No teu deserto

No teu deserto Miguel Sousa Tavares




Resenhas - No Teu Deserto


67 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Claire Scorzi 16/08/2012

O que poderia ter sido e não foi
Conseguiu ser fluido, fácil, sem ser banal; mesmo quando parece que vai escorregar na banalidade, uma frase, um recorte de diálogo recompõe o livro. Porque é muito simples, apenas um casal de desconhecidos que aproveitam a companhia um do outro para empreenderem essa viagem ao Deserto. Alternando as vozes - ele conta, às vezes ela - temos aquele jogo tão velho, o mais antigo do mundo: homens e mulheres. Sousa Tavares confirma impressões usuais que todos temos, e o faz assim mesmo com charme: um homem e uma mulher que convivem por quarenta dias no Deserto e estabelecem um tempo e um espaço fora do tempo e do espaço, porque se torna deles; e ambos sabem que aquele é o único espaço e tempo em que poderão conviver; que será só deles dois, e mágico. Não se repetirá.

Mas, será mesmo? O desfecho me fez pensar num miniconto que escrevi no blog certa vez: "E Se...?" Pois é isto: e eles estivessem errados? E se tivessem arriscado? Não é melhor tentar e errar do que renunciar sem nunca ter tentado?

A escrita de MST - se é sempre assim: é o primeiro que leio dele - é gostosa, mas não superficial. Não é uma escrita que parece ter segredos, mas agrada no fim; na sensação que deixa.

Melhor: achei No Teu Deserto uma história de amor que não procurou pretextos, desculpas para ser outra coisa. Que se assumiu como uma história de amor, ou melhor: de um amor que poderia ter sido...
ladyjanalopes 30/12/2012minha estante
Leia lara adrien também. ela é ótima com vampiros.


Maria Ferreira / @impressoesdemaria 19/09/2015minha estante
Eu gostei muito desse livro, também foi o meu primeiro contato com o autor e achei bem poético. Fiquei um pouco em dúvida se não se trata de uma obra um tanto autobiográfica. Agora estou lendo "Equador", dele.




Sávio 12/08/2012

"O meu querido companheiro de viagem!"
Leitura que se faz de um só fôlego. Difícil não se perder na prosa lírica de Miguel. Uma história que não precisou de muitos artifícios para ser satisfatoriamente realizável: o tempo (e os efeitos por ele causados) motivam a narração de um ele e de um ela, de encontros e desencontros, sobretudo. Para chamar Lygia Fagundes Telles: uma adaga no peito. "No teu deserto" é um livro que se quer sempre perto do coração.
Camila Karlla 06/03/2014minha estante
Sávio lindo...


Samara 06/03/2014minha estante
A-do-rei


Maria Ferreira / @impressoesdemaria 19/09/2015minha estante
Você disse tudo!




Isabelle Lopes 30/01/2022

Fui arrebata pelo lirismo do Miguel de Sousa Tavares no primeiro parágrafo! Uma narrativa envolvente sobre uma expedição ao Saara e ao íntimo das personagens... a descrição de uma estória de amor que parece não se iniciar, mas que perdura depois de finda. Um deleite.

"A coisa mais difícil e mais bonita de partilhar entre duas pessoas é o silêncio".

"Eu sei que algures, mais adiante na minha vida, hei-de encontrar quem esteja em casa à minha espera quando eu chegar. Sim, eu sei, está escrito, é sempre assim. Mas era agora que eu queria não sentir este vazio, não te sentir tão distante, tão longe do deserto. Queria só dar um sentido à nossa viagem. Já sei, já sei que nada dura para sempre ? só as montanhas e os rios, meu sábio".

