O Salmão da Dúvida

O Salmão da Dúvida Douglas Adams




Resenhas - O salmão da dúvida


50 encontrados | exibindo 46 a 50
1 | 2 | 3 | 4


Portal Caneca 15/08/2014

Essa resenha não poderia ter outro título. Dessa mesma maneira crua, ele define a característica literária de Douglas Adams, com sua loucura e bom humor. O “Salmão da Dúvida” era para ser o nome de um de seus futuros livros, que ele nem chegou a terminar.

O conteúdo em suas páginas me pegou de surpresa. Aqui não há só uma história interminada, mas também extratos de eventos da vida de Douglas, que parece, também, interminada. O autor morreu cedo – aos 49 anos – e deixou incontáveis fãs órfãos. E tudo que tem aqui foi feito para nós, admiradores, para os amigos, familiares, e ao próprio Douglas. Ele não é uma homenagem, mas um almanaque para conhecer o quão incrível ele era.

O livro conta com um compilado de entrevistas, reportagens, discursos, dicas e textos do próprio Douglas Adams, escolhidas com muito carinho. Nós passamos por histórias sobre ele fazendo viagens submarinas, as experiências com os editores, sua visão sobre Deus, a religião (ele era ateu), o universo e tudo mais. Em ordem cronológica, percebemos sua evolução como escritor, mas não de maneira biográfica. Como tudo foi escrito pelo próprio Adams, a leitura é tão divertida quanto qualquer um de seus livros publicados.

“Este não é um obituário; haverá tempo suficiente para eles. Não é um tributo, tampouco uma avaliação criteriosa de uma vida brilhante ou um discurso solene em seu louvor. É um lamento fúnebre, escrito muito cedo para ser ponderado, cedo demais para ser fruto de uma reflexão detida. Douglas, você não podia estar morto.” (parte tirada do epílogo)

Somos introduzidos em um luto ao começar a leitura, o que nos traz a sensação imediata de que perdemos um gênio, que poderia ter sido ainda maior e nos presenteado com muito mais pensamentos inovadores caso ainda estivesse vivo. Passei por várias sensações enquanto lia, rindo, me emocionando, sem nunca deixar de pensar que a maneira que ele via o mundo, o jeito que ele pensava e se comunicava, trazia divertimento até em momentos difíceis e malucos. E ele era uma pessoa comum, com problemas para escrever e que já foi até limpador de galinheiro.

Se você gosta do Guia do Mochileiro das Galáxias, você precisa ler esse livro. Você vai se apaixonar ainda mais pelas histórias e por quem as escreveu.

Só quero encerrar essa resenha com uma parte da introdução, que me arrancou um sorriso. Creio que todo mundo se sente assim ao ler Douglas Adams, e, acredite, isso também vai acontecer quando for ler “O Salmão da Dúvida”.

“Quando você lê uma frase especialmente brilhante de Adams, sua vontade é cutucar o ombro do estranho mais próximo e mostrar para ele. O estranho pode até rir e parecer gostar do que está escrito, mas você se afarra à ideia de que ele não entendeu exatamente a força e a qualidade do texto, não tanto quanto você – da mesma forma que seus amigos também não se apaixonam (graças a Deus) pela pessoa sobre a qual você não para de falar um minuto.”

