Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá

Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá Lima Barreto




Resenhas - Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá


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Diego 21/03/2021

Reflexivo
Creio que este seja o livro mais filosófico que até agora li de Lima Barreto.
O cansaço da leitura seguida de três livros do mesmo autor talvez tenha prejudicado um pouco o prazer da leitura deste. Voltarei a lê-lo posteriormente.
A impressão que tenho é que os livros (ao menos os que li até agora) do autor são fortemente biográficos e refletem de maneira intensa suas sensações, suscetibilidades e traumas. É como se todos os principais personagens fossem o autor.
Mas talvez todos os livros sejam assim, não?
De qualquer forma, a leitura nos transporta a viver um Rio de Janeiro capital federal perdido no tempo. Isso em si é agradável!
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Maria13052 04/04/2024

Chato
Eu li esse livro por causa da escola, entendo todas as criticas propostas por ele, mas o livro é surpreendentimento CHATO, cheio de palavras difíceis.
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João 13/03/2019

Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá

A história da “Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá” é narrada, em primeira pessoa, por Augusto Machado. Este é quem se propõe a redigir a biografia de Gonzaga de Sá, de quem fora amigo e grande admirador. Assim, do início ao fim, Augusto Machado vai tecendo suas memórias acerca do convívio com o velho, sagaz, culto, melancólico e solitário Gonzaga de Sá.

À moda de outros escritos de Lima Barreto, o romance “Vida e Morte” é salpicado por excertos satíricos. Do mesmo modo, ali encontramos aguçadas doses de crítica social e traços autobiográficos. Aliás, quem conhece a pena do autor certamente não ignora essas características marcantes em grande parte de sua bibliografia.

A propósito desses traços presentes na escrita de Lima Barreto, notadamente no que diz respeito aos elementos autobiográficos que frequentemente dão vasão às mágoas pessoais do escritor carioca, é impossível não se deparar por aí com opiniões que rebaixam a qualidade da obra em razão do tom quase confessional empregado por Lima Barreto. Francamente, nunca consegui assimilar em que medida a ficção perde o seu sabor e a sua grandeza quando se apoia em eventuais angústias, amarguras, frustrações ou humilhações pessoais que o autor acaso julgue ter sofrido em vida. Pouco importa saber de qual fonte jorram os sentimentos que dão vida à narrativa: se da experiência ou testemunho pessoal do autor, ou da pura criatividade e imaginação de quem escreve. O que interessa, penso eu, é aquilo que se faz com tal material, isto é, a obra ficcional que daí resulta. Aliás, parece-me que a credibilidade que se deve dar à crítica social exercia pelo escritor será tanto maior quanto maior for a intimidade do seu autor com a realidade social criticada.

Pergunto: o que mudaria na qualidade da obra de Lima Barreto se as suas personagens e as suas tramas fossem resultado da pura capacidade imaginativa, isto é, fruto simplesmente de sua verve literária, desapegado de quaisquer traços autobiográficos? A resposta é: nada mudaria! Ficção é ficção, seja ou não seja ela inspirada em confissões, memórias ou elementos biográficos do autor.

Essa mania de amalgamar autor e obra, de atrelar o caráter do autor à sua obra a fim de julgar o seu talento criativo nunca me agradou. Qual o sentido? Diminuir a obra em razão das idiossincrasias do autor? Engradecer uma obra qualquer à custa das qualidades morais do autor? Besteira! Ah se todas as obras fossem apócrifas! Julgar-se-ia a obra pela obra, que, afinal de contas, é o que interessa.

Li em algum lugar que “Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá” é considerada pela crítica em geral como a melhor obra de Lima Barreto.

Mas, cá entre nós, eu ousaria dizer, do alto de minha ignorância literária, que a obra é pouco envolvente. Talvez isso se deva ao enredo minguado, de pouca ação e pródigo na narrativa ensimesmada. A trama, portanto, cede à monotonia de um quase monólogo entrecortado raramente por lacônicos diálogos entre o narrador Augusto Machado e seu interlocutor Gonzaga de Sá.

Por certo, a construção de um bom enredo contribui para cativar o leitor, prendendo-o à narrativa literária. Mas, para tanto, devem também concorrer outros aspectos da escrita. No caso de “Vida e Morte” não seria de surpreender que a avaliação positiva da crítica literária tenha sido determinada pela consideração de elementos técnicos geralmente negligenciados pelo grande público. Decerto isso explicaria o relevo atribuído à obra.

