O gigante enterrado

O gigante enterrado Kazuo Ishiguro




Resenhas - O Gigante Enterrado


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Delírios e Livros 16/12/2015

Quando a editora Companhia das Letras anunciou o lançamento de O gigante enterrado, fazia pouco tempo que tinha conhecido a escrita do autor no livro Não me abandone jamais e como foi um livro muito marcante para mim não pude deixar de comprar o lançamento do autor pois muito ansiosa pela leitura. Ao iniciar a leitura encontrei aquela narrativa que tanto me emocionou no livro anterior, porém bem mais metafórica.

O leitor irá se aventurar em uma época medieval entre ogros, gigantes, dragões e até fadas, em um cenário de fantasia onde o autor consegue através de uma grande estória fazer o leitor refletir sobre vários temos da nossa realidade.

A trama gira em torno de um lugar onde as pessoas esquecem das coisas, eles acreditam que o esquecimento é provocado por uma névoa, como protagonistas teremos um casal de idosos, Axl e Beatrice, que vivem aparentemente uma vida comum em uma vila comum, até que um dia eles se lembram que tiveram um filho e sequer conseguem lembrar do rosto, e então resolvem sair a procura do filho.

“É muito esquisito mesmo como o mundo está esquecendo das pessoas e de coisas que aconteceram ontem ou anteontem. É como se uma doença tivesse contagiado a todos nós.”

Durante a busca pelo filho Axl e Beatrice irão conhecer algumas pessoas que irão ajudá-los em sua caminhada, um guerreiro, um menino e um velho cavaleiro do Rei Arthur. Juntos eles irão passar por algumas dificuldades e tentar acabar com a névoa que levou as lembranças de todos da região.

“Será que não é melhor que algumas coisas permaneçam encobertas?”

Não vou me prolongar mais na trama porque cabe ao leitor se deliciar com cada pedacinho dessa estória, cada descoberta é especial.

Impressões de Danielle Peçanha

Em primeiro lugar não posso deixar de elogiar a edição belíssima da editora Companhia das Letras, desde a capa às páginas de bordas azuis, ao ver a capa na internet o leitor não imagina o quão lindo o livro é pessoalmente.

O livro tem uma narrativa um pouco densa, mas que cativa o leitor com sua profundidade e beleza em demonstrar através de algumas metáforas coisas que vão fazer o leitor refletir bastante tempo sobre sua própria vida. O livro não se trata apenas de memórias, mas sim o quão importantes essas memórias podem ser, tanto para o bem e quanto para o mal.

Ao finalizar a leitura me peguei sem chão, de primeira não consegui absorver se o final era realmente o que estava pensando ser, então parei para refletir e as lágrimas vieram. Assim como o livro “Não me abandone jamais” esse livro mexeu demais comigo, e com certeza vou procurar os outros livros do autor para ler.

Recomendo a leitura para todos, um autor que merece todo prestígio.

Impressões de Patrícia Paiva

A estória de O Gigante Enterrado é tocante e mágica. Ela te cativa do início ao fim, com os seus personagens simples e humanos. A estória é cheia de simbolismos e mitologias atrelados à aspectos totalmente humanos como amor, ódio, medo, coragem. A busca dos personagens por suas memórias, pelo passado perdido deles, nos faz refletir se é realmente bom sempre se lembrar de tudo. Será que se apegar tanto assim é realmente benéfico? Como as memórias são tão decisivas em relação as duas emoções mais fortes que podemos sentir: o amor e o ódio? O final do livro é daqueles que te deixam refletindo durante um bom tempo e com a necessidade de conversar com um amigo que já tenha lido o livro. Sem dúvidas é uma grande obra de fantasia.

Resenha dupla de Danielle Peçanha e Patrícia PAiva

site: www.delirioselivros.com.br
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@umapaixaochamadalivrosblog 13/05/2016

www.umapaixaochamadalivrosblog.wordpress.com
Axl e Beatriz, idosos e casados desde que se lembram saem da aldeia onde vivem há bastante tempo para ir em busca do filho em algum lugar desconhecido. Wistan, cavaleiro destemido vaga pelas aldeias lutando bravamente com sua espada quando preciso apenas tentando cumprir uma missão designada pelo seu rei. Edwin, um menino de doze anos que é expulso de sua aldeia após ser picada por algo sobre-humano parte sem destino ao lado de seu protetor Wistan que acaba de conhecer.

