nathy 20/06/2015
Livro com elementos clichês mas com uma narrativa diferente e o que é melhor, um final inesperado!
A verdade sobre nós foi lançado em 2014 pela Editora Intrínseca e foi um livro que peguei sem saber de nada sobre, literalmente, não olhei a sinopse e nem procurei por nenhuma resenha, confesso, que ele estava com um preço bom, tinha gostado da capa e do titulo, então disse a mim mesma: - porque não levar? Me arrisquei na leitura e devo dizer que o saldo foi bem positivo, não pelo desenrolar da história mais sim, pelo modo como ela terminou; no fim, a leitura me deixou com aquela sensação que temos quando nós terminamos de ler um livro e ficamos pensando como teria sido se as coisas não tivesse ido por um caminho e sim por outro. É o tal do se...
O livro conta a história de Madelyn Hawkins uma menina de 16 anos que sempre seguiu aquilo o que o seus pais queriam, ou seja, era tipicamente a filha perfeita. Só que é aquela coisa, a Madelyn estava naquela fase de se descobrir, de querer seguir a vida com o seus próprios pés, ela estava cansada de ser quem não era. Num belo dia, ela recebeu a oportunidade de estudar em um programa oferecido pela escola que permitia aos alunos com notas máximas a terminarem os créditos do ensino médio na universidade, e foi a partir deste momento que ela viu seu mundo mudar.
O principal motivador dessa mudança foi o professor de Biologia, Bennett Cartwright, um homem muito inteligente e engraçado que mesmo tendo esse cargo na universidade, vê a atenção da Madelyn sobre si como uma coisa normal. Até porque a relação deles, inicialmente, é de amizade. E para deixar as coisas em claro, desde essa época ele foi levado a crer- pela própria Madelyn- que ela já tinha dezoito anos. Quando ela percebe que os sentimentos que ela já tinha por ele podia ser correspondido ela não fez nada para que ele soubesse da sua verdadeira idade. E a partir deste momento, os dois começam um relacionamento que nenhum dos podiam imaginar até onde os levaria.
Vocês agora devem estar pensando: Mais uma história clichê de uma aluna que se apaixona pelo professor! Aposto que deve ser um romance super meloso! E se não for meloso é um daqueles super hots, com várias cenas quentes, aposto! Se vocês tiveram algum destes pensamentos deixa esclarecer logo, o livro tem uma história meio clichê? Sim, entretanto, a autora soube se diferenciar. Tem cenas hots ou o romance é meloso?! Nem uma coisa e nem outra, pode acreditar.
A história desses dois tem elementos que me surpreenderam e me fizeram amar a leitura do mesmo. Devo apontar que em grande parte para que isto tenha ocorrido foi a forma que a autora, Amanda Grace, narrou a história. Ela fez uma coisa diferente do que estou acostumada a ver. O livro todo é narrado pela própria Madelyn só que através de cartas. Então, nada de capítulos, o livro tem apenas pequenas divisões, que se dá em relação às cartas, que são três no total. Cartas essas, que a protagonista direciona para o Bennett. É onde ela conta a sua versão da história.
Esse tipo de narrativa foi o principal fator que me fez gostar do que li, pois deixou a trama com um ar mais melancólico. Não sei quem o leu, mais o mesmo me deixou com a sensação de coisa mal resolvida, de que tudo poderia ter sido diferente e isso não foi ruim. Me peguei querendo por uma continuação, vocês não tem noção como eu desejei isso (e ainda desejo).
Agora, claro que nem tudo seria flores né? Um ponto negativo da trama foi algumas atitudes tomadas pela protagonista, que ao meu ver, era bem mimada e mesmo sabendo que as coisas podiam não sair tão certo, não fez nada para mudar, ao contrário, ela só contribuiu para que a história terminasse do jeito que acabou.
Enfim, mesmo tendo raiva dela durante alguns momentos, não teve como não gostar do livro. A autora me ganhou. Por isso, relevem (assim como eu) os pontos negativos e procurem ler o livro. Tenho a certeza que vocês terão sentimentos parecidos com os meus.
"Na verdade, só dois importavam. A diferença entre dezesseis e dezoito. A diferença entre o amor que pode durar uma vida e o amor que nunca pode acontecer."
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