Alineprates 11/09/2014Uma obra-prima do horror, foi isso que pensei quando terminei Nosferatu, há muito tempo um livro de horror não de deixava assim pasma e maravilhada.
Em Nosferatu vamos conhecer Vic McQueen, ela é uma uma garotinha que tem um dom especial para encontrar objetos perdidos, mas para isso ela precisa usar sua bicicleta Raleigh, pedalar bem rápido e atravessar sua Ponte do Atalho. Essa ponte a leva exatamente onde o objeta está, ou seja a ponte a leva onde ela quiser, ela só precisa focar o pensamento nisso.
Paralelamente temos a história de Charles Manx, um sequestrador de crianças. Ele é o dono de um Rolls Royce Wraith 1938, cuja a placa é NOS4A2 (Nos-four-ei-two), ele rapta as crianças e usa o carro para levá-las a Terra do Natal. Também conhecemos Bing Partridge, o ajudante de Charles Manx, ele usa uma máscara de gás e ajuda Manx em seus "negócios", sonhando em uma também ir para a medonha Terra do Natal.
E assim vamos acompanhando Vic e Charles.
Em um determinado momento Vic, desesperada por respostas, encontra Maggie, uma jovem capaz de conhecer brechas do futuro através de seu caça-palavras. Ela conta a Vic que existem outras pessoas como elas, com esses dons especiais e menciona pela primeira vez O Espectro (o Rolls Royce) e Charles Manx, implorando para que Vic jamais o procure.
Um dia Vic, já adolescente e rebelde, sai em busca de encrenca e acaba encontrando exatamente o nosso sinistro vilão: Charlie Manx, essa é a primeira vez que a história deles se cruzam e esse momento causou em mim um pânico tremendo.
Eu achei incrível a forma como Joe Hill desenvolveu a história, pois vamos acompanhar a protagonista desde a infância até vida adulta e o leitor via presenciar as transformações da personagem e impacto que o seu primeiro encontro com Charles Manx causou em sua vida.
Já adulta a vida de Vic não é fácil ela é atormentada por ligações (que ninguém mais ouve) de crianças da Terra do Natal. É arrepiante, especialmente pelas coisas que essas crianças falam. MEDONHO!
O livro é recheado de ação e a cada encontro entre os dois a tensão se torna maior, pois o leitor já sabe da crueldade que Manx é capaz e isso faz com que fiquemos ansiosos e apreensivos, mas principalmente mortificados de medo, sem saber o que vai acontecer com a Vic. Acredite não há nada clichê nesse livro. É uma surpresa atrás da outra.
Joe Hill aborda o terror de forma crescente e aos pouco vai tecendo um trama sombria e viciante, que deixa o leitor aflito até o final.
Vale mencionar também que o livro é cheio de referências, algumas as próprias obras como quando Manx fala de Craddock McDermott de "A Estrada da Noite" , e da Chave de Lovecraft de "Locke and Key" e também faz referência as obras do pai com Pennywise, o palhoço de "It-A Coisa" entre outras menções como Harry Potter, Serenity e muitos outras. Existe inclusive um artigo em inglês do New York Times que cita a arma de Manx (aquele machado) e o relaciona com uma música dos Beatles, então se vocêc é daqueles que como eu adora esse tipo de coisa de procurar referências, messagens subliminares, Nosferatu é um prato cheio. Há também a placa do carro, NOS4A2 que não foi jogadoa a toa, já que inúmeras vezes se referem a Manx como um vampiro.
É possível perceber o grande salto da escrita de Joe Hill entre A Estrada da Noite e Nosferatu, o autor amadureceu e melhorou indiscutivelmente, tanto que Nosferatu concorreu ao prêmio Bram Stocker Awards, mas perdeu apenas para o pai que concorreu com Doctor Sleep e ganhou.
Eu amei Nosferatu, um dos melhores livros de horror que li e acho que Joe ainda via brilhar muito, também tem a quem puxar não? ;)
Ele soube criar um enredo original e único, criou personagens memoráveis e conseguiu humanizá-los de forma a encantar o leitor, além de nos levar para uma viagem sombria e arrepiante.
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