Pessoalmente, sinto que o enredo enfadonho é compensado pelas reflexões espirituosas que ora o narrador faz de si para si, ora brotam de seus diálogos com Gonzaga de Sá: “Nós, os modernos, nos vamos esquecendo que essas histórias de classe, de povos, de raças, são tipos de gabinete, fabricados para as necessidades de certos edifícios lógicos, mas que fora deles desaparecem completamente [...]”.

Aliás, a monotonia que caracteriza a trama é perfeitamente justificável pela opção do autor em dar constante vasão ao fluxo de pensamentos experimentado pelas suas personagens e às observações intimistas partilhadas pelo interlocutor Gonzaga de Sá.

Nesse tanto, atraíram-me especialmente as reflexões de Gonzaga de Sá acerca da condição humana e do destino das civilizações. Em seus diálogos com o narrador Augusto Machado há até uma breve e interessante alusão ao clássico debate dos universais, travado durante a Idade Média, quando os filósofos se dividiam entre os realistas (Champeaux) e os nominalistas (Abelardo).

A obra ainda exibe seu primor nas descrições tecidas acerca da geografia urbana da cidade do Rio de Janeiro, com seus bairros, seus subúrbios e seus acidentes geográficos. Trata-se de um olhar sobre o Rio de Janeiro: a urbe, a arquitetura (que flerta com construções modernas que pouco a pouco vão ganhando espaço junto às casas e aos palacetes dos tempos imperiais), a natureza circundante (baía de Guanabara).

Ademais, dá gosto ver a maneira como Lima Barreto brinca com os cenários, os quais acabam ganhando expressividade segundo os sentimentos vividos pelos interlocutores (prosopopeia): é assim, por exemplo, que durante o melancólico velório do compadre de Gonzaga de Sá estavam plantados em frente à casa dois “crótons tristes”.

Ao que consta, “Vida e Morte” foi o primeiro romance escrito por Lima Barreto. Contudo, fora publicado somente em 1919, com a ajuda e o incentivo de Monteiro Lobato.

Boas leituras!
Aurélio prof Literatura 27/03/2020minha estante
Excelente resenha. Parabéns!!




Tatiane 01/10/2021

Posso dizer que nos últimos meses tenho lido a obra de Lima Barreto. Iniciei este livro, porém, um dos mais esperados por mim, em um momento não muito bom. Acostumada ao ritmo das outras narrativas dele, todas mais aceleradas, eu acabei não conseguindo tirar dessa obra, que percebi profunda, muito do que ela tem a dar. Terei de voltar a ela em outra ocasião.
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Alice de copas 16/02/2024

Um livro de vestibular que cumpre seu papel como um livro de vestibular
Espero que em um futuro isso mude de vez
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VitAria.Matuno 26/03/2024

É chato, mas o valor para a literatura é inegável. Não foi tão entediante quanto eu esperava, porque eu me via querendo saber mais sobre o protagonista. Tem um vocabulário desgastante e um ritmo de leitura um pouco lento, mas vale a pena.
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stellivrostella 14/04/2024

Lima Barreto sendo muito afrente de seu tempo!
Representando o pré-modernismo, Lima Barreto dá um show de choque de realidade. Rompendo abruptamente com ideias parnasianistas, esse livro mostra na pele a vivência de Lima com o preconceito racial e elites cariocas.
Para quem não está acostumado, essa leitura vai ser um tanto cansativa, por isso recomendo a leitura de "O triste fim de Policarpo Quaresma" antes.
Para os fãs do Machado de Assis, esse livro é PERFEITO! Não só esse como todos do Autor.
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David.tonet 14/09/2023

Grande
O livro esbalda filosofia, pensamentos e crítica de forma genial a sociedade brasileira da época, tudo isso sem perder a atualidade.
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Henggo 30/05/2023

Uma sátira contra a frivolidade
Um livro sobre um homem que não se encontra mais, nem consigo, nem com a cidade que o rodeia. Achei interessante como Lima Barreto desnuda o Rio de Janeiro, expondo, através do personagem Gonzaga de Sá, a frivolidade da sociedade e a hipocrisia que dominou as instituições políticas. O que temos aqui é uma crítica fincada em problemáticas que parecem estancadas no passado, mas ressoam na sociedade de hoje, principalmente quando pensamos na frivolidade que domina as redes sociais.. "Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá" impõe reflexões, convida a autocrítica, e essas duas características são um diferencial. Porém, a linguagem tornou a experiência um tanto cansativa para mim. Aínda mais porque o modo como o Gonzaga se expressa remete a uma outra forma de falar e de escrever, muitas palavras com grafias diferentes, e isso foi um complicador. Ao final, fiquei com uma sensação de cansaço e torcendo para acabar logo.
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Marcos Scheffel 07/08/2017