site: http://portalcaneca.com.br/
comentários(0)comente



Café & Espadas 21/07/2014

Resenha O Salmão da Dúvida
Douglas Adams morreu em fatídico 11 de maio de 2001. Redundante dizer que uma legião de fãs foi deixada ao relento, sem nenhuma esperança de voltar a ler uma aventura de Arthur Dent e seus companheiros peraltas em O Guia do Mochileiro das Galáxias ou até mesmo algum episódio perdido ou achado de Doctor Who como em Shada.
Tentativas não faltaram, claro. Tivemos o livro E Tem Outra Coisa... escrito por Eoin Colfer que é considerado uma continuação oficial da série. Mas a tentativa, como você pôde ler na resenha publicada aqui no blog, não foi lá uma das mais bem sucedidas, e se eu pudesse mudar o título da obra, mudaria para Não é Lá Essas Coisas... Mas essa é só minha humilde opinião sobre essa obra.
O que realmente importa é o quanto fiquei feliz e ansioso (e tenho plena segurança de que essa sensação se estendeu aos admiradores do legado de Douglas) quando a Editora Arqueiro anunciou o lançamento de uma obra póstuma de Adams. E não seria um livro qualquer, seria O Salmão da Dúvida.
Esse livro trata-se de uma coletânea de vários escritos de Douglas: palestras, discursos, entrevistas, comentários sobre tecnologia e seu avanço frenético, um ensaio filosófico sobre a não existência de Deus, relatos sobre a sua infância e seus problemas na escola, sua admiração e sua paixão pela arte em todas as suas formas e – como se isso tudo não já fosse suficiente- dez capítulos do conto O Salmão da Dúvida, que nada mais é do que uma história inacabada reconstruída pelo editor Peter Guzzardi, que teve todo o trabalho de juntar os “retalhos” escritos por Douglas de forma que formassem algo coeso. E temos também um outro conto, este protagonizado por Zaphod Beeblebrox, sua excelência, presidente da galáxia.
Na introdução temos a excentricidade de Adams exposta por alguém que conviveu diretamente com ela: o editor Stephen Fry. Era impossível não se empolgar e deixar fascinar com as ideias que borbulhavam constantemente na cabeça de Douglas.
Sua forma de enxergar a realidade - colocando os eventos mais banais em uma forma completamente nova e complexa - ganhava o seu requinte cômico quando ele a transmitia do seu jeito mais típico: simples e direto. Como quem diz “como você nunca pensou nisso antes?”. Sem prepotência. Somente para fazer o leitor rir com esse fato inevitável.
Nessa parte inicial do compilado, Stephen explica a origem do livro O Salmão da Dúvida, e todo o trabalho que ele teve em tentar reconstruí-lo. Então é altamente recomendável a leitura dessa introdução do volume, para que você possa entender melhor o que está em suas mãos.
Após a introdução, o livro se divide em outras três partes: A Vida, O Universo e E Tudo Mais.
Em A Vida temos os relatos referentes à infância e a adolescência de Douglas, onde vemos que ele teve, até certo ponto, uma vida escolar comum, com direito a todos problemas que atingem uma boa parte dos estudantes, como apelidos e outras chacotas pela sua altura e seu nariz. Ele ria consigo mesmo de tudo isso, e acho que essa é uma atitude que todos deveriam levar para a própria vida: rir de si mesmo às vezes é melhor do que sempre se vitimizar.
Foi nessa fase de sua vida que Douglas teve o seu primeiro contato com os Beatles. Ele narra com extrema empolgação e profunda admiração como o som dos fab four fez sua mente explodir e abrir seus sentidos para a arte em todos os seus aspectos. Além de tudo isso, temos o olhar de Adams sobre as efemeridades da vida e o comportamento humano e suas razões.
Já em O Universo vemos a atração incontrolável que o autor tinha pela tecnologia, e como ele passou de alguém que a usava como matéria prima para as suas piadas (devido as ineficiências eventuais dos avanços computacionais da época) para um consumidor voraz e especialista no assunto, chegando ao ponto de fazer algumas previsões como a internet wi-fi e o advento dos smartphones e seus aplicativos.
Temos também um texto longo onde ele discursa sobre a existência de Deus. Douglas era um ateu fervoroso, não desse tipo radical tão comum hoje em dia. É muito interessante ver como ele desenvolve o seu pensamento e como ele explana sobre a sua cosmovisão.
E finalmente temos E Tudo Mais. Nesse trecho derradeiro do livro temos o conto Perfeitamente Seguro, que é protagonizado por Zaphod Beeblebrox, e os dez capítulos de O Salmão da Dúvida, livro protagonizado pelo detetive Dirky Gently.
Douglas fala também sobre seus outros projetos, sua relação com O Guia e seu sucesso já consolidado, a experiência de escrever o livro Last Chance to See (que ele revela ser o seu predileto) que fala dos animais em extinção, e que foi escrito em parceria com o zoologista Mark Carwardine.
A edição da Editora Arqueiro seguiu o formato da usada em E Tem Outra Coisa... com alguns desenhos de elementos que são citados no livro, o título em alto relevo e orelhas que dão um charme especial para o todo. A revisão está melhor se comparada com a feita no livro de Eoin Colfer, mas os erros ainda são bem notáveis. Tirando isso, a diagramação e a qualidade do papel são ótimas, e o resultado final é muito bom.
Antes de finalizar essa resenha devo informar a você que está lendo que não citei nem sequer 10% de todo o material presente nas páginas de O Salmão da Dúvida. O livro é simplesmente divertido e hilário, no sentido mais concreto da palavra. A sensação que temos é que estamos em uma conversa particular com o próprio Douglas, e passamos a nos sentir mais íntimos dele quando o livro termina. Não recomendo a leitura em lugares públicos (como foi o meu caso) pois as risadas podem ser incontroláveis, e acredite, você pode passar vergonha.
Nunca pensei que poderia rir pela troca do segundo “A” na palavra MANUAL por um “E”. E isso é só uma das várias histórias narradas por Douglas em um livro que não é bem uma homenagem - a publicação pode até ser, mas o livro em si não é -, mas simplesmente Douglas Adams. Simples e puro. Em seu estilo inconfundível, nonsense e envolvente.
O único suplício é ter que fechar o livro e lembrar que ele não está mais entre nós aqui neste planeta praticamente inofensivo. Talvez morrer tenha sido a pior ideia que Douglas teve ao longo de sua carreira, e como seria os livros que ele ainda planejava escrever.
O Salmão da Dúvida é um eco póstumo da genialidade incomparável e singular de um autor que deixou mais que legado para os seus fãs, deixou um ensinamento precioso de que cada pessoa não deve passar pelo o mundo sem procurar entendê-lo, aproveitá-lo e melhorá-lo ao máximo, na medida do possível para cada um. Isso é algo que eu espero que persista por gerações.
O livro é espetacular, e indispensável para o acervo de qualquer fã do autor. Recomendo bastante a leitura.

