Bagagem

Bagagem Adélia Prado




Resenhas - Bagagem


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Niza 26/12/2013

Com Licença Poética - Adélia Prado
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombetas, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
(dor não é amargura)
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
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Maria... 05/07/2014

Bagagem
Em "Bagagem" a autora Adélia Prado, nos mostra através da poesia o cotidiano de uma vida simples, desde a infância, amores, religiosidade e perdas familiares. É uma leitura simples e leve para quem aprecia esse gênero literário.
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Miria80 30/03/2015

Vale a pena
Adélia, ou o ''eu-lírico'', parece bastante triste com a vida, mas seus poemas possuem uma leveza e são cheios de sentimentos. Foi uma delícia ler este livro!
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Allisson 16/03/2017

Reflexão
O livro de Adélia Prado me surpreendeu. Seus poemas trazem a reflexão da vida, do amor e também das coisas simples da vida. Meu poema favorito é o "Fatal".
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Hilton Neves 07/07/2017

Quem Faz Aquilo em Disritmia Vira Mala-sem-alça
... Qualé, bicho?!? Desgostar das bolas baterem na parede?? No entanto, muitos outros poemas foram legais. Meus prediletos: Antes do nome, Impressionista, O que a musa eterna canta, De profundis e Medievo.
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Élida Lima 01/03/2009

Madura, consistente, divina
O livro Bagagem, foi a primeira publicação de Adélia Prado, de 1976, aos 40 anos de idade, por indicação de Carlos Drummond de Andrade.

Licença Poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
(dor não é amargura).
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

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A INVENÇÃO DE UM MODO

Entre paciência e fama quero as duas,
pra envelhecer vergada de motivos.
Imito o andar das velhas de cadeiras duras
e se me surpreendem, explico cheia de verdade:
tô ensaiando. Ninguém acredita
e eu ganho uma hora de juventude.
Quis fazer uma saia longa pra ficar em casa,
a menina disse: "Ora, isso é pras mulheres de São Paulo"
Fico entre montanhas,
entre guarda e vã,
entre branco e branco,
lentes pra proteger de reverberações.
Explicação é para o corpo do morto,
de sua alma eu sei.
Estátua na Igreja e Praça
quero extremada as duas.
Por isso é que eu prevarico e me apanham chorando,
vendo televisão,
ou tirando sorte com quem vou casar.
Porque que tudo que invento já foi dito
nos dois livros que eu li:
as escrituras de Deus,
as escrituras de João.
Tudo é Bíblias. Tudo é Grande Sertão.

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Josi 14/02/2018

Dia a dia de poesia
Poeta do cotidiano, Adélia extrai do mais simples da vida a poesia, feito pulsão irresistível, absolutamente orgânica.
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Fran 05/06/2018

Memórias, Mulheres e seu lugar no mundo
Resenha Bagagem

Bagagem Foi o primeiro livro de poemas publicado por Adélia Prado e ela teve a ajuda e a bênção de um grande mestre, aquele que também chamo de o culpado pelo meu amor por poemas: Carlos Drummond de Andrade.Inclusive em Bagagem ela traz alguns poemas em sua homenagem.

Os poemas de Bagagem também falam de mulheres. Mulheres comuns, mães, filhas, trabalhadoras. Falam do seu lugar nesse mundo. E falam também da própria Adélia, do seu lugar no mundo como mulher e poeta.

Esses foram os poemas que mais me marcaram, mas ela também fala de amor e suas memórias. Memórias de um tempo, memórias da sua terra, memórias da vida.
Ótima leitura. Recomendo.

site: https://www.instagram.com/prosasealgomais/?hl=pt-br
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Érika 09/07/2018

O peso da "Bagagem" de Adélia Prado
(Leia a resenha completa no link. Não é possível adicionar as fotos que fazem parte dela aqui no Skoob. Os nomes dos poemas fotografados estão entre colchetes).

