Meio sol amarelo

Meio sol amarelo Chimamanda Ngozi Adichie




Resenhas - Meio Sol Amarelo


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Rayza Fontes 31/08/2011

Futuros leitores deste romance, um conselho: não é um livro para ser lido na cama, antes de dormir. Ainda que a sinopse deixe bem claro que Meio Sol Amarelo trata da guerra Nigéria-Biafra, que causou danos irreparáveis em apenas três anos de duração (1967-1970). A tragédia, a miséria, a crueldade, o medo, a incerteza, a fé cega em um ideal, as mortes, o endurecimento da alma, mais que o suficiente para tirar o sono por semanas. Poucos livros são tão realistas e ao mesmo tempo tão poéticos. Uma aula de história muito bem contada. A ficção e a realidade se entrelaçam de forma que mesmo após a última página é possível sentir a dor dos nigerianos como se a guerra tivesse acabado ontem, e não há 41 anos atrás.
Ainda não consegui decidir se as descrições precisas, equilibrando o que o leitor precisa saber com o que precisa imaginar, ou se a falta de linearidade cronológica (misturando memórias, histórias e retomando o passado para explicar o presente) foram o que mais me encantou. Talvez tenham sido as reviravoltas, os pequenos mistérios e a emoção de virar a página temendo a morte de mais alguém.
Os nomes das personagens não são mais pronunciáveis do que os de qualquer clássico russo, mas o uso constante de palavras em ibo e demais dialetos poderia tornar a leitura cansativa. Talvez a melhor solução seja ignorar o itálico, com todo respeito aos faltantes das línguas.
O texto é fluido e altamente psicológico. As irmãs Kainene e Olanna tem a mente esquadrinhada tantas vezes que penso saber mais das emoções delas do que das minhas. Ugwu é talvez um dos personagens mais simpáticos que já tive conhecimento. Independente das suas ações é impossível não perdoa-lo, sentir pena e gostar ainda mais dele em seguida. Richard e Odenigbo, amantes das irmãs, não são meros coadjuvantes, apesar de não causarem tanta empatia.
Já elegi o livro como um dos melhores lidos no ano e acredito que o Orange Prize e o National Book Critics Circle Award ainda são só o começo. Arrisco dizer que, em 10 anos, caso a autora continue produzindo peças desta qualidade um Nobel seria mais do que merecido.
Jussara Marcossi 04/03/2015minha estante
Comecei hoje e li menos de 50 páginas e me lembrou Negras Raízes. E ainda que não conhecesse o livro sua crítica me faria buscar por ele. Você escreve muito bem.


Nataly Rocha 26/02/2020minha estante
Traduziu muito bem o que estou sentindo. Infelizmente não li seu comentário antes e acabei o livro agora, as 4:00, dificilmente dormirei hoje. Mas obrigada por seu comentário enriquecedor e cúmplice.


Sabrina 25/03/2020minha estante
Concordo com cada palavra!


Rafa.Barros 05/04/2020minha estante
Terminei de ler este livro há pouco tempo e ainda não tinha lido uma resenha tão bem escrita e que traduzisse exatamente tudo que senti! Parabéns! ??


Rayza Fontes 02/06/2020minha estante
Muito obrigada, pessoal. Ler isso 9 anos depois e saber que a resenha ainda agrada é muito legal. A mágica da leitura segue firme, forte e nos salvando todos os dias do tédio.
Fiquei até com vontade de escrever outras, o que não faço desde que abandonei a carreira de jornalista para me dedicar à Odontologia, há três anos.


Adilana 08/07/2020minha estante
Li no início de junho e é tudo isso mesmo! Obrigada por escrever!


Rinaldo.Sousa 21/06/2021minha estante
Show !


Sylvia.Soares 16/03/2022minha estante
Terminei de ler há poucos dias e estou impactada até agora.. com uma estante e um Kindle cheios de livros, não consigo pensar numa próxima leitura de tanto q essa mexeu comigo. É o terceiro livro q leio da autora e ela é simplesmente perfeita!


Grazi 24/04/2022minha estante
Show de resenha! Detalhe... ainda não superei o final desse livro.


Larissa2572 20/08/2023minha estante
Com certeza! É um livro intenso, mas interesante para entender um pouco mais sobre a Nigeria e a cultura africana.


Ana Carolina 09/10/2023minha estante
Seu comentário é perfeito. Descreve bem as impressões que tive do livro.


Mari 03/03/2024minha estante
Gente, queria muito saber a relação da Alice com o odebingo, alguém teve essa resposta?