"Estava a pensar que há viagens sem regresso ".
comentários(0)comente



Vanessa.Saraiva 08/03/2024

No Teu Deserto (Miguel de Souza Tavares)
Não conhecia o autor, sequer tinha ouvido falar dele. Coloquei esse livro na minha lista de leitura enquanto estava lendo "O Idiota" de Dostoievski, prevendo a necessidade de algo mais leve ao finalizar a obra.
Escolhi-o pela capa quando surgiu no meu feed do Instagram. Que grata surpresa! A história , narra um jornalista e sua Claudia em uma expedição ao deserto na companhia de, uma jovem muito mais nova que ele.
Durante os quarenta dias da expedição, viveram experiências únicas lado a lado. O autor descreve isso de maneira poética e profunda, destacando as impressões de ambos ao longo da leitura. Este livro teve um impacto positivo em mim, pois há algum tempo venho refletindo sobre a importância de viver o amor de maneira possível. Ao meu ver, é belo um amor que, mesmo não sendo vivido devido a questões como diferença de idade e ambientes distintos, consegue ser eternizado nas páginas de um livro.
Ler entrelinhas durante toda a narrativa proporciona profundas reflexões sobre o amor e até mesmo sobre a vida. Vale a pena a leitura e recomendo para aqueles que desejam intercalar um livro entre leituras mais densas. Este é um quase romance bastante envolvente.
comentários(0)comente



Martha Lopes 12/11/2009

Resenha no Colherada Cultural (www.colheradacultural.com.br):

"Tudo o que se diz de desnecessário é estúpido, é um sinal destes tempos estúpidos em que falamos mais do que entendemos. No deserto não há muito a dizer: o olhar chega e impõe o silêncio" (p. 47). Com o trecho, o português Miguel Sousa Tavares define seu romance recém-lançado no Brasil: "No Teu Deserto" (Cia. das Letras, 126 páginas) é pautado pelo silêncio.

A obra narra o encontro entre Miguel e Cláudia, que embarcam em uma expedição ao Deserto do Saara, para uma reportagem. Ele é ativo e busca histórias que superem o poder do tempo. Ela é silenciosa e procura abrigo e proteção. No começo da viagem -- marcada por confusões e choques culturais -- se estranham em suas diferenças, mas, quanto mais se embrenham no deserto, mais aprendem a se complementar e entender. Nasce ali um afeto mútuo.

Um dos maiores méritos do livro é desenrolar esse sentimento com sutileza. Através do discurso dos dois interlocutores, descobrimos os episódios que compuseram a jornada e a forma como foram se aproximando -- sem declarações exageradas ou obviedades.

À medida que os dias desta quarentena de viagem se passam nota-se como, no meio do vazio daquele deserto, dois desconhecidos aprendem juntos a contemplar a solidão e constroem um espaço para a sua cumplicidade. Mergulham no Deserto do Saara como se afundam no deserto um do outro, num exercício metafórico que se desenrola por todo o livro.

RUÍDOS

A linguagem poética de Sousa Tavares permite a construção de trechos comoventes, como "Não me acordes agora, não me fales alto antes de me falares ao ouvido, não me tragas de volta do deserto" (p. 103). No entanto, o uso de alguns clichês soam "ruidosos" em meio à harmonia silenciosa do livro, como quando o autor discorre sobre a dificuldade de um casal aceitar o silêncio, ou quando diz que as estrelas pareciam tão próximas que sentia o impulso de estender a mão para tocá-las.

Outro incômodo se dá pela estrutura narrativa. A história é contada por dois narradores, Miguel e Cláudia, que se alternam na descrição. No entanto, o autor deixa claro no início do livro que o ponto de partida são as suas lembranças. Assim, soa um pouco artificial que Cláudia também conte essa história.