Este é um post de apreciação. Não é resenha, porque não consigo fazer resenha de poesia. Talvez pudesse analisar métrica e rima, apesar de que na poesia contemporânea sua presença não seja obrigatória. Mas eu vejo poesia de uma forma tão íntima e pessoal, é uma incógnita o que toca mais a cada um, e tem a ver com as respectivas vivências.
E as vivências que Adélia Prado tirou de sua "Bagagem" para nos apresentar casaram tão bem com as minhas que eu não poderia deixar de fazer uma colagem das passagens que produziram maior impacto em mim, para apresentar a quem quer que estas linhas alcancem uma poetisa incrível que eu mesma vim a conhecer faz pouco tempo.
Envergonha-me um pouco dizer que só ouvi falar dessa poetisa ano passado, por intermédio de uma colega escritora independente, Laís Lacet (que está lançando seu segundo livro de prosa, “Da Tua Rosa”; está em pré-venda, a propósito, ganhou o Wattys do ano passado e você pode degustar alguns capítulos no perfil da autora), que a citou entre suas principais influências poéticas. Como eu gostei muito do estilo da poesia da Laís (confiram “Das coisas que apaguei à meia-noite, no Wattpad), resolvi ler a autora que a tinha influenciado.
E... nossa.
O livro começou a me atingir já nas epígrafes, tanto a do livro, quanto a da primeira parte.
[Epígrafes]
No meio artístico, principalmente da alta literatura, há certo nariz torcido para a religião. Com frequência está ausente, como se fosse indigna da atenção de intelectuais. Quando muito, aparece caricaturada, no tedioso e único papel de "opressão". Especialmente se essa religião for o cristianismo. Sempre admiro a coragem dos autores que, cristãos, não se envergonham disso e deixam seu cristianismo vazar livremente na própria arte. Nomes como Dostoievski, C. S. Lewis e Ariano Suassuna estão aí para atestar que a fidelidade à própria essência funciona. Agora Adélia Prado entra nesse rol.
Virando a página e adentrando no miolo do livro, nos poemas em si, lá vem nova pancada. Adélia abre "Bagagem" com seu "Com licença poética", que inicia com uma paródia do Poema das 7 faces de Drummond, adaptado para uma perspectiva feminina.
[Com licença poética]
E sua percepção feminina do mundo é exata, fina e sensível.
[Serenata]
Como, aliás, sua percepção do poeta:
[Anunciação ao poeta]
...e da vaidade de suas aspirações:
[O que a musa eterna canta]
[Trecho de "Todos fazem um poema a Carlos Drummond de Andrade"].

A poesia de Adélia, nesse livro (li "Coração Disparado", também, mas não me conectei da mesma maneira) é imagética, sutil, e transmite, em linguagem mormente simples, conceitos de extrema profundidade em meras insinuações.
Por exemplo, esse "Ensinamento", com sua incrível definição (retratação?) de amor:
[Ensinamento]
(E das prioridades).
É um livro para ler, reler, meditar, degustar, "Para cantar com o saltério"
[Para cantar com o saltério]
...e principalmente para se identificar.

site: https://medium.com/@rikabatista/o-peso-da-bagagem-de-adelia-prado-c0974d02019d
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Day 20/11/2018

Não entendi muitos dos poemas. E muito lírico e com uma pegada muito religiosa pro meu gosto. Só gostei de uns 3 poemas.
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Laura Regina - @IndicaLaura 13/04/2019

Um livro de poesia nitidamente brasileira
Livro de coletânea de poesias da autora mineira Adélia Prado, pelo qual foi descoberta pelos críticos e pelo grande público e com o qual ganhou o Prêmio Jabuti de 1978.

Suas poesias têm forte cunho religioso católico e de suas vivências nas cidadezinhas do interior de Minas.

Poesia não é muito meu xodó, mas gostei de conhecer um pouco mais esta poetisa. Identifiquei-me principalmente quando falava dos sentimentos sobre estar numa cidadezinha, seu passar de tempo diferenciado, sua visão distorcida do mundão ao seu redor, da concepção dos seus moradores sobre “o povo diferente da capital”.

Mais indicações no Instagram @indicalaura

site: https://www.instagram.com/indicalaura
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VanderSBC 22/04/2019

Bagagem
Livro que me despertou para a poesia.
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Everton Vidal 08/11/2019

O sagrado no corriqueiro, a piedade nos gestos comuns, erotismo e ludicidade, superando opostos, deixando alguns sem resolver e um vitral de saudades do início ao fim.
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Ges 18/12/2019

Adélia tem todo o meu coração
Eu amo a escrita da Adelia e a simplicidade que ela nos apresenta em cada poema. Você consegue perceber que em nenhum momento ela está falando de alguém que não seja ela. Adélia e sua escrita tem todo o meu coração. E o poema Mortes sucessivas é de me deixar chorando. Quanta sensibilidade!!!
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Henrique1096 22/02/2020

Simbologia
Deveria ter lido esse livro no semestre passado pra cadeira de Literatura Brasileira C, mas acabei deixando pras férias.
É um livro de signos, no final das contas. Símbolos religiosos mesmos e isso não é necessariamente uma coisa ruim. Pra mim, é justamente isso que deixa a simplicidade dos poemas da Adélia tão profundos e importantes pra essa vanguarda literária. É espirituoso, uma ode aos pais, a família e aos filhos, mas também uma ode a autoconhecimento.
"Não sou matrona, mãe dos Gracos, Cornélia,
sou mulher do povo, mãe de filhos, Adélia.
Faço comida e como.
Aos domingos bato o osso no prato pra chamar cachorro
e atiro os restos"
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