Jeison 16/05/2013

Meio Sol Amarelo
Conheci Chimamanda Ngozi Adichie através de uma palestra no youtube do TED cujo titulo é “Os perigos de uma única história”. Essa palestra mexeu muito comigo. De todas as palestras do TED que já assisti, essa foi sem dúvida a que me causou o maior ‘brainstorming’; ela me mostrou um tipo de preconceito que eu acredito que a maioria de nós tem, e não se dá conta. Eu mesmo tinha esse preconceito e desde então estou tentando me policiar para evita-lo. Se você não assistiu a essa palestra, acho que vale a pena parar de ler, ir ao youtube rapidinho, assistir, depois continuar com a leitura da resenha.
Falando um pouco sobre a biografia de Chimamanda. Ela nasceu na Nigéria em 1977, estudou Medicina e Fármacia durante um ano e meio na Universidade da Nigéria e aos 19 anos mudou-se para os Estados Unidos. Nos Estados Unidos passou por diversas Universidades, entre elas a Universidade Johns Hopkins onde estudou Escrita Criativa, e a Universidade Yale onde fez mestrado em Estudos Africanos. É autora de três romances, um livro de contos, uma peça e diversos poemas.
Meio Sol Amarelo – seu segundo romance, lançado em 2006 – foi vencedor do Orange Prize e finalista do National Books Critcs Circle Awards. É ambientado na Nigéria em dois períodos diferentes: o inicio e o final dos anos 60.
O interessante do livro e uma das coisas que mais gostei é que ele conta apenas uma história, porém da visão de três personagens diferentes e muito diferentes entre si. Cada capítulo é mostrado através de: Ugwu, um menino de aldeia que vai para a cidade de Nsukka trabalhar como criado e fica maravilhado com a possibilidade de comer carne todos os dias; Olanna, uma jovem rica que acaba de voltar para a Nigéria após formar-se na Inglaterra e é namorada de Odenigbo, professor universitário e patrão de Ugwu; ou Richard, um inglês que luta para vencer os diversos tipos de preconceitos e é também namorado de Kainene, irmã de Olanna. Como se pode ver através dessas relações intrincadas, ao longo de todo o livro, cada capítulo complementa o outro e juntos se fundem para contar a grande história do livro: a Guerra do Biafra, uma guerra civil de caráter secessionista ocorrida na Nigéria. Em minha opinião o contexto da guerra foi muito bem trabalhado, e você termina o livro tendo uma noção excelente sobre o que levou à guerra, como foi vencida, e o seu desfecho.
Para quem assistiu à palestra que eu falei no começo da resenha, fica muito perceptível que um dos objetivos do livro é justamente por em circulação as outras histórias sobre a África. Esse livro fala da guerra, fala de fome, fala de miséria? Fala! Em nenhum momento, porém a autora obriga o leitor a ficar comovido. Tem partes tristíssimas e fatos horripilantes que nos comovem sim, mas não porque ela trata as personagens como coitadas dignas de pena, porque ela trata as personagens como os seres humanos que elas são. Muito mais do que das mazelas trazidas pela guerra, esse livro fala de Esperança, fala de gente que em meio à guerra tenta, além de sobreviver, viver! Fala de gente que não é definida apenas pela pobreza ou pelas situações ruins em que se encontram!
Em resumo, é um livro muito complexo apesar da escrita objetiva. É cheio de pequenas situações e falas que tem fazem refletir. No finalzinho do livro já, por exemplo, temos uma das falas que acho mais bonitas: “Há certas coisas que são tão imperdoáveis que tornam outras facilmente desculpáveis”. Mostra como a guerra apesar de tudo também é um tempo de perdão.
Eu, por mim, gostaria discutir cada um desses pequenos pontos, mas ai a resenha ficaria ainda maior, e já estou achando essa grande. E eu precisaria também fazer outra leitura mais minuciosa do livro para conseguir falar tudo. E farei um dia, porque realmente é um livro que vale a pena.
Débora 28/01/2016minha estante
Adorei sua resenha. Conheci Chimamanda através do TED também. Não vejo a hora de pôr as mãos em um livro dela. Agora depois de ler sua resenha então, a ansiedade cresceu!


Márcia 22/08/2017minha estante
Amei sua resenha. Parabens. Vou ler o livro e assistir o Ted.
Abs,
Márcia




Brenda.Podanosqui 11/01/2022

"QUE NÓS NUNCA NOS ESQUEÇAMOS"
O premiado livro da autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie faz uma imersão na vida de personagens carismáticos e profundamente humanos no contexto histórico da guerra civil nigeriana entre 1967 e 1970. O mergulho histórico-cultural e o olhar empático dão a tônica dessa obra, com narrativa leve e profunda de significados.

