Resenhas - Ilusões Perdidas

luke 12/02/2021

Livro quase perfeito. Lucien Chardon é daqueles personagens que ou você ama ou odeia. Mesmo quando Lucien passa dos limetes é impossivel não se simpatizar por ele ou no minimo ser solidão.
Ilusões Perdidas é o cerne da Comédia Humanitaria, Balzac usa aqui todo o seu talento para descrever a (breve)ascensão de Lucien Chardon e sua longa queda, até a sua (improvavel?) redenção.

O titulo tem um significado muito mais amplo do que se pode imaginar. Abrange acima de tudo as desiluçoes de si mesmo e das expectativas e esperanças que são postas sobre você.
Por tudo isso considero Lucien Chardon como um dos mais emblematicos de todos os personagens da literatura.

Vinicius.Maximo 03/02/2021

Magnífico retrato da sociedade francesa do séc. XIX
A verdade é que o título da obra diz tudo: ilusões perdidas.
Balzac entrega neste romance uma verdadeira nuance dos sentimentos humanos, mostrando de maneira sublime como as engrenagens da sociedade capitalista francesa na primeira metade do século XIX funcionam. Nesta linha, o romancista francês faz um contraponto entre a calma vida provinciana e a selvagem vida pariense, adicionando seus personagens às mais pérfidas situações, tais como a busca pelo poder a todo custo, a mesquinharia, e os desdobramentos de uma sociedade na qual todos os meios estão apontados apenas para uma coisa: o dinheiro.

Zeca 30/01/2021

Um belo poeta
Um belo rapaz de cabelos estonteantes, formosura ímpar, vocação poética rara e olhos ardorosos envolve-se num trama amoroso que o arrasta a Paris em busca de sucesso e reconhecimento. Por fim, tudo parece convergir para a redenção do cardo (Chardon) terrestre, apesar disto, não se esqueça do título leitor, ele nos dá algumas pistas sobre acontecimentos futuros.

Claudia 12/09/2020

AS LETRAS NA FRANÇA DO SÉCULO XIX
Não é por acaso que Ilusões Perdidas está na prateleira dos grandes clássicos da literatura. Além de um bom enredo e personagens bem construídas, Balzac traz um panorama da França no século XIX. Me interessou especialmente o retrato do Jornalismo e do mundo editorial/livreiro da época.

gabri.fonseca 30/08/2020

É um livro que ilustra bem o começo do jornalismo na Europa, que era super panfletário e pouco informativo. Tem um enredo pessimista como já sugere o título.

Lucas1429 08/04/2020

Leitura deliciosa
Balzac nos contextualiza num cenário político francês turbulento. É um livro com personagens muito cativantes, Lucien é ótimo protagonista, muito bem desenvolvido. As críticas que o livro faz as relações de poder, do jornalismo e da monarquia são muito precisas. Assim como ele também não perde ao constituir um belíssimo romance de formação baseado em sonhos e frustrações, amor e melancolia. Trabalha com maestria todos os sentimentos que evoca. Ótimo livro.

Magasoares 31/03/2020

Recomendo.
Não é a ambição que corrói um homem, é a ganância.

Kaio Henrique 09/03/2020

Tenho pesadelos com esse livro até hoje

Hildeberto 08/01/2020

Na coleção "Clássicos da Abril", "Ilusões Perdidas" foi divida em dois volumes. Faço a resenha de ambos.

O livro, que faz parte do projeto de colossais proporções chamado a "Comédia Humana", conta a história de Lucien Chardon e David Sechard, dois jovens sonhadores de província. No processo de amadurecimento, os dois (e não só eles) perderão as suas ilusões sobre a vida. Balzac trata a sociedade em que vive de forma nua e crua: não há espaços para concessões, embora o autor não negue de todo que ainda há beleza e bondade no mundo. Não obstante, ele devassa o jornalismo, a vida da alta sociedade, a vida da província, a vida na capital, a moral, o mundo editorial, etc. É uma obra realista por excelência, o que implica que o leitor também terá perdido algumas das suas ilusões ao final da leitura.

É um livro genial, que faz pensar; entretanto foi escrito em uma época em que o cinema ainda estava longe de ser inventado, o que justifica seu tamanho e a forma de descrição das cenas - o que para mim, tornou a leitura um pouco demorada demais. Também considero negativo o fato do autor não ter divido a obra em capítulos, pois isso dificultou o processo de parada e retomada na leitura.

Apenas leitores pacientes e que apreciem a descrição seguida da reflexão terão total proveito de todas as qualidades da obra.

Thiaguinho 1995 25/10/2019

Sem duvida um dos livros mais difíceis que já li.
Sim, difícil! Tem meses que li este livro, ele é denso, rebuscado, mas vale a pena. Não vou me estender, acho que vale a pena; a quem gosta de Balzac, de leituras difíceis e gosta de literatura francesa, vale a pena, vale muito.

