A vida peculiar de um carteiro solitário

A vida peculiar de um carteiro solitário Denis Thériault




Resenhas - A Vida Peculiar de Um Carteiro Solitário


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Andre.28 13/08/2020

A poética de um jovem carteiro canadense
Certos tipos enredo tem a peculiar forma de se fundir a um lirismo que emociona e nos faz rir. Cartas carregadas de magia, poesia de amor inebriante. “A Vida Peculiar de Um Carteiro Solitário” é um desses livros que fundem lirismo, poética com pitadas de humor e um enredo com um final paralisante. Publicado em 2015, pelo profícuo escritor canadense Denis Thériault, esse livro consegue divertir e emocionar o leitor na medida certa. Narrado em terceira pessoa, neste enredo temos a história de Bilodo, um jovem e solteiro carteiro canadense de 27 anos, que vive em Montreal a sua vidinha monótona e tranquila de um carteiro, sem emoções, grandes amizades ou sobressaltos. Solitário e tímido, Bilodo segue com a sua rotina diariamente no mesmo percurso de entrega, a vida de trabalhador, e o final do dia na solidão de seu minúsculo apartamento. Porem, Bilodo esconde segredos, algo que ele faz algo “contra as regras” de privacidade. Para se distrair dessa rotina ele desenvolveu uma excêntrica maneira de se distrair; começando a abrir as correspondências alheias, desenvolvendo um método para não deixar rastros.

Lendo as cartas pessoais o jovem carteiro canadense descobre o “grande amor de sua vida”; a jovem professora Ségolène, uma mulher que mantém uma enigmática correspondência com o poeta Gaston Grandpré, composta por haicais, uma espécie de poesia de origem japonesa com métrica e versos curtos. Bilodo fica encantado por essa forma de literatura poética, porém ele se vê em apuros quando Gaston sofre um acidente. A possibilidade de ser privado das cartas de Ségolène faz Bilodo tomar uma decisão, algo que poderá levá-lo mais além de sua imaginação. Ao assumir a identidade de Gaston, Bilodo pode agora mandar cartas a sua amada e imaginar todo um universo ao lado dela.

Com um enredo simples, pitadas cômicas e a representação poética da vida simples esse livro encanta os leitores. Particularmente, como leitor, eu experimentei todas as emoções, a sensibilidade compor seus próprios poemas de amor, na medida que a imaginação um tanto “peculiar” de Bilodo me fizeram adentrar a aquele universo, rindo e se emocionando. Com um desfecho surpreendente e filosófico esse livro demonstra toda a perícia do autor em compor uma narrativa bem amarrada e executada com maestria. É um livro para rir, chorar, se distrair com as marcantes tiradas da vida peculiar desse jovem e poético carteiro canadense.
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Mih 08/02/2021

Poético!
Título: A vida peculiar de um carteiro solitário
Autor: Denis Thériault

Livros que entra na categoria, singular e extraordinário. Apaixonada pela sua simplicidade e leveza.

Livro sem grande ambição, narrado em terceira pessoa conta a história de um carteiro.

Bilodo tem 27 anos, vive em Montreal. Sua vida é simples, metódica, solitária e peculiar. Estuda caligrafia, gosta de ler e observar o mundo.

Uma vida solitária, a não ser pelo amigo com quem divide o apartamento, Bill, um peixinho dourado.

Diante da sua solidão encontra um jeito excêntrico de vencer o tédio dos seus dias.

Passou a interceptar cartas e levar para saboreá-las na segurança do seu lar.

Ficou fascinado e viciado por viver histórias distintas. Abrir, ler, tirar fotocopias e depois entregar ao destinatário.

Viveu correspondências hilárias, fofocas, algumas de cortar o coração, outras eróticas, cartas misteriosas usando codinomes.

Para acompanhar o fio da trama sempre escolhia os mesmos remetentes, sem poder ler a respostas inventava uma que satisfazia sua curiosidade.

Mas nenhuma mexeu mais com o rapaz que a carta de uma jovem chamada Ségolène.

O conteúdo das cartas eram poemas japoneses. Haikai, que conseguia deixar Bilodo extasiado. A beleza da caligrafia e a leveza dos versos. Esperava sedento pela cartas da jovem.

Ao perceber que talvez pudesse deixar de "receber" cartas de Ségolène fez Bilodo se arriscar para tentar manter o encanto nos seus dias.

Senti que seria especial, mas me surpreendeu totalmente com o rumo que tomou.

Foi além das expectativas. Surpreendente e foge totalmente do modelinho "mais do mesmo".