E a história dessas quatro pessoas se cruzam. Um mundo de rivalidade entre saxões e bretões, onde ninguém é confiável e todos perdem a memória cotidianamente. O que eles têm em comum é: um bom coração, generosidade, justiça e coragem. Conversas e pensamentos são interrompidos a todo momento me deixavam frustrada. A história é bem interessante e traz reflexões sobre perdão e tempo, também por ser atípica, mas o desenvolvimento se arrasta e não me comoveu, nem despertou grandes sensações.

E assim como a história começa e decorre por todas as páginas, eu aguardei que no final eu obtivesse respostas, mas apesar de ter algumas, o livro termina da mesma forma que se desenvolveu. Fiquei ?tipo ??????? . Talvez eu que não tenha tido a inteligência e perspicácia necessárias para essa leitura, pois muitas pessoas e críticos internacionais amaram, mas eu sinceramente esperava mais.
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ivanbgt 18/05/2016

Romance medieval
Tendo como fundo a Inglaterra pós rei Arthur, o autor descreve a trajetória de um casal de idosos que resolvem viajar para visitar o filho há muito visto pela última vez.
Com uma narrativa empolgante repleta de revelações surpreendentes o leitor fica detido na leitura que garante horas de diversão.
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Leio, logo existo 05/12/2015

O GIGANTE ENTERRADO /AUTOR: KASUO ISHIGURO
O livro em questão narra à história do casal de idosos Axl e Beatrice que juntos partem em uma jornada em busca de suas lembranças. O casal vive em uma aldeia da Inglaterra Medieval, a região é coberta por uma névoa que apaga as lembranças das pessoas. Axl e Beatrice começam a perceber esses esquecimentos ao mesmo tempo em que vagas recordações começam a surgir.

Uma recordação que persiste em atormentá-los é do filho ausente. Eles não sabem por que esse filho não está mais perto deles. E depois de muito discutirem sobre isso o casal resolve sair da aldeia a procura desse filho.

Como pano de fundo para essa narrativa encontramos cavaleiros arthurianos, dragões, ogros, fadas, feiticeiros e a história de guerra entre saxões e bretões.

A leitura da história flui em um ritmo que aos poucos nos faz mergulhar na relação entre esse casal e nas suas recordações mais profundas. As lembranças vão surgindo aos poucos de forma desconexa e com perspectivas diferentes para ambos. E nós leitores vamos devorando cada página na busca de conexões para montar o quebra-cabeça. O texto é extremamente poético e por vezes filosófico - há muitos questionamentos sobre vida x morte, guerra x paz, certo x errado.

O autor com maestria nos faz sentir os sentimentos de cada personagem, o amor e a tristeza de Axl; a devoção de Beatrice ao marido e o medo sincero de separar-se dele; a raiva e mágoa de Wistan; a fé de Gwain nas decisões do rei Arthur.

Quando o quebra-cabeça é montado nos surpreendemos com o passado das personagens e com o final da jornada. Uma das coisas que mais me chamou a atenção para o livro foi o casal de protagonistas não serem jovens, mas idosos e como a relação deles foi construída ao longo do tempo – forjada pela dor, rancor e o perdão.

Leitura recomendadíssima!

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Nati Sampaio 22/09/2017

Amei!
É um livro muito sutil, muito profundo e muito tocante. Não é um livro para quem está procurando grandes aventuras, ou um romance, ou muita ação. A ação nesse livro acaba ficando em segundo plano, você obviamente se envolve e quer saber o desenrolar dos acontecimentos, mas não é isso o mais importante, e sim os diálogos entre os personagens, a profundidade dos mesmos, e uma reflexão profunda. Quando acabei de ler o livro fiquei muitas horas ainda digerindo o final, até entender melhor. O livro é cheio de metáforas, que talvez um leitor mais desatento não consiga perceber. Não achei o livro cansativo e não tive vontade de abandonar, como vi muitos dizendo. Muito pelo contrário, eu estava louca para terminar. É um livro envolvente, que fala sobre amor, companheirismo, perdão, respeito. Até que ponto somos capazes de amar o próximo mesmo ele tendo nos magoado? Seria mais interessante esquecer para amar, ou somos capazes de amar mesmo lembrando das mágoas?
Eu recomendo fortemente este livro, que considero uma belíssima obra de arte.
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Sun Rise 30/08/2016

