu já li e já tenho vontade de reler a série inteira de novo hahaha

rkive 07/05/2024

Brandon sanderson me fez virar católica
Finalmente finalizei o último livro da trilogia e acredito que apesar de toda a história ter uma estrutura muito boa, ainda tem certos pontos que me incomodam.
o começo de "o herói das eras" foi bem lento porque tem muitas coisas desnecessárias e diálogos que não agregam em nada e são facilmente esquecíveis assim como os diálogos de "o poço da ascensão", outra coisa que me incomodou é que constantemente eu ficava cansada lendo as cenas de luta, pois muita das vezes não tinham lá muita coisa de diferente, então as únicas lutas que me deixaram eufórica verdadeiramente foram as lutas finais, lutas essas que entregaram tudo!
em relação aos personagens acho que muitos da trupe original não tiveram tanto destaque quanto mereciam, especialmente o ham que teve um episódio traumático no livro passado e nesse ele simplesmente está melhor sem muita explicação.
sobre o casal principal, vin e elend, não consigo gostar deles como casal... os dois tem uma dinâmica super interessantes separados, mas quando estão juntos acho que eles não tem muita química.
agora sobre a estrela principal de todo esse circo: sazed ???? simplesmente o MELHOR PERSONAGEM DE MISTBORN!
mesmo que a crise existencial de todo o trabalho dele nesse último livro tenta sido desnecessariamente longa, ele é um personagem super carismático e consegue entreter mesmo com seus longos pensamentos sobre religião.

apesar de tudo, o desfecho fechou todas as pontas e conseguiu me deixar de queixo caído com aquele final surpreendente.

Debs 13/05/2022

Não foi mentira e eu não estou conseguindo digerir esse fim.
Brandon, não sei se um dia vou conseguir te perdoar por fazer isso com meu coração. Te odeio mas te admiro horrores, me destruiu mas o quanto essa história me prendeu e me deixou embasbacada não tem explicação. Uma fantasia de respeito como todas as outras que li de sua autoria. Nunca tinha lido nada parecia com esse universo. Cada personagem, cada detalhe foi UAU. Teve fins que eu particularmente odiei, confesso. Queria um final diferente pq sou leitora de romance também ok? Haha, mas não nego que o fim foi inesperado e surpreendente. LEIAM, é só isso que posso dizer, vocês precisam conhecer Kelsier, Vin, Elend, Brisa, Ham, Trevo, Fantasma e Marsh. Corre e depois me agradeçamos

Jaqueline 16/11/2017

Simplesmente maravilhoso
É a primeira vez que leio livros desse autor e fiquei agradavelmente surpresa. É um livro gostoso de ler, com personagens maravilhosos e carismáticos, e com uma excelente trama repletas de reviravoltas inesperadas.
O autor nos apresenta um novo mundo, sujo, cheio de fuligens, onde as poucas plantas que existem mal tem cor e onde as pessoas sofrem e são escravizadas em uma sociedade controlada por um deus opressor e uma nobreza egoísta e aproveitadora. Nesse contexto surge um importante personagem, Kelsier, disposto a quebrar todo o sistema de opressão e escravidão existente, em um perigoso plano de matar o deus criador de desse governo chamado Senhor Soberano.

Tamirez | @resenhandosonhos 02/08/2018

MISTBORN #3: O Herói das Eras
Quando eu comecei a ler Mistborn em 2016, eu ainda não tinha tido contato com nenhuma obra do Brandon Sanderson, e foi uma agradável surpresa encontrar um mundo tão interessante criado. Depois disso, mesmo tendo passado por Elantris e Coração de Aço, outras ótimas estruturas de worldbuilding, eu ainda não estava preparada para o que iria acontecer no final dessa história.

Caso você não saiba, esse “universo” foi criado para ser desenvolvido em três eras. Três trilogias distintas que teriam centenas de anos entre uma e outra, mas que habitariam evoluções da consequência dessa primeira. Então, ao concluir esse livro, encerro a primeira era de Mistborn, e certamente estou pronta para receber a segunda. Lembrando que elas se ligam entre si pelo universo, mas podem ser lidas separadamente. São histórias fechadas e com conclusão. E que conclusão.

Se tem algo que posso dizer é que Sanderson sabe muito bem amarrar suas pontas. Herói das Eras é praticamente um livro de revelações e encaixes. Cada novo capítulo traz uma informação muito relevante e que responde alguma pergunta que está pairando sobre a narrativa. E, por favor, leia com muita atenção os textos que antecedem o inicio de cada capítulo. As transcrições dos diários e passagens são muitíssimos importantes e em alguns casos dão o spoiler do que virá no capítulo a seguir, já deixando o leitor com a descoberta na ponta da língua.

“Vin… flutuava. Não estava adormecida, mas tampouco se sentia exatamente acordada.”