Narrativa poética e encantadora.
Conhece esse livro?
Ficou curioso? Gostou da resenha?


site: @comquallivroeuvou
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Janaina Edwiges 12/06/2020

A vida peculiar de um carteiro solitário
Gosto bastante de títulos peculiares e este, sem dúvidas, é um deles. Além disso, livros em que os personagens levam uma vida diferente do que a sociedade prega como “ideal” me atraem. Bilodo é um carteiro solitário, solteiro, que gosta de praticar a arte da caligrafia, sem muitos amigos e que não gosta de sair muito de casa. O que muitas pessoas veem como estranho, já que, para elas, ter uma vida repleta de atividades sociais é sinônimo de felicidade.

Bilodo adquiriu o hábito de abrir correspondências alheias e acaba se apaixonando pela professora Ségolène, que mora no arquipélago de Guadalupe e troca cartas com o poeta Gaston Grandpré, morador de Montreal, mesma cidade de Bilodo. As cartas têm uma característica bem particular, são sempre uma única folha de papel contendo apenas um poema, um Haicai, pequeno poema japonês, composto por três versos, em geral com 17 sílabas.

A escrita do autor Denis Thériault é boa e a leitura bem tranquila. Achei muito interessante conhecer um pouco mais da literatura japonesa, que trouxe uma delicadeza especial ao livro. No entanto, não gostei do desenvolvimento do protagonista, que perdeu praticamente toda a sua identidade no decorrer da trama, tomou atitudes bem estranhas, o que me impediu de criar uma afinidade por ele.
Mila.Mesquita 12/06/2020minha estante
Gostei do título. Rs


Mila.Mesquita 12/06/2020minha estante
Mais pelo falou.... ja não to lendo mto esse ano. Ai ja viu né. Prioridades. Kkk


Janaina Edwiges 14/06/2020minha estante
O título chama atenção mesmo, Mila! E o livro é curtinho, rápido de ler :) Só não gostei tanto da trajetória e atitudes do protagonista.




Carminha Pires 19/08/2015

Explêndido!!
Gostei tanto do livro que em quatro horas já havia lido e agora é meu livro de cabeceira. O carteiro Bilodo é a essência de uma pessoa que usa a ilusão para tornar a sua realidade mais cheia de vida e emoção!
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Naiara 02/02/2024

Devia ter umas 300 paginas no minimo, ja estava acostumada com o personagem, as coisas estavam indo muito bem e ai acabou e o gosto de quero mais é quase louco igual na estoria rs..

Bom, o escritor usou recursos que me colocou na pele do carteiro imaginando se eu faria o mesmo, nao faria kkk, mas desperta o lado curioso do leitor, o lado fofoqueiro (porque nao deixa de ser xeretando na vida de alguem) e da pra sentir o romance no ar, aquele amor encontrolavel..

vale muito a pena, é simples, muito leve, mas tem seu momento tenso.. que é o fim :'( acabou kkk...

so nao dei 5 porque acabou mesmo, fiquei realmente brava kkk, poderia ficar dias lendo, mas foi perfeito do jeito que foi, no fundo sei disso..
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Vanessa 14/01/2021

Leitura simples e leve. Confesso que esperava e queria outro final para Bilodo mas consegui me impressionar bastante com o final que o autor trouxe!
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Patty 25/07/2022

Fiquei fascinada por ler esse livro desde que vi na Americanas uns anos atrás, finalmente pude ler pelo Kindle Unlimited e não decepcionou.
Devorei o livro, a escrita é cativante e só posso crer que se trata de mais uma obra de arte francesa.
Minha experiência com livros franceses até agora está sendo ótima e recomendo para todos.
Bilodo é um carteiro que não possui maiores ambições na vida e de repente se preso em uma rede de acontecimentos que o levam sempre ao mesmo ponto, criando uma incrível reflexão sobre acontecimentos do cotidiano.
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Grace @arteaoseuredor 09/06/2021

?A Vida Peculiar de um Carteiro Solitário, de Denis Thériault.
.
?Essa novela tinha tudo para ser bem comum, mas não é. Bilodo é um carteiro de 27 anos, em Montreal, que gosta de seu trabalho, não sai muito e tem um péssimo hábito de ler as correspondências alheias. Ele gosta principalmente das que Ségolène envia para Gaston, são poemas, que mais tarde ele descobre que são Haicais, um tipo de poema japonês. Quando Gaston sofre um acidente, Bilodo fica em pânico, como continuar recebendo cartas de Ségolène? Ele se encontra encantado por ela e sua poesia.
?O livro nos trás várias informações sobre Haicai, e sobre o Japão, gostei muito dessa parte. Tem um final surpreendente, mas dele não posso falar, para não estragar a experiência. Gostei de ler, uma leitura bem gostosa que me divertiu.
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Lari Leitora 30/09/2020

