A filosofia medieval

A filosofia medieval Alain de Libera
Alain de Libera




Resenhas - A filosofia medieval


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Adriana Scarpin 13/03/2022

Até agora estou perdida o que venha ser essa edição que saiu pela Jorge Zahar em 1990, o livro La Philosophie médiévale de Alain de Libera foi traduzido pela Edições Loyola em finais dos anos 90 em sua versão integral com mais de 500 páginas, sinceramente não sei o que vem a ser essa edição de 100 páginas que acabei de ler, se alguém saiu cortando tudo do livro original de 1989, só sei que o conteúdo é bem truncado, parece mais um índice onosmático do que um verdadeiro trabalho da história da filosofia medieval, só ao final o autor discorre sobre uma coisa ou outra de conteúdo efetivamente filosófico. Gostei não.
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brunossgodinho 04/06/2018

As múltiplas Idades Médias e suas filosofias
Este livro de Alain de Libera se apresenta como um manual de história da filosofia. Sem dúvida, o autor consegue cumprir o intuito introdutório do tema, ao mesmo tempo que renova a perspectiva histórica sobre o período e o objeto de pesquisa.

A Idade Média historicamente representada é, correntemente, eurocêntrica. Libera começa por desfazê-la: não existe uma Idade Média. Existem várias. Cada local possui seu período medieval e esses períodos não são necessariamente concomitantes. Mas, essa diferença de temporalidades se dá, principalmente, na estrutura de pensamento da sociedade em questão. Os árabes, herdeiros mais próximos dos gregos no caminho da translatio studiorum (translação dos estudos), inovam e muito a filosofia. A Idade Média do pensamento árabe ocorre muitos anos antes da Idade Média do pensamento do ocidente latino.

Na realidade, os moderni ou latini (como os medievais europeus se referiam a si mesmos) herdam muito pouco da cultura e da filosofia gregas. Ou, ao menos, puramente gregas. O espólio que resta ao Ocidente é um emaranhado ou, mais precisamente, um bordado cujos pontos são amarrados pelos pensamentos grego antigo (aristotélico, platônico, neoplatônico), bizantino, árabe e judaico. Uma história despojada de preconceitos e que deseja retratar fielmente o passado medieval deve atentar para isso: o pensamento da Idade Média não possuía um centro que iluminava o resto do mundo. Pelo contrário, cada cultura costurou uma parte da trama.

Alain de Libera é uma potência intelectual pouco reconhecida no Brasil. Possui apenas três livros traduzidos de uma obra que remonta a mais de 20 ou 30 anos. Suas poucas contribuições, no entanto, fornecem ao leitor e pesquisador brasileiros uma saída do etnocentrismo tornado clássico por livros de referência como os de Étienne Gilson — referência datada, com quase 100 anos de sua publicação, é necessário demarcar. Fica o desejo que apareçam mais de seus livros e que este ganhe reedições.
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