eglair 15/08/2009
Processo criativo
Eric Lax nos presenteia com um livro interessantíssimo sobre a trajetória de Woody Allen no cinema, seus filmes, seu processo de criação e desenvolvimento de suas idéias. O livro conta com histórias e entrevistas desde 1971 até o data de sua publicação.
É separado em capítulos, que se assemelham ao desenrolar da produção de um filme, o que facilita o entendimento dessas etapas e pode ser lido em ordem aleatória, pois volta no tempo e elabora todo o conteúdo apartir do tema escolhido.
O próprio Woody Allen nos conta sua maneira de criar histórias, escrever, escolher atores, locações, filmar, sua dinâmica no set; os progressos na direção, a montagem dos filmes, trilha sonora e por fim dá uma visão geral de sua carreira.
No meio disso tudo ele conta que a comédia não é o seu tema preferido e que adora escrever e fazer filmes dramáticos, no estilo europeu (não “melodramáticos” americanos, como ele mesmo diz).
Ele também desmente a idéia de ser um autor autobiográfico e diz que muitas das vezes exagera no personagem e cria situações para compor melhor a história.
“Os meus filmes tem sido muito auto-expressivos; isso é tomado erroneamente por autobiografia. São expressões e observações minhas, ou sentimentos meus, mas o que se vê na tela na maior parte das vezes é totalmente inventado, só que essas invenções estão a serviço dos meus pensamentos.”
Ele se revela uma pessoa dominadora, (quase um homem-polvo….heheh) que gosta de fazer tudo e tomar conta de tudo. Passou a impressão de que deve ser “terrivel” para a equipe trabalhar com ele. Pois ele vai criando e mudando o rumo do filme no meio do set. Deve ser no mínimo uma experiência desafiadora para a equipe.
As entrevistas revelam muito do temperamento e preferências culturais de Woody Allen, mas não entra em questões pessoais. O livro é todo voltando à sua vida profissional e processo criativo.