Naty Alves 28/12/2023
O som da cotovia, e a lágrima de um homem..
As palavras sobrevivem através do tempo e as almas humanas seus conflitos físicos, mentais, e espirituais não são tão diferentes assim, a jornada de todos nós, nossas dores, alegrias, o começo e o fim são os mesmos, o resto é fruto de nossas escolhas, e sacrifícios dentro de uma pequena coleção de variáveis. Os miseraveis não é a história de um único homem, mais de muitos homens, mulheres, e crianças, famintas, exploradas, abandonadas a própria sorte, feridas, julgadas, e mortas, por todos e por ninguém.
Os miseraveis são apenas pessoas lutando, sofrendo, seguindo, partindo, vivendo e morrendo, são sobreviventes, imaginem que paris é um palco e pense em todos aqueles para os quais ninguém vê, ou quer olhar, os presidiários, as prostitutas, os órfãos, os ladrões, os meninos de rua, os miseraveis, jovens e velhos, os famintos (nem sempre a fome vêm da falta de pão, mas de amor, paz, piedade, justiça, bondade, misericórdia, fé, esperança, Deus, etc motivos e razões não faltam). Jean Valjean, Cosette, Fantine, Gavroche, Eponine, cada um deles têm seus caminhos entrelaçados e uma história não seria possível sem a outra.
Nós leitores sentimos cada uma das sensações, nos apegamos, com amor e ódio, dor, e agustia, e por todas as injustiças que cada personagem sofre uma mãe que tenha seus dentes e cabelos arrancados, ou uma criança que queiram proteger seus irmãos menores nas ruas só denunciam o abismo, e não existe nada mais humano que isso.
Ou talvez um homem, que preso por roubar um pão, presenteia uma criança maltrapilha com sua primeira boneca, Ah o som das cotovias, quem dera que todos fossemos bispos de boa vontade, e menos judas na pele de Javert.
- Coisas que esqueci de mencinar
A escrita do autor é belíssima, porém ele é bastante descritivo, eu pessoalmente gosto muito de livros assim, mas sei que nem todos apreciarão por acharem arrastado Victor não economizava nas palavras e na crueza de algumas situações, ainda que devagasse pelo texto, ele vai expor suas opiniões políticas, religiosas (cristãs pelo que percebi), não que o livro fosse religioso, mas com um caráter humanista.
O autor humaniza seus personagens, mas sem aquele verniz. Grandioso!
Os Miseraveis NÃO se passa na revolução francesa.