A Vida Peculiar de um carteiro solitário
Uma história incrível, cheio de haicai.
Esse livro conta a história de Bilodo um carteiro solitário que ao abrir uma correspondência que não era para ele, se encantou com os haicais, e ele se apaixonou pela a escritora dos haicais. Mas aqueles haicais não era para ele e sim para o Grandpré. Então será que esse amor vai dar certo para saber é só ler esse livro incrível. Super recomendo.
Significado de Haicai: forma de poesia japonesa surgida no século XVI e ainda hoje em voga, composta de três versos, com cinco, sete e cinco sílabas, que geralmente tem como tema a natureza ou as estações do ano.
👇Um dos haicai do livro: 👇
"Na água translúcida
o bebê que nada
feito lontra brincalhona"
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Milena Karla - Mika 09/08/2017

Uma história simples
Mentira escrita
Histórias difíceis

Um emprego sem graça
Uma casa que passa
Uma que fica

Um amor ao longe
Esperando sempre
O mesmo

O incerto certo
Tempestade interna
Alívio mental

Traga o fim
Espero
Recomeço

Não sei se fiz certo. Nem ligo. Mas esse livro me inspirou a escrever poemas (haicais), com certeza. Aprendi a apreciá-los e gostei bastante disso.

Não quero dar spoilers, nem me aprofundar mais do que já fiz com esse "haicai" acima, gostaria apenas de dizer que todo o estresse do Bilodo seria evitado se ele deixasse de ser um acovardado. Com certeza a Sègoléne (e aliás, que nome estranho!) gostaria dele de volta se ele contasse a verdade com jeitinho. É isso.
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Natalia Livia 25/10/2021

Poético
Livro gostosinho de ler. Bem leve, sensível e fácil.
Confesso que demorei um pouco pra embarcar na história, mas depois não consegui parar de ler.
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jota 17/07/2021

BOM: história curta, com lances poéticos e filosofia oriental mesclados com elementos kafkianos, é agradável até certo ponto e se encerra com um toque nietzschiano
Lido entre 13 e 16/07/2021

Esses comentários contêm spoilers. Portanto, se pretende ler o livro, abandone a leitura aqui mesmo. Isso posto, a história começa bem, narrando a rotina de um jovem carteiro canadense, Bilodo. O rapaz leva uma vida simples, rotineira, com poucos amigos; ele é um recluso, melhor, um solitário, conforme o título. Depois descobrimos que sua reclusão tem a ver com o mau hábito de abrir cartas antes de entregá-las aos destinatários, o que é um crime, na verdade. Ele as lê como se estivesse lendo uma história, um livro. Para complicar, Bilodo se envolve demais com certas cartas: acaba se apaixonando por uma jovem professora primária de Guadalupe, Ségolène, que troca poemas com Gaston, um poeta de Montreal. O carteiro descobriu o caso interceptando as cartas com haicais, que ela envia frequentemente para o poeta, único modo de correspondência entre os dois. Se usassem e-mail ou coisa parecida o livro de Denis Thériault possivelmente seria muito diferente do que lemos aqui ou nem existiria.

Continuando: um dia, um acidente mortal acontece, um atropelamento, e então, para manter sua paixão pela moça, Bilodo passa a viver uma espécie de vida dupla. Continua sendo ele mesmo, mantendo seu trabalho de carteiro e suas manias, mas também passa a viver como Gaston, o poeta atropelado. Começa a se interessar mais profundamente pelos haicais, manifestação poética japonesa, estuda o assunto e se arrisca a escrever os seus pequenos poemas. Ao mesmo tempo, por conta de suas recentes atitudes, a amizade que mantém com uma garçonete, Tania, e com aquele que parecia ser seu melhor amigo, Robert, fica estremecida. Lá de longe Ségolène continua a acreditar que está trocando versos com o verdadeiro poeta porque Bilodo se aperfeiçoou na arte de escrever os haicais, além de ter aprendido muita coisa sobre eles, os diferentes significados dos símbolos orientais etc. Mais um pouco e o carteiro e a professora estão apaixonados e os poemas agora também apresentam conteúdo sexual implícito.