Com estilo simples, sofisticado e envolvente ao mesmo tempo em que mostra todas as cartas consegue manter um suspense no ar.

O tema da guerra é sofrido, muitas passagens chocam pela crueza de detalhes, dos sentimentos expostos tão abertamente: uma denúncia das consequências do colonialismo britânico e um retrato verdadeiramente humano de um povo.

Um dos melhores romances que já li.
Dona Erica 13/01/2022minha estante
Que resenha legal, Brenda! ?


Carolina.Gomes 13/01/2022minha estante
???????? quero ler!


Brenda.Podanosqui 14/01/2022minha estante
Obgada Érica!! Super recomendo a leitura Carol.




Suellen.Zeferino 15/12/2021

Doloroso como todo livro de guerra
Meio Sol Amarelo e lindo de várias formas diferentes. E também triste no mesmo nível.
Chorei e me emocionei muito com todas as histórias, amei cada personagem mesmo os que não me indetificava no início.
Não tem muito o que falar, o livro e realmente excelente, a escrita é fácil e bem explicativa.
Super indico, mas esteja preparados a história muda de um ceu azul claro com arco íris para um céu completamente fechado cheio de trovoadas e chuva tempestuosa em questao debsegundos e daí é necessário força para acompanhar os personagens nas jornadas destrutivas que a guerra cria.
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Ronnayse 19/08/2021

Chimamanda Ngozi Adichie aborda em seus livros temas complexos e relaciona-os com a visão da vida comum, do dia a dia de quem os enfrenta.
Através da visão de personagens fictícios, acompanhamos na leitura suas questões existenciais, bem como o desenrolar deste enredo baseado em fatos reais, que transcorre toda a década de 60 e nos mostra como foi a Guerra Civil Nigéria-Biafra.
Sem se deter em muitos detalhes políticos ou culturais para a guerra, Chimamanda retrata como diferentes pessoas reagem quando o conflito começa. A guerra é, portanto, mostrada através do efeito que ela tem sobre os membros da sociedade Ibo.
Ao longo da leitura percebemos os impactos desta guerra na vida da população, os horrores oriundos desta guerra e uma visão muito realista de seres humanos vivendo em tempos de exceção.
Conhecer esta realidade sob o ponto de vista de três personagens tão distintos é uma experiência única. Acompanhamos não meramente um romance, mas uma jornada cultural, histórica e humana, a partir do sofrimento, decepção, o luto, a perda da inocência e da esperança.
Através da leitura sentimos os anseios, os medos, o desespero dos personagens. Não há como não se emocionar vendo seres humanos reduzidos a uma miséria extrema onde a palavra de ordem é sobreviver.
Meio Sol Amarelo é uma obra rica e bem executada, pesada pelo contexto mas que nos prende e faz a leitura fluir.
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Luvanor N. Alves 07/05/2022

Leitura altamente pertinente. Personagens bem delineados em um pano de fundo mergulhado no medo comum a contextos ditatoriais.
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Augusto Stürmer Caye 04/09/2021

Biafra
Kainene, Olanna, Ugwu. O preço humano de um conflito nunca é sopesado em relação ao ideal que se busca. A crença nesta ideia é tão forte que gera canções uníssonas nos corações dos que a acreditam, dando o conforto necessário para suportar o que seja. Essa é a força motriz de Biafra.

A Nigéria é um conceito unificado no entorno de centenas de etnias, tradições, culturas e tribos, e dentre as predominantes são os iorubás, em Lagos; os hauçás, islâmicos, ao norte; e os igbos, em geral cristãos e animistas no sudeste. Há milhares de anos presentes nestas regiões, foi a submissão ao colonialismo britânico que acarretou na geração de uma parca ideia de pan-africanismo e a ideia de uma nação nigeriana.

Porém, esta ideia de nação não suportou suas diferenças, em seguida fomentadas pela mesma coroa britânica. O ressentimento tomou conta dos hauçás contra os igbos, levando a um genocídio. Os igbos então se refugiaram no sudeste rico em petróleo, declarando sua independência como a República do Biafra. E a guerra começou.

