Naiana 19/12/2021
Primeiramente, ler Jane Austen foi muito bom, apesar de ter passado por momentos de tortura também com alguns personagens, mas no geral, a leitura foi muito proveitosa com excelentes romances de época. Entretanto essa edição da Martin Claret, que me comprou pela capa e preço, me deixou profundamente decepcionada com a quantidade de erros de ortografia, parecendo não ter uma revisão do texto antes de sua impressão.
Sobre as obras contidas nesse volume:
Mansfield Park me conquistou de início, achei a narrativa bem interessante, mas no decorrer da história fiquei irritada com muitos personagens, alguns outros subiram bastante em meu conceito e acho que a heroína merecia um par melhor, nenhum dos dois que lhe foram apresentados eram dignos dela e ela precisava de um pouco mais de iniciativa e amor próprio. Resumindo, Mansfield Park narra a história de Fanny, uma moça que é adotada pelos tios ricos, mudando completamente a vida da menina que vive sem saber qual o seu lugar naquela família, sempre se subestimando e diminuindo, apesar de ser a mais sensata de todos (e suscetível a influência masculina chegando a beirar a subserviência). Se tivesse que classificar daria 4,5 para história, não dou mais p não gostei do final... ela merecia mais.
Emma começou me irritando muito, menina antipática, sem noção e mimada, a pobre da Harriet passou por maus bocados por sua culpa, mas ela foi melhorando no decorrer da história e seu pedido de casamento foi o que mais gostei de todas as obras que li da Jane Austen até então, que declaração linda que ela recebeu. Emma é uma moça de boa posição social, a mais abastada da região, que está decidida a nunca se casar, para gozar de sua independência e cuidar de seu pai, mas decide se tornar casamenteira de seus amigos após crer ser a responsável pela união de sua governanta com o sr Weston. Após muitas trapalhadas e confusões que afetam principalmente sua amiga Harriet ela desiste dessa pretensão e se descobre apaixonada e desejando ocultamente se casar. A declaração que Emma recebeu me faz dar nota 5,0 a essa obra e relvar toda sua parte arrogante e prepotente, e tá, ela melhorou também, tenho que ser justa com ela.
A Abadia de Northanger me deixou confusa até o final se gostei ou desgostei dela, se foi o romance mais ácido e com críticas bastante diretas à sociedade da época (o que faria dele um dos melhores e mais interessantes) ou o mais perdido de todos no seu desenvolvimento. Creio que é a obra com maior diferença narrativa em relação às demais, o narrador se apresenta como o autor do livro e interage com o leitor a todo momento, questionando, instigando e apresentando novos fatos ou pontos de vista para o leitor. Catherine é uma moça ingênua, avoada, muitas vezes ignorante e aficionada por livros góticos, com uma mente fértil e altamente imaginativa que a leva a algumas enrascadas e uma credulidade que causa sua decepção sobre muitas pessoas e situações. Ainda não me resolvi sobre o que sinto por esse texto, mas no momento creio que não possa dar mais que 4,0 a obra.
Enfim, ler Jane é aprender muito sobre os costumes e vida da época retratada, uma verdadeira aula de História, com muitas críticas à sociedade da época, em como a mulher tinha que ser sempre subserviente e em pouquíssimas vezes capazes de se defender ou às suas percepções e opiniões.