Outra coisa é que esse livro vai despedaçar o leitor peça por peça. Se você chegou até aqui, sabe que o autor não tem nenhum problema em matar personagens, deixando bem claro isso no primeiro livro com o adeus de Kelsier. Então se prepare, porque muitas cabeças vão rolar.

Acho que mais do que a história central e o conflito envolvendo a estrutura do mundo, esse é um livro sobre as pessoas que o habitam. Elend se tornou um nascido da bruma, é forte, porém não teve tempo para dominar seus poderes completamente. Agora, como imperador, e com o peso do fim do mundo o assombrando, ele questionará cada decisão. É incrível ver com o personagem tem momentos que variam da completa certeza a uma indecisão pulsante. Venture sempre foi, ao meu ponto de vista um dos mais lineares dentro da trama. Ele manteve uma postura “correta” por dois livros e aqui finalmente é possível ver mais dele. Algo que seus devaneios levantam e que fazem o leitor pensar também, aliado às descobertas da história é: será que o Senhor Soberano era realmente um homem mau? Ou será que ele só fez o que achou ser o certo naquele momento?

Vin, por outro lado, parece mais segura de si, enquanto se mantém duvidosa de outras coisas. Ter tomado a decisão que tomou no poço custou um preço sobre a personagem e, claro, teve consequências que ela agora corre para remediar. Porém, o conflito de Vin é muito mais “psicológico ou mental”. O espectro da bruma, Ruína, suas dúvidas, tudo isso a permeia muito mais em pensamento. Pensamentos esses que agora são a única forma de manter segredo contra o novo inimigo, já que ele é onipresente e pode ver, ouvir, e alterar tudo o que não estiver escrito em aço.

A relação dos dois personagens é sólida como já havia se mostrado no segundo livro, porém houve uma mudança com o nivelamento de Elend. Ambos sabem que o futuro depende de suas ações, então há um acordo silencioso sobre um não por tudo a perder para salvar o outro. O que, pra mim pelo menos, é algo que eu acho ótimo, pois esse tipo de plot onde tudo se quebra por amor não funciona mais comigo há um bom tempo.

“A vida de uma pessoa é mais do que o caos de sua passagem. Emoção, Ruína. Essa é a sua derrota.”

Sazed, que também tem destaque, está bastante quebrado com a morte de Tindwyl e se desprendeu de suas mentes de metal, fator que moveu o personagem anteriormente e que é ligado a sua “função no mundo” como o último guardador. Há também uma busca incessante por se conectar a uma crença, uma religião que lhe devolva o sentido, e é muito interessante acompanhar todo o processo do personagem.

Já Fantasma, o olho de estanho que parecia sem função anteriormente, ganha certo espaço aqui para agir de uma forma diferente. Ele ficou encarregado de ir até um cidade que possui um dos depósitos e espionar o governante de lá, que possui um pulso firme e uma doutrina própria, falando em nome de Kelsier. Eu ainda não sei como me sinto com a evolução do personagem e ao fato da posição em que ele termina o livro, mas acho que tem mais a ver com meu relacionamento com ele do que qualquer outra coisa.

E, como narradores, também temos o kandra TenSoon, que nos relevará mais mistérios sobre essa “raça” e sua sociedade, e que teve alguns dos meus capítulos preferidos; e também Marsh, o inquisidor. Ele quer acabar com a própria vida, mas não detém o controle total do seu corpo com Ruína ativo, o que o coloca em uma batalha interna por todo o livro.

“Cada religião tinha suas pistas, pois as crenças dos homens continham esperanças, amores, desejos e vidas do povo que havia acreditado nelas.”

Enquanto o final devastou levemente meu coração, acho que também não poderia ter sido diferente para causar o mesmo impacto. E levando em consideração os planos do autor, faz realmente sentido como tudo se encerrou. Tiveram momentos de descoberta incríveis que fizeram com que eu me sentisse muito burra por não ter sequer cogitado aquilo antes. Tiveram coisas “blow my mind” e, acho que como fã do gênero e das estruturas, um dos momentos mais legais foi descobrir a lógica de criação de cada um dos seres e realmente montar uma “ciência” sobre o universo.

Foi uma jornada que mesmo com livros grandes, não foi longa. Eu sequer cogitei terminar essa trilogia esse ano, mas depois de O Poço da Ascensão eu realmente precisava saber o que iria acontecer. E mesmo tendo algumas leves ressalvas em alguns pontos de ritmo, acho que o fechamento todo encaixado da história refuta a necessidade de se prender a isso e coroa o final da trilogia como uma experiência muito foda.

O Brandon Sanderson ainda tem várias história para contar e títulos que não saíram por aqui, então ainda há muito o que ler e já estou ansiosa pelo que virá. Uma das séries dele que tenho mais curiosidade e que ainda não saiu por aqui é a Stormlight, e devemos aguardar a segunda era de Mistborn ainda esse ano pela editora Leya como lançamento da CCXP 2017.

site: http://resenhandosonhos.com/mistborn-3-o-heroi-das-eras-brandon-sanderson/