Os três narradores tentam sobreviver nessa nova república, simbolizando muito mais do que a si mesmos. Interpretá-los em suas funções, seus desafios e suas vontades é ver a própria Nigéria e Biafra nesse período. É um livro sensível e pesado, mas de leitura fácil. Recomendo.
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Marcianeysa 09/07/2022

Triste
Já havia lido outro livro da autora, Americanah, mas não tinha gostado. Esse é muito bom. Narra a história da guerra de Biafra, ocorrida nos anos 60-70 na Nigéria. Como todo livro sobre guerras, ÷ muito triste e doloroso, mas a autora soube desenvolver a história e os personagens perfeitamente.
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Livia Barini 30/11/2023

Não agradou
Aqui encontramos duas irmãs gêmeas bem diferentes. Uma alta, magra e feia, mas extremamente inteligente que se envolve com um escritor estrangeiro que nunca escreve nada. A outra lindíssima que se apaixona por um professor universitário cheio de ideais de liberdade. E é o criado da segunda, Ugwu, que nos conta a sua história.

Entretanto a verdadeira história aqui é a do país Biafra, que não existe mais. Um pedaço da Nigéria que se tornou independente e depois, de uma longa guerra, foi anexado novamente e deixou de exisitir.

Veremos as maldades cometidas pelos dois lados, os bombardeios e as mortes. Mas o que mais chama a atenção é a fome. Visceral, em todos os cantos.

A história é bem escrita, o ritmo um pouco lento, mas o livro em si não me agradou. Apesar de ter sido um excelente aprendizado sobre a história de Biafra.
Mari 03/03/2024minha estante
Oiee, terminei de ler também e amei! Mas terminei com aquela pulguinha atrás da orelha rs vc sabe qual foi a relação da Alice com o odebingo?




@retratodaleitora 12/04/2020

“A educação é uma prioridade! Como é que podemos resistir à exploração se não temos as ferramentas para entender o que é exploração?”


Meio Sol Amarelo é o quarto livro da Chimamanda que leio, e a cada leitura me surpreendo mais com sua escrita e a força de suas poderosas narrativas. Os outros que li foram Hibisco Roxo (seu primeiro romance), No Seu Pescoço (contos) e Sejamos Todos Feministas (discurso).

Eu sempre encontro muita dificuldade em falar dos livros da Chimamanda e esse, de todos, é o mais complicado, por ser baseado em fatos históricos e por ter uma carga emocional super forte, além dos personagens complexos, que foram desconstruídos tantas vezes na narrativa e que se transformaram bem diante dos meus olhos. E a autora mais uma vez fez sua magia acontecer. A magia de ligar tantas situações, personagens, fatos, cultura, mitos, religião, políticas, crenças, intrigas familiares… fazer isso tudo se interligar, se embaralhar, se retorcer na imaginação do leitor, nos levando a temer cada final de capítulo e cada começo, com medo do que poderá acontecer a esses personagens. Ao Ugwu, a Olanna, a Kainene, o Richard, Baby e tantos outros.

Vemos esses indivíduos indo de um período calmo e de esperança para um cenário desolador de guerra, mortes e violência por todos os lados. Assim foi a Guerra Civil Nigeriana, conflito que durou anos e separou muitas famílias. Um verdadeiro e terrível massacre. E o resto do mundo em silêncio. Doía de ler, na ficção, e doeu, na pesquisa que fiz, ver como foi de verdade, ver as imagens…

É um livro muito visual, e impiedoso, então tem que ter estômago para as descrições dos massacres, estupros, assassinatos, torturas. É pesado, então se preparem antes de ler, e leiam com calma, com atenção para detalhes da narrativa que podem passar despercebidos mas que são muito importantes. Foi maravilhoso poder ler e discutir toda a obra com as meninas do grupo #mulheresnopapel. Se também puderem ler em conjunto, recomendo a experiência :)

Não vou me aprofundar sobre o enredo, mas queria deixar registrada essa leitura que me tocou tão profundamente.

Já leram a autora? Qual seu favorito?

@mydearvangogh


site: https://www.instagram.com/p/B-o--3qDaqy/
André Vedder 12/04/2020minha estante
Já li Hibisco e Americanah..ambos muito bons.


