"Ana Paula" 30/09/2015Não é surpresa para ninguém que eu adoro uma boa distopia. Meu marido fala que eu desejo ver o mundo no caos, por isso gosto tanto desse gênero. Eu, claro, descordo. Acho que já vivemos em um caos e pelo menos nos livros, sabemos que um final "feliz" nos espera.
O Condado dos Expatriados é o primeiro volume de uma trilogia que promete muito. Como a sinopse diz, o mundo acabou, 99,9% da população foi dizimada. a natureza agiu. Fez o que prometia a séculos.
Os remanescentes do "D36" criaram novas Cidades-Estado, ao total 11. Cada uma situada em um local diferente, em meio ao mar que agora contem grandes monstros de ferro, as antigas construções que foram destruídas com a enorme onda que varreu a Terra.
É neste contexto que vamos conhecer Zus Airã. Zus é Capitão em sua cidade Estado, Nova Canaã. E nos contará tudo o que precisamos saber para acompanhar essa trilogia que nos leva por lugares inóspitos e cheios de perigo.
"Sabe qual é o grande problema das ideias idiotas? Não?... Existe quatro delas para cada uma boa, e estas quatro são normalmente as primeiras a serem concebidas."
Aparentemente, este volume é mais um guia para conhecermos como funciona cada Cidade-Estado. No decorrer das páginas, a narrativa em primeira pessoa de Zus nos deixa a par dos perigos que esse novo mundo reserva. Todas as Cidades-Estado são citadas e descritas, ao final do livro, temos um mapa das Terras Estáveis e as bandeiras das Nações Estabelecidas.
Gostei muito do enredo, só senti falta de algo mais aprofundado. Zus narra como se tivesse contando uma história, não se passa em tempo real, e por diversas vezes, houve divagação em sua narrativa. Acho que o autor poderia ter usado isso em benefício da história, criando mais laços entre os personagens. Personagens esses que são construídos de forma concisa, Zus, ao meu ver, deixou a desejar como personagem e narrador. Mas isso não deixa a história ruim, você vai rir muito com os pensamentos de Zus e com alguns personagens peculiares que passam por sua vida.
"Uma semana antes, eu era o Capitão Cananeu Zus Airã, filho de Hugo Airã, braço direito do homem mais poderoso do Novo Mundo. Agora, eu era um cão, cujos olhares recebidos eram os mesmos que se destinam a qualquer outro cão: nojo e desdém de uns, curiosidade e fascínio de outros."
Fora esses pontos, no total, o livro me agradou muito e com certeza vou querer conferir os demais volumes. Gostei de como o autor criou a história e as lendas e mitos que ela contém. A capa é linda e condiz perfeitamente com o enredo apresentado. A diagramação é simples, mas bem feita: letras em tamanho confortável para a leitura e páginas amarelas deixam a leitura mais rápida. Não encontrei nenhum erro de revisão. Enfim, um exemplar perfeito, lindo para se ler e ter na estante.
Para quem gosta do gênero, indico sim a leitura. Mas vá com calma, não espere encontrar todas as respostas neste volume. Vamos ter que esperar o próximo para saber como Zus se sairá dessa empreitada.
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