A coisa se torna ainda mais kafkiana quando a professora anuncia, através de um poema, claro, que brevemente estará vindo para Montreal conhecer Gaston. De apaixonado Bilodo passa a enlouquecido, porque será descoberto como falsário; ele pensa nas possíveis implicações negativas desse fato, que perderá o amor da moça, pensa até mesmo em se matar. Como não sabe o que fazer, então é hora de Thériault resolver a situação pelo personagem. Como o livro é bastante curto, o final imaginado pelo autor vem rapidamente (e repetidamente). De Kafka saltamos para Nietzsche e seu conceito do eterno retorno. Um arranjo que o resenhista do periódico inglês The Guardian, depois de afirmar que o livro é “peculiar e charmoso”, chamou de “bem executado”. Mas que pode não agradar plenamente a todo mundo (quer dizer, leitores comuns como eu), ainda que esse final se dê de modo filosófico, até poético. Pode ser que você aprecie o livro mais do que eu...
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Ladyce 22/01/2018

"A vida peculiar de um carteiro solitário", de Denis Thériault, traduzido por Daniela P. B. Dias, é um livro difícil de definir. Prosa e verso se misturam e formam um todo potente. O enredo trata de um homem solitário, carteiro, com personalidade limítrofe ao autismo que, para seu próprio divertimento, abre sistematicamente cartas que leva para casa, cartas vindas ou endereçadas a pessoas na sua rota. Sua curiosidade inicial é a fascinação pela caligrafia que vê nos envelopes, arte a qual se dedica. Durante a execução destes pequenos crimes, levando as cartas para casa, abrindo-as com vapor, lendo-as e colocando-as de volta na rota original, apaixona-se simultaneamente por uma mulher que não conhece e pela poesia japonesa.

Com encanto, este pequeno romance trouxe-me memórias vívidas de duas obras: uma do cinema e outra da literatura. Lembrei-me da comédia australiana Malcolm (1986), dirigido por Nadia Tessa e estrelado por Colin Friels, que trata de um homem com características de autismo cuja paixão por carros de controle remoto o leva a cometer um crime: as habilidades de Malcolm são usadas por uma quadrilha para assaltar um banco. Aqui também a personalidade limítrofe de Bilodo, um homem tão solitário e recluso quanto Malcolm, o leva a se envolver em crime, ainda que de sua própria vontade. Outra lembrança foi da peça de teatro Cyrano de Bergerac, de Edmond de Rostand, que será muito provavelmente conhecida de Denis Thériault, canadense da província de Quebec, cuja língua materna é francês. Nesse clássico da literatura francesa, obra trágica, um poeta declama os versos de outro que se esconde da amada, por não se achar à altura da bela moça. O versos são de sua autoria, mas quem os declama, a voz e a aparência são de outro homem. Há uma quase simetria com o que acontece com carteiro Bilodo, que toma o lugar do poeta Gaston Grandpre e escreve haicais em seu nome para conquistar Ségolène, na distante Guadalupe, no Caribe..

Em um livro tão pequeno é de surpreender as reviravoltas caracterizando uma linha narrativa complexa, que além da história de amor, explana claramente sobre poesia japonesa, do haicai ao enso, forma circular da poesia nipônica. Thériault passa alguns conhecimentos da filosofia zen, explora o uso do kimono mágico e ainda produz para deleite do leitor uma coletânea de belos haicais. Para minha surpresa, que sempre considerei haicai poesia quase enigmática, evanescente, um punhado dos haicais apresentados no texto vêm repletos de forte sensualidade, claras imagens eróticas, que fazem paralelo interessante às conhecidas xilogravuras policromadas, Ukiyo-e, retratando o mundo flutuante pelos tradicionais mestres japoneses.

Com o uso de imagens surpreendentes, poucos e inesquecíveis personagens, esta história está localizada entre o mundo do sonho e a realidade. Traz um pouco de assombro ao leitor, do início ao fim. A trama, muito bem desenvolvida, ressalta a solidão de Bilodo, cujo único amigo é Bill, o peixe de aquário, seu animal de estimação. A solidão forma cada um de seus pensamentos e ações. Este é um homem que vive através da vida dos outros, no canto seguro de seu pequeno, previsível e metódico mundo. Há uma tênue conexão que o segura, que o mantém no dia a dia, agindo no mundo que conhecemos. Ela é ancorada nas suas obsessões, na tenacidade e precisão com que enfrenta o que há de novo no mundo. Bilodo é um homem que aprecia detalhes e encontra beleza não só no gesto de uma caligrafia bem feita mas nas regras precisas da poesia japonesa. É a rigidez desses conceitos que o seguram no cotidiano. E ele se esforça para superar suas limitações, reconhece a dificuldade de trazer aos seus pequenos poemas a mágica da poesia, mas quando o consegue, encontra finalmente seu destino cármico. Este livro é quase um poema-prosa, que se desdobra em múltiplos significados e ângulos cada vez que o examinamos. Um prazer de leitura.
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