O gigante enterrado
Memórias desempenham um papel vital na vida humana. Também é necessário esquecer muitas coisas, porque algumas memórias podem ser um fardo doloroso. o último romance de Kazuo Ishiguro, O Gigante Enterrado, é sobre memórias.Axl e Beatrice, um casal de idosos, partiu em busca de seu filho. Eles não se lembram porque seu filho deixou o vilarejo.Na verdade, as suas memórias sobre muitas coisas são vagos. É por causa de uma magia que mágico amado do Rei Arthur, Merlin, tinha realizado a fim de trazer a paz entre os britânicos e os saxões.O romance se passa naqueles dias quando os romanos haviam deixado Britannia e os saxões vieram para tomar o seu lugar. Rei Arthur não é mais, mas seu sobrinho, Sir Gawain, é vivo, embora muito antiga. Axl e Beatrice vai encontrar Sir Gawain em seu caminho. Duas outras pessoas que os unem são Wistan e Edwin. Wistan é um guerreiro saxão que odeia os britânicos. Sua missão é matar o dragão Querig que é tão sábio quanto ela é má. A missão de Sir Gawain é proteger o dragão porque é através da sua respiração que a magia de Merlin continua a trabalhar. Os monges do mosteiro onde Axl e Beatrice se abrigam em seu caminho para a aldeia de seu filho também são defensores do dragão. Edwin é um garoto em busca de sua mãe.A trama reúne mais fantasia e mitos que a história e a realidade. No entanto, levanta questões penetrantes sobre a vida real. Um dos monges no mosteiro pede Beatrice se ela realmente quer a névoa do esquecimento para limpar, a névoa que a magia de Merlin trouxe. "Não é melhor algumas coisas permanecem ocultos de nossas mentes?" A pergunta do monge é a questão central do romance. Finalmente, quando Wistan obtém sucesso em sua missão e os espaços livres névoa, Axl pergunta: "Você e eu ansiava para o final do Querig, pensando apenas em nossos próprios queridos memórias. No entanto, quem sabe o que velhos ódios vai soltar toda a terra agora? "A vida nunca é um assunto cristalina. Não há amor puro. Nossa bondade é tingida com suspeita ou mesmo crueldade. Existem vestígios de vingança em nosso perdão. Justiça quase não existe nos assuntos humanos. Mesmo o Deus dos monges é um deus injusto que está pronto para esquecer os pecados mais vis pelo desenho de um véu de penitência sobre eles. Nas palavras de Wistan, "Seu Deus cristão de misericórdia dá aos homens licença para exercer a sua ganância, sua sede de terra e sangue, sabendo que algumas orações e um pouco de penitência vai trazer o perdão ea bênção."Os próprios monges são muito duvidosos.Eles não são tão amáveis como eles aparecem. Sir Gawain explica a Axl e Beatrice que "Como homens de Cristo, é além-los a usar uma espada ou até mesmo veneno." Então eles usam métodos tortuosos para matar aqueles a quem eles consideram como inimigos.Axl e Beatrice, os personagens centrais, são um casal muito amoroso. Eles não podem sequer pensar em viver separados por um momento. No entanto, é o seu amor mais puro do que qualquer outro amor humano? eles podem ser mais santo do que os monges?Querig, o dragão, pode ser morto. Mas o que sobre o gigante dentro de nós? Isso é o que o romance explora.

É uma bela narrativa que assume o leitor inteiramente desde o início. Nós mergulhamos nela. Mas de vez em quando as criaturas míticas aparecer lembrando-nos de que estamos em uma terra de fantasia. O romance é uma experiência única. Para quem gosta de experiências raras, originais e não espere que a vida seja um sistema puro de erros e acertos bastante equilibradas ou recompensado, este romance é altamente recomendado.
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Lys Coimbra 29/11/2015

Confesso que fui "fisgada" pela capa. Mal sabia que a edição LINDA era apenas o prelúdio de um livro grandioso.

Depois da leitura fiquei um pouco anestesiada, tentando digerir tudo aquilo que me tinha sido oferecido, e quanto mais eu assimilava todo o rico enredo de Kazuo Ishiguro, mais me impressionava com a delicadeza com que ele abordou temas tão sensíveis.

Acredito que os livros, todos eles, podem apresentar diferentes facetas, a depender do seu leitor. Isso é natural, já que cada pessoa é única e enxerga aquilo que está predisposta a ver.