“Até mais, e obrigado por tudo, Douglas!”


site: http://cafeeespadas.blogspot.com.br/2014/07/resenha-o-salmao-da-duvida.html
comentários(0)comente



Rafa 03/07/2014

SENSACIONAL!!!
Douglas Adams no melhor estilo Douglas Adams!
comentários(0)comente



C. Aguiar 30/06/2014

Para quem não sabe: Douglas Adams é um dos meus autores preferidos!
Esse livro é uma copilação de diversos textos do autor e formam a última obra que ele estava trabalhando antes de falecer e confesso a vocês que apesar de alguns momentos chatos durante a leitura eu simplesmente adorei o livro.
O livro tem aquele "ar" cômico que apenas o autor possuía e traz diversos textos sobre sua vida pessoal, pensamentos e acontecimentos que ele achou relevante descrever.
O livro me fez refletir em diversos assuntos que eu nunca havia pensado antes e me fez rir com coisas bobas que me despertaram a curiosidade que eu possuía anteriormente de conhecer o autor, porque sem dúvida teríamos sido bons amigos e tido diversas conversa "épicas"!
É uma leitura agradável e o leitor não precisa ler os outros livros para poder ler esse, mas caso queira conhecer um pouco do trabalho do autor leia os livros primeiro.
Em poucos momentos quando Adams estava falando sobre tecnologia eu me senti cansada da leitura e apesar disso não quis desistir do livro. Acho que se deve ao fato de não esta acostumada com algo do Adams nesse estilo de vários textos. Li apenas O guia do mochileiro e nele não possuí nada sobe a vida do autor, então quando fui descobrindo coisas sobre ele e lendo sobre o que gostava fiquei encantada, mas ao mesmo tempo foi um pouco massante em alguns momentos. Infelizmente nem tudo são flores.
Não achei nenhum erro de ortografia e a capa segue a mesma linha da famosa série O guia do mochileiro das galáxias.
Não é um livro que eu tenha muito o que falar, mas ele com certeza vale a pena da uma conferida caro leitor.

site: http://www.seguindoocoelhobrancoo.com.br/
comentários(0)comente



Raniere 13/06/2014

Douglas Adams, muito obrigado por ter existido!
Esta é uma resenha difícil de ser escrita. Terminei “O Salmão da Dúvida” no início desta semana, e apenas hoje resolvi sentar e escrever sobre o livro. No dia, não seria possível. O livro me causou um sentimento que creio ter sido mais pessoal, me deu muitas coisas para pensar, por muito tempo, e creio que este sentimento vai aparecer em muitos outros leitores. E, quando um livro tem este efeito sobre a gente, é maravilhoso!

“O Salmão da Dúvida” é uma coletânea feita por Dawkins, amigo de Douglas Adams, com a ajuda da esposa de Douglas, da assistente pessoal dele, entre outras pessoas. Esta coletânea está dividida em 3 partes: “A Vida”, “O Universo”, “E tudo mais”. Uma excelente escolha para o nome delas.

Na primeira parte, vemos uma seleção de artigos que Douglas Adams escreveu para revistas, etc., sobre sua infância, sobre seus traumas, sobre a letra Y (é sério! Rs), além de suas influências literárias, algumas entrevistas e introduções escritas por Adams. Em suma, em “A Vida”, primeira parte do livro, passamos a conhecer mais sobre a vida de Adams.

Nesta primeira parte, que também fala sobre o ativismo pelos animais, vi o quão bondoso, gentil e engraçado Adams era não só em suas obras, mas para com as pessoas à sua volta. Eu li esta parte, devagar, pois queria aproveitar cada momento deste livro, e no fim fiquei pensando “que pessoa maravilhosa Douglas Adams era. E que falta ele faz no mundo não apenas como artista, mas como ser humano.” E foi com este sentimento que fui para a segunda parte do livro.