Nova edição de um romance pouco lido de Lima Barreto
Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá foi publicado pela primeira vez 1919, porém o projeto deste romance de Lima Barreto datava do início do século, mais exatamente de 1906. Este poderia ter sido o primeiro romance de Lima Barreto, porém o autor fluminense escolheu como livro de estreia o polêmico Recordações do Escrivão Isaías Caminha - um livro que criticava a imprensa, o campo literário e o racismo.
Já Vida e Morte era um livro mais cerebrino e com uma concepção mais lírica. O spoiler já é dado no título: a morte de Gonzaga. O que interessa então? Acompanhar as caminhadas de Gonzaga de Sá, um velho funcionário público, e Augusto Machado, o personagem-narrador, pelas ruas do Rio de Janeiro, que passava por um amplo processo de transformação urbanística no início do século XX. A velha cidade, amada por Gonzaga , vai ruindo aos poucos e sua história se revelando num movimento de junção entre presente e passado.
Como se sabe, Lima Barreto se opôs as transformações de fachada e denunciou a destruição do patrimônio histórico da cidade, isso num tempo em que sequer havia esse tipo de preocupação, pois o discurso dominante era o de modernização a qualquer custo da cidade - o conhecido bota-abaixo promovido pelo prefeito Pereira Passos.
A presente edição que preparei para Ateliê é o resultado de anos de pesquisa sobre a obra de Lima Barreto. A edição traz um estudo crítico de minha autoria e mais de 400 notas sobre as transformações urbanísticas, fatos históricos, universo ficcional de Lima Barreto. Destaque também para as imagens do Rio antigo e a bela capa da primeira edição de 1919.
(O livro pode ser encomendado comigo: marcos.scheffel53@gmail.com)
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Damufre 03/04/2020

Livro feita em 1° pessoa, o que passa uma possivel opinião do autor nas interlocuções de seus personagens. Recheada de referências filosoficas desde Nietzsche, Schoppenhauer, Rousseau a Sócrates, denotam o grande conhecimento erudito do autor, alem da excelente relato minucioso e ricos em detalhes do passado do Rio de Janeiro presentes também em outras obras.
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Capelari 07/03/2021

Primeiro Lima Barreto
Um livro bastante nostálgico. Fala de uma cidade e de um tempo, da perspectiva de uma dupla de amigos maravilhosa , e muita coisa se aprende pelas notas também, sobre a cidade do Rio de Janeiro. Com certeza voltarei a esse livro inúmeras vezes, por que foi um passeio massa demais.
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Ari 03/03/2023

"The hero as man of letters"
O auge da personificação de um herói solitário por Lima Barreto. Nesta obra o protagonista escreve sobre seu estimado amigo Gonzaga de Sá; suas reflexões, ideias, elocubrações e opiniões sobre o porvir da sociedade que, naquela época, já mostrava traços da decadência que viria a ser a Respublik.

Há tempos queria ler tal livro. Que sensação boa saber que existiram autores que expressaram com genialidade o cerne das letras no âmago da literatura. A história de um país que poderia ser o que não é, graças ao repúdio ao decálogo e a crença no dinheiro pelo Estado. O Deus que foi trazido pelos portugueses não alcançou a maioria e foram esses que desperdiçaram a maior virtude de uma nação. Os antigos poderiam ter trilhado outro rumo mas preferiram o caminho do fracasso. O lucro e o ouro daqui tirados podem ainda surtir efeito na mão dos magnatas mas as vidas destes já não alçam grande voos.

"A felicidade final dos homens e o seu mútuo entendimento têm exigido até aqui maiores sacrifícios..."
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madu.marella 16/04/2023

Vida e Morte de Gonzaga blabla
Leitura obrigatória da escola e serio odiei, a escrita da época eh mt difícil pro meu vocabulário de qm le romance gay. E a história eh totalmente massante e chata tediosa, literalmente nn acintece nada interessante. bjs
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