Assim, livros alegóricos, como "o gigante enterrado" podem "se mostrar" de tantas maneiras quantos forem os seus leitores, porque o autor usa metaforicamente seres fantásticos para apresentar questões enfrentadas por todos nós, em todas as épocas, culturas, classes e idades, e cada um interpreta essas representações de acordo com a sua perspectiva: alguns enxergam apenas a literalidade dos seres míticos e da fantasia, outros conseguem vislumbrar, em diferentes níveis de profundidade, o que está sendo tratado por meio das alegorias, e muitos se perdem no enredo.

A experiência é individual e depende das peculiaridades de cada um.

Em "o gigante enterrado" um casal idoso de bretões, um guerreiro saxão, um menino órfão e um velho cavaleiro do Rei Arthur nos conduzem a uma viagem de reflexão, com trolls, ogros, fadas, barqueiros e uma dragoa. Cada um dos viajantes tem um objetivo e uma convicção que merecem ser considerados com respeito e empatia.

Em mim, o livro despertou muitos questionamentos acerca da consciência: o quão essencial seria preservar as marcas deixadas por grandes dramas? Até que ponto é importante manter vivas, ou reavivar, todas as nossas dores e traumas sob o pretexto de honra e justiça? Quem pode traçar, com precisão, a linha tênue entre honra e traição? O nosso passado é o único elemento a definir o nosso futuro?

Independe do que desperta em cada um de nós, este é um livro que vale a pena "degustar" como a uma iguaria: aos poucos, sem pressa e consciente de todo o prazer que ele é capaz de nos proporcionar.
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Fabíola 06/10/2016

O gigante enterrado
Uma história fantástica... simplesmente não há como parar de ler...
Sutil e delicado traz reflexões profundas sobre o amor, união, honra, ilusão, perdão, amizade... recomendo !
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Leituras do Sam 14/10/2016

O quanto valem nossas memórias?
O Gigante enterrado é um livro que promete, mas não entrega.
O que salva o a história é o casal de velhilhos Axl e Beatrice que são os protagonistas.
O romance trata basicamente de memórias e questiona qual a importância delas para o presente e quais influências terão no futuro. Precisamos mesmo lembrar de tudo o que nos aconteceu tanto de bom quanto de ruim?
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Pri 15/11/2016

{Resenha} O Gigante Enterrado - Blog As Meninas que leem livros
Axl e Beatrice são os protagonistas deste livro que me perturbou durante algumas semanas, por sua estória incrível e cativante sobre a vida e como ela passa e deixa em nós marcas – algumas em visíveis cicatrizes e outras tão profundas que decidimos esquecê-las, pois, de outro modo, não conseguiríamos continuar vivendo. São um casal adorável: dois velhinhos que se amam e se respeitam acima de qualquer coisa que possa existir em seu passado. Respeitam-se e se amam incondicionalmente e que nem a aproximação da morte mudará isso.

E essa foi a razão de me perturbar... Eu não queria chegar no fim.

O Gigante Enterrado se trata mais do que apenas a criatura mito. Trata-se de tudo aquilo que enterramos dentro de nós. Cada pessoa tem seu Gigante, aquilo que deixa bem no fundo de seu inconsciente e coração. E como tememos que essa criatura desperte e traga de volta tudo aquilo que queríamos ter deixado para trás.
[...]
Continue lendo no blog!

site: http://www.asmeninasqueleemlivros.com/2015/09/o-gigante-enterrado-kazuo-ishiguro.html
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Tracinhas 15/11/2016

por Lídia Rayanne
Sabe aquele livro que você se apaixona pela capa e fica com uma vontade desesperadora de ler só pra conferir se a história está à altura da mesma? Este foi o meu caso com “O Gigante Enterrado”.

A história me conquistou logo pela sinopse, afinal, quantos livros conhecemos em que os protagonistas são um casal de idosos? Axl e Beatrice são camponeses numa aldeia coletivistas que vivem um dia após o outro, mas com uma constante angústia que não conseguem nomear, pois sempre que estão perto de se lembrar, este algo lhes foge à memória. Até que depois da visita de uma estranha mulher à aldeia, Axl finalmente se recorda – ele e a esposa precisam visitar o filho em outro vilarejo.

Mas a viagem não será fácil, além de enfrentar a distância e um terreno irregular, o casal de idosos precisarão ultrapassar a maior de todas as barreiras – a densa névoa que provoca o esquecimento dos habitantes da região. Eles precisam resgatar suas memórias a qualquer custo para chegarem ao seu destino, nem que para isso tenham que enfrentar a dragoa cujo bafo provoca tal névoa.