Essa sensação se intensifica pelo fato de que um narrador relata a jornada ao outro, ainda que ambos tenham dividido aqueles episódios e conheçam os fatos.

comentários(0)comente



Dude 27/10/2023

Epopeia no deserto do Saara
Da série pequenas, grandes obras, o autor narra um romance inusitado numa viagem a trabalho pelo deserto do Saara.
comentários(0)comente



Felipe 17/11/2009

“No teu deserto” de Miguel Sousa Tavares
Livros de viagem não é uma grande novidade. Então precisávamos de mais um sobre uma viagem ao deserto do Saara? Sim, se ele for escrito da maneira como Miguel Sousa Tavares escreveu seu livro “No teu deserto”. Sua narrativa não é um relato, mas um romance que deixa em dúvida se foi real ou é saído da mente fértil de um escritor. São três personagens principais, o próprio Miguel, sua desconhecida, até a véspera do embarque, companheira de viagem Cláudia e o deserto e suas armadilhas como o frio polar durante a noite e tempestades de areia. Esta não foi a primeira vez que Miguel Sousa Tavares foi ao Saara, e tão pouco a última - ele voltou lá mais onze vezes - o que tornou esta sua ida especial a ponto de transformá-la em romance foi sua relação com Cláudia durante a viagem.
A narrativa gira em torno da relação entre Miguel e Cláudio, e a deles com o deserto. Conta desde os desafios antes de chegarem ao Saara – como quase a perda do barco que os levariam para a África junto com o jipe que usariam durante sua aventura no deserto, até a aventura no próprio deserto como a de montar e desmontar a barraca e de comer enlatados, inclusive o milho que Miguel tanto diz odiar.
Um fato que característica o discurso de Miguel Sousa Tavares é que o narrador muda em vários capítulos, ora Cláudia (que sempre escreve para Miguel) e na maioria das vezes Miguel, que às vezes escreve a Cláudia e outras ao leitor. Os sentimentos bem descritos e convincentes que marcam ambos os narradores geram dúvidas se não teria sido a própria Cláudia que teria escrito seus capítulos, o que no final do livro fica claro que seria impossível (não vou contar o motivo para não tirar a surpresa de quem ainda não leu a obra).
Vale a pena ler “No teu deserto” por vários motivos. Para apreciar um texto muito bem escrito, mesmo que em português de Portugal que poderia dificultar aos brasileiros. Para se deliciar com a descrição de uma viagem que a maioria de nós nunca fará para o Saara (principalmente pela violência dos grupos armados que fez o Rali Dakar vir para na América do Sul). Para se emocionar com os sentimentos entre duas pessoas, mesmo que estes sentimentos não tenham sido suficiente para que eles continuassem se vendo depois das poucas semanas que durou a viagem. Pela honestidade do autor que não usou recursos para engrossar o livro e escreveu seu romance no tamanho que ele cabia sem fazer rodeios que estão presentes em muitas outras obras que querem que o livro “pare em pé”. Depois de ler este livro, o leitor brasileiro pode entender porque Miguel Sousa Tavares é um dos escritores mais lidos em Portugal.
Fabiana 26/01/2013minha estante
Excelente resenha....seus motivos para ler o livro são incontestáveis!!




Geisi.Ferla 05/04/2022

Sobre o que poderia
Uma história autobiográfica desse autor português genial que prende e traz reflexões. A pergunta é: e se tivesse sido diferente?
comentários(0)comente



Márcia Regina 29/06/2010

"No teu deserto"

Não gostei. Achei a relação descrita de forma artificial, tão “descrição” mesmo que comecei a duvidar de Miguel Sousa Tavares.
Quando li "Equador", também dele, saí com uma sensação parecida, de uma superficialidade no aspecto sentimento, percepção da dor, mas era uma grande história, foi escrita com pesquisa, talento, isso salvou o livro e salvou com louvor.
Já "No teu deserto” continua não me sensibilizando, não tem a trama e, inclusive, tem momentos de escrita bem, bem chão.

