Valeviama 07/09/2021
Aproveitando a resenha da Universidade kkskskskksks
A LEITURA É REALMENTE IMPORTANTE?
Autor: Paulo Freire. Livro: A importância do ato de ler. Impressa: 1981. Número de páginas: 60.
Paulo Frei foi e é considerado um dos grandes pensadores e filosófico da educação, não apenas em seu país de origem o Brasil, mas em muitos países do exterior (principalmente neles infelizmente), a qual exerceu a profissão de educador, quando foi exilado de sua terra por 16 anos na época do regime militar (1964-1985), depois de ser considerado um traidor.
Com várias obras renomadas a que destaco neste resumo é: A importância do ato de ler, que teve sua primeira publicação em 1981 decorrida de três artigos que se completam, dividida em partes principais, a educação de Freire na infância, sua alegação que educação é um ato político, a importância de uma biblioteca popular e a alfabetização em São Tomé e Príncipe, ele traz reflexões e questionamentos sobre nosso modo de ensinar.
Freire inicia a obra contando sua experiencia com o que ele chama de a leitura do mundo, essa leitura a qual ele se refere é dissertada como o ato ainda quando criança, de compreender o mundo a sua volta sem quaisquer preocupações, e ou entendimento de que exista foram do seu mundo particular outros meios de conhecimentos além daqueles a qual ele já entedia enquanto criança, no canto do pássaro, na mudança da cor de uma fruta, nas arvores.
Ele destaca que enquanto preparava o material para a obra era impossível não se entregar a recordações de sua infância, apreciando as lembranças enquanto eram trazidas de volta ao escreve-las.
Já vemos a fagulha inicial da importância da leitura, podemos recordar memorias transcreve-las e registra-las, para fins pessoais, profissionais ou históricos, afirmativa que fica bastante clara mais a frente do livro, porém ainda nesse início Freire traz um ato histórico que posso dar como exemplo, o acendedor de lampiões, um homem a qual antigamente acendia lampião por lampião para iluminar as ruas da cidade, agora imaginemos se não houvesse uma forma de registrar ou mesmo não soubéssemos ler a informação sobre esse fato histórico, talvez nunca imaginaríamos que havia uma pessoa designada a fazer tal serviço, percebemos, ler é se informar.
A medida que crescemos aprendemos e temos contato com o mundo exterior, fora do mundo particular infantil, mudamos nossa forma de perceber e interagir com aquela leitura do mundo inicial, a qual Freire se refere no início da obra ao falar da sua infância e primeiro contato com a leitura, ao ser alfabetizado no quintal de sua casa, com palavras de seu tão já conhecido mundo particular, ele explica que sua alfabetização vinda dos pais, ensinada com palavras que já eram familiares a ele, o trouxe uma melhor desenvoltura pois assim que iniciou na escola já sabia ler.
Depois Freire enfatiza que o método de ensino no ginásio era mecânico e de memorização a qual ele não concordava e não gostava, sendo assim quando se tornou professor de português não mecanizava o seu ensino para com os seus alunos do ginásio, mas buscava trazer a curiosidade a dinâmica para a aprendizagem.
Nesse momento percebemos que nosso ensino atual busca e consegue, mecanizar a forma de aprendizagem, fazendo alunos não sentirem interessem, ter curiosidade, e interagir com o conhecimento pois, na escola o educador quer apenas que o educando absorva e absorva assuntos que infelizmente esquecera em poucos dias.
De fato devemos repensar nossa forma de educar, pois assim como Freire relembra, educação é um ato político apesar da insistência de muitos sobre a sua neutralidade, o professor deve, assim, perceber que não pode negar seu grande papel como educador e formando, e não apenas como alguém que entrega conhecimentos para indivíduos que ele toma para si como sem conhecimentos prévios, cada pessoa tem sim conhecimentos que carrega de experiencias próprias, sonhos, perspectivas e vontades, professores devem trabalhar com a temática de cada um para alfabetiza-los e fazê-los pensar, criticar e ter curiosidade sobre o mundo a sua volta, é isso que Freire defende, e não apenas mecanizar o conhecimento do outro com informações básicas que não vão despertar o interesse no aluno.
Entrando no tópico da alfabetização de adultos Freire considera a criação de bibliotecas populares, ele acredita que essas bibliotecas trariam um aperfeiçoamento e intensificação da forma de leitura do alfabetizado, sobre tudo em áreas camponesas explorando a cultura local e suas crenças, assim documentalistas, educadores, historiadores e bibliotecárias trabalhariam para registrar as histórias locais, para os moradores terem interesses em explorar leituras sobre a sua região, o seu mundo. Proposta que ao meu ver deveria ser levada em pauta, pois o peso histórico de registros assim em cada parte mais afastada, seriam de grande horaria e conhecimento para a humanidade, imaginem quantas histórias interessantes não foram apagadas com o tempo, levada por pessoas que já se foram, e que nunca saberemos.
Freire pontua que da perspectiva elitista o ?povão? assim como ele coloca, não tem capacidade para pensar, criar, conhecer e criticar, com isso pessoas de classe mais baixa precisão ser defendidos, o que mais uma vez nos faz retornar ao pensamento de que educação é um ato político, pois o ?povão? não precisar ser protegido quando é proporcionado ferramentas e meios acessíveis para o conhecimento chegar até essa classe mais menosprezada, quando aprendem sobre o mundo ao seu redor, isso os faz querer mudar e ser tonos da própria história, e não que alguém representem a história deles.
Vemos isso quando Freire nos revela sua experiencia em São Tomé e Príncipe com a alfabetização de adultos que tinha acabado de sair de um regime colonial, ele nos traz a metodologia abordada no ambiente educacional como cadernos de cultura popular, cadernos esses que eram divididos nas várias fazer da alfabetização e com níveis variados de dificuldade, os motivos por tal metodologia, como já mencionado no começo desta resenha, o mundo familiar de cada um, o ambiente comum do povo que estava sendo alfabetizado foi colocado diante deles em textos que não apenas os alfabetizavam, mas informavam e os faziam pensar sobre a situação em que estavam vivendo e o futuro que teriam pela frente, que não seriam fáceis depois de vários anos de exploração e perca de identidade cultural, mas enquanto aprendiam eram motivados a continuar aprendendo pelos textos que estudavam, com palavras de crescimento e de força.
O que trago aqui é muito pouco diante da obra completa de Freire, essa sendo a primeira leitura que faço do autor, minha visão sobre o mesmo mudou consideravelmente, principalmente pela forma simplória a qual os temas foram abordados, imaginei que obras de Paulo Freire teriam o cunho mais complexo, essa porém não tem, quanto mais avançava nas palavras dinâmicas não conseguia parar, nos levando a uma perspectiva diferente do que estamos acostumados a ter sobre o assunto tratado no livro, facilmente indicaria essa obra a qualquer pessoa disposta a pensar em outras perspectivas sobre ensinar.
A obra responde perfeitamente sobre a tamanha importância da leitura, pois quando temos a capacidade de decifras códigos que anteriormente não eram possíveis, descobrimos que podemos ir muito mais além de onde já estávamos, seja ainda no mesmo lugar com histórias imaginativas, ou indo a outros lugares para revolucionar, principalmente como educador.