Aninha 30/10/2021
A Harmonia da vida
Um Planeta em Seu Giro Veloz é o terceiro livro da série Uma Dobra no Tempo e foi escrito em 1978 por Madeleine L?Engle. De acordo com a própria biografia, Madeleine L?Engle, nascida em 1918 em Nova Iorque, teve uma educação de qualidade e sempre teve a sensação de que deveria escrever. Em um momento de sua vida adulta, ela se sentia um ?fracasso? e até não sabia se acreditava em Deus, mas, depois de ler artigos científicos (como o da Teoria da Relatividade de Einstein), concluiu que a religião e a física não estavam tão distantes. Seus livros trazem bastante a religião e a ciência interligadas, mostrando um novo ponto de vista. Com cunho científico, filosófico e social. Um Planeta em Seu Giro Veloz não tem ligação direta com os
outros dois livros anteriores da série, ou seja, as histórias são totalmente independentes, a autora apenas utiliza os mesmos personagens.
Neste livro, vemos Meg e Charles Wallace já
crescidos. Meg está casada com Calvin O'Keefe e Charles já tem 15 anos, (há um salto temporal comparado com os
outros livros). A trama se desenvolve em volta de uma ameaça de explodir uma bomba nuclear nos EUA e estes retornarem a ameaça com mísseis antibalísticos, podendo destruir o planeta. Charles, então, fica encarregado de impedir que Mad Dog Branzillo exploda todos com seus mísseis, mas, para isso, a sogra da Meg, a sra. O'Keefe, dispõe ao garoto uma runa antiga trazida pelos antepassados dela, e Charles viaja pelo universo montado em um unicórnio que se move pelos Quandos (uma viagem no tempo).
O livro gira em torno da ameaça de bomba nuclear, mas, além disso, mostra coisas importantes como ?nada, ninguém, é tão pequeno que não importe?. Na história,
Branzillo não era ?qualquer um? que surgiu do nada como um ditador maluco, ele tinha um passado e seu passado importava; seu passado definia quem ele era. Também
mostra que devemos ter paciência. Charles Wallace, toda vez que tentava controlar a situação, acabava se colocando em perigo; o Vento sabia para quando levar Charles e o unicórnio. Podemos fazer uma ligação desse vento a Deus, isto é, que não adianta controlarmos tudo todas as vezes, que podíamos contar com Deus que ele tinha algo reservado para nós. Além disso, diz que o universo é uma música e que no começo era harmônica, mas, então, uma estrela
engoliu a outra e houve dissonância pelo universo, o primeiro assassinato.
Sinceramente, não gostei tanto da história, mas não deixa de ser um ótimo livro. Eu não gosto tanto desse tipo de conteúdo filosófico e religioso, mas acho interessante ter uma visão diferente do que estamos acostumados e aprender coisas novas, além de sair da ?zona de conforto?. Cada vez mais que a história se desenrolava, demorando para descobrir uma ligação entre a sra. O?Keefe e Branzillo, mais confusa eu ficava. A autora tem uma mente brilhante para histórias, capaz de viajar mundos e tempos e te fazer realmente pensar para poder entender o que significa. Por fim, Madeleine define a vida implicitamente, ?a alegria da
existência sem a qual o universo há de se desfazer e desmoronar?, passando a mensagem de que todas as vidas
importam.