Fui atraída pelo primeiro parágrafo. É agoniado, marcado pela raiva da perda, raiva que é angústia, impotência, solidão, vontade de rebater e mesmo de machucar. Realmente gostei. Depois, para o gosto da Márcia, só desandou.
__________

"(No fim, tu morres. No fim do livro, tu morres. Assim mesmo, como se morre nos romances: sem aviso, sem razão, a benefício apenas da história que se quis contar. Assim, tu morres e eu conto. E ficamos de contas saldadas.)"
____________

O autor apresenta a história como um relato pessoal de um amor que teria vivenciado em uma viagem pelo deserto.
A partir de um determinado ponto, começam a aparecer também as falas da mulher, num contraponto/complemento ao personagem masculino. Não convenceu, não é a fala de uma mulher, penso que sequer a de um homem imaginando o ela falaria. São palavras forçadas, frases comuns, já tão ouvidas, quase de almanaque.
Lembrou histórias que vamos traindo com a memória, acrescentando ideias e lembranças, misturando, imaginando, transformando em algo maior do que realmente foi. O problema é que a passagem para o papel não concretiza a imaginação. E uma história, pelo menos enquanto estou lendo, gosto que seja real para mim.

Essa resenha está dura demais, eu sei, mas achei fraquinho, quase insosso. E ele tem talento para mais, poderia dispensar a publicação deste.
comentários(0)comente



Fabiana 26/01/2013

Conto de amor
Os sentimentos e sensações que ficam comigo agora que acabei de ler o livro certamente permacerão por muito tempo.

O relato é seco, na medida. Porém doce, na medida. Triste, melancólico, também na medida. Aridez e lirismo caminhando de mãos dadas. No início, pareceu-me que a história poderia render muitas e muitas páginas a mais, mas depois que o li fiquei com a sensação que o fato de ser enxuto deu mais impacto e os sentimentos demonstrados parecem ser ainda mais profundos e marcantes.

Acabo de ler outras resenhas, reforçando minha crença que as partes narradas por Cláudia foram "inventadas" pelo narrador principal. Esse recurso que te confunde dá um brilho a mais à narrativa. Ficar com essa dúvida me iludiu em acreditar que Cláudia também nutria os mesmos sentimentos, pois na verdade, torci por isso!

Senti-me lendo o coração e as lembranças mais fortes e marcantes de alguém. Alguém que poderia ser qualquer um nós.
comentários(0)comente



Fabi 01/05/2023

Escrita sensível
Primeira vez que leio Miguel Sousa Tavares e me identifiquei. Gosto de leituras sensíveis sem ser "água com açúcar". Um livro que te faz pensar sobre a importância do silêncio, do compartilhamento de experiências com o outro, da descoberta interior. Fiquei refletindo sobre a importância de dedicarmos tempo ao nosso "eu". Delicado na medida certa.
comentários(0)comente



thiago_schaffer 15/02/2020

compartilhar silêncios
uma história de amor
O silêncio ao longo de toda narrativa é o fio condutor da solidão compartilhada entre dois personagens. Um amor que não pode ser dito sobre, não pode ser colocado em palavras pela dificuldade dos personagens de dar contorno a este sentimento inenarravél, apesar dele emergir nas trocas de olhares, nos gestos carinhosos e nas reações ao deserto das personagens. Aqui, o amor é utópico e frágil, porém não menos intenso; é como o deserto, admirá-lo e vivê-lo intensamente é suficiente já descrevê-lo impossível. Amor como um deserto de palavras, oceano de sentimentos.
comentários(0)comente



Priscilla 04/05/2010

O livro me emocionou, me fez sentir o sentimento do autor. Parti do pressuposto de que a historia era verdadeira, mas o que me deixou em dúvida foram as partes contadas pela Claúdia, coisa que, na minha opinião, não deveria existir se a história fosse realmente verdadeira. Pelo que entendi da sinopse seria uma história de vida contada pelo autor escrita para Claúdia por ocasião de sua morte. É um romance lindo. Recomendo.
Fabiana 26/01/2013minha estante
Tenho a sensação que as partes contadas por Cláudia foram "inventadas" por ele. Por diversas vezes o autor enfatiza que nunca mais tiveram contato.




Kirla 29/08/2021

Uma leitura leve e melancólica sobre uma viagem de dois desconhecidos pelo deserto, de duas conexões passageiras e de como tudo tem um fim.
comentários(0)comente



67 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR