Artemisia1 19/08/2013Nasceu no Coração uma vontade de se abrirConfesso que inicialmente o que me chamou a atenção neste livro foi o título. Só de lê-lo, já me pus a pensar e fiquei intrigada. Num segundo momento, reparei melhor no projeto gráfico, pois a capa reproduz a parede de um castelo com uma janela pela qual apenas o vermelho de um coração pode ser vislumbrado, algo que logo me conquistou. A cada virar de página, uma surpresa, pois o texto é, na realidade, um lindo poema derramado em páginas que encantam pela força e ao mesmo tempo singeleza da narrativa.
Peço desculpas pela minha ignorância, mas eu não conhecia esse autor. O que acabou se revelando ser muito bom, pois creio que só assim - despidos de qualquer conceito pré-concebido - é que podemos verdadeiramente ler uma obra e depor com nossa real opinião. Então até prefiro assim... rs. Desta forma posso expressar categoricamente que amei o livro, achei muito rico. Achei por bem revelar alguns poucos trechos, para exemplificar o que estou falando e deixá-los com um pouquinho de água na boca:
Pg. 10: “Tudo se aninhava, fielmente, no coração. Se era de pedra o caminho que o castelo pisava, o coração recolhia não somente a dor do percurso, mas também o tamanho e a cor. Não era fácil ser coração. Mesmo durante o sono do castelo, ele batia atento a tudo e velando os sonhos.”.
Pg. 11: “Mas o coração sabia que era da sua natureza não descansar. Sabia que coração só dorme uma vez – definitivamente.”.
Pg. 15: “E no castelo deu-se uma nova descoberta: sem margem de dúvidas há encontros em que as palavras são desnecessárias.”.
Pg. 17: “Se muitos eram os poderes do coração, morava nele uma tristeza por dizerem que ele era do tamanho de mão fechada. Tantas vezes se esforçou para acreditar que tal fato era uma história inventada. Mas nasceu no coração que não tomava sol a vontade de se abrir.”.
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http://biblioquecintiamendes.blogspot.com.br/2013/08/resenha-coracao-nao-toma-sol.html