kk3thess 17/07/2020
Fantasia é um dos meus gêneros prediletos. Junto com ficção-científica, é um dos tipos de história que mais me fascina pelos mais diversos motivos. Dentre eles, o principal, é a criação de um novo universo. Outros gêneros conseguem apresentar outras qualidades que admiro (personagens marcantes, narrativas bem desenvolvidas, escrita poética, etc), mas a fantasia constantemente nos apresenta a novos universos que oferecem um escapismo do nosso mundo. Em boa parte da vezes, esses universos são apenas funcionais. Algumas vezes são preguiçosos. Mas, de vez em quando, aparece um universo tão bem estabelecido, tão bem concebido e tão mágico que é como se ele pulsasse com vida. Este é o caso de O Olho do Mundo.
O primeiro de 14 (!!!) livros da série ?A Roda do Tempo" não passa a sua quantidade generosa de páginas preocupada em mover a trama ou em criar acontecimentos para não deixar o leitor entendiado. Não. O foco aqui é nos apresentar os personagens, a dinâmica entre eles, as leis e regras dessa sociedade, como funciona cada parte da mitologia dessa série. E essa apresentação é tão bem escrita que, por mais que sejam mais de 800 páginas, a leitura flui com facilidade e, por mais que o livro pareça mais uma grande introdução do que algo mais substancial por si só, não há um só momento em que a experiência de mergulhar nesse mundo não seja fascinante.
Por ser o primeiro livro da série, existe naturalmente o problema (problema?) de parecer mais uma amostra da série que qualquer outra coisa. Ainda assim, há mágica, há talento, há vida nessas páginas e eu estou curioso para saber para onde essa história vai e como vai ser o caminho até lá.