ElisaCazorla 08/07/2019

Cansativo
Cheguei ao final deste livro porque era um desafio de um clube de leitura. De outra forma, eu o teria abonado depois das minhas 100 páginas obrigatórias antes de desistir. Eu já sabia que o início era penoso, mas não imaginava que seria tão chato. As longas descrições dos ambientes, das vestimentas, dos objetos e as longas explicações e contextualizações históricas não ajudam em nada. À princípio, podemos acreditar que essas descrições seriam a melhor parte do livro. Para alguns leitores pode até ser que sim. Para mim, foi um martírio. Prefiro as descrições psicológicas de Dostoiévski à essas descrições de ambiente de Balzac.
Gostei de alguns personagens marginais e não gostei do protagonista.
O livro tem alguns momentos interessantes e lá pela página 420 as coisas parecem que vão tomar um rumo interessante mas não. O livro permanece no mesmo marasmo do início. Tive a sensação de ficar parada no mesmo lugar.
O que mais me irritou eram as interrupções, longas, intermináveis interrupções quando algo de interessante estava acontecendo. Isso me fazia perder o foco, esquecer o que, de fato, importava e perdia toda a linha de raciocínio por causa de um quadro na parede que levava a descrições intermináveis sobre Napoleão ou outros milhares de personagens nada importantes para a história do livro diretamente.
Não gostei.
Aliás, prepare-se para o desfecho mais frustrante do mundo!

Rafael 12/02/2019

Primeira parte concluída
Tirando algumas partes arrastadas pela descrição minuciosa do autor e algumas falas que levam uma página inteira, só tenho elogios pra esse livro (isto é, a primeira parte dele). O enredo em si não peca, e tanta coisa acontece que as vezes lembrar de tudo é difícil, as vezes fico pensando o quão longe foi a pesquisa do autor e conhecimento do tema pra fazer um romance desse calibre. O fato de ele dispor apenas de tinta e bico de pena, muitas vezes à luz de velas para a criação dessa pérola aumenta a sua grandiosidade... e justifica o seu legado.

Vanessa 24/05/2018

Ilusões Perdidas, Honoré de Balzac
Ilusões Perdidas, Honoré de Balzac - Resenha
Em Ilusões Perdidas é contada a história de Lucien, um jovem poeta apaixonado e cheio de sonhos que sai do interior da França para Paris com a amante para se tornar escritor. Suas ilusões começam a se perder quando no começo da estada na capital ele é desprezado pela alta sociedade e também por sua amada, a Sra de Bargeton, que escolhe se afastar do poeta para manter-se entre a elite a qual pertence. Lucien, ressentido e abandonado, percebe que viver em Paris não é tão fácil como imaginava. Os livros que escreveu não são aceitos no comércio e ele se vê obrigado a ganhar a vida de outra forma. Em um restaurante miserável ele conhece Lousteau, um jovem jornalista que o ajuda a conseguir emprego na redação do jornal onde trabalha. Logo, Lucien se vê as voltas com o poder que o jornalismo tem sobre o comércio, a política e a sociedade daquele tempo.
Vendo que o jornalismo é feito de fofocas, maledicência e de elogios falsos para manipular as opiniões, Lucien aprende a pena pode derrubar pessoas. Ele tem a chance de se vingar de sua antiga amante, provocando um ataque público a ela por meio de um artigo de jornal. O poder da escrita faz de Lucien um homem temido e ele se usa de chantagem para ter poder sobre a elite parisiense. As falsas amizades, para proteger a si mesmo de cair na boca do povo, fazem ofertas de grandeza e renome entre a nata social de Paris. Encantado pela oferta de se tornar um nobre e pertencer à alta sociedade, Lucien renova a amizade com a Sra de Bargeton, cuja intenção é de vingar-se dele. A conquista da fama faz com que Lucien gaste mais do que tem para manter-se no luxo e o jovem acaba em meio a dívidas e perdendo dinheiro no jogo.
A vida de Lucien dá uma reviravolta, quando muda de jornal e de partido. Aqueles que já odiavam por seu sucesso e por seu talento conspiram contra ele, levando-o à miséria. O título prometido a Lucien também é anulado pelo Rei, pois seus inimigos atribuem-lhe um artigo calunioso que ele não escreveu. Traído por Lousteau, Lucien vê a amante Coralie sucumbir e adoecer. Obrigado pelos superiores a escrever contra o livro de seu amigo d’Arthez, Lucien vai à ruina e volta para a província, onde por sua culpa, o cunhado está preso e a família falida.
Nesse livro, a inveja é a palavra que descreve o jornalismo. Balzac relata as intrigas produzidas no meio jornalístico na mais cruel verdade. Lucien, antes um íntegro poeta e escritor, se deixa corromper por esse mundo, onde o luxo, o jogo e a falsidade imperam. Escrito ao longo de dez anos, o livro é o pioneiro no jornalismo literário.
Muito do que se lê no livro, se observa na vida real. No jogo do jornalismo, um simples elogio também pode ser motivo de desconfiança. Uma crítica pode ser sinal de fracasso, pois pode se aplicar maldade. Nota-se a maledicência mascarada que as notícias trazem, e a baixaria produzida apenas para garantir cliques ou audiência. Com o jornalismo modificado pela internet, a diferença daquele tempo para o século XXI é apenas a tecnologia, pois o veneno do jornalismo continua o mesmo.


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