Com a ajuda de um guerreiro saxão e um jovem órfão, Axl e Beatrice partem numa jornada para matar a dragoa Querig. As aventuras que se sucedem eu não vou descrever para não estragar a surpresa durante a sua leitura, mas o que posso dizer é que com uma narrativa lúdica, bem ao estilo de “O Hobbit” e “As Crônicas de Nárnia”, “O Gigante Enterrado” aborda temas profundos como a memória coletiva sendo alterada para superar traumas. As questões éticas em torno do tema nos fazem pensar sobre qual é o mal menor: impedir que um povo conheça sua própria história, ou resgatar suas lembranças sobre o risco de uma vingança?

O amor que atravessa as barreiras do tempo e da memória, assim como o perdão, tanto individual como o coletivo, assim como a vergonha são temas recorrentes durante todo o livro. Embora o livro seja recheado com cenas de ação e duelos, diálogos cheios de tiradas e personagens cativantes (inclusive os coadjuvantes), esta não é uma historia feita com o intuito de divertir o leitor, mas de fazê-lo refletir. Não digo que foi um livro que devorei na ânsia de terminar logo, mas foi um que quis saborear aos pouquinhos, descobrindo todo o valor escondido em suas entrelinhas.

Quando cheguei à última página, fiquei com aquela sensação devastadora e com saudade da história, dos personagens, e me perguntando como o autor teve coragem de ser heartbreaker daquele jeito. Semanas depois de ter terminado, ainda estou digerindo o final, me recuperando daquela derradeira cena e batendo palmas para a escolha genial do título do livro. Pois só quando terminamos é que compreendemos o que de fato significa.

Mais do que uma capa bonita ou uma história de aventura, “O Gigante Enterrado” é uma obra cheia de valor que traz questionamentos morais e nos faz pensar sobre a importância da memória em nossas vidas.

site: http://jatracei.com/post/152989099152/resenha-218-o-gigante-enterrado
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eurodrigoalves 11/11/2015

lindo
do começo ao fim. lindo.
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IvaldoRocha 11/02/2017

Um livro que pode ser julgado pela capa.
Afinal este livro ganhou o prêmio Jabuti 2016 na categoria melhor capa.
Kazuo Ishiguro é um escritor nascido no Japão, mas criado desde a infância na Inglaterra, tem como hábito tentar escrever algo novo e inesperado a cada trabalho e segundo seus críticos e fãs, conseguiu mais uma vez.
A história se passa numa Inglaterra muito antiga e ainda habitada por Dragões, Duendes e Feiticeiras. E é neste ambiente de fantasia que seus habitantes vão perdendo a memória. Não conseguem se lembrar de sua infância, juventude, nem de algo que até pouco tempo atrás tivesse sido o centro da atenção de todos, e provavelmente amanhã cairá no esquecimento.
E então, na aldeia, um casal de idosos, resolve visitar seu filho que partiu já há muito tempo, pelo menos é o que eles pensam, e foi para uma aldeia distante. Eles não lembram exatamente onde fica essa aldeia e nem se lembram da fisionomia do filho, mas tem um desejo premente de encontra-lo. Também não se lembram do motivo de ele ter partido, mas cada um tem uma sensação a respeito, que prefere guardar só para si.
O gigante enterrado talvez seja isso, um passado que não se lembra, mas que pode a qualquer momento acordar e quem sabe com que consequências.
É difícil falar sobre a história sem estragar algumas surpresas. Acredite o livro é realmente muito bom, corre de maneira sutil como que entre a névoa que adormece a lembrança de todos.
Embora este seja um livro que fala sobre a perda da memória, você não irá esquecê-lo tão fácil.
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Augusto 11/02/2017

Um livro... estranho...
Uma mistura de Game of Thrones e A espada era a lei."
Assim o The Guardian define a obra de Ishiguro e... bom... comece esquecendo essa bobagem.
Às vezes me pergunto se quem escreve coisas assim leu o mesmo livro que eu...

O Gigante Enterrado começa bem.
O autor ambienta seu romance numa Grã - Bretanha que ainda exala algo da era arturiana. Num certo sentido, embora já morto, o mítico rei ainda está lá. Seja nas reminiscências de uns poucos pensonagens, desbotadas como um sonho antigo... seja na presença errante de um de seus mais valiosos cavaleiros.
Sir Gawain, uma sombra quixotesca do feroz guerreiro que já fora um dia. Vagando pelo lugar sob o peso de sua armadura enferrujada e das memórias que o atormentam.
O infeliz cavaleiro é um dos poucos que ainda conserva suas lembranças. O que não parece ser, nem de longe, um privilégio. Ao contrário... em O Gigante Enterrado uma boa memória é quase uma maldição. Aqui o The Guardian acerta quando diz que o livro trata sobre o "dever de lembrar e a premência de esquecer."

