Marta Skoober 03/11/2021
Li a tradução da Barbara Heliodora, publicada pela Nova Fronteira/Saraiva de Bolso, praticamente após a leitura da tradução da Beatriz Viegas, L&PM . Não o faria não fosse uma conversa com um amigo acerca dA megera domada, que ainda que não seja meu favorito do autor, não é dos que menos gostei. Meu amigo achou chatérrimo.
Após a leitura eu diria que li dois livros, mas que ao mesmo tempo li o mesmo. Dá pra entender? São praticamente iguais, mas são diferentes. Em alguns trechos eu comparei frase a frase, outros não.
Indo contra a preferência da maioria, eu diria que prefiro a tradução da L&PM. E se A Comédia dos Erros é hoje um quase favorito eu diria que é graças ao trabalho da Beatriz, ao passo que a leitura da versão Saraiva/Nova Fronteira foi arrastada e um tanto tortuosa. Em muitos momentos quase abandonei, muito disso em função da diagramação e da fonte. Mas se a Barbara consegue manter a cadência e o ritmo em seu texto, quase poético, para mim perde na clareza das ironias e trocadilhos.
Grifos:
"O cavalo branco visto atrás da cerca pode ser uma zebra.?
"Shakespeare se manteve fiel ao longo de toda a sua carreira à sua postura de autor popular, que atendesse aos anseios de um público amplo e variado"
"é indispensável que tenhamos consciência de que não podemos nos deixar enganar a ponto de julgarmos que só porque uma peça é divertida isso queira dizer que ela tem de ser privada de matéria para reflexão."