Pedro H. A. S. 16/09/2022
EXTREGAS EXPRESSAS DE IMAGINAÇÃO, BOM HUMOR, E MAGIA
# Filha de uma bruxa, a senhora Kokiri com um antropólogo, o senhor Okino, Kiki pouco tempo depois de haver completado 10 anos decide seguir o caminho das bruxas como aprendiz de sua mãe que dedica-se a ensiná-la as magia que domina, como a habilidade de voar na vassoura e o cuidado e manutenção de plantas e ervas
# Kiki acabou de atingir seus 13 anos. É tradição na linhagem antiga da família de sua mãe que toda menina bruxa logo após chegar aos 13 anos de idade, escolha uma lua cheia para partir com destino à uma vila ou cidade distante de seu lar, familiares e amigos, e aprender a ser virar sozinha para desenvolver sua independência e relembrar mais pessoas em mais lugares de que as bruxas não estão extintas - um costume imprescindível para a sobrevivência e perpetuação dessa raça fantástica que a cada dia perde mais força e esquece mais magias que vão sumindo conforme deixam de ser transmitidas/ou aprendidas de uma geração para a próxima.
# Kiki - contrariando os conselhos de sua mãe - escolhe uma cidade grande à beira-mar: Koriko
# Osono, proprietária da padaria com o "melhor pão" de Koriko encontra-se com Kiki por um acaso do destino, e Kiki se voluntaria para fazer um favor à Osono: a entrega de uma chupeta para o bebê de uma freguesa muito fiel que reside longe dali
# Esse pequenino serviço inspira Kiki, que após não ter sido bem recebida na cidade estava desesperançosa acerca de seu ano de independência e desiludida com a cidade que havia escolhido, decide não desistir, pois percebe que ainda pode-se fazer muito útil para os cidadãos daquela localidade
# Osono acolhe Kiki em sua casa/padaria, encontra um lugar para ela na despensa repleta de sacos de farinha e bastante pó espalhado por todos os cantos do "quarto" improvisado
# Kiki decide investir em um serviço de entregas expressas de coisas que ela possa levar consigo na vassoura (nada extraordinário demais) para os moradores da cidade. Osono ajuda Kiki a estabelecer um consultório no térreo de seu estabelecimento, criar um número de contato simples e fácil de lembrar e começar com um negócio pequeno para posteriormente pensar em crescer, de fato
# Entre clientes peculiares, entregas cada vez mais inusitadas, lições valiosas de amadurecimento, a bruxinha Kiki, seu gato preto Jiji e os habitantes de Koriko, a escrita leve e divertida de Eiko Kadono complementada pelas mágicas e belíssimas ilustrações de Daniel Kondo e a tradução de Lúcia Hiratsuka, o livro te deixa com um quentinho no coração. Eu ri, emocionei-me e ao final da leitura já não queria mais ter que me despedir dessas aventuras tão ímpares e surpreendentes - uma com um conflito, um desenvolvimento e um desfecho mais criativo que o anterior - e tão reconfortante quanto um abraço da própria cidade de Koriko para o leitor