A grande maioria dos pensonagens (quer saxões, quer bretões) parece seguir sua vida num estado intermediário entre o sono e a vigília.
Uma névoa misteriosa que toma conta da ilha inteira os faz esquecer a cada dia do que se passou...
Suas memórias, sejam elas boas ou ruins, estão perdidas para sempre (ou... talvez não).
Para eles, só existe o hoje.
E é uma reflexão sobre isso que Ishiguro parece querer fomentar...
Quantos amores adoecem e morrem sob o peso das mágoas?
Quantas amizades não conseguem sobreviver às inevitáveis decepções comuns à quase todas as relações humanas?
Quantas guerras são iniciadas porque o rancor se espalhou e cresceu, silencioso como uma doença incurável?

Embora o autor tenha me parecido um pouco perdido no meio da obra, mantive as três estrelas porque ele conseguiu me fazer pensar a respeito dessas coisas... um bocado...

O tom do livro é triste e melancólico... embora belo.
Talvez, as cores sombrias com que Ishiguro pinta seu romance pudessem ter encontrado um antídoto caso tivesse sido oferecido às personagens uma terceira opção além de simplesmente conservar ou descartar suas lembranças: a chance de perdoar...
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Vanessa 26/10/2015

O Gigante Enterrado, de Kazuo Ishiguro
Mais um livro que me conquistou pelo capricho da edição. A capa azul texturizada e o corte colorido são lindos! E a sinopse nos deixa curiosos.
O livro é, na verdade, uma grande metáfora. Para tudo há um correspondente (ou mais, dependendo da bagagem de cada um) que deve ser objeto de reflexão.
A narrativa utiliza vários elementos de fantasia, como fadas, ogros e dragões, para ilustrar uma sociedade que é atemporal, já que os temas e as angústias, vistas de uma maneira realista, é claro, fazem parte de nossas vidas até os dias atuais.
A história se dá em um passado distante, depois do reinado de Artur, em uma terra habitada por bretões e saxões. Nesse contexto, um casal de idosos, Axl e Beatrice, nota que todos estão perdendo a a memória de forma incomum, mas que a maioria das pessoas não percebe isso. Eles resolvem sair de sua aldeia para encontrar o filho e resolver esse mistério. No caminho encontram personagens marcantes: um cavaleiro leal a Artur, um guerreiro, um menino misterioso e uma dragoa. Mas a busca pelo filho acaba se tornando uma busca muito maior.
A abordagem da falta de memória dos habitantes da região é incrível. Cada um dará um sentido e um valor a esse elemento. E os questionamentos se multiplicam. Afinal, o esquecimento ajuda? Muda nossos sentimentos e ações? O que isso tem de religioso? O que isso tem de conveniente? Que mérito podemos encontrar no final?
Precisamos pensar também no que a dragoa, seu estado e sua morte representam na narrativa. E as barcas? E os barqueiros? Aqui há mais do que intertextualidade. A interpretação depende de cada leitor. Somos coautores do que lemos, colocamos ali nossas experiências e convicções, é inevitável. Esse livro pode tomar caminhos diversos e isso está diretamente relacionado aos valores do leitor: família, política, religião, honra, sociedade, enfim.
E precisamos pensar em nós, seres humanos, com todas as nossas incoerências. Mesmo depois de submetido a tanto sofrimento e perda, o humano ainda cultiva o desejo de prolongar o ódio (às vezes com o nome de honra) para além de sua vida, ainda que através de um discípulo.
E ao mesmo tempo, e em surpreendente contraste com o que foi dito acima, percebemos como as pessoas são capazes de dar continuidade a uma missão (em sentido amplo) por lealdade e de tal forma que tornam-se incapazes de questionar os propósitos, as bases.
E assim a vida segue, o tempo passa e as angústias e perguntas permanecem as mesmas.
Enfim, o livro é uma metáfora sobre a vida e as relações humanas. É desejável gostar de fantasia para que a leitura siga prazerosa, sem que a racionalidade crie um afastamento que prejudique a compreensão do que importa. Ou, pensando bem, pode ser lido de várias maneiras e terá seu valor em todas elas.
Eu recomendo.
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