Elise 14/03/2011
Senhora - Feliz Surpresa
Comecei o livro com uma pulga atrás da orelha. Meu professor de português, que passou o livro como um trabalho para a escola, disse que ficou o final era desapontador, já que a "Senhora" em questão agia de uma forma durante todo o livro, e no final tinha um ato completamente contrario á sua atitude no resto do romance. Foi o primeiro livro de José de Alencar que eu li.
A história se passa no Rio de Janeiro de 1870, e gira em torno de uma Linda mulher, Aurélia, recentemente enriquecida pela herança do avô, que propõe casamento a um jovem elegante e pobre, chamado Seixas, que aceita casar-se sem saber quem é sua noiva, por um dote de 100 contos, em um ato chamado "casamento de conveniência". Com o desenrolar da história o leitor percebe que ambos já se conheciam antes e que o casamento foi um plano de Aurélia para vingar-se de Seixas, que a abandonara após pedir sua mão pouco antes da mesma receber a herança, por sua então falta de dinheiro. Preso a Aurélia pelo dinheiro e sentindo-se humilhado, Seixas começa a tratar Aurélia como sua "Dona" adotando fortes doses de sarcasmo, Aurélia passa fazer o mesmo.
Eu, admiradora fiel dos romances românticos, ficava cada vez mais apreensiva com o passar das páginas, com medo do tão falado final.
Toda minha preocupação se mostrou infundada, assim que li a ultima frase. Senti uma enorme felicidade ao ver que José de Alencar era dos meus.
Não posso discordar do meu professor, de que a resolução final de Aurélia fica, em parte, em desacordo com sua atitude no resto do romance. O que não tira a credibilidade da obra, pela idade de Aurélia(apenas 19 anos) e os sentimentos conflituosos que ela mostra durante todo o desenrolar da história, além das várias cenas em que ela se infringe enorme esforço para não permitir aflorar determinadas emoções.
"Senhora" está certamente em minha prateleira de livros favoritos. Em parte pela linguagem antiga e requintada e pelo tom poético e descritivo do autor. Em parte pela época em que se passa a história e pelo caráter romântico da obra, ao mesmo tempo aguá-com-açúcar e profundamente crítico e profundo e em parte pela minha inclinação para amores impossíveis.
Recomendo com certeza.