@retratodaleitora 16/04/2020minha estante
Ainda preciso ler Americanah :)




João Paulo 04/05/2022

Simplesmente maravilhoso do início ao fim. Como sempre a escrita da autora é simples, humana, real e apesar de tratar de personagens fictícios é cheio de representatividade a história. Esse sem dúvidas foi o meu preferido da autora. E sou fã de todas suas obras!
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Leandro190 13/11/2022

A guerra é feia
A certa altura do livro um personagem diz: " a guerra é feia" e Adichie mostra com detalhes todas as dores que são geradas num confronto bélico. Não importa o motivo, se é justo ou não, definitivamente as guerras são feias porque atentam contra a vida das pessoas, de uma comunidade, de uma etnia, de um país, da natureza. As guerras destroem, aniquilam, exterminam e isso é feio. O livro é fantástico desde a capa. A bandeira de Biafra estilizada nos elementos da capa e no título do livro associados a força do texto formam um conjunto literário poderoso de denuncia escancarando 03 anos de silêncio do mundo diante de mais esse massacre, mas o livro não é só isso, não é só guerra. Há elementos da cultura africana muito interessantes para serem observados, a figura feminina como protagonista, o embate entre religiões. Outra coisa que me chamou muito a atenção foram as mudanças psicológicas dos personagens, as mudanças nas relações sociais com a mudança do contexto. Eu recomendo muito.
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nayanebrito 08/05/2020

Sobre "Meio Sol Amarelo"!
#SLResenha

Meio Sol Amarelo | Chimamanda Ngozi Adichie |

Ugwu, Olanna, Richard, Ogdenibo, Kainene e Baby são pessoas que lidam com a guerra de Biafra, mobilizada pela Nigéria em torno da criação do país, nos anos entre 1960 e 1970. Olanna é filha de uma família rica da Nigéria. Só que ela acaba rejeitando uma proposta política do pai e parte para Nsukka, para trabalhar como professora na universidade local e viver junto ao revolucionário nacionalista Odenigbo, seu grande amor.

Kainene, irmã gêmea de Olanna, não possui nada em comum com a irmã, tanto na personalidade quanto na aparência. Kainene cuida dos negócios da familia, e em um determinado momento, ela se apaixona por Richard, um inglês, louro de olhos azuis, fascinado pela África, sua cultura e costumes.

Ugwu, o criado negro de Olanna e Odenigbo, se ver fascinado por um mundo que ele achava que não existia, um lugar que o necessário era algo inimaginável. Duranta a trama, a vida dos personagens vão se desenrolar e suas camadas seram bem trabalhadas, durante o pano de fundo da guerra civil na Nigéria.

"E é errado, da sua parte , achar que o amor não deixa espaço para mais nada. É bem possível amar e ainda assim ser condescendente em relação ao que se ama."

Meio Sol Amarelo, foi o livro escolhido por mim para o projeto #mulherescontinentais, que possui o objetivo de ler mais autoras mulheres. Não é meu primeiro contato com a Chimamanda, então já conheço a escrita da autora e sei do potencial com que ela trabalha suas narrativas. Esse é mais um livro poderoso da autora e que aborda as causas e os resultados de uma guerra civil. 

A história é mais complexa, os personagens mais profundos e cheios de camadas, onde não existe mocinhos ou algozes, mostrando a diferença de realidades e a desigualdade presente na Nigéria. Foi mais uma reflexão proposta pela Chimamanda que faz com que saibamos o que a guerra é capaz de fazer.
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Gabrielle 22/06/2021

Ficção e realidade se misturam
A autora narra os horrores da guerra de Biafra, que assolou a Nigéria entre 1967 e 1970. Acompanhamos a história de uma família e seus amigos/conhecidos antes, durante e após a guerra. É um livro tão bem escrito, tão bem feito, que eu não sei nem como resenhar uma obra dessas. É impactante, brutal, triste... Os horrores da guerra e a quantidade de mortos que ela deixou, e o que as pessoas viveram durante o período... Parece que estamos vivendo a guerra junto com os biafrenses. Fico seriamente em dúvida qual livro é o meu favorito da autora: Hibisco Roxo ou Meio Sol Amarelo.

É clichê pedir para lerem, mas é isso mesmo. Apenas leiam. E estejam preparados psicologicamente, porque o livro é impactante, cru e triste.

Ugwu, apesar das atitudes, é um personagem que você acaba perdoando. Kainene... Deu a entender que aconteceu algo, porém eu gostaria muito de estar errada. Custava um final feliz depois de tanto sofrimento, gente?

Enfim, quando o livro é ruim, é fácil escrever a resenha. Quando é bom, eu fico sem saber o que escrever, de tão impactada que fico. É o caso aqui rs.
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gabimello4 01/03/2022

Não é tão fácil de ler
Como se trata de um livro um pouco pesado, a leitura não é tão fluída, mas eu gostei bastante da história e dos personagens nela retratados.
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