Em “O Universo”, encontramos mais coletâneas de artigos e entrevistas de Douglas Adams, mas, desta vez, sobre o avanço da tecnologia, sobre a vida animal, o universo como um todo e sobre seu ateísmo, o qual Douglas dizia que ele é realmente ateu, e não agnóstico, pois ele não apenas acredita que não exista um deus, como está convencido da não existência deste, e explica a sutil diferença entre estas duas colocações (na entrevista para a “American Atheists”).

Quando comecei a ler esta segunda parte, eu já sabia que Adams era muito inteligente. Porém, enquanto eu lia, percebi que ele era MUITO mais inteligente do que eu imaginava. Fascinado pela tecnologia e ferrenho “opositor” da Apple, Adams nos fala sobre o avanço da tecnologia até o início do sérulo XXI, faz previsões de como seria a tecnologia no futuro (e, até agora, ele tem acertado em muitas coisas), críticas sobre a inutilidade de muitas inventações tecnológicas, que seriam para “facilitar a nossa vida”. Mas não é sobre isso que Adams fala, em “O Universo”. Douglas fala, também, na transcrição de uma palestra que ele deu, intitulada, no livro, como “Existe um Deus artificial?”, sobre a criação das religiões, o por que delas, a influência da fé na vida das pessoas, explica o que ele chamava de “as 4 idades da areia”, que abrange o conhecimento do homem acerca do Universo. Enfim, é uma transcrição boa e, digo aqui, uma das minhas partes preferidas do livro. Lembro que, quando terminei de ler esta transcrição, estava boquiaberto. Então peguei o livro e fui andando pela casa, falando pra minha mãe, padrasto e irmã, que estava aqui: “VOCÊS PRECISAM LER ESTA PARTE DO LIVRO, É SENSACIONAL!!!”. E ainda quero que eles leiam. Quero que o mundo leia!

Já na terceira e última parte do livro, intitulada “E tudo mais”, é direcionada para a parte artística de Adams. Lemos entrevistas sobre seus projetos (concluídos e não concluídos) de trabalho, lemos sobre sua frustração com a demora do lançamento da versão para cinema de “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, lemos um e-mail sensacional que Douglas escreveu para um figurão da Walt Disney (não sei o cargo dele, na época), sobre a dificuldade de comunicação e com um ultimato sobre a gravação e os direitos do filme, com toda a ironia e sarcasmo de Adams e também temos mais dois presentes: um conto protagonizado por Zaphod Beeblebrox, do “Guia do Mochileiro” (eu adoro ele) e 11 capítulos (e não 10, como está escrito na sinopse, mas eu adorei o fato desta estar errada rs) de um livro que Adams estava escrevendo, quando morreu, protagonizado pelo detetive Dirk Gently. Tanto o conto quando estes 11 capítulos são excelentes, e, sobre o livro não-finalizado, eu fiquei com uma enorme vontade de saber o final. Mas, provavelmente, a resposta para isso é 42, também.

Finalizando: este livro é um presente enorme para todos os fãs de Douglas Adams, espalhados pelo mundo inteiro. Mas ele não foi escritos apenas para os fãs! Foi escrito para todos! Qualquer pessoa, mesmo que nunca tenha ouvido falar de Douglas Adams, irá amar este livro. Eu sou capaz de entrar em uma nave vogon e escutar toda a tripulação recitar poesia (prefiro roer minhas pernas à isso) se, caso alguém que ainda não tenha lido nada de Adams não fique curioso em conhecer a obra deste grande escritor, crítico, pesquisador e ser humano que Douglas Noel Adams (iniciais DNA) era. Quero aqui deixar o meu agradecimento (que nunca será lido, creio eu) para Richard Dawkins, que reuniu esta coletânea, e para a Editora Arqueiro (ai eu creio que eles vão ler), por ter lançado este enorme presente para nós, mochileiros. Muito obrigado!


site: https://www.facebook.com/EncontrosLiterariosRJ
Thiago 15/06/2014minha estante
Ótima resenha, Raniere! Apenas duas correções: o organizador da compilação não foi Richard Dawkins, o famoso biólogo e ateu, e sim pelo amigo de Adams, Chris Ogle, seu editor, Peter Guzzardi,e sua esposa, Jane Belson.

E Douglas era um grande fã e apologista da Apple!

Abraços


Samantha @degraudeletras 17/06/2014minha estante
"opositor" da Apple? Como diz o Thiago, ele era fã e apologista da marca. :)




50 encontrados